Resolver o Simulado Professor - Educação Básica - FAFIPA - Nível Superior

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Pedagogia

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Nas várias áreas do currículo escolar existem, implícita ou explicitamente, ensinamentos a respeito dos temas transversais, isto é, todos educam em relação a questões sociais por meio de suas concepções e dos valores que veiculam nos conteúdos, no que elegem com critério de avaliação, na metodologia de trabalho que adotam, nas situações didáticas que propõem aos alunos. Indo além do que se refere à organização dos conteúdos, o trabalho com a proposta da transversalidade se define em torno de quatro pontos. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um destes pontos:
  • A Os temas não constituem novas áreas, pressupondo um tratamento integrado nas diferentes áreas.
  • B A proposta da transversalidade traz necessidade de a escola refletir e atuar conscientemente na educação de valores e atitudes em todas as áreas, garantindo que a perspectiva político-social se expresse no direcionamento do trabalho pedagógico.
  • C Os temas transversais dividem aleatoriamente toda prática educativa que exceptua relações entre os alunos, entre os professores, entre os professores e alunos e entre alguns grupos específicos da comunidade escolar.
  • D A perspectiva transversal aponta uma transformação da prática pedagógica, pois rompe o confinamento da atuação dos professores as atividades pedagogicamente formalizadas e amplia a responsabilidade com a formação dos alunos.
  • E A inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda escolaridade, o que possibilitará um tratamento cada vez mais profundo das questões eleitas.
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De acordo com os PCNEM, a UNESCO propõe quatro saberes que funcionam como pilares da educação nas sociedades contemporâneas. São saberes cuja conquista ultrapassa a mera aquisição de informação, uma vez que abarcam a formação humana e social do indivíduo. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um destes saberes:
  • A Aprender a produzir.
  • B Aprender a conhecer.
  • C Aprender a fazer.
  • D Aprender a viver com os outros.
  • E Aprender a ser.
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Longe de ser instrumento de pressão e castigo, a avaliação deve mostrar-se útil para as partes envolvidas- professores, alunos e escola- contribuindo para análises das etapas vencidas, no sentido de alcançar objetivos previamente traçados. Para tanto, constitui-se num processo contínuo de diagnóstico da situação. Do ponto de vista do estudante, qual a utilidade da avaliação?
  • A Instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades.
  • B Mecanismo exclusivo para obtenção de nota para aprovação.
  • C Utensílio utilizado para equiparar os conteúdos das aulas.
  • D Dispositivo elaborado pelo professor para cumprir planejamento.
  • E Instrumento de comparação de evolução no decorrer das aulas.
4
De acordo com os PCNEM, a educação física é organizada em três eixos. Quais são os conceitos que são abordados no eixo “Contextualização Sociocultural”?
  • A Cultura; Análise e síntese; Linguagem corporal.
  • B Signo e símbolo; Globalização versus localização; Ginástica.
  • C Cultura; Globalização versus localização; Negociação de sentidos.
  • D Cultura; Interlocução, significação, dialogismo; Signo e símbolo.
  • E Análise e síntese; Correlação, identidade e integração; Negociação de sentidos.
5
Como podemos definir o processo de equilibração da teoria de Piaget?
  • A Mecanismo de organização de estruturas cognitivas, que visa levar o indivíduo de uma forma de adaptação à realidade, obrigando o indivíduo a resolver os conflitos cognitivos constantes.
  • B O equilíbrio é o norte que o organismo almeja e sempre conquista graças à acomodação cognitiva.
  • C O processo de equilibração é o ápice da aprendizagem cognitiva, haja visto que são poucos momentos que o indivíduo é colocado em situações de aprendizado.
  • D Mecanismo obtido após anos de interações com relação ao objeto e o seu próprio organismo.
  • E Processo de maturação do organismo através de ações intra pessoal.
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Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA das quatro fases do desenvolvimento da criança:
  • A Sensório-motor; pré-operatório; operatório formal e operatório concreto.
  • B Pré-operatório; sensório-motor; operatório formal e operatório concreto.
  • C Operatório formal; sensório-motor; pré-operatório e operatório concreto.
  • D Sensório-motor; pré-operatório; operatório concreto e operatório formal.
  • E Pré-operatório; operatório formal; operatório concreto e sensório-motor.
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A educação é um fenômeno social. Consequentemente, ela é parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada sociedade. Dessa forma, configura-se como um processo de mudança da sociedade, atrelada às relações sociais existentes na sociedade. Nesse sentido, assinale a alternativa INCORRETA:
  • A A prática educativa, e especialmente os objetivos e conteúdos do ensino e o trabalho docente, estão determinados por fins e exigências sociais, políticas e ideológicas.
  • B As finalidades e os meios da educação insubordinam-se à estrutura e dinâmica das relações entre as classes sociais, ou seja, são socialmente determinados.
  • C A prática educativa que ocorre em várias instâncias da sociedade é determinada por valores, normas e particularidades da estrutura social a que está subordinada.
  • D A estrutura social e as formas sociais pelas quais a sociedade se organiza são uma decorrência do fato de que, desde o início da sua existência, os homens vivem em grupos; sua vida está na dependência da vida de outros membros do grupo social, ou seja, a história humana, a história da sua vida e a história da sociedade se constituem e se desenvolvem na dinâmica das relações sociais.
  • E A organização da sociedade, a existência das classes sociais, o papel da educação estão implicados nas formas que as relações sociais vão assumindo pela ação prática concreta dos homens.
8
A prática educativa, a vida cotidiana, as relações professor e aluno, os objetivos da educação, o trabalho docente, nossa percepção do aluno estão carregados de significados sociais que se constituem na dinâmica das relações entre classes, entre raças, entre grupos religiosos, entre homens e mulheres, jovens e adultos. Nesse contexto, assinale a alternativa INCORRETA:
  • A Para quem lida com a educação, tendo em vista a formação humana dos indivíduos vivendo em contextos sociais determinados, é imprescindível que desenvolva a capacidade de descobrir as relações sociais reais implicadas em cada acontecimento, em cada situação real da sua vida e da sua profissão, em cada matéria que ensina como também nos discursos, nos meios de comunicação de massa, nas relações cotidianas na família e no trabalho.
  • B O campo específico de atuação profissional e política do professor é a escola, à qual cabem tarefas de assegurar aos alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo.
  • C Quanto mais se diversificam as formas de educação extraescolar e quanto mais à minoria dominante refina os meios de difusão da ideologia burguesa, tanto mais a educação escolar perde importância, principalmente para as classes trabalhadoras.
  • D A responsabilidade social da escola e dos professores é muito grande, pois cabe-lhes escolher qual concepção de vida e de sociedade deve ser trazida à consideração dos alunos e quais conteúdos e métodos lhes propiciam o domínio dos conhecimentos e a capacidade de raciocínio necessários à compreensão da realidade social e à atividade prática na profissão, na política, nos movimentos sociais.
  • E A escola cumpre objetivos e exigências da sociedade conforme interesses de grupos e classes sociais que a constituem, sendo que, o ensino cria condições metodológicas e organizativas para o processo de transmissão e assimilação de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades intelectuais e processos mentais dos alunos tendo em vista o entendimento crítico dos problemas sócias.
9
A formação profissional é um processo pedagógico, intencional e organizado, de preparação teórico-científica e técnica do professor para dirigir competentemente o processo de ensino. Nessa perspectiva, sobre a didática e a formação profissional do professor, assinale (C) para alternativa CORRETA e (I) para alternativa INCORRETA:

( ) O processo didático efetiva a mediação escolar de objetivos, conteúdos e métodos das matérias de ensino.
( ) A didática pode constituir-se em teoria da educação.
( ) A didática descreve e explica os nexos, relações e ligações entre ensino e a aprendizagem; investiga os fatores codeterminantes desses processos; indica princípios, condições e meios de direção do ensino, tendo em vista a aprendizagem, que são comuns ao ensino das diferentes disciplinas de conteúdos específicos.
( ) A didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA:
  • A C, I, C, C.
  • B C, C, I, C.
  • C C, C, C, C.
  • D C, C, C, I.
  • E I, I, C, C.
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O processo de ensino pode ser entendido como o conjunto de atividades organizadas, visando alcançar determinados resultados (domínio de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades cognitivas), tendo como ponto de partida o nível atual de conhecimentos, experiências e de desenvolvimento mental dos alunos. Consideremos algumas características desse processo:

I. O ensino é um processo, ou seja, caracteriza-se pelo desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação.
II. O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de domínio de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes, convicções e de desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos.
III. O ensino tem um caráter bilateral em virtude de que combina a atividade do professor (ensinar) com a atividade do aluno (aprender). O processo de ensino faz interagir dois momentos indissociáveis: a transmissão e a assimilação passiva de conhecimentos e habilidades.

Estão CORRETAS:
  • A Apenas I e II.
  • B Apenas III.
  • C Apenas II e III.
  • D Apenas I e III.
  • E Todas as assertivas.

Português

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Anvisa libera cultivo de cannabis para pesquisa científica pela 1ª vez

Universidade Federal do Rio Grande do Norte conquistou a autorização para importar, armazenar, germinar sementes e cultivar a planta em prol de estudos pré-clínicos


Na última quarta-feira (14), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conquistou algo inédito no Brasil: a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para cultivo controlado e processamento da planta cannabis para fins de pesquisa científica.

O órgão autorizou a UFRN a importar, armazenar e germinar sementes da planta, bem como cultivá-la em ambientes fechados.

O Instituto do Cérebro da UFRN conduzirá projetos de pesquisa pré-clínica (com animais) para avaliação da eficácia e segurança de combinações de fitocanabinpides, derivados de plantas como a cannabis. Existem mais de 145 deles, sendo alguns mais conhecidos, como CBD (canabidiol), CBN (canabinol), CBG (cannabigerol) e o THC (tetrahidrocanabinol).

Os estudos focarão no manejo de sinais e sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. "Trataremos aqui de ciência, mais especificamente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Não estamos falando de importação de conhecimento, mas sim de sua geração, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento nacionais", diz o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, em comunicado.

As moléculas dos fitocanabinoides têm o poder de modular a bioquímica e a excitabilidade de diversos tipos celulares, especialmente no sistema nervoso. Estudos clínicos já demonstraram segurança e eficácia do canabidiol, por exemplo, no controle de crises epilépticas.

Texto adaptado de: https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia/2022/12/anvisa-libera-cultivo-de-can nabis-para-pesquisa-cientifica-pela-1a-vez.ghtml. Acesso em dez. 2022.

Analise as afirmativas sobre o texto:


I.Considerando as características linguístico-textuais, estruturais e discursivas presentes no texto, pode-se afirmar que a tipologia textual predominante é a narrativa, pela forma linear de contar os acontecimentos no que se refere à planta cannabis.


II.De acordo com o texto, a liberação do cultivo da planta cannabis indica um avanço nos estudos científicos, considerando o ineditismo na ação da Anvisa.


III.No último parágrafo do texto, é possível inferir que embora a liberação da Anvisa tenha sido um grande feito para a ciência, os estudos são limitados quanto aos benefícios do uso de medicamentos oriundos da cannabis.


Está CORRETO o que se afirma em:

  • A I, apenas
  • B II e III, apenas.
  • C II, apenas.
  • D I, II e III.
  • E I e III, apenas.
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Anvisa libera cultivo de cannabis para pesquisa científica pela 1ª vez

Universidade Federal do Rio Grande do Norte conquistou a autorização para importar, armazenar, germinar sementes e cultivar a planta em prol de estudos pré-clínicos


Na última quarta-feira (14), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conquistou algo inédito no Brasil: a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para cultivo controlado e processamento da planta cannabis para fins de pesquisa científica.

O órgão autorizou a UFRN a importar, armazenar e germinar sementes da planta, bem como cultivá-la em ambientes fechados.

O Instituto do Cérebro da UFRN conduzirá projetos de pesquisa pré-clínica (com animais) para avaliação da eficácia e segurança de combinações de fitocanabinpides, derivados de plantas como a cannabis. Existem mais de 145 deles, sendo alguns mais conhecidos, como CBD (canabidiol), CBN (canabinol), CBG (cannabigerol) e o THC (tetrahidrocanabinol).

Os estudos focarão no manejo de sinais e sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. "Trataremos aqui de ciência, mais especificamente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Não estamos falando de importação de conhecimento, mas sim de sua geração, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento nacionais", diz o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, em comunicado.

As moléculas dos fitocanabinoides têm o poder de modular a bioquímica e a excitabilidade de diversos tipos celulares, especialmente no sistema nervoso. Estudos clínicos já demonstraram segurança e eficácia do canabidiol, por exemplo, no controle de crises epilépticas.

Texto adaptado de: https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia/2022/12/anvisa-libera-cultivo-de-can nabis-para-pesquisa-cientifica-pela-1a-vez.ghtml. Acesso em dez. 2022.
"O órgão autorizou a UFRN a importar, armazenar e germinar sementes da planta, bem como cultivá- la em ambientes fechados." O termo em destaque se refere: 
  • A À pesquisa.
  • B Ao órgão.
  • C Às sementes.
  • D Aos ambientes.
  • E À planta.
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Anvisa libera cultivo de cannabis para pesquisa científica pela 1ª vez

Universidade Federal do Rio Grande do Norte conquistou a autorização para importar, armazenar, germinar sementes e cultivar a planta em prol de estudos pré-clínicos


Na última quarta-feira (14), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conquistou algo inédito no Brasil: a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para cultivo controlado e processamento da planta cannabis para fins de pesquisa científica.

O órgão autorizou a UFRN a importar, armazenar e germinar sementes da planta, bem como cultivá-la em ambientes fechados.

O Instituto do Cérebro da UFRN conduzirá projetos de pesquisa pré-clínica (com animais) para avaliação da eficácia e segurança de combinações de fitocanabinpides, derivados de plantas como a cannabis. Existem mais de 145 deles, sendo alguns mais conhecidos, como CBD (canabidiol), CBN (canabinol), CBG (cannabigerol) e o THC (tetrahidrocanabinol).

Os estudos focarão no manejo de sinais e sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. "Trataremos aqui de ciência, mais especificamente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Não estamos falando de importação de conhecimento, mas sim de sua geração, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento nacionais", diz o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, em comunicado.

As moléculas dos fitocanabinoides têm o poder de modular a bioquímica e a excitabilidade de diversos tipos celulares, especialmente no sistema nervoso. Estudos clínicos já demonstraram segurança e eficácia do canabidiol, por exemplo, no controle de crises epilépticas.

Texto adaptado de: https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia/2022/12/anvisa-libera-cultivo-de-can nabis-para-pesquisa-cientifica-pela-1a-vez.ghtml. Acesso em dez. 2022.
"As moléculas dos fitocanabinoides têm o poder de modular a bioquímica e a excitabilidade de diversos tipos celulares..." 
Assinale a alternativa em que o verbo foi empregado CORRETAMENTE, com a mesma função que foi empregado no texto:
  • A O técnico e o jogador têm uma boa estratégia para o próximo jogo.
  • B Têm gente que não sabe o que diz.
  • C O atendente do hotel têm feito muito esforço para agradar os hóspedes.
  • D Minha cidade têm o melhor açaí da região.
  • E Você têm que fazer sua matrícula ainda hoje!
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Leias as duas frases e analise as assertivas a seguir:
1.Meu primo da Austrália chegou. 2.Meu primo chegou da Austrália.
I.Na primeira oração há uma locução associada ao verbo "chegou", que indica o lugar onde o primo estava.
II.Na segunda oração há um adjunto adverbial associado ao verbo, e na primeira oração há um adjunto adnominal associado a um substantivo.
III.A posição das palavras nas duas orações não gerou alteração semântica dos termos.
IV.A posição das palavras nas duas orações gerou alteração sintática dos termos.

Está CORRETO o que se afirma em: 
  • A I e IV, apenas.
  • B III, apenas.
  • C II e IV, apenas.
  • D II e III, apenas.
  • E I, III e IV, apenas.
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Leia as orações a seguir:
I.Celina, a cantora, é minha melhor amiga. II.Celina, a cantora é minha melhora amiga.
Assinale a alternativa CORRETA: 
  • A Em II, a vírgula isola um aposto.
  • B Nas duas orações, a mudança da pontuação implicou em um sentido ambíguo.
  • C Em I, as vírgulas foram empregadas de forma incorreta, pois não se separam termos explicativos.
  • D Em I, os termos isolados pela vírgula desempenham a função de sujeito.
  • E Em II, o termo que antecede a vírgula desempenha a função de vocativo.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





No poema "Com licença poética" no trecho "Mas o que sinto escrevo.", a conjunção "Mas", no texto, tem o sentido de:
  • A Adversativa.
  • B Alternativa.
  • C Explicativa.
  • D Aditiva.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





"Meu Deus, por que me abandonaste", nesse trecho o termo que inicia a oração é um:
  • A Sujeito.
  • B Vocativo.
  • C Aposto.
  • D Pronome de tratamento.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


A partir da leitura do texto e de sua classificação no que diz respeito ao gênero e à tipologia textual, assinale a alterativa CORRETA:
  • A É uma notícia que retrata a morte de Celso Furtado, relatando fatos e situações que levaram a ser pouco ou nada reconhecido no Brasil.
  • B É um texto jornalísticos que traz informações sobre a vida e a obra de um pensador e economista brasileiro reconhecido mundialmente.
  • C É um texto narrativo que conta a vida de Celso Furtado, um pensador economista brasileiro com trabalhos reconhecidos por todo o mundo.
  • D É um texto injuntivo que demonstra como deveria ser feita a organização econômica brasileira, tendo como base o pensamento de Celso Furtado.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


A respeito do tema do texto sobre o economista Celso Furtado, assinale a alternativa CORRETA:
  • A A desvalorização do Brasil nos dias de hoje, por causa de uma economia de terceiro mundo baseada numa história de desigualdade.
  • B A relação internacional desigual que o Brasil tem com a França ao longo da história, principalmente durante a pandemia do coronavírus.
  • C A relevância dos estudos de Furtado para resolver a crise do Brasil em relação à pandemia do coronavírus.
  • D A importância do economista e pensador Celso Furtado para a compreensão da economia no Brasil e no mundo.
20

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


De acordo com o texto, leia atentamente a sentença: "Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos", assinale a alternativa que melhor explica a relação entre a palavra "Consagradora" e as demais palavras da sentença.
  • A A palavra "Consagradora" está concordando com "Sorbonne" e exerce a função de objeto direto.
  • B A palavra "Consagradora" está sendo conjugada por "Sorbonne" e atua como sujeito da oração.
  • C A palavra "Consagradora" é objeto direto do verbo "duraria" e adjunto adnominal de "20 anos" com "passagem" e atua como adjunto adnominal.
  • D A palavra "Consagradora" está concordando com "passagem" e exerce a função de adjunto adnominal.

Conhecimentos Gerais

21
A ampliação da proteção social dos idosos e dos trabalhadores ativos tem sido uma das principais metas da condução das políticas públicas na área da Seguridade Social no Brasil, nos últimos anos. A geração de mais e melhores empregos, em especial, de postos de trabalho com proteção social, reflete, em parte, o melhor desempenho da economia em termos de crescimento econômico sustentado, mas, também, é resultado de um conjunto de políticas de desenvolvimento econômico e social que vem sendo implementado nos últimos anos. A cobertura previdenciária, tanto dos trabalhadores economicamente ativos quanto dos idosos inativos, é de fundamental importância para garantir proteção aos trabalhadores e seus dependentes. Especificamente no campo da Previdência Social, foram tomadas várias medidas visando estimular o aumento da cobertura dos trabalhadores como: a instituição do Plano Simplificado de Previdência Social e do microempreendedor individual (MEI); o desconto da contribuição patronal dos empregadores domésticos na declaração de Imposto de Renda, dentre outros. Para ser registrado como Microempreendedor Individual, a área de atuação do profissional precisa estar na lista oficial da categoria, já que o MEI foi criado com o objetivo de:
  • A Regularizar o direito a auxílio-maternidade.
  • B Renegociar e obter preços e condições nas compras de mercadorias para revenda.
  • C Registrar vários empregados terceirizados.
  • D Regularizar a situação de profissionais informais.
  • E Desonerar a folha de pagamento de pequenas e médias empresas.
22
Os desastres humanos são aqueles gerados pelas ações ou omissões humanas, como acidentes de trânsito, incêndios industriais, contaminação de rios, entre outros. Os desastres naturais são causados pelo impacto de um fenômeno natural de grande intensidade sobre uma área ou região povoada, podendo ou não ser agravado pelas atividades antrópicas. Na natureza ocorrem diversos tipos de fenômenos que fazem parte da geodinâmica terrestre, responsáveis pela estruturação da paisagem. Mas, se ocorrerem ou se deslocarem sobre um sistema social, gera uma situação potencial de perigo a pessoas e bens. Caso haja o impacto, só será considerado como desastre quando: 
  • A O fenômeno seguir sua trajetória por áreas não ocupadas.
  • B Ocorrem surtos intensificados de doenças transmissíveis.
  • C Os danos e prejuízos foram extensivos e de difícil superação pelas comunidades afetadas.
  • D Dependem exclusivamente da intervenção do homem.
  • E Não há perdas de vidas humanas e bens materiais.
23
O sono possui extrema importância para a saúde, tal como respirar, se alimentar, beber água. Sabe-se que ele permite a restauração física de todo o corpo, particularmente do cérebro, ajudando a consolidar memórias e processos de informação. Quando dormimos, nosso cérebro não está apenas fortalecendo nossas memórias, mas também as está organizando, selecionando os detalhes emocionais e possibilitando que sejamos criativos. É o sono que nos permite funcionar de maneira efetiva durante o dia. Devido a toda esta importância, pode-se concluir que os problemas do sono: 
  • A Estão diretamente ligados a bolsa de valores de Nova York.
  • B Não influenciam no desenvolvimento das atividades diárias.
  • C Afetam todo o nosso funcionamento - físico, mental e emocional.
  • D Não tem nenhuma relação com o aumento dos sintomas de depressão, ansiedade ou stress.
  • E Beneficiam na disposição diária e na produtividade individual e coletiva.
24
Principal ferramenta de fomento à Cultura do Brasil, a Lei de Incentivo à Cultura contribui para que milhares de projetos culturais aconteçam, todos os anos, em todas as regiões do país. Por meio dela, empresas e pessoas físicas podem patrocinar espetáculos - exposições, shows, livros, museus, galerias e várias outras formas de expressão cultural - e abater o valor total ou parcial do apoio do Imposto de Renda. A Lei também contribui para ampliar o acesso dos cidadãos à Cultura, já que os projetos patrocinados são obrigados a oferecer uma contrapartida social, ou seja, eles têm que distribuir parte dos ingressos gratuitamente e promover ações de formação e capacitação junto às comunidades. Esta Lei também é conhecida como:
  • A Lei Cultura do Brasil.
  • B Lei Cultural.
  • C Lei da Arte e Cultura.
  • D Lei Aurea.
  • E Lei Rouanet.
25
Embora saibamos que a língua é um sistema padronizado regido por um conjunto normativo chamado gramática, que ordena a linguagem verbal, é preciso ter em mente que toda e qualquer língua não se apresenta uniforme. Isso ocorre não só em diversos países que a utilizam, mas também o próprio território brasileiro. A título de exemplo, pode ser citado no Brasil, como no interior de São Paulo, regiões do Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, um falar típico, mas que não perde sua configuração. A esse sistema chamamos:
  • A Vício de linguagem localizada.
  • B Dialeto.
  • C Poliglota na própria língua.
  • D Expectativa de aprendizagem localizada.
  • E Modalidade de uso.

Matemática

26
Durante uma atividade com um grupo de seis funcionários, o palestrante mandou que fossem formados pares. Assinale a alternativa que indica a quantidade de pares diferentes que são possíveis de formar nesta situação. 
  • A 15.
  • B 12.
  • C 24.
  • D 30.
  • E 18.
27
Para encher uma piscina de 1000 litros, uma torneira, em vazão constante, demora quatro horas. Determine quantas torneiras, com a mesma vazão da primeira, serão necessárias para encher a mesma piscina em trinta minutos.
  • A 4.
  • B 6.
  • C 12.
  • D 10.
  • E 8.
28
Assinale a alternativa que indica CORRETAMENTE qual expoente foi aplicado à base 4 para que a potência seja igual a 4096.
  • A 7.
  • B 5.
  • C 9.
  • D 6.
  • E 8.
29
Determine a soma dos cinco primeiros termos de uma Progressão Geométrica iniciada em 3 e com razão igual a 4. 
  • A 1372.
  • B 343.
  • C 1023.
  • D 1024.
  • E 81.
30
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor de 20% de 40% da metade de 1800.
  • A 1080.
  • B 1200.
  • C 144.
  • D 72.
  • E 540.