Resolver o Simulado Professor - Educação Infantil - FAFIPA - Nível Superior

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Pedagogia

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Nas várias áreas do currículo escolar existem, implícita ou explicitamente, ensinamentos a respeito dos temas transversais, isto é, todos educam em relação a questões sociais por meio de suas concepções e dos valores que veiculam nos conteúdos, no que elegem com critério de avaliação, na metodologia de trabalho que adotam, nas situações didáticas que propõem aos alunos. Indo além do que se refere à organização dos conteúdos, o trabalho com a proposta da transversalidade se define em torno de quatro pontos. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um destes pontos:
  • A Os temas não constituem novas áreas, pressupondo um tratamento integrado nas diferentes áreas.
  • B A proposta da transversalidade traz necessidade de a escola refletir e atuar conscientemente na educação de valores e atitudes em todas as áreas, garantindo que a perspectiva político-social se expresse no direcionamento do trabalho pedagógico.
  • C Os temas transversais dividem aleatoriamente toda prática educativa que exceptua relações entre os alunos, entre os professores, entre os professores e alunos e entre alguns grupos específicos da comunidade escolar.
  • D A perspectiva transversal aponta uma transformação da prática pedagógica, pois rompe o confinamento da atuação dos professores as atividades pedagogicamente formalizadas e amplia a responsabilidade com a formação dos alunos.
  • E A inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda escolaridade, o que possibilitará um tratamento cada vez mais profundo das questões eleitas.
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De acordo com os PCNEM, a UNESCO propõe quatro saberes que funcionam como pilares da educação nas sociedades contemporâneas. São saberes cuja conquista ultrapassa a mera aquisição de informação, uma vez que abarcam a formação humana e social do indivíduo. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um destes saberes:
  • A Aprender a produzir.
  • B Aprender a conhecer.
  • C Aprender a fazer.
  • D Aprender a viver com os outros.
  • E Aprender a ser.
3
Longe de ser instrumento de pressão e castigo, a avaliação deve mostrar-se útil para as partes envolvidas- professores, alunos e escola- contribuindo para análises das etapas vencidas, no sentido de alcançar objetivos previamente traçados. Para tanto, constitui-se num processo contínuo de diagnóstico da situação. Do ponto de vista do estudante, qual a utilidade da avaliação?
  • A Instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades.
  • B Mecanismo exclusivo para obtenção de nota para aprovação.
  • C Utensílio utilizado para equiparar os conteúdos das aulas.
  • D Dispositivo elaborado pelo professor para cumprir planejamento.
  • E Instrumento de comparação de evolução no decorrer das aulas.
4
De acordo com os PCNEM, a educação física é organizada em três eixos. Quais são os conceitos que são abordados no eixo “Contextualização Sociocultural”?
  • A Cultura; Análise e síntese; Linguagem corporal.
  • B Signo e símbolo; Globalização versus localização; Ginástica.
  • C Cultura; Globalização versus localização; Negociação de sentidos.
  • D Cultura; Interlocução, significação, dialogismo; Signo e símbolo.
  • E Análise e síntese; Correlação, identidade e integração; Negociação de sentidos.
5
Como podemos definir o processo de equilibração da teoria de Piaget?
  • A Mecanismo de organização de estruturas cognitivas, que visa levar o indivíduo de uma forma de adaptação à realidade, obrigando o indivíduo a resolver os conflitos cognitivos constantes.
  • B O equilíbrio é o norte que o organismo almeja e sempre conquista graças à acomodação cognitiva.
  • C O processo de equilibração é o ápice da aprendizagem cognitiva, haja visto que são poucos momentos que o indivíduo é colocado em situações de aprendizado.
  • D Mecanismo obtido após anos de interações com relação ao objeto e o seu próprio organismo.
  • E Processo de maturação do organismo através de ações intra pessoal.
6
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA das quatro fases do desenvolvimento da criança:
  • A Sensório-motor; pré-operatório; operatório formal e operatório concreto.
  • B Pré-operatório; sensório-motor; operatório formal e operatório concreto.
  • C Operatório formal; sensório-motor; pré-operatório e operatório concreto.
  • D Sensório-motor; pré-operatório; operatório concreto e operatório formal.
  • E Pré-operatório; operatório formal; operatório concreto e sensório-motor.
7
A educação é um fenômeno social. Consequentemente, ela é parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada sociedade. Dessa forma, configura-se como um processo de mudança da sociedade, atrelada às relações sociais existentes na sociedade. Nesse sentido, assinale a alternativa INCORRETA:
  • A A prática educativa, e especialmente os objetivos e conteúdos do ensino e o trabalho docente, estão determinados por fins e exigências sociais, políticas e ideológicas.
  • B As finalidades e os meios da educação insubordinam-se à estrutura e dinâmica das relações entre as classes sociais, ou seja, são socialmente determinados.
  • C A prática educativa que ocorre em várias instâncias da sociedade é determinada por valores, normas e particularidades da estrutura social a que está subordinada.
  • D A estrutura social e as formas sociais pelas quais a sociedade se organiza são uma decorrência do fato de que, desde o início da sua existência, os homens vivem em grupos; sua vida está na dependência da vida de outros membros do grupo social, ou seja, a história humana, a história da sua vida e a história da sociedade se constituem e se desenvolvem na dinâmica das relações sociais.
  • E A organização da sociedade, a existência das classes sociais, o papel da educação estão implicados nas formas que as relações sociais vão assumindo pela ação prática concreta dos homens.
8
A prática educativa, a vida cotidiana, as relações professor e aluno, os objetivos da educação, o trabalho docente, nossa percepção do aluno estão carregados de significados sociais que se constituem na dinâmica das relações entre classes, entre raças, entre grupos religiosos, entre homens e mulheres, jovens e adultos. Nesse contexto, assinale a alternativa INCORRETA:
  • A Para quem lida com a educação, tendo em vista a formação humana dos indivíduos vivendo em contextos sociais determinados, é imprescindível que desenvolva a capacidade de descobrir as relações sociais reais implicadas em cada acontecimento, em cada situação real da sua vida e da sua profissão, em cada matéria que ensina como também nos discursos, nos meios de comunicação de massa, nas relações cotidianas na família e no trabalho.
  • B O campo específico de atuação profissional e política do professor é a escola, à qual cabem tarefas de assegurar aos alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo.
  • C Quanto mais se diversificam as formas de educação extraescolar e quanto mais à minoria dominante refina os meios de difusão da ideologia burguesa, tanto mais a educação escolar perde importância, principalmente para as classes trabalhadoras.
  • D A responsabilidade social da escola e dos professores é muito grande, pois cabe-lhes escolher qual concepção de vida e de sociedade deve ser trazida à consideração dos alunos e quais conteúdos e métodos lhes propiciam o domínio dos conhecimentos e a capacidade de raciocínio necessários à compreensão da realidade social e à atividade prática na profissão, na política, nos movimentos sociais.
  • E A escola cumpre objetivos e exigências da sociedade conforme interesses de grupos e classes sociais que a constituem, sendo que, o ensino cria condições metodológicas e organizativas para o processo de transmissão e assimilação de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades intelectuais e processos mentais dos alunos tendo em vista o entendimento crítico dos problemas sócias.
9
A formação profissional é um processo pedagógico, intencional e organizado, de preparação teórico-científica e técnica do professor para dirigir competentemente o processo de ensino. Nessa perspectiva, sobre a didática e a formação profissional do professor, assinale (C) para alternativa CORRETA e (I) para alternativa INCORRETA:

( ) O processo didático efetiva a mediação escolar de objetivos, conteúdos e métodos das matérias de ensino.
( ) A didática pode constituir-se em teoria da educação.
( ) A didática descreve e explica os nexos, relações e ligações entre ensino e a aprendizagem; investiga os fatores codeterminantes desses processos; indica princípios, condições e meios de direção do ensino, tendo em vista a aprendizagem, que são comuns ao ensino das diferentes disciplinas de conteúdos específicos.
( ) A didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA:
  • A C, I, C, C.
  • B C, C, I, C.
  • C C, C, C, C.
  • D C, C, C, I.
  • E I, I, C, C.
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O processo de ensino pode ser entendido como o conjunto de atividades organizadas, visando alcançar determinados resultados (domínio de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades cognitivas), tendo como ponto de partida o nível atual de conhecimentos, experiências e de desenvolvimento mental dos alunos. Consideremos algumas características desse processo:

I. O ensino é um processo, ou seja, caracteriza-se pelo desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação.
II. O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de domínio de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes, convicções e de desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos.
III. O ensino tem um caráter bilateral em virtude de que combina a atividade do professor (ensinar) com a atividade do aluno (aprender). O processo de ensino faz interagir dois momentos indissociáveis: a transmissão e a assimilação passiva de conhecimentos e habilidades.

Estão CORRETAS:
  • A Apenas I e II.
  • B Apenas III.
  • C Apenas II e III.
  • D Apenas I e III.
  • E Todas as assertivas.
11
A aprendizagem escolar é um processo de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e orientados no processo de ensino. Os resultados da aprendizagem se manifestam em modificações na atividade externa e interna do sujeito, nas suas relações com o ambiente físico e social. Isto significa que podemos aprender:

I. Conhecimentos sistematizados. II. Habilidades e hábitos intelectuais e sensorimotores. III. Atitudes e valores.

Estão CORRETAS:
  • A Apenas I e II.
  • B Apenas III.
  • C Apenas II e III.
  • D Apenas I e III.
  • E Todas as assertivas.
12
O trabalho docente constitui o exercício profissional do professor e este é o seu primeiro compromisso com a sociedade, assumindo assim, um compromisso social e ético. Nesse contexto, a profissão docente:
  • A Prepara os alunos para se tornarem cidadãos passivos e diferentes na família, no trabalho, na vida cultural e política.
  • B Exerce uma atividade fundamentalmente antissocial, haja vista que, contribui para a formação cultural e cientifica do povo, tarefa dispensável para outras conquistas democráticas.
  • C Realiza a continuidade entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação antissocial na sociedade, papel que cumpre provendo as condições e os meios que desabona o encontro do aluno com as matérias de estudo.
  • D É exercida no âmbito da vida social e política.
  • E É um ato simplório porque se realiza no contexto das relações individuais, no qual não manifestam os interesses das classes sociais.
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O planejamento é um instrumento de ação educativa, sendo um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. Existem três modalidades de planejamento no ambiente escolar articuladas entre si, sendo elas:

I. Plano da escola: é um documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações da escola com o sistema escolar mais amplo, e, de outro, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos.
II. Plano de ensino: é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto de aulas e tem um caráter bastante específico.
III. Plano de aulas: é a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou semestre. Este é um documento mais elaborado, divido por unidades sequenciais, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.

Estão CORRETAS:
  • A Apenas I e III.
  • B Apenas I.
  • C Apenas II e III.
  • D Apenas III.
  • E Todas as assertivas.
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O trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, em cujo centro está a aprendizagem ou o estudo dos alunos sob a direção do professor. Nessa atividade, o planejamento se faz presente. Contudo, no ambiente escolar, para que o planejamento seja efetivamente instrumento para ação, deve ser como um guia de orientação e deve apresentar:
  • A Ordem paralela, facciosismo, incoerência, cisma.
  • B Ordem cronológica, arbitrariedade, divergência, rispidez.
  • C Ordem sequencial, objetividade, coerência, flexibilidade.
  • D Ordem randômica, parcialidade, inconformidade, sutiliza.
  • E Ordem serial, subjetividade, contraste, obstinação.
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A respeito da História da educação, assinale (C) para afirmativa Correta e (I) para afirmativa Incorreta e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
( ) É importante estudar a educação sempre no contexto histórico geral, para se observar a concomitância entre as suas crises e as do sistema social. ( ) Ao estudar a história da educação, entendese que as questões da educação são engendradas nas relações que os homens estabelecem ao produzir sua existência. ( ) Por meio da história da educação, é possível entender que a educação é um fenômeno neutro, é não sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política. ( ) A História da Educação fornece aos educadores um conhecimento do passado coletivo da profissão, que serve para formar a sua cultura profissional. Possuir um conhecimento histórico não implica ter uma ação mais eficaz, mas estimula uma atitude crítica e reflexiva.
  • A I, I, C, I.
  • B C, I, C, I.
  • C C, C, I, C.
  • D I, C, I, C.
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O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos. A respeito do PNE, é CORRETO afirmar que:
  • A O Plano Nacional de Educação (PNE) é um projeto de responsabilidade exclusiva dos municípios.
  • B O Plano Nacional de Educação (PNE) é um planejamento de longo prazo, que visa a desequilibrar as ações educacionais, exigindo improbidade e alienação de todas as partes.
  • C O Plano Nacional de Educação (PNE), por ter vigência igual a onze anos, sobrepõe-se às gestões e aos mandatos, devendo-se manter passivo, apesar da conservação da condução político-partidária.
  • D O Plano Nacional de Educação (PNE) envolve ações compartilhadas entre a União, os Estados e os Municípios, com a finalidade de melhorar consideravelmente a qualidade da educação no Brasil.
17
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º 9.394, de 1996, e suas alterações na Lei n.º 12.796, de 2013, determina uma educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, organizada da seguinte forma:
  • A Pré-escola, ensino fundamental e ensino médio.
  • B Pré-escola, ensino fundamental e ensino superior.
  • C Educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior.
  • D Educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio.
18
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º 9.394, de 1996, e suas alterações na Lei n.º 12.796, de 2013, é descrito o dever do Estado com a educação escolar pública. Sobre esse encaminhamento, assinale (C) para afirmativa Correta e (I) para afirmativa Incorreta e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

( ) Educação infantil gratuita às crianças de até sete anos de idade.

( ) Ensino fundamental, facultativo e cobrado, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria.

( ) Acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio somente para os que concluírem na idade própria.

( ) Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, na rede regular particular.

( ) Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
  • A C, C, C, I, C.
  • B I, I, I, I, C.
  • C I, C, I, C, I.
  • D C, I, I, C, I.
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O Projeto Político-pedagógico da escola retrata a sua identidade, que deve ser construída a partir de um processo dialógico, incluindo a participação de todos. Sobre o Projeto Político-pedagógico, é CORRETO afirmar que:
  • A O Projeto Político-pedagógico visa simplesmente a proporcionar um rearranjo formal na escola.
  • B O Projeto Político-pedagógico busca organizar o trabalho pedagógico da escola de forma fragmentada.
  • C O Projeto Político-pedagógico é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola.
  • D O Projeto Político-pedagógico é marcado pela dissociação do político e do pedagógico, já que trata de uma relação oposta no ambiente escolar.
20
A relação entre a didática e a prática de ensino decorre do fato de a didática:
  • A Ser um estudo sistemático da educação.
  • B Refletir as doutrinas e os sistemas de educação.
  • C Investigar os fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino.
  • D Investigar a natureza das finalidades da educação em uma determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista prepará-los para as tarefas da vida social.

Português

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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





No poema "Com licença poética" no trecho "Mas o que sinto escrevo.", a conjunção "Mas", no texto, tem o sentido de:
  • A Adversativa.
  • B Alternativa.
  • C Explicativa.
  • D Aditiva.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





"Meu Deus, por que me abandonaste", nesse trecho o termo que inicia a oração é um:
  • A Sujeito.
  • B Vocativo.
  • C Aposto.
  • D Pronome de tratamento.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


A partir da leitura do texto e de sua classificação no que diz respeito ao gênero e à tipologia textual, assinale a alterativa CORRETA:
  • A É uma notícia que retrata a morte de Celso Furtado, relatando fatos e situações que levaram a ser pouco ou nada reconhecido no Brasil.
  • B É um texto jornalísticos que traz informações sobre a vida e a obra de um pensador e economista brasileiro reconhecido mundialmente.
  • C É um texto narrativo que conta a vida de Celso Furtado, um pensador economista brasileiro com trabalhos reconhecidos por todo o mundo.
  • D É um texto injuntivo que demonstra como deveria ser feita a organização econômica brasileira, tendo como base o pensamento de Celso Furtado.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


A respeito do tema do texto sobre o economista Celso Furtado, assinale a alternativa CORRETA:
  • A A desvalorização do Brasil nos dias de hoje, por causa de uma economia de terceiro mundo baseada numa história de desigualdade.
  • B A relação internacional desigual que o Brasil tem com a França ao longo da história, principalmente durante a pandemia do coronavírus.
  • C A relevância dos estudos de Furtado para resolver a crise do Brasil em relação à pandemia do coronavírus.
  • D A importância do economista e pensador Celso Furtado para a compreensão da economia no Brasil e no mundo.
25

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


De acordo com o texto, leia atentamente a sentença: "Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos", assinale a alternativa que melhor explica a relação entre a palavra "Consagradora" e as demais palavras da sentença.
  • A A palavra "Consagradora" está concordando com "Sorbonne" e exerce a função de objeto direto.
  • B A palavra "Consagradora" está sendo conjugada por "Sorbonne" e atua como sujeito da oração.
  • C A palavra "Consagradora" é objeto direto do verbo "duraria" e adjunto adnominal de "20 anos" com "passagem" e atua como adjunto adnominal.
  • D A palavra "Consagradora" está concordando com "passagem" e exerce a função de adjunto adnominal.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


No texto, o trecho "O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista", a palavra "hiato" tem o sentido de:
  • A Interrupção entre dois acontecimentos.
  • B Encontro vocálico em sílabas diferentes.
  • C Local de habitação.
  • D Fenda no corpo humano.
27

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





Leia atentamente o trecho da questão e assinale a alternativa CORRETA em relação à função sintática da oração "vai carregar bandeira"
"Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira." 
  • A Aposto.
  • B Objeto Direto.
  • C Adjunto Adverbial.
  • D Sujeito.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





Em relação ao texto "Com licença poética", de Adélia Prado, é CORRETO afirmar.
  • A Adélia apresenta um eu lírico sofrido sem disposição para enfrentar os problemas da vida, numa atitude de covardia diante de seus percalços.
  • B O poema expressa um eu lírico feminino que aborda o universo da mulher a partir de um ponto de vista afirmativo e positivo e que lida com as adversidades de ser mulher.
  • C A narradora conta a história de uma mulher que, apesar dos sofrimentos, consegue vencer como dona de casa, contrária ao homem amaldiçoado.
  • D A crônica apresenta um ponto de vista que degrada a mulher, pois ela está envergonhada por não conseguir carregar a bandeira.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





Assinale a alternativa que corresponde ao desenvolvimento do tema do texto "Poema de sete faces" de Drummond:
  • A Os versos de Drummond são divididos em sete estrofes, pois representam os sete casamentos do poeta.
  • B O texto retrata um eu lírico que se manifesta malfadado, pois desde o início de sua vida "um anjo torto" o conduz.
  • C O texto retrata um mundo romântico de desilusão amorosa, como aponta o trecho "que correm atrás das mulheres".
  • D O poema apresenta um eu lírico entregue ao universo espiritual ao clamar por Deus e pelo diabo.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





Em relação aos textos "Poema de sete faces" e "Com licença poética", assinale a alternativa CORRETA.
  • A Os poemas de Drummond e de Adélia Prado são duas faces de um mesmo eu lírico, pois os dois demonstram o ponto de vista da mulher que sofre o descaso de seu amor.
  • B "Com licença poética" dialoga com o "Poema de sete faces", mas apresenta um universo diferente, pois critica a obra drummondiana, diminuindo o valor desse poeta que já estava ultrapassado em relação ao olhar de Adélia Prado.
  • C O poema "Com licença poética" apresenta intertextualidade em relação ao "Poema de sete faces", pois seu início apresenta as mesmas palavras, demonstrando uma intenção em dialogar com o poema de Drummond.
  • D Escritores de uma mesma época, Drummond e Adélia Prado demonstram a dificuldade dos centros urbanos em uma linguagem rebuscada e próxima do clássico. Ambos poemas reforçam a poética pelo purismo linguístico.

Raciocínio Lógico

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Dada a sequência composta por números inteiros: -10, -5, -1, 0, 2, 3, 7, 10, se dividirmos cada número desta sequência por -1, quais serão os números da nova sequência?
  • A 10, 5, 1, 0, -2, 3, -7, -10.
  • B 10, 5, 1, 0, -2, -3, -7, -10.
  • C 10, 5, 1, 0, 2, -3, 7, -10.
  • D 10, 5, 1, 0, -2, 3, -7, 10.
  • E 10, 5, 1, 0, -2, -3, 7, 10.
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Considerando os conjunto A={1,4,5,7,8,9,10,13,15,17} e B={ 3,4,5,8,10,11,12,14}, assinale a alternativa CORRETA:
  • A A diferença entre o conjunto A e o conjunto B é o conjunto {1,4,5,6,7}.
  • B A diferença entre o conjunto B e o conjunto A é o conjunto {3,11,12,14}.
  • C O conjunto A é igual ao conjunto B.
  • D A interseção entre o conjunto A e o conjunto B é o conjunto {4,5,8,10,13}.
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Considerando os seguintes conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5} ,B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} e C = {1, 3, 5, 8, 9, 10} e as seguintes afirmações:
I. O conjunto A está contido no conjunto B. II. A interseção do conjunto A com o conjunto B é o conjunto {1, 3, 5}. III. A diferença entre o conjunto C com o A é o conjunto {2, 8, 9, 10}.
Está(ão) CORRETO(S):
  • A Somente a assertiva I.
  • B Somente a assertiva II.
  • C Somente as assertivas I e II
  • D Somente as assertivas III e I.
  • E Somente a assertiva III.
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Em uma fábrica com 500 funcionários, sabemos que 200 funcionários gostam de comer uva, 150 funcionários gostam de comer maça e 100 funcionários gostam de comer uva e maçã. Qual é o nnúmero de funcionários que não come nem uva e nem maçã?
  • A 250.
  • B 300.
  • C 350.
  • D 450.
  • E 525.
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Considere os conjuntos:


D= {18,20,22,25,30}; E= (17,19,23,24,27,28,31) e F= (17,19,21,23,24,28,31).


Sobre os conjuntos acima, analise os itens abaixo e em seguida, assinale a alternativa CORRETA:


I. Fazendo a operação (F - E) ∪ D obtém-se um conjunto que contém os elementos {18,20,21,22,25,30}.

II. É possível obter o conjunto {17,19,21,23,24,28,31} através da operação (F ∩ E) ∪ (F – D).

III. Fazendo a operação (F ∩ E) ∪ D obtemos um resultado que contém o conjunto E.

  • A Somente o item I está correto.
  • B Somente os itens I e II estão corretos.
  • C Somente os itens II e III estão corretos.
  • D Nenhum item está correto.
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Suponha que 10 shiploaders (carregadores de navios) trabalhando por 12 horas ao dia, durante 4 dias, consigam carregar 20 navios com soja. Caso um desses shiploaders esteja em manutenção e seja necessário que 30 navios sejam carregados com soja em um período de 6 dias, pergunta-se: quantas horas o restante dos shiploaders devem trabalhar ao dia para que os navios sejam carregados no prazo estabelecido? Assinale a alternativa CORRETA considerando apenas a parte inteira da resposta.
  • A 13 horas ao dia
  • B 14 horas ao dia.
  • C 15 horas ao dia
  • D 16 horas ao dia.
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Em um grupo de consumidores, 80% preferem a marca X de chocolate em pó, 40% preferem a marca Y e 10% não votaram em nenhuma dessas duas marcas. Sendo assim, neste grupo de consumidores, a porcentagem dos que votaram em ambas as marcas, X e Y, é

  • A 10%.
  • B 20%.
  • C 30%
  • D 40%.
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Sendo os conjuntos A = { x,y,z } e B { a,x,y,t } . Assinale a alternativa que apresenta o conjunto A - B .
  • A {z}
  • B { x,y }
  • C { a, t }
  • D { x }
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Considere os conjuntos A= {3,6,11,13,21} e B= {2,3,4,6,9,11,13,19,21,23,26}. Sobre os conjuntos A e B podemos afirmar que:
  • A A⊂ B
  • B 9 ∉ B
  • C 17 ∈ A
  • D A ⊃ B
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Dados os conjuntos A = { 5;6;7} e B = { 0;3;5;7}.
Assinale a alternativa que apresenta o conjunto AB.
  • A {0; 3; 6}
  • B {5; 7}
  • C {7}
  • D Ø

Noções de Informática

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No Navegador Google Chrome, para conferir a segurança de um site, é possível observar tal informação próximo à URL da página. É de grande importância para o usuário verificar se há informações de segurança sobre o site que está acessando. O Chrome mostra um alerta quando não é possível visitar um site de forma segura ou particular. No Chrome, para conferir a segurança de um site, a página traz informativos ao usuário. Assinale abaixo a alternativa CORRETA: 
  • A Não existe nenhuma informação de segurança.
  • B Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • C X - Não Recomendado V - Aprovado XX - Alerta Vermelho
  • D Site BloqueadoNavegação LivreWeb em
  • E SITE SEGUROACESSO
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No MS-EXCEL 2016 PT-BR, a seguinte imagem foi retirada da aba fórmulas. Assinale a alternativa que apresenta a definição CORRETA de ambas as funções


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

  • A Inserir Função/AutoSoma.
  • B Deixar célula Fixa/Somar apenas valor célula fixa.
  • C Valor de X e Concatenar.
  • D Função Multiplicação e Macro.
  • E Validar e Falsificar resultados.
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Observe a imagem abaixo, retirada da guia Inserir do Microsoft Word 2016 Pt-Br, e assinale a qual grupo as funções apresentadas na imagem fazem parte:


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

  • A Ilustrações.
  • B Figuras.
  • C Temas.
  • D Organizar.
  • E Edição.
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Durante a utilização do Navegador Google Chrome, para o usuário acessar a opção BUSCAR, ele deve pressionar a combinação:
  • A CTRL+P
  • B CLTR+A
  • C CTRL+B
  • D CTRL+F
  • E CTRL+H
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O usuário do Internet Explorer deseja navegar de forma que seus dados não sejam armazenados, o que inclui cookies, arquivos de Internet temporários, histórico, etc. Para isso, ele deve habilitar a função:
  • A Navegação Anônima.
  • B Navegação InPrivate.
  • C Navegação Oculta.
  • D Navegação Restrita.
  • E Navegação Invisível.
46
No Microsoft Excel 2016 Pt-Br, qual é o nome da linha horizontal apresentada abaixo que durante a utilização da planilha, ela mesma apresenta os dados que na célula foi inserido?

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • A Barra de Fórmulas.
  • B Barra de Tarefas.
  • C Barra de Ferramentas.
  • D Barra de Dados.
  • E Barra de Células.
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Assinale qual fórmula abaixo, ao ser utiliza no Microsoft Excel 2016 versão Português, retorna data e hora correntes:
  • A =DATA
  • B =HOJE
  • C =HORA
  • D =AGORA
  • E =DATE
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O navegador Internet Explorer em sua versão 10 e 11, trouxe uma atualização que impende que os sites instalem e usem determinados aplicativos, ou seja, a navegação fica mais segura, mas afeta o desempenho de alguns sites. Qual ferramenta é essa?
  • A Filtragem ActiveX.
  • B Filtragem Advanced.
  • C Navegação Anônima.
  • D Navegação Oculta.
  • E Ferramenta Bloqueio.
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A Microsoft, criadora do pacote Office que traz as ferramentas Word, Excel, PowerPoint entre outros, disponibiliza a opção de armazenamento web, tornando possível assim que os arquivos sejam acessados bem como editados e compartilhados com outros usuários de qualquer lugar, desde que haja conexão com a internet. O nome dado a essa funcionalidade é:
  • A Microsoft Web Documents.
  • B Microsoft Office Online.
  • C Microsoft Office Web Apps.
  • D Microsoft Internet Explorer.
  • E Microsoft Online.
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No Sistema Operacional Windows 10, o atalho utilizado para minimizar todas as janelas abertas é:
  • A Tecla Windows + M
  • B Tecla Windows + A
  • C Tecla Windows + P
  • D Tecla Windows + R
  • E Tecla Windows + X