Simulado para o ENEM - MEC (65f769c4b8653)

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Português

1

A frase abaixo em que a concordância verbal está inadequada, é:

  • A Quantos anos haverá que ela nos visitou?;
  • B Deve ir em cinco anos que viajei para a Europa;
  • C Cinco anos está fazendo que nos encontramos;
  • D Deve estar passando dois minutos das seis horas;
  • E Há de fazer duas semanas que comprei o carro novo.
2

Observe o período abaixo, em discurso direto:
“Eu perguntei ao ministro: – V. Exa trouxe consigo o dinheiro que lhe emprestei ontem?”
Se passarmos esse mesmo período para o discurso indireto, a única modificação NÃO cabível é:

  • A “S. Exa” em lugar de “V. Exa”;
  • B “com ele” em lugar de “consigo”;
  • C “trouxera” em lugar de “trouxe”;
  • D “na véspera” em lugar de “ontem”;
  • E a conjunção “se” em lugar dos dois pontos e do travessão.
3

Na língua portuguesa há um grande número de locuções ou frases feitas amplamente usadas; entre as opções abaixo, aquela que NÃO tem o seu sentido indicado de forma correta, mas o oposto, é:

  • A arrepiar caminho / afastar-se;
  • B ter as costas quentes / sentir-se protegido;
  • C ser fogo de palha / entusiasmo passageiro;
  • D andar num cortado / estar em dificuldades;
  • E pôr alguém nas nuvens / exaltar uma pessoa.
4

Observe o texto a seguir (texto 5).
O poder da música. A música tem um poder tal, que, após muitas lendas, ela certamente foi criada pelos próprios deuses. Os gregos da Antiguidade contavam que Orfeu tinha recebido o dom da música da mão dos deuses. Ele tocava tão bem a lira, que sua música podia encantar as árvores, as montanhas e as próprias feras. Enquanto tais mitos celebram as origens divinas do som, outros celebram seu poder criador. Assim, um canto polinésio conta que o mundo foi criado pelas canções do deus Taaroa. Outrora, associava-se à música os poderes mágicos que influenciavam a vida cotidiana. Existem ainda, para todas as épocas do calendário rural, cantos que homenageavam os pastores. Há também cantos mais utilitários como as canções de navegação que serviam para ritmar esforços dos marinheiros.” (Nathan, A música)
A opção abaixo em que um dos termos indicados – na ordem em que aparecem no texto – NÃO se refere ao tema da música, é:

  • A som / seu;
  • B A música / ela;
  • C música / a lira;
  • D música / mitos;
  • E canto / canções do deus Taaroa.
5

Todas as frases abaixo mostram um termo sublinhado, que é retomado no decorrer do texto; a opção em que essa retomada é identificada corretamente, é:

  • A Toninho vem de contar-nos uma história estranha. Essa história se passa no início do século passado. / retomada por meio de um mesmo nome com um determinante demonstrativo;
  • B Bruna mostra neste momento um grande entusiasmo por seu novo trabalho. Seu engajamento favorece, sem dúvida, seu progresso profissional na empresa. / retomada por meio de um termo genérico, acompanhado de um pronome possessivo;
  • C A neve começou a cair e algumas horas mais tarde tudo estava coberto. Um imenso tapete branco se estendia a perder de vista. / retomada por meio de um termo sintético, precedido de um indefinido;
  • D João acabou de comprar duas canetas, três lápis e um caderno pautado. Ele necessita desses artigos para o trabalho que está fazendo. / retomada por meio de um sinônimo, precedido de um demonstrativo;
  • E A escrita data de muitos séculos. Sabem vocês a que data se localiza o primeiro alfabeto? / retomada por meio de termo relacionado.
6

Observe o seguinte capítulo do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis:
“Pádua era empregado em repartição dependente do ministério da guerra. Não ganhava muito, mas a mulher gastava pouco, e a vida era barata. Demais, a casa em que morava, assobradada como a nossa, posto que menor, era propriedade dele. Comprou-a com a sorte grande que lhe saiu num meio bilhete de loteria, dez contos de réis. A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio, foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar vir da Europa alguns pássaros, etc.; mas a mulher, esta D. Fortunata que ali está à porta dos fundos da casa, em pé, falando à filha, alta, forte, cheia, como a filha, a mesma cabeça, os mesmos olhos claros, a mulher é que lhe disse que o melhor era comprar a casa, e guardar o que sobrasse para acudir às moléstias grandes. Pádua hesitou muito; afinal, teve de ceder aos conselhos de minha mãe, a quem D. Fortunata pediu auxílio. Nem foi só nessa ocasião que minha mãe lhes valeu; um dia chegou a salvar a vida do Pádua. Escutai; a anedota é curta.
O administrador da repartição em que Pádua trabalhava teve de ir ao Norte, em comissão. Pádua, ou por ordem regulamentar, ou por especial designação, ficou substituindo o administrador com os respectivos honorários. Esta mudança de fortuna trouxe-lhe certa vertigem; era antes dos dez contos. Não se contentou de reformar a roupa e a copa, atirou-se às despesas supérfluas, deu joias à mulher, nos dias de festa matava um leitão, era visto em teatros, chegou aos sapatos de verniz. Viveu assim vinte e dois meses na suposição de uma eterna interinidade”.
Sobre a esquematização do tempo nesse fragmento narrativo, é correto afirmar que:

  • A o texto mostra uma evolução cronológica contínua dos fatos narrados;
  • B ocorre no texto acima uma prolepse, ou seja, uma antecipação das ações futuras;
  • C parte do fragmento textual mostra uma pausa, ou seja, um momento em que a ação narrativa para;
  • D entre os fatos narrados no texto há uma elipse de tempo, quando se salta de um momento a outro na sequência;
  • E o fragmento mostra a esquematização básica dos textos narrativos: uma situação inicial, um elemento perturbador, os fatos ou acontecimentos e uma resolução final.
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Nas opções abaixo há a indicação de um tipo de texto, suas marcas essenciais e exemplos desses textos; a opção em que os exemplos de textos citados correspondem ao tipo inicialmente apontado, é:

  • A injuntivo – indicação de ordens ou conselhos / receitas;
  • B explicativo – fazer compreender algo / romance policial;
  • C argumentativo – defesa ou ataque a uma ideia / texto de horóscopo;
  • D descritivo – descrição de objetos distintos / publicidade de um produto;
  • E narrativo – relato de fatos em ordem cronológica / comentário jornalístico.
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Observe o texto a seguir (texto 4).
“Os visitantes falam alto e esquecem que eles estão num hospital apesar dos avisos em cartazes que lhes pedem respeito pelos pacientes. Além disso levam seus filhos para esse meio cheio de micróbios, ignorando que essas pobres crianças correm risco de graves contaminações. Às vezes eles trazem comida, acreditando estar fazendo um bem, e a dão aos doentes com risco de agravamento de seus casos.”
A respeito do texto, é correto afirmar que:

  • A trata-se de um texto publicitário, com a intenção de serem corrigidos alguns problemas nos hospitais;
  • B o autor do texto denuncia alguns comportamentos negativos, mas não especifica os males causados;
  • C o texto procura informar visitantes dos hospitais sobre os problemas causados por eles, apoiando-se em argumentos de opiniões;
  • D a escritura do texto não mostra qualquer intromissão do enunciador nos fatos indicados;
  • E no fundo, o texto critica fundamentalmente a má administração dos hospitais, pela falta de fiscalização e pela falta de informações nos cartazes espalhados pelos corredores.
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Texto 3


“De origem ainda incerta, o pão, base da alimentação da quase totalidade dos seres humanos, é conhecido desde o período Neolítico. Inicialmente, era feito de grãos de cereais triturados com pedras, amassado com água e colocado sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas para assar, o que resultava em um pão achatado, duro e seco”.

Observe a seguinte frase:


“Se as crianças se entretessem, a babá não teria intervindo para lhes auxiliar na brincadeira”.


Nessa frase, o(s) erro(s) existente(s) é(são):

  • A apenas na conjugação do verbo “intervir”;
  • B apenas na conjugação do verbo “entreter”;
  • C na conjugação do verbo “entreter” e na regência de “auxiliar”;
  • D na conjugação do verbo “entreter” e na colocação do pronome “lhes”;
  • E na conjugação dos verbos “entreter” e “intervir” e na regência do verbo “auxiliar”.
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Texto 3


“De origem ainda incerta, o pão, base da alimentação da quase totalidade dos seres humanos, é conhecido desde o período Neolítico. Inicialmente, era feito de grãos de cereais triturados com pedras, amassado com água e colocado sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas para assar, o que resultava em um pão achatado, duro e seco”.

“Inicialmente, era feito de grãos de cereais triturados com pedras, amassado com água e colocado sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas para assar, o que resultava em um pão achatado, duro e seco.”

O problema de escritura que ocorre nesse segmento do texto 3, é:

  • A uma possível ambiguidade;
  • B a ocorrência de um erro de ortografia;
  • C a presença de oralidade na língua escrita;
  • D o excesso de adjetivos, alguns dispensáveis;
  • E a existência de redundâncias desnecessárias.
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Texto 3


“De origem ainda incerta, o pão, base da alimentação da quase totalidade dos seres humanos, é conhecido desde o período Neolítico. Inicialmente, era feito de grãos de cereais triturados com pedras, amassado com água e colocado sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas para assar, o que resultava em um pão achatado, duro e seco”.

A função de linguagem predominante no texto 3 é:

  • A metalinguística, pois explica a origem do vocábulo “pão”;
  • B emotiva, pois mostra opiniões pessoais de quem escreve;
  • C poética, pois constrói o texto com preocupações estéticas;
  • D referencial, pois fornece dados reais sobre a história do pão;
  • E conativa, pois tenta convencer o leitor das informações dadas.
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Eis um famoso segmento do Sermão da Sexagésima, do Padre Antônio Vieira (texto 2):
“’Eis que o que semeia saiu a semear’. Diz Cristo, que saiu o pregador evangélico a semear a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus. Não só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit (saiu), porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. O mundo, aos que lavrais com ele, nem vos satisfaz o que dispendeis, nem vos paga o que andais. Deus não é assim. Para quem lavra com Deus até o sair é semear, porque também das passadas colhe fruto. Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos”.
A afirmação que está em acordo com o que é lido no fragmento acima, é:

  • A o pregador diz que “Deus não é assim” porque Deus consegue ver o que os homens não veem;
  • B todos os que semeiam a palavra divina receberão sua paga, pelo que fizeram e também pelo esforço empregado;
  • C ao designar o semeador como “o que semeia”, no texto evangélico, o autor prioriza o que é a pessoa, acima do que ela faz;
  • D o sermão faz uma comparação entre os pregadores que saem e os que ficam na pátria, mostrando a justiça de Deus ao julgá-los de forma idêntica;
  • E nas cinco primeiras linhas do texto, o orador faz uma interpretação do texto citado ao início, mostrando o valor lógico das palavras empregadas.
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Uma das tarefas mais complicadas na escritura é a seleção adequada de palavras utilizadas nos textos.
A opção abaixo em que a crítica indicada sobre o uso de palavras no texto dado NÃO é pertinente, é:

  • A “Um tema pelo qual estou interessado é o relacionado com os efeitos que provoca a droga a nível desportivo.” / utilização de termos desnecessários;
  • B “Em muitas partes do corpo como são as mãos, as orelhas e os pés, estão representados todos os órgãos e partes do corpo, como mostra a reflexologia.” / repetição de palavras idênticas;
  • C “O projeto governamental não foi aprovado no Senado, a despeito dos esforços dos partidos governistas, em função da grande pressão popular.” / utilização de conectores inadequados;
  • D “As coisas apresentadas na exposição tinham aspecto interessante, mas a ausência de público prejudicou o bom evento.” / emprego de palavras demasiadamente gerais ou de significado impreciso;
  • E “O aprofundamento dos debates paralelamente às novas contribuições trazidas pelos parlamentares pode dar solução ao problema das moradias.” / utilização de palavras abstratas em lugar das concretas e de vocábulos mais longos em lugar dos mais curtos.
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A linguagem que empregamos nos textos que produzimos pode ser do registro formal ou do registro informal, segundo o ambiente comunicativo.

A frase abaixo que se enquadra no registro informal, é:

  • A Segunda-feira, os pilotos darão a partida para mais uma etapa do campeonato;
  • B Repentinamente, o mau tempo se espalhou por quase todos os estados brasileiros;
  • C O candidato compreendeu as razões pelas quais ele não foi aprovado no concurso;
  • D A despeito das intensas investigações, a polícia não chegou a localizar as armas roubadas do arsenal;
  • E Por mais que a gente combata a corrupção, parece que esse mal sempre reaparece, tão arraigado está entre nós.
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Observe o texto jornalístico a seguir (texto 1).
“A operação saída para este longo final de semana, que começa com o dia de Nossa Senhora de Aparecida, e a coincidência com a festa de ontem à noite provocaram um grande colapso circulatório no Rio de Janeiro durante toda a tarde, de modo que as principais vias de saída da cidade não puderam suportar os mais de quinhentos mil automóveis que se previa que sairiam, e o caos durou até as primeiras horas da madrugada.”
Esse pequeno texto mostra um conjunto de problemas de escritura; o problema identificado abaixo que NÃO ocorre nesse texto, é:

  • A poderia haver uma separação de termos com o auxílio de pontos após “tarde” e “sairiam”;
  • B alguns adjetivos são supérfluos, como “grande”, já que nada acrescenta ao texto; 
  • C algumas expressões ou termos podem ser retirados sem prejuízo do texto, como “a coincidência com” e “da cidade”;
  • D trata-se de um período extremamente longo, que poderia ter esse problema reduzido com a substituição de termos ou eliminação de elementos inúteis;
  • E o texto mostra muitas orações subordinadas, como “que começa com o dia de Nossa Senhora de Aparecida” ou “que se previa que sairiam” que poderiam ser substituídas por termos de menor extensão.

Literatura

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Leia o texto a seguir:
ATO PRIMEIRO

Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com flores, cortinas etc., etc. No fundo, porta de saída, uma janela etc., etc.

CENA 1
AMBRÓSIO
(só, de calça preta e chambre) — No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo o homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. 
(PENA, Martins. O noviço. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.)

De acordo com as características estruturais do texto apresentado, pode-se afirmar que:

  • A Constitui a literatura de catequese, tipo de texto escrito cujo público-alvo era os indígenas. 
  • B Tem como principal finalidade apresentar as ações que ocorrerão em um contexto de encenação.
  • C Aproxima-se de gêneros textuais, tais como o romance e a novela em relação ao narrador como elemento textual.
  • D Apresenta uma estrutura que, ao ser adaptada para o teatro, passa a ser considerada pertencente ao gênero dramático. 
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“Uma das características mais marcantes do texto literário é a sua função _______________ por oposição à função _______________ do texto não-literário.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior. 
  • A utilitária / estética
  • B estética / utilitária
  • C poética / informativa
  • D denotativa / conotativa 
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A literatura brasileira é rica e diversificada, com uma longa tradição que abrange vários estilos, movimentos e períodos. Nesse sentido, é um dos maiores escritores brasileiros, e suas obras incluem “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Trata-se de:

  • A José de Alencar.
  • B Casimiro de Abreu.
  • C Machado de Assis.
  • D Carlos Drummond de Andrade.
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Machado de Assis, nosso brilhante romancista, publicou obras relacionadas a dois diferentes estilos de época, que foram:

  • A Romantismo / Realismo.
  • B Romantismo / Naturalismo.
  • C Realismo / Naturalismo.
  • D Realismo / Pré-Modernismo.
  • E Pré-Modernismo / Modernismo.
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Assinale o segmento que, por suas características linguísticas, pertence ao escritor Mário de Andrade.

  • A Que milagres de esperteza e de economia não realizou ele nessa construção! Servia de pedreiro, amassava e carregava barro, quebrava pedra; pedra, que o velhaco, fora de horas, junto com a amiga, furtava à pedreira do fundo, da mesma forma que subtraiam o material das casas em obra que havia por ali perto.
  • B HAMLET observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
  • C Nunca mais que o cabriolé de Seu Lula enchesse as estradas com a música de suas campainhas. A família do Santa Fé não ia mais à missa aos domingos. A princípio correra que era doença no velho. Depois inventaram que o carro não podia mais rodar, de podre que estava.
  • D Esta imensa campina, que se dilata por horizontes infindos, é o sertão de minha terra natal. Aí campeia o destemido vaqueiro cearense, que à unha de cavalo acossa o touro indômito no cerrado mais espesso, e o derriba pela cauda com admirável destreza.
  • E Foram. A margem estava traiçoeira e nem se achava bem o que era terra o que era rio entre as mamoranas copadas. Maanape e Jiguê procuravam enlameados até os dentes, degringolando juque! nos barreiros ocultos pela inundação.
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Sobre a obra de Graciliano Ramos, assinale a afirmativa correta.

  • A Tentou modificar a língua portuguesa literária, criando neologismos e ressuscitando arcaísmos de fundo regional.
  • B Como romancista, explorou os romances regionalista, os romances psicológicos e a narrativa de memórias.
  • C Procurou guiar sua produção literária na ordem cronológica de sua própria vida, incluindo em seus textos inúmeras referências autobiográficas.
  • D Modificou a língua literária brasileira, procurando restaurar a pureza do idioma lusitano do século anterior.
  • E Buscou preservar a memória nacional, incluindo em seus textos fatos de nossa vida cultural de origem africana.
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A segunda geração modernista introduziu em nossa literatura um tipo de romance, que se tornou conhecido sobretudo pelas obras de Clarice Lispector.


Esse novo romance é o: 

  • A romance de memórias.
  • B romance psicológico.
  • C romance de aventuras.
  • D romance regionalista.
  • E romance policial.
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O texto abaixo, retirado do romance O Cortiço, que exemplifica a ideologia naturalista na literatura brasileira, é:

  • A João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.
  • B Ele propôs-lhe morarem juntos e ela concordou de braços abertos, feliz em meter-se de novo com um português, porque, como toda a cafuza, Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua.
  • C João Romão comprou então, com as economias da amiga, alguns palmos de terreno ao lado esquerdo da venda, e levantou uma casinha de duas portas, dividida ao meio paralelamente à rua, sendo a parte da frente destinada à quitanda e a do fundo para um dormitório que se arranjou com os cacarecos de Bertoleza.
  • D Bertoleza representava agora ao lado de João Romão o papel tríplice de caixeiro, de criada e de amante. Mourejava a valer, mas de cara alegre; às quatro da madrugada estava já na faina de todos os dias, aviando o café para os fregueses e depois preparando o almoço para os trabalhadores de uma pedreira que havia para além de um grande capinzal aos fundos da venda.
  • E João Romão não saia nunca a passeio, nem ia à missa aos domingos; tudo que rendia a sua venda e mais a quitanda seguia direitinho para a caixa econômica e daí então para o banco. Tanto assim que, um ano depois da aquisição da crioula, indo em hasta pública algumas braças de terra situadas ao fundo da taverna, arrematou-as logo e tratou, sem perda de tempo, de construir três casinhas de porta e janela.
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Observe o seguinte segmento:


“Eu dizendo que a Mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava rezas da Bahia. Mandou todo o mundo sair. Eu fiquei. E a Mulher abanou brandamente a cabeça, consoante deu um suspiro simples. Ela me mal-entendia. Não me mostrou de propósito o corpo. Diadorim nu de tudo. E ela disse:  "A Deus dada. Pobrezinha..."

E disse. Eu conheci! Como em todo o tempo antes eu não contei ao senhor e mercê peço: mas para o senhor divulgar comigo, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também só soube... Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita... Estarreci. A dor não pode mais do que a surpresa. A coice d'arma, de coronha...”


Esse segmento permite que se identifique a obra de onde foi retirado, que é: 

  • A Grande Sertão: Veredas / Guimarães Rosa.
  • B Os Sertões / Euclides da Cunha.
  • C Vidas Secas / Graciliano Ramos.
  • D Fogo Morto / José Lins do Rego.
  • E Terras do Sem-Fim / Jorge Amado.
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Assinale a opção que indica romance que surgiu na época romântica, mas, por suas características, se filia preferencialmente ao realismo antecipado.

  • A “Inocência”, do Visconde de Taunay.
  • B “Senhora”, de José de Alencar.
  • C “Iaiá Garcia”, de Machado de Assis.
  • D “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida.
  • E “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães.
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Observe o seguinte texto e assinale a afirmação correta sobre ele:
            'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço             Brinca o luar — dourada borboleta;             E as vagas após ele correm... cansam             Como turba de infantes inquieta.             'Stamos em pleno mar... Do firmamento             Os astros saltam como espumas de ouro...             O mar em troca acende as ardentias, —             Constelações do líquido tesouro...             'Stamos em pleno mar... Dois infinitos             Ali se estreitam num abraço insano,             Azuis, dourados, plácidos, sublimes...             Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...             'Stamos em pleno mar... Abrindo as velas             Ao quente arfar das virações marinhas,             Veleiro brigue corre à flor dos mares,             Como roçam na vaga as andorinhas...

  • A A forma “Stamos” indica a forma antiga de conjugar o verbo “estar”.
  • B Há um paralelismo perfeito entre os primeiros versos de cada estrofe.
  • C A métrica perfeita, os versos decassílabos filiam esse fragmento poético ao Classicismo.
  • D Trata-se do fragmento inicial de um poema lírico, com a temática de amor pela natureza.
  • E Faz parte de um famoso poema abolicionista, expressão de uma poesia oratória.
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Observe o seguinte segmento poético, que retrata a morte da índia Lindoia:


                Leva nos braços a infeliz Lindóia

                O desgraçado irmão, que ao despertá-la

                Conhece, com que dor no frio rosto

                Os sinais do veneno, e vê ferido

                Pelo dente sutil o brando peito.

                Os olhos, em que o Amor reinava, um dia.

                Cheios de morte: e muda aquela língua.

                Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes

                Contou a larga história de seus males.


Esse famoso trecho pertence a um famoso poema épico do arcadismo brasileiro, que é: 

  • A “Caramuru”, de Santa Rita Durão.
  • B “Vila Rica”, de Cláudio Manoel da Costa.
  • C “A Confederação dos Tamoios”, de Gonçalves de Magalhães.
  • D “O Uraguai”, de Basílio da Gama.
  • E “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga
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Esse segmento de texto foi escrito em 1930 – o primeiro romance de Rachel de Queiroz.


“Encostado a uma jurema seca, defronte ao juazeiro que a foice dos cabras ia pouco a pouco mutilando. Vicente dirigia a distribuição de rama verde ao gado. Reses magras, com grandes ossos agudos furando o couro das ancas, devoravam confiadamente os rebentões que a ponta dos terçados espalhava pelo chão.

Era raro e alarmante, em março, ainda se tratar de gado. Vicente pensava seriamente no que seria de tanta rês, se de fato não viesse o inverno.

[....] O compadre já soube que a dona Maroca das Aroeiras deu ordem pra, se não chover até o dia de São José, abrir as porteiras do curral? E o pessoal dela que ganhe o mundo... Não tem mais serviço pra ninguém.”


Literariamente considerado, a afirmação adequada sobre ele é: 

  • A filia-se à segunda geração modernista por sua temática regionalista e de preocupação social.
  • B enquadra-se no regionalismo romântico, pela idealização da paisagem nordestina.
  • C indica um posicionamento linguístico de liberdade modernista diante das regras opressivas da norma culta.
  • D mostra uma visão puramente objetiva da realidade representada, aderindo a uma posição literária realista.
  • E demonstra a preocupação de registrar vocábulos e ações próprias da região nordestina, valorizando-a cultural e esteticamente.
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Leia o seguinte fragmento do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis:


“Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembroume reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Mata-cavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. Na principal destas, a pintura do teto e das paredes é mais ou menos igual, umas grinaldas de flores miúdas e grandes pássaros que as tomam nos bicos, de espaço a espaço. Nos quatro cantos do teto as figuras das estações, e ao centro das paredes os medalhões de César, Augusto, Nero e Massinissa, com os nomes por baixo... Não alcanço a razão de tais personagens. Quando fomos para a casa de Mata-cavalos, já ela estava assim decorada; vinha do decênio anterior. Naturalmente era gosto do tempo meter sabor clássico e figuras antigas em pinturas americanas. O mais é também análogo e parecido. Tenho chacarinha, flores, legume, uma casuarina, um poço e lavadouro. Uso louça velha e mobília velha. Enfim, agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é pacata, com a exterior, que é ruidosa.”


Grande parte desse fragmento é destinada à descrição da casa onde vive o narrador. Essa descrição tem função 

  • A estética, pois se destina a suscitar e emoção do leitor.
  • B simbólica, pois evoca emoções, estados de alma do personagem.
  • C documental, pois dá à narrativa uma dimensão pedagógica.
  • D referencial, pois situa o ambiente da ação.
  • E avaliadora, pois mostra a valorização dos objetos descritos.
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O conhecimento do contexto histórico é de fundamental importância para que a literatura seja compreendida de forma ampla. Assinale a afirmativa que caracteriza o período da literatura no Brasil pré-modernista. 
  • A Economia predominantemente dependente do trabalho escravo.
  • B Predominância do trabalho rural e escravocrata em uma cultura imperial.
  • C O Brasil era um país republicano, mas com muitas questões que envolviam problemas sociais, econômicos e políticos.
  • D Influência do Iluminismo, movimento cultural europeu que alterou as bases do pensamento humano nos séculos XVI e XVII.

Matemática

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Maria plantou 30 fileiras de árvores em seu jardim, e cada fileira tinha 12 árvores. O total de árvores que Maria plantou foi de: 
  • A 310
  • B 360
  • C 300
  • D 420
32
Um pacote de açúcar contém 1,2 kg. Se Joana precisa de 400 gramas de açúcar para fazer um bolo, após ela usar a quantidade necessária, o total de açúcar no pacote será de:
  • A 150 g
  • B 200 g
  • C 400 g
  • D 800 g
33
Uma barra de ferro de 20m (metros) de comprimento, será cortada em 40 partes iguais. Cada pedaço terá o comprimento de: 
  • A 30 cm
  • B 50 cm
  • C 20 cm
  • D 25 cm
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Um trem parte da estação A às 10:45 da manhã e chega à estação B às 15:30. O tempo que o trem levou para percorrer o trajeto é de: 
  • A 3h e 15 min
  • B 4h e 30 min
  • C 4h e 15 min
  • D 4 h e 45 min
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De acordo com a teoria econômico-financeira, um conceito importante a ser compreendido é o do valor do dinheiro no tempo. Em uma economia nacional hipotética na qual a inflação tenha sido nula nos últimos anos, e cuja projeção para os anos seguintes é a de manter-se nesse mesmo nível, o valor do dinheiro no tempo

  • A pode ser estimado, mas não tem sentido econômico.
  • B pode ser estimado e dependerá do custo de oportunidade.
  • C não pode ser estimado, mas tem sentido econômico.
  • D não pode ser estimado e não tem sentido econômico.
  • E não pode ser estimado, pois não há custo de oportunidade.