Resolver o Simulado Professor de Educação Básica II - Língua Portuguesa - FGV - Nível Superior

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Português

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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Assinale a alternativa que apresenta a correta função sintática da oração sublinhada no trecho a seguir: “começamos a suspeitar de que existe algo mais importante” (l. 07).

  • A Complemento Nominal.
  • B Objeto Indireto.
  • C Objeto Direto.
  • D Aposto.
  • E Predicativo do Sujeito.
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Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Assinale a alternativa na qual a palavra “que” (em destaque) NÃO tenha sido empregada como pronome relativo.

  • A Linha 07.
  • B Linha 09.
  • C Linha 12.
  • D Linha 14.
  • E Linha 18.
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Marque a opção em que as palavras levam acento pela mesma razão.

  • A preferível – já – máxima – petróleo
  • B célebre – cibernético – ministério – Ucrânia
  • C petróleo – Rússia – inevitável - prejuízo
  • D cibernético – hábito – estratégia – válida
  • E célebre – cibernético – filantrópica – válida
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   Depois de caminhar por alguns metros, Edgar Wilson percebe ao longe a carcaça de um animal. Segue pela estrada de terra batida, que fica deserta a maior parte do tempo e é usada como atalho pelos motoristas que conhecem bem as imediações. Edgard fora atraído para esse trecho por causa de uma revoada de abutres. Assim como a podridão os atrai, os que se alimentam dela atraem Edgard. Tanto as aves carniceiras quanto ele se valem dos próprios sentidos para encontrar os mortos, e ambas as espécies sobrevivem desses restos não reclamados. 
   Todo nascimento é também um pouco de morte. Edgar já viu algumas criaturas nascerem mortas, outras, morrerem horas depois. Sua consciência sobre o fim de todas as coisas tornou-se aguçada desde que abatia o gado e principalmente agora, ao recolher todas as espécies em qualquer parte. Assim como não teme o pôr do sol, Edgar Wilson entende que não deve temer a morte. Ambos ocorrem involuntariamente num fluxo contínuo. De certa forma, o inevitável lhe agrada. Sentir-se passível de morrer fortalece suas decisões. Não importa o que faça, seja o bem, seja o mal, ele deixará de existir.
   Distrai-se dos voos dos abutres e caminha mais alguns metros em outra direção, para a caveira de uma vaca atirada no meio da estrada. Nota que não foi atropelada. Os ossos estão intactos, nenhum sinal de fratura. O couro foi levemente oxidado, consumido pela exposição climática. Não há sinal de vermes necrófagos ou pequenos insetos a devorá-la. Edgar Wilson inclina ainda mais o corpo ao perceber uma colmeia presa às costelas da vaca. Apanha um galho de árvore caído no chão e cutuca a colmeia, mesmo sabendo que é perigoso. Nada acontece. Cutuca-a com mais força e a colmeia se parte. Não há abelhas. Percebe algo pastoso e brilhante. Leva a mão até a colmeia e arranca um favo de mel. Cheira-o. Toca a ponta da língua. Diferente do que imaginou, não está podre. Come um pouco do mel. Agradam-lhe as pequenas explosões do favo rompendo em sua boca, algumas lascas muito finas que se prendem entre os molares superiores. Lambe o excesso de mel nos dedos e os limpa no macacão.

(MAIA, Ana Paula. Enterre seus mortos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 71-72)
Na oração “Edgard fora atraído para esse trecho”(1º§), a forma verbal destacada está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo. No contexto em que se encontra, constata-se que ela expressa uma ação:
  • A futura que se relaciona com um fato do passado.
  • B hipotética que poderia ter ocorrido no passado.
  • C passada e anterior a outra ação também passada.
  • D incompleta porque interrompida num momento passado.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Observe a sentença retirada do texto “Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber”. Justifica-se o ‘a’ craseado, pois:
  • A a crase está posterior a uma locução adverbial de tempo o que significa que a expressão não traz o efeito de sentido como sinônimo a “de vez em quando” ou “por vezes”, e também, “ocasionalmente”. Nunca haverá crase quando houver expressão com sentido de tempo.
  • B a crase está anterior a uma locução adverbial de tempo o que significa que a expressão traz o efeito de sentido como sinônimo a “de vez em quando” ou “por vezes”, e também, “ocasionalmente”. Haverá crase sempre que a expressão sugerir sentido de tempo.
  • C a crase está precedida de nome de estado e cidade, por ser um adjunto adverbial de lugar, prevê o uso permanente da crase.
  • D a crase está antecedida de nome de estado e cidade, por ser um adjunto adverbial de lugar, prevê o uso permanente da crase.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Assinale a alternativa que apresenta a sequência de palavra com tonicidade marcada por acento gráfico como proparoxítona, ou seja, a tônica está na antepenúltima sílaba, conforme as regras de Ortografia da Língua Portuguesa do Brasil.
  • A sério, português, será.
  • B inteligência, português, filósofo.
  • C será, experiência, égua.
  • D sílaba, histórico, filósofo.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Leia essa passagem do texto: ‘uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas “anexada a ela”, que seus alunos haviam feito’, pode-se substituir a expressão entre aspas duplas por uma das alternativas, assinale-a.
  • A Uma lista de perguntas anexo, que seus alunos haviam feito.
  • B Uma lista de perguntas anexado, que seus alunos haviam feito.
  • C Uma lista de perguntas em anexo, que seus alunos haviam feito.
  • D Uma lista de perguntas em anexa, que seus alunos haviam feito.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa que justifique o uso correto da pontuação.


I. Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas.

II. Os mundos das crianças são imensos!”.

III. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores.

  • A O uso do sinal de dois-pontos na sentença I está correto, pois ele só pode ser utilizado em sentenças afirmativas.
  • B A exclamação na sentença II foi corretamente empregada, pois só pode ser usada em sentenças negativas.
  • C O ponto final nas sentenças I e III se refere a um respiro necessário antes de continuar a falar ou a escrever.
  • D O travessão, na sentença III, foi corretamente utilizado, pois pode substituir a vírgula, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão intercalada.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

No texto 01, atente à seguinte passagem: “Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer.” Observe a regência utilizada em ‘Pediu-lhes” e assinale a alternativa em que a regência apresenta-se incorreta.
  • A O professor ensinava-os a tudo de uma vez.
  • B Ainda me impediu de comentar sobre seu método.
  • C Procedi às críticas com sensatez.
  • D Para não o ofender, pois ele estava sensível.
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Assinale a opção CORRETA quanto à concordância:

  • A Essas consultas não custam barato.
  • B É vedado ao público a visita ao museu às terças-feiras.
  • C Mostrou-nos que estava quites com os impostos do imóvel.
  • D Em geral, nas estradas, é proibido a ultrapassagem pela direita.
  • E Enviou-lhe, anexas às mensagens, a fotografia que garantia a sua presença.
11

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/2533343516568164. Acesso em: 24 jan. 2022.



Com base no texto 6 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, assinale a alternativa correta.

  • A O leitor poderá fechar acordos vantajosos sem uma boa propaganda. 
  • B Em “O seu”, o emprego de artigo definido exerce a função de substantivar o pronome possessivo.
  • C A mudança na posição do adjetivo “boa” para depois do substantivo produziria alteração de sentido.
  • D O verbo ‘poder’ está empregado com sentido de conceder permissão para realizar a ação de ‘fechar um grande negócio’.
  • E O efeito de humor é produzido pela polissemia associada ao verbo “fechar”. 
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Os fora-fila

Todos os dias, milhões de brasileiros perdem horas preciosas em filas de ônibus, e reclamam corretamente dos oportunistas fura-fila. Poucos percebem os fora-fila: os que usam carros privados e os que não têm dinheiro nem vale-transporte. Há séculos, muitos brasileiros fazem fila para obter o que precisam, enquanto outros não têm direito nem mesmo de esperar em fila, por falta absoluta de dinheiro; enquanto outros não precisam se submeter a filas porque têm muito dinheiro.
Por causa das ineficiências econômicas, a palavra "fila" caracteriza o dia a dia dos brasileiros, mas por causa da injustiça social não se percebe os que estão fora das filas, de um lado e outro da escala de rendas. Alguns porque não precisam se submeter a elas, graças a privilégios e dinheiro, outros porque não têm o direito de entrar nelas. No meio, imprensados, os da fila, ignorando os extremos. Nós nos acostumamos a ver com naturalidade os que não precisam e ainda mais os que não conseguem entrar nas filas, por tratá-los como invisíveis.
No setor da saúde, nos indignamos com os que tentam furar a fila para tomar vacina, mas não percebemos a injustiça quando furam a fila ao usar dinheiro para o atendimento médico de um pediatra para o filho, de um dentista e de profissionais de todas as outras especialidades que não estão disponíveis no SUS, com a urgência necessária. Apesar do nome, o sistema nacional de saúde não é único: de um lado, tem o SUS com suas filas; e, do outro, o SEP - Sistema Exclusivo de Saúde - sem fila para os que podem pagar.
Todos condenamos os fura-fila do SUS para tomar vacina, mas todos aceitamos que se fure a fila nas demais especialidades médicas, inclusive cirurgias, por meio do uso do dinheiro. Em alguns casos, há reclamação quando a fila se organiza por um pequeno papel numerado, mas não se protesta quando, perto dali, o atendimento é imediato, porque no lugar do papel com o número da fila usa-se papel moeda. Aceita-se furar fila graças ao dinheiro. Nem se considera como fura fila. São os fora-fila, aceitos por convenção de que o dinheiro pode comprar saúde.
Na moradia, alguns entram na fila do programa Minha Casa Minha Vida; outros não precisam, compram diretamente a casa que desejam e podem; outros também não entram na fila, porque não têm as mínimas condições de financiamento.
O mesmo vale para a educação. Em função do Coronavírus, o Brasil descobriu que algumas boas escolas, em geral pagas e caras, com ensino remoto, computadores e internet em casa, permitem que alguns cheguem ao ENEM com mais possibilidade de aprovação do que outros. Apesar de que a aprovação é conquistada pelo mérito do concorrente, os aprovados se beneficiaram da exclusão de muitos concorrentes ao longo da educação de base.
A desigualdade na qualidade da escola desiguala o preparo entre os candidatos, como uma forma de empurrar alguns para fora e outros para a frente da fila. De certa forma, alguns furaram a fila para ingresso na universidade, por pagarem uma boa escola ainda na educação de base. E não há reclamação porque os fora da fila são invisíveis, porque não concluíram o Ensino Médio, ou concluíram um Ensino Médio sem qualidade que não lhes deu condição sequer de sonhar fazer o ENEM.
Tanto quanto os que não podem pagar o transporte público não entram na fila do ônibus, os analfabetos (12 milhões de brasileiros) não entram na fila do ENEM para ingresso na universidade. Foram excluídos da formação, por falta de oportunidade para desenvolver o talento no momento oportuno da educação de base, e, por isso, ficam impedidos de disputar, por mérito, uma vaga na universidade.
Ninguém fura fila para chegar à seleção brasileira de futebol, porque todos tiveram a mesma chance. A seleção é pelo mérito, graças ao fato de que a bola é redonda para todos, independentemente da renda.
Temos a preocupação de assegurar os mesmos direitos para obter vacina, não o mesmo direito para a qualidade e a urgência no atendimento de saúde e de educação, independentemente da renda e do endereço da pessoa. Nem ao menos consideramos que há injustiça em furar fila usando dinheiro para ter acesso à educação e à saúde de qualidade. É como se fosse normal furar fila por se ter muito dinheiro e normal ficar fora da fila por falta total de dinheiro. No meio, ficam os que, por pouco dinheiro, ficam na fila e se indignam com os que tentam desrespeitar a ordem, sem atentar para os fora da fila nos carros, ou os fora da fila caminhando. Os primeiros aceitamos pelas leis do mercado, os outros tornamos invisíveis.

"Ninguém fura fila para chegar à seleção brasileira de futebol..." Na passagem em destaque, o termo sublinhado exerce função sintática de sujeito:

  • A composto.
  • B inexistente.
  • C simples.
  • D indeterminado.
13

"... porque no lugar do papel com o número da fila usa-se papel moeda." O "se" pode ser classificado, sintaticamente, de igual maneira em:

  • A garante-se informação verdadeira aqui.
  • B necessita-se de apoio em decisões importantes.
  • C vive-se bem na cidade do Rio de Janeiro.
  • D mora-se em um lugar extremamente perigoso.
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Leia o trecho a seguir, observando as palavras em destaque.


“A proliferação do novo coronavírus transformou os processos educativos em escala mundial. As instituições escolares precisaram se adaptar aos contextos criados a partir da situação pandêmica, sendo necessária a criação de diversas estratégias para aproximar as crianças e estudantes de diferentes níveis de ensino das instituições educacionais.”

BANDEIRA et al. Educação Infantil em tempos de pandemia: impactos nas práticas pedagógicas de professores/as do município do Rio Grande/RS. Pedagogia em Ação, v.17, n.3, 2 semestre de 2021. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/27217. Acesso em: 10 mar. 2022.


Dentre as palavras grifadas, aquelas que recebem o acento gráfico pela mesma regra são:

  • A “necessária”, “estratégias” e “níveis”.
  • B “pandêmica”, “estratégias” e “níveis”.
  • C “coronavírus”, “pandêmica” e “níveis”.
  • D “pandêmica”, “necessária” e “estratégias”.
  • E “coronavírus”, “necessária” e “estratégias”.
15

“O levantamento mostrou que ainda existe uma carência nos projetos de inclusão [...].” (https://www.em.com.br)
A função sintática da expressão destacada é:

  • A objeto direto.
  • B objeto indireto.
  • C predicativo do sujeito.
  • D sujeito.
  • E complemento nominal.
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A questões de questão se refere ao fragmento do conto “O Espelho”, de Machado de Assis, apresentado a seguir.


Tinha uma sensação inexplicável. Era como um defunto andando, um sonâmbulo, um boneco mecânico. Dormindo, era outra coisa. O sono dava-me alívio, não pela razão comum de ser irmão da morte, mas por outra. Acho que posso explicar assim esse fenômeno: — o sono, eliminando a necessidade de uma alma exterior, deixava atuar a alma interior. Nos sonhos, fardava-me, orgulhosamente, no meio da família e dos amigos, que me elogiavam o garbo, que me chamavam alferes; vinha um amigo de nossa casa, e prometia-me o posto de tenente, outro o de capitão ou major; e tudo isso fazia-me viver. Mas quando acordava, dia claro, esvaía-se com o sono a consciência do meu ser novo e único, — porque a alma interior perdia a ação exclusiva, e ficava dependente da outra, que teimava em não tornar...Não tornava. Eu saía fora, a um lado e outro, a ver se descobria algum sinal de regresso

Acerca da colocação pronominal, leia as assertivas:


I. Em O sono dava-me alívio, tem-se um caso de mesóclise, pois o verbo está no futuro do presente.

II. Em que me elogiavam o garbo, tem-se um caso de próclise, pois há um pronome relativo que atrai o pronome.

III. Em esvaía-se com o sono, tem-se um caso de ênclise, sendo esta a posição normal do pronome, uma vez que, para que ocorra a próclise ou a mesóclise, é necessário haver justificativas.


Pode-se afirmar que: 

  • A Apenas a assertiva II está correta.
  • B As assertivas I, II e III estão corretas.
  • C Apenas as assertivas I e III estão corretas.
  • D Apenas as assertivas II e III estão corretas.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Grande Barreira de Corais da Austrália sofre 'branqueamento massivo'

Reconhecida como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Grande Barreira de Corais da Austrália está sofrendo um "branqueamento massivo", devido às altas temperaturas do mar - alertou o órgão que administra a reserva marinha.

Uma inspeção aérea mostrou que esse fenômeno tem ocorrido em vários recifes, "confirmando um episódio massivo de branqueamento, o quarto desde 2016", anunciou a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais.

Os cientistas afirmam que a mudança climática e o consequente aquecimento dos oceanos estão entre as principais causas do branqueamento dos corais, que acontece quando esses organismos, submetidos ao estresse térmico, expulsam as algas que vivem em seus tecidos e dão a eles suas cores brilhantes.

Os corais podem se recuperar desse branqueamento, embora precisem de tempo e de temperaturas mais moderadas, disse este órgão.

"Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuam sendo críticos para determinar o alcance global e a severidade do branqueamento de coral no Parque Marinho", afirmou.

Lar de cerca de 1.500 espécies de peixes e 4.000 tipos de moluscos, a Grande Barreira de Corais da Austrália é o maior sistema de recifes do mundo, com uma extensão de mais de 2.300 quilômetros ao longo da costa nordeste da Austrália.

Esta notícia surge quatro dias depois do início de uma missão da Unesco para determinar se este ecossistema listado como Patrimônio da Humanidade está sendo suficientemente protegido pelo governo australiano da mudança climática.

Este relatório deve servir ao Comitê do Patrimônio Mundial para decidir, em junho, se deve colocar este ecossistema na lista de lugares "ameaçados".

De acordo com a diretora-executiva do órgão australiano de ação climática Climate Council, Amanda McKenzie, os oceanos do mundo atingiram temperaturas recordes no ano passado. Para ela, a única maneira de enfrentar o problema é combater a mudança climática.

Um aumento médio de +1,5°C acima dos níveis pré-industriais deixaria mais de 99% dos recifes de coral do mundo sem condições de se recuperarem das ondas de calor marinhas cada vez mais frequentes, como advertiu um grupo de pesquisadores, no mês passado, no periódico PLOS Climate.

(Disponível em: https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/grande -barreira-de-corais-da-austr%C3%A1lia-sofre-branqueamento-massivo/arAAVu8F6?ocid=winp1taskbar. Adaptado.)

De acordo com a diretora-executiva do órgão australiano de ação climática Climate Council, 'Amanda McKenzie', os oceanos [...]
A expressão destacada na frase (Amanda McKenzie), sintaticamente, é:

  • A Vocativo.
  • B Pleonasmo estilístico.
  • C Sujeito próprio.
  • D Aposto.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Grande Barreira de Corais da Austrália sofre 'branqueamento massivo'

Reconhecida como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Grande Barreira de Corais da Austrália está sofrendo um "branqueamento massivo", devido às altas temperaturas do mar - alertou o órgão que administra a reserva marinha.

Uma inspeção aérea mostrou que esse fenômeno tem ocorrido em vários recifes, "confirmando um episódio massivo de branqueamento, o quarto desde 2016", anunciou a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais.

Os cientistas afirmam que a mudança climática e o consequente aquecimento dos oceanos estão entre as principais causas do branqueamento dos corais, que acontece quando esses organismos, submetidos ao estresse térmico, expulsam as algas que vivem em seus tecidos e dão a eles suas cores brilhantes.

Os corais podem se recuperar desse branqueamento, embora precisem de tempo e de temperaturas mais moderadas, disse este órgão.

"Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuam sendo críticos para determinar o alcance global e a severidade do branqueamento de coral no Parque Marinho", afirmou.

Lar de cerca de 1.500 espécies de peixes e 4.000 tipos de moluscos, a Grande Barreira de Corais da Austrália é o maior sistema de recifes do mundo, com uma extensão de mais de 2.300 quilômetros ao longo da costa nordeste da Austrália.

Esta notícia surge quatro dias depois do início de uma missão da Unesco para determinar se este ecossistema listado como Patrimônio da Humanidade está sendo suficientemente protegido pelo governo australiano da mudança climática.

Este relatório deve servir ao Comitê do Patrimônio Mundial para decidir, em junho, se deve colocar este ecossistema na lista de lugares "ameaçados".

De acordo com a diretora-executiva do órgão australiano de ação climática Climate Council, Amanda McKenzie, os oceanos do mundo atingiram temperaturas recordes no ano passado. Para ela, a única maneira de enfrentar o problema é combater a mudança climática.

Um aumento médio de +1,5°C acima dos níveis pré-industriais deixaria mais de 99% dos recifes de coral do mundo sem condições de se recuperarem das ondas de calor marinhas cada vez mais frequentes, como advertiu um grupo de pesquisadores, no mês passado, no periódico PLOS Climate.

(Disponível em: https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/grande -barreira-de-corais-da-austr%C3%A1lia-sofre-branqueamento-massivo/arAAVu8F6?ocid=winp1taskbar. Adaptado.)

'Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuam sendo críticos para determinar o alcance global.
A frase que possui o sentido de futuro do pretérito do indicativo é:

  • A Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuarão sendo críticos para determinar o alcance global.
  • B Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuaram sendo críticos para determinar o alcance global.
  • C Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuavam sendo críticos para determinar o alcance global.
  • D Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuariam sendo críticos para determinar o alcance global.
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O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Grande Barreira de Corais da Austrália sofre 'branqueamento massivo'

Reconhecida como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Grande Barreira de Corais da Austrália está sofrendo um "branqueamento massivo", devido às altas temperaturas do mar - alertou o órgão que administra a reserva marinha.

Uma inspeção aérea mostrou que esse fenômeno tem ocorrido em vários recifes, "confirmando um episódio massivo de branqueamento, o quarto desde 2016", anunciou a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais.

Os cientistas afirmam que a mudança climática e o consequente aquecimento dos oceanos estão entre as principais causas do branqueamento dos corais, que acontece quando esses organismos, submetidos ao estresse térmico, expulsam as algas que vivem em seus tecidos e dão a eles suas cores brilhantes.

Os corais podem se recuperar desse branqueamento, embora precisem de tempo e de temperaturas mais moderadas, disse este órgão.

"Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuam sendo críticos para determinar o alcance global e a severidade do branqueamento de coral no Parque Marinho", afirmou.

Lar de cerca de 1.500 espécies de peixes e 4.000 tipos de moluscos, a Grande Barreira de Corais da Austrália é o maior sistema de recifes do mundo, com uma extensão de mais de 2.300 quilômetros ao longo da costa nordeste da Austrália.

Esta notícia surge quatro dias depois do início de uma missão da Unesco para determinar se este ecossistema listado como Patrimônio da Humanidade está sendo suficientemente protegido pelo governo australiano da mudança climática.

Este relatório deve servir ao Comitê do Patrimônio Mundial para decidir, em junho, se deve colocar este ecossistema na lista de lugares "ameaçados".

De acordo com a diretora-executiva do órgão australiano de ação climática Climate Council, Amanda McKenzie, os oceanos do mundo atingiram temperaturas recordes no ano passado. Para ela, a única maneira de enfrentar o problema é combater a mudança climática.

Um aumento médio de +1,5°C acima dos níveis pré-industriais deixaria mais de 99% dos recifes de coral do mundo sem condições de se recuperarem das ondas de calor marinhas cada vez mais frequentes, como advertiu um grupo de pesquisadores, no mês passado, no periódico PLOS Climate.

(Disponível em: https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/grande -barreira-de-corais-da-austr%C3%A1lia-sofre-branqueamento-massivo/arAAVu8F6?ocid=winp1taskbar. Adaptado.)

Os corais podem se recuperar desse branqueamento, 'embora precisem de tempo e de temperaturas mais moderadas'.
O termo destacado é uma oração subordinada:

  • A Completiva nominal.
  • B Adverbial concessiva.
  • C Reduzida de infinitivo.
  • D Adverbial causal.
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Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

As alternativas a seguir mostram um trecho do texto seguido de uma proposta de alteração na colocação pronominal. Assinale a alternativa em que o texto se mantém gramaticalmente correto com a mudança na posição do pronome.

  • A “Perguntei-me” (linha 8): Me perguntei
  • B “Mas podemos considerá-la também” (linhas 10 e 11): Mas podemos a considerá também
  • C “Não nos indignamos mais” (linha 17): Não indignamos-nos mais
  • D “onde nos fundíamos na igualdade” (linha 20): onde fundíamos-nos na igualdade
  • E “mãe e filha se afogaram” (linha 33): mãe e filha afogaram-se
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Dia de Faxina


Estava precisando fazer uma faxina em mim... Jogar alguns pensamentos indesejados para fora, lavar alguns tesouros que andavam meio enferrujados...

Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.

Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões... Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei;

Joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li. Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas... E as coloquei num cantinho, bem arrumadas.

Fiquei sem paciência!... Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: Paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste... Mas lá também havia outras coisas... e belas!

(...)

Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou. Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, porque quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante!

(...)

Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurada bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar... e de recomeçar...

Disponível em: https://www.contandohistorias.com.br/html/contandohistorias.html - Adaptado

Também conhecidas como figuras de linguagem, as figuras de estilo são recursos estilísticos bastante utilizados na linguagem literária, na música, na publicidade e também na linguagem oral. São empregues com o objetivo de dar ênfase à comunicação, tornando-a mais expressiva e nobre.


Assinale a figura de linguagem presente no texto e que produz sentidos figurados por meio de comparações sem termos comparativos: 

  • A Metáfora.
  • B Paradoxo.
  • C Comparação.
  • D Metonímia.

Literatura

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Analise as afirmativas a seguir:
I. Na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o protagonista Fabiano enfrenta um dilema ao longo da primeira parte do livro: aderir à estabilidade da vida acadêmica e de um emprego na universidade ou casar-se com Cláudia – sua grande paixão de infância – e mudar-se para Portugal.

II. Oswald de Andrade, autor de obras importantes, como “Memórias sentimentais de João Miramar” e “Pau-brasil”, sempre incluía em suas obras um protagonista com características cavalheirescas e com uma moral inabalável, representando, assim, a imagem que a sociedade tinha do tradicional “malandro” dos albergues das grandes cidades.
Marque a alternativa CORRETA: 
  • A As duas afirmativas são verdadeiras.
  • B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
  • C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
  • D As duas afirmativas são falsas.
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Analise as afirmativas a seguir:


I. A volta aos padrões clássicos da Antiguidade e do Renascimento; a simplicidade; a poesia bucólica, pastoril; o fingimento poético e o uso de pseudônimos são características do Arcadismo no Brasil.

II. Na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, os personagens Fabiano e Sinhá Vitória enfrentam grandes dificuldades para sobreviver e criar os filhos em um ambiente que não lhes proporciona grandes oportunidades de mudar de vida.


Marque a alternativa CORRETA:

  • A As duas afirmativas são verdadeiras.
  • B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
  • C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
  • D As duas afirmativas são falsas.
24

Analise as afirmativas a seguir:


I. Ariano Suassuna valorizava a Literatura portuguesa da Idade Média, especialmente a novela de cavalaria, e a novela picaresca, principal manifestação da Literatura da Renascença.

II. A obra literária de Ariano Suassuna foi tecida a partir das tradições populares do Nordeste e da dramaturgia universal, em autores como Moliére, Plauto, Goethe, Cervantes e outros.


Marque a alternativa CORRETA:

  • A As duas afirmativas são verdadeiras.
  • B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
  • C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
  • D As duas afirmativas são falsas.
25

Analise as afirmativas a seguir:


I. É possível observar uma influência sobre a obra de João Cabral de Melo Neto de poetas modernistas que o antecederam, como, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade.

II. João Cabral de Melo Neto foi um poeta brasileiro inserido na chamada Geração de 45. É o autor da obra Morte e Vida Severina, na qual é narrada a dura trajetória de um migrante sertanejo (retirante) em busca de uma vida mais fácil e favorável na capital pernambucana.


Marque a alternativa CORRETA:

  • A As duas afirmativas são verdadeiras.
  • B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
  • C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
  • D As duas afirmativas são falsas.
26
Analise as afirmativas a seguir:

I. Na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o protagonista Fabiano enfrenta um dilema ao longo da primeira parte do livro: aderir à estabilidade da vida acadêmica e de um emprego na universidade ou casar-se com Cláudia – sua grande paixão de infância – e mudar-se para Portugal.

lI. Oswald de Andrade, autor de obras importantes, como “Memórias sentimentais de João Miramar” e “Pau-brasil”, sempre incluía em suas obras um protagonista com características cavalheirescas e com uma moral inabalável, representando, assim, a imagem que a sociedade tinha do tradicional “malandro” dos albergues das grandes cidades.

Marque a alternativa CORRETA: 
  • A As duas afirmativas são verdadeiras.
  • B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
  • C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
  • D As duas afirmativas são falsas.
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Analise as afirmativas a seguir:

I. Na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o protagonista Fabiano enfrenta um dilema ao longo da primeira parte do livro: aderir à estabilidade da vida acadêmica e de um emprego na universidade ou casar-se com Cláudia – sua grande paixão de infância – e mudar-se para Portugal.

II. Oswald de Andrade, autor de obras importantes, como “Memórias sentimentais de João Miramar” e “Pau-brasil”, sempre incluía em suas obras um protagonista com características cavalheirescas e com uma moral inabalável, representando, assim, a imagem que a sociedade tinha do tradicional “malandro” dos albergues das grandes cidades.
Marque a alternativa CORRETA:
  • A As duas afirmativas são verdadeiras.
  • B A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
  • C A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
  • D As duas afirmativas são falsas
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Analise as afirmativas a seguir:

I. A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes, como, por exemplo: “Com aqueles olhos frios, disse que não gostava mais da namorada” (a frieza está associada ao tato e não à visão).
II. A hipérbole corresponde ao exagero de uma ideia feito de maneira intencional, como, por exemplo: quase morri de estudar.
III. A metonímia é a omissão de significados de palavras compostas, feita através da substantivação de um verbo no infinitivo. Um exemplo de metonímia pode ser visto em: costumava ler Shakespeare / aprecio a sua voz.

Marque a alternativa CORRETA:
  • A Nenhuma afirmativa está correta.
  • B Apenas uma afirmativa está correta.
  • C Apenas duas afirmativas estão corretas.
  • D Todas as afirmativas estão corretas.

Legislação Federal

29
Assinale a alternativa que apresenta contrariedade em relação aos princípios e respectivos enunciados como tais previstos expressamente na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
  • A Adequação: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas finalidades
  • B Qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos comercial e industrial
  • C Responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas
  • D Finalidade: compatibilidade do tratamento com os objetivos informados ao titular, de acordo com o contexto do tratamento
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Considerando a produção de provas em ações de investigação de paternidade, o juiz determinará a realização de exame de DNA nos parentes consanguíneos do suposto pai

  • A se falecido ou na ausência de notícias de seu paradeiro, não importando a recusa em presunção relativa de paternidade.
  • B se falecido ou na ausência de notícias de seu paradeiro, importando a recusa em presunção relativa de paternidade somente se intimados parentes em linha reta, a ser avaliada em conjunto com o contexto probatório.
  • C somente se falecido, importando a recusa em presunção relativa de paternidade, a ser avaliada em conjunto com o contexto probatório.
  • D se falecido ou na ausência de notícias de seu paradeiro, importando a recusa em presunção relativa de paternidade, a ser avaliada em conjunto com o contexto probatório.
  • E somente se falecido, não importando a recusa a se submeter ao exame em presunção relativa de paternidade.
31

De acordo com a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal à Lei n° 7.347/1985 (LACP), uma sentença proferida em sede de ação civil pública tem eficácia

  • A inter partes, mas não se limita à competência territorial do órgão prolator; no caso de improcedência por insuficiência de provas, não haverá formação de coisa julgada, de modo que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, independentemente de prova nova.
  • B inter partes e somente nos limites da competência territorial do órgão prolator; no caso de improcedência por insuficiência de provas, não haverá formação de coisa julgada, de modo que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, independentemente de prova nova.
  • C erga omnes e não se limita à competência territorial do órgão prolator; no caso de improcedência por insuficiência de provas, qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de prova nova.
  • D erga omnes somente nos limites da competência territorial do órgão prolator; no caso de improcedência por insuficiência de provas, qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de prova nova.
  • E erga omnes somente nos limites da competência territorial do órgão prolator; no caso de improcedência por insuficiência de provas, a coisa julgada impede que qualquer legitimado intente outra ação com idêntico fundamento.
32

O artigo 5o, § 1o, inciso III, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 9.394/96) preceitua que o acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, e que o Poder Público, na esfera de sua competência federativa, deverá zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola, sendo certo que, não obtendo êxito, nos termos do artigo 56, inciso II, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8069/90), o Conselho Tutelar deverá ser comunicado para aplicação de medida protetiva. Se mesmo assim o aluno continuar faltando às aulas, reiteradamente, o Ministério Público deverá ser comunicado para:

  • A ajuizar ação civil pública objetivando o cumprimento de obrigação de fazer pelo Poder Público, consistente em providenciar aulas domiciliares que impeçam a evasão escolar
  • B requisitar entrevista e visita a ser realizada por assistente social ou pedagogo no domicílio do aluno, com a finalidade de verificar se, por conveniência circunstancial, pode ser autorizado o ensino domiciliar (homeschooling), a fim de evitar a evasão escolar.
  • C ajuizar ação civil objetivando responsabilizar os pais ou responsáveis, aplicando-se, ao final, medidas de prestação de serviços à comunidade, mais o pagamento de multa, se insuficientes as medidas encetadas pelo Poder Público e pelo Conselho Tutelar.
  • D requisitar a condução coercitiva dos pais ou responsáveis até a unidade escolar, para serem orientados acerca da necessidade de frequência do aluno às aulas.
  • E ajuizar ação civil objetivando a destituição do Poder Familiar, se insuficientes as medidas encetadas pelo Poder Público, pelo Conselho Tutelar, e outras tomadas pelo próprio Ministério Público.
33

Assinale a alternativa correta.

  • A Incumbe ao Estado a proteção dos dados pessoais, tais como os dados pessoais sensíveis, os dados anonimizados e os dados utilizados para formação de perfil comportamental de pessoa natural identificada ou identificável.
  • B Cidadão cujo pedido de benefício social tenha sido indeferido pode solicitar o nome do servidor público responsável pelo seu processo administrativo e pode ingressar com ação por danos diretamente em face desse agente público.
  • C São exemplos de manifestações dos usuários de serviços públicos as reclamações, as sugestões e os elogios, mas não as denúncias, por integrarem o sistema de responsabilização administrativa.
  • D O direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse particular ou coletivo é direito público subjetivo, não se admitindo qualquer ordem de limitação ou de disciplina procedimental que inviabilize seu acesso.
  • E O pedido de acesso à informação pode ser apresentado por qualquer interessado, por qualquer meio legítimo, cabendo ao órgão ou entidade pública conceder o acesso imediato ou negá-lo nas hipóteses específicas previstas em lei ou regulamento, sendo sempre imprescindível a motivação nesse caso.
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A Controladoria-Geral da União (CGU), em atuação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF), firmou acordo de leniência com a sociedade empresária Alfa, em razão de ter a pessoa jurídica praticado atos lesivos à Administração Pública Federal. No bojo do citado acordo, o MPF se comprometeu a não propor, contra o aderente, qualquer ação de natureza cível ou penal em relação aos fatos e condutas nele revelados. Após a assinatura do acordo, órgão do MPF, diverso do que participou do acordo, solicitou compartilhamento do acordo de leniência, com o fim de instrução de inquérito civil de sua atribuição que investiga pessoa que não celebrou o acordo de leniência por eventual prática de ato de improbidade administrativa.
Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, o compartilhamento pretendido é:

  • A inviável, por expressa previsão legal, sob pena de nulidade do inquérito civil que for instruído indevidamente com peças extraídas do acordo de leniência;
  • B inviável, porque o STF entende que cada compartilhamento específico do acordo de leniência exige prévia e expressa anuência do acordante e de terceiros potencialmente implicados, sob pena de nulidade;
  • C inviável, por violação ao princípio da boa-fé objetiva implícito em matéria de consensualidade e cooperação do direito sancionador, de natureza administrativa ou cível;
  • D viável, desde que o pedido se mostre conveniente para instrução de procedimento investigatório de natureza penal ou cível, independentemente de acarretar prejuízo aos aderentes do instrumento e da observância de seus limites;
  • E viável, desde que o pedido se mostre adequadamente delimitado e justificado, bem como não acarrete eventual prejuízo aos aderentes do instrumento, de maneira que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo, observadas as formalidades cabíveis.
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A sociedade empresária Beta firmou acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União pela prática de atos lesivos à Administração Pública Federal, comprometendo-se a cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo.
Ocorre que a citada pessoa jurídica descumpriu o acordo de leniência, razão pela qual, consoante dispõe a Lei nº 12.846/2013:

  • A será obrigada a pagar multa equivalente ao dobro do valor comprovado do dano ao erário decorrente de todos os atos ilícitos que reconheceu ter praticado;
  • B ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento;
  • C terá suspensa sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, mas é vedada a anotação do descumprimento no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP);
  • D seus sócios terão os direitos políticos suspensos, pelo período de cinco a oito anos, observado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo que tramitará em apenso;
  • E será decretada sua dissolução compulsória, assim como aplicada multa equivalente ao valor comprovado do dano ao erário decorrente de todos os atos ilícitos que reconheceu ter praticado.
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O Ministro de Estado do Ministério Alfa instaurou processo administrativo de responsabilização (PAR) para apuração da responsabilidade administrativa da pessoa jurídica Beta, que pode resultar na aplicação das sanções administrativas previstas na Lei Anticorrupção, pela eventual prática de ato lesivo à Administração Pública Federal, em razão da notícia de ilegalidades graves relacionadas à fraude em licitação. No curso do PAR, constatou-se a complexidade, a repercussão e a relevância da matéria.
No caso em tela, de acordo com o Decreto nº 8.420/2015, que regulamenta a Lei nº 12.846/2013, a Controladoria-Geral da União possui competência:

  • A exclusiva para avocar o PAR para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhe o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível;
  • B instrutória para colaborar na coleta da prova do PAR, caso inexistam condições objetivas para sua instrução no Ministério Alfa, mas lhe é vedado o julgamento do PAR, sob pena de supressão de instância administrativa;
  • C para avocar o PAR para fins de sua instrução, caso seja caracterizada omissão da autoridade originariamente competente, mas lhe é vedada a aplicação da penalidade administrativa cabível;
  • D para julgar recurso de decisão do Ministério Alfa que, após regular tramitação do PAR, aplicar sanções administrativas à pessoa jurídica Beta, que pode recorrer no prazo de vinte dias, após a ciência da decisão;
  • E suplementar para sanar vícios procedimentais no PAR, caso inexistam condições objetivas para sua instrução no Ministério Alfa, mas lhe é vedado o julgamento do PAR, sob pena de supressão de instância administrativa.
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Márcio, servidor público federal, lotado no Ministério da Economia, atualmente não ocupa qualquer cargo em comissão ou exerce função de confiança. Não obstante, o cargo efetivo e a lotação de Márcio fazem com que o exercício de seu cargo proporcione inegável acesso a informação privilegiada capaz de lhe trazer vantagem econômica ou financeira, conforme definido em regulamento.
No caso em tela, de acordo com a Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12.813/2013), Márcio deve anualmente enviar declaração com informações sobre situação patrimonial, participações societárias, atividades econômicas ou profissionais:

  • A à Comissão de Ética Pública, assim como indicação sobre a existência, em qualquer situação, de cônjuge, companheiro ou parente, por consanguinidade ou afinidade, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, ainda que Márcio se encontre em gozo de licença ou em período de afastamento;
  • B à Controladoria-Geral da União, salvo se se encontrar em gozo de licença ou em período de afastamento, ocasião em que o prazo para envio será automaticamente prorrogado, sendo desnecessária a remessa de informações sobre cônjuges e parentes, pelo princípio da intranscendência subjetiva do cargo;
  • C à Controladoria-Geral da União, assim como indicação sobre a existência de cônjuge, companheiro ou parente, por consanguinidade ou afinidade, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, no exercício de atividades que possam suscitar conflito de interesses, ainda que Márcio se encontre em gozo de licença ou em período de afastamento;
  • D à Comissão de Ética Pública, salvo se se encontrar em gozo de licença ou em período de afastamento, ocasião em que o prazo para envio será automaticamente prorrogado, sendo desnecessária a remessa de informações sobre cônjuges e parentes, pelo princípio da intranscendência subjetiva do cargo;
  • E ao Ministério da Economia, salvo se se encontrar em gozo de licença ou em período de afastamento, ocasião em que o prazo para envio será automaticamente prorrogado, sendo desnecessária a remessa de informações sobre cônjuges e parentes, pelo princípio da intranscendência subjetiva do cargo.
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As ações de despejo para a realização de reparações urgentes que sejam determinadas pelo poder público e que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel devem ser instruídas com

  • A comprovação do perigo de dano.
  • B rol de testemunhas que comprovem resistência do locatário em deixar o imóvel, se for o caso.
  • C qualquer instrumento particular de aquisição registrado.
  • D prova da propriedade do imóvel.
  • E prova da posse indireta.