Resolver o Simulado Psicólogo - CONSULPLAN - Nível Superior

0 / 50

Psicologia

1

A avaliação psicológica na área jurídica possui um viés próprio, que é a constante preocupação que os técnicos devem ter em vista de possível distorção de dados por parte do periciados. (CUNHA, 2000 p. 188-189.)
De acordo com essas informações, analise as afirmativas a seguir.
I. Conduta cautelosa e premeditada, fala lenta, repetição de questões, excessiva hesitação. II. Simplificação dos desenhos no momento da testagem, postura rígida e não colaborativa durante os comandos. III. Confirmação de sintomas óbvios (principalmente os positivos e os mais espalhafatosos, em detrimento dos negativos e mais tênues).
Confirmam distorções na avaliação jurídica apenas o que se afirma em

  • A I.
  • B III.
  • C I e III.
  • D I, II e III.
2

Entende-se que atualmente o conceito de adoção tem variado ao longo da história, tanto de maneira legal quanto de maneira informal. Do conceito jurídico de “obtenção de um filho através da lei” até “a adoção com reais vantagens para a criança” do nosso Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). (Brandão, 2004 p. 99.)
Em relação às funções e atribuições do psicólogo e, ainda, às práticas de adoção, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A Os critérios para adoção não têm sido constantes através dos anos, pois recebem influências de variáveis legais, psicológicas, sociais e jurídicas.
  • B A participação do psicólogo em processos de decisão jurídica está marcada pelo seu caráter multidisciplinar, sendo uma prática cada vez mais considerada.
  • C A adoção pode ser considerada sempre como uma situação complexa, pois sua essência consiste em criar um processo, segundo o qual se realiza a transição de uma criança da família biológica à família adotiva.
  • D No processo de adoção é importante considerar algumas variáveis importantes para o desenvolvimento psicológico da criança, independente de como estas foram vividas e refletidas, tais como: abandono, ruptura, institucionalização, entre outras.
3

A psicologia forense é a psicologia aplicada ao campo da prática judicial e, como tal, constitui-se em uma das áreas de estudo resultantes das relações entre a psicologia e a lei. (CUNHA, 2000 p. 183.)
A psicologia forense ou judicial, como também é conhecida, surgiu da necessidade de:

  • A Elaborar informe pericial técnico, quando solicitado.
  • B Realizar avaliações psicológicas no contexto judicial.
  • C Assessorar magistrados em suas tarefas de julgamentos.
  • D Realizar avaliações de danos psíquicos e formular laudos.
4

Em relação ao comportamento humano e numa tentativa de compreender como as pessoas reagem em situações de conflito, é importante destacar alguns fatores que podem ser responsáveis pela reação de uma pessoa em um dado momento de uma situação de conflito. (Mira Y Lopez. 2008.)
Esses fatores são, EXCETO:

  • A Mistos.
  • B Isolados.
  • C Herdados
  • D Adquiridos.
5

A psicologia do desenvolvimento constitui-se como uma das abordagens para a compreensão do ser humano, isto acontece através da descrição e explorações das mudanças psicológicas que o sujeito sofre no decorrer do tempo, mostrando, assim, como essas mudanças podem ser descritas e compreendidas. (Trindade, 2012 p. 76.)
Em relação às variáveis questões jurídicas e ao desenvolvimento do ser humano, deve-se considerar que a noção clara da etapa do desenvolvimento humano é um fator crucial e este nunca deverá ser menosprezado, por considerar que:

  • A Compreensão e respeito são fatores cruciais em se tratando do desenvolvimento humano, pois, independente dos ciclos de vida, o ser humano precisa ser considerado sujeito subjetivo.
  • B O desenvolvimento humano é um fator crucial e que, independente do momento ou etapa, deverá ser respeitado nos diversos sentidos em qualquer situação, considerando que o ciclo de vida não define diferenças.
  • C Cada sujeito se encontra em uma etapa do ciclo vital e deve ser compreendido pelo direito de acordo com as características desta etapa, ou seja, tendo-se em vista as condições inerentes a esse momento da vida.
  • D Cada sujeito se encontra em uma etapa do ciclo vital e que deve ser compreendido pelo direito de acordo com as características desta etapa, desconsiderando ou não os demais fatores, já que estes nem sempre são relevantes.
6

Os direitos da personalidade estão vinculados ao reconhecimento de outros direitos inerentes à pessoa humana, sendo eles imprescindíveis ao desenvolvimento das potencialidades físicas, psíquicas e morais. (Trindade, 2012, p. 86. apud, Consoante Pereira 2008, p. 198.)
De acordo com os direitos da personalidade e os demais direitos inerentes ao ser humano, assinale a alternativa que menciona-os corretamente.

  • A Direito à honra, direito à vida, direito à integridade psíquica e direito à assistência médica.
  • B Direito à integridade psíquica, direito à vida, direito ao lazer, direito à honra e direito à imagem.
  • C Direito à vida, direito ao nome, direito à honra, direito à imagem e direito à integridade psíquica.
  • D Direito à vida, direito ao nome, direito à imagem e direito à integridade psíquica, direito ao lazer.
7

O transtorno bipolar, previamente denominado e mais conhecido como maníaco-depressivo, não é um transtorno homogêneo. Atualmente, é considerado como parte do conjunto afetivo que inclui maior ou menor grau de agitação, euforia, grandiosidade, impulsividade, irritabilidade, aceleração da linguagem e do pensamento, estímulos aos comportamentos adictivos e hedonistas. (Knapp, 2004, p. 317.)
Considerando a definição sobre o transtorno afetivo bipolar e os seus estágios de mania comum, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em relação ao humor, a labilidade, a euforia e a irritabilidade, devido à frustação, caracterizam o primeiro estágio. ( ) O comportamento de atividades e atitudes bizarras e frenéticas pode ser observado no segundo estágio. ( ) Sobre a cognição pode-se afirmar que a fuga de ideias, a desorganização cognitiva e os delírios encontram-se no segundo estágio. ( ) O terceiro estágio está relacionado à cognição, podendo-se observar incoerência, delírios bizarros, alucinações e ideias de referência.
A sequência está correta em

  • A V, V, F, F.
  • B V, F, V, V.
  • C F, F, V, V.
  • D F, V, V, F.
8

Falando a futuros Juízes e defensores em “A psicanálise e a determinação dos fatos nos processos jurídicos”, Freud aponta uma diferença fundamental entre o paciente da psicanálise e a pessoa acusada pela justiça. (Brandão, 2004 p. 36.)
“No caso do cometimento de um delito, o(a) __________ tem a intenção de __________ o segredo da justiça, já o(a) __________ não conhece o __________, que está oculto para ele mesmo.” Assinale abaixo a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

  • A pessoa / ocultar / psicótico / ato
  • B neurótico / revelar / pessoa / ato
  • C pessoa / ocultar / neurótico / segredo
  • D psicótico / revelar / indivíduo / segredo
9
Dentre as formas de avaliação psicológica é importante destacar o exame psicodiagnóstico clínico. Através desse processo científico, pode-se estudar profundamente a personalidade, do ponto de vista fundamentalmente clínico. Considerando os dados sobre as etapas do psicodiagnóstico, assinale a alternativa correta.
  • A Estudo do material colhido para obter um quadro mais claro possível sobre o caso em questão (quinto momento).
  • B Primeiras entrevistas, nas quais tenta-se esclarecer o motivo latente e o motivo manifesto da consulta (primeiro momento).
  • C Reflete sobre o material colhido anteriormente e sobre as hipóteses iniciais para planejar os passos a serem seguidos (quarto momento).
  • D Realização da estratégia diagnóstica planejada; por isso insiste que não deve haver um modelo rígido de psicodiagnóstico (terceiro momento).
10

Na área jurídica, os psicólogos tendem a utilizar os mesmos métodos de investigação utilizados na clínica, como entrevistas, testes, recuperação de dados de arquivo (protocolos) e informações de familiares e terceiros. (CUNHA, 2000 p. 184.)
Considerando os métodos de avaliação do psicólogo e as suas particularidades na área jurídica, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A Para se compreender os aspectos distintivos da avaliação forense é importante que se tenha uma visão diferenciada do contexto do trabalho do psicólogo na área clinica e em sua atividade junto ao sistema legal.
  • B A natureza específica desta avaliação obriga a uma adaptação das informações às questões formuladas, valorizando de modo diferenciado as estratégias para obtenção dos dados, de forma a estabelecer uma maior confiabilidade destes.
  • C A precisão da informação é importante, apenas no setting clínico, considerando que na concepção clínica a compreensão da visão particular do cliente sobre o problema, que é o motivo do processo, fica em primeiro plano, deixando a avaliação mais objetiva.
  • D O examinador jurídico deve preocupar-se com a exatidão da informação, na medida em que sua avaliação deve responder sobre fatos que extrapolam a subjetividade do examinado. Ainda que a visão do cliente seja importante, torna-se secundária para os objetivos propostos.
11
Na perícia forense, as avaliações podem ser realizadas por um ou por vários psicólogos, bem como podem ser feitas em conjunto com outros técnicos de especialidades diversas. Existe, ainda, a possibilidade do laudo ser emitido por uma entidade, mas sempre com a identificação dos profissionais envolvidos. O papel do psicólogo junto ao pedido de uma Avaliação Jurídica pode acontecer diante dos determinados meios, EXCETO:
  • A Em função do seu desempenho profissional em uma instituição pública.
  • B Como perito, sendo ou não oficial, a pedido de uma das partes litigantes.
  • C Como perito oficial, quando designado pelo juiz, no decorrer do processo.
  • D A pedido de uma das partes litigantes, quando é conhecido como perito assistente.
12

Hoje, no momento em que a psicologia avança no sentido de tornar-se uma profissão a serviço da saúde mental e da maior expressão da singularidade, a prática em psicologia jurídica continua ainda muito atrelada aos processos jurídicos, atuando os psicólogos jurídicos, em áreas como juizados de menores, varas civis e criminais e as penitenciárias. (MIRA, 1995 p. 235.)
De acordo com o enunciado anterior, é correto afirmar que:

  • A Os psicólogos não defendem a ideia de deixar de ter somente uma prática profissional voltada ao serviço de instituições jurídicas, passando a buscar uma atuação também no serviço da cidadania.
  • B Os psicólogos deveriam defender a ideia de deixar de ter somente uma prática profissional voltada ao serviço de instituições jurídicas, passando a buscar uma atuação também no serviço da cidadania.
  • C Alguns psicólogos defenderam, por algum tempo, a ideia de deixar de ter somente uma prática profissional voltada ao serviço de instituições jurídicas, passando a buscar uma atuação também no serviço da cidadania.
  • D Alguns psicólogos estão preocupados e defendem a ideia de deixar de ter somente uma prática profissional voltada ao serviço de instituições jurídicas, passando a buscar uma atuação também no serviço da cidadania.
13

O psicólogo, na elaboração de seus documentos, deverá adotar como princípios norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princípios éticos, técnicos e científicos da profissão. (Resolução CFP nº 007/2003 p. 3.)
Em relação aos princípios da linguagem escrita, é correto afirmar que:

  • A Na elaboração de documentos, o psicólogo baseará suas informações na observância dos princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo.
  • B A concisão se verifica no emprego da linguagem adequada; de outro modo a clareza não se traduz, na estrutura frasal, pela sequência ou ordenamento adequado dos conteúdos.
  • C O emprego de frases e termos não deverá ser compatível com as expressões próprias da linguagem profissional, garantindo, assim, a precisão e o entendimento na comunicação.
  • D A comunicação deve apresentar como qualidades: a clareza, a concisão e a harmonia, evitando a diversidade de significações da linguagem popular, considerando, ainda, a quem o documento será destinado.
14

Pode-se afirmar que o relatório ou laudo psicológico é uma peça de natureza e valor científico. Portanto, os termos técnicos devem estar acompanhados das explicações e conceitos com embasamento teórico que sustentem as afirmações. (Resolução CFP nº 007/2003 p. 3.)
Fazem parte da estrutura do relatório ou laudo psicológico, EXCETO:

  • A Análise.
  • B Conceito.
  • C Identificação.
  • D Procedimento.
15

Toda profissão se define a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como todo. (Resolução CFP nº 010/05.)
Ao psicólogo é vedado, EXCETO:

  • A Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de psicologia.
  • B Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas.
  • C Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão.
  • D Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência.
16
Dentre as teorias sobre a motivação, a do estabelecimento de metas é sustentada pela premissa de que as metas variam em conteúdo e intensidade. Em relação ao conteúdo podem ser fáceis ou difíceis; específicas ou gerais; e simples ou complexas. No que se refere à intensidade, varia conforme a percepção da importância do comprometimento com a meta. A respeito das metas é válido dizer que elas orientam a ação devido a
  • A dispersão da atenção.
  • B imobilização do esforço.
  • C encorajamento e persistência.
  • D amplificação e personificação da estratégia.
17

As relações interpessoais no trabalho são um tema aparentemente corriqueiro, mas não isento de complexidade à gestão de pessoas, dadas as dimensões pessoas, grupos e equipes. A respeito dessas relações, analise as afirmativas a seguir.


I. As dimensões pessoas, grupos e equipes devem sem compreendidas por meio de uma perspectiva intra e interorganizacional.

II. A dimensão pessoas e a capacitação à autoavaliação precisam ser o ponto de partida quando a execução de um trabalho na gestão de pessoas visa o propósito de uma equipe.

III. O senso-percepção inviabiliza autoanálise de procedimentos inadequados e propicia o desfavorecimento da reformulação de conceitos arcaicos nas relações interpessoais.

IV. Uma proposta consistente para as relações interpessoais na gestão de pessoas é aumentar as dissonâncias entre atitudes e condutas de um indivíduo em relação às necessidades grupais e organizacionais.

V. A complexidade da gestão de pessoas envolve diversidade de concepções, autores e tomadas de decisões em decorrência da inexistência de uma conceituação, nem melhor ou mais completa, acerca das dimensões pessoas, equipes e grupos de trabalho.


Estão corretas apenas as afirmativas

  • A I, II e III.
  • B I, II e V.
  • C II, III e IV.
  • D III, IV e V.
18

As equipes e os grupos de trabalho são importantes ferramentas para a gestão e para todo o processo de comunicação no contexto organizacional. No que concerne à comunicação em contexto organizacional, analise as afirmativas, marque V para as verdadeiras e F para as falsas.


( ) A confiança consiste em um indicador fundamental para que aconteça a comunicação em um grupo, sobretudo para que ocorra o trabalho em equipe.

( ) A falta de confiança ou uma confiança frágil, não efetiva, entre os integrantes de um grupo, é prejudicial às relações interpessoais, mas sobretudo à comunicação interna devido aos bloqueios ou filtros das informações.

( ) A figura do líder ou a importância do gestor são indicadores importantes para propiciar um clima de integração e equilíbrio e gerar um grupo criativo, que expõe e divide as informações e a expertise, por sua vez, favorecendo tarefas e resultados.

( ) A menor homogeneidade do grupo e a menor identificação com a autoridade viabilizam a facilidade das tarefas e a rapidez da integração entre os indivíduos que compõem esse grupo; ao passo que a maior heterogeneidade proporciona a rapidez e a profundidade da integração.


A sequência está correta em

  • A V, F, V, F.
  • B F, F, F, V.
  • C V, V, V, F.
  • D F, V, V, F.
19
Os estudos com grupos e/ou processos grupais tiveram início nas primeiras três décadas do século XX sob a decisiva influência de Kurt Lewin, que influenciou significativamente o estudo das relações humanas no trabalho. A respeito da influência de Kurt Lewin na compreensão dos grupos no contexto organizacional, assinale a afirmativa correta.
  • A Propôs, por meio da avalição do clima grupal das influências de lideranças sobre a atmosfera de um grupo, que um clima democrático, autoritário ou laissez-faire não dependia da vocação do grupo e do estabelecimento de lideranças que os viabilizasse.
  • B Por meio do aperfeiçoamento de pesquisas psicossociológicas, cunhou a expressão dinâmica de grupo, designando o campo dominado pelas investigações em torno das estruturas de liderança, coesão, produtividade, cooperação, conflito e comunicação.
  • C Propôs, através de programas de desenvolvimento e treinamento de pessoas, que o clima grupal propicia uma dinâmica suficiente para os objetivos e compromissos organizacionais junto às lideranças, independente das estruturas e características que estas possuem.
  • D Por meio do desenvolvimento de pesquisas psicossociais empregou a expressão dinâmica de grupo, cuja finalidade é acompanhar a maioria por gostos, preferências, afinidades, senso moral e de justiça coletivamente orientados, com vistas a estabelecer mudanças e assegurar a constância e a originalidade do grupo.
20

Os grupos e os fenômenos pertinentes, tais como coesão, persuasão e afiliação são fatores importantes para os processos de gestão de pessoas haja vista que possibilitam, dentre outras coisas, qualidade, produtividade e serviço. Acerca da afiliação, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) A afiliação é importante para o entendimento tanto de necessidades individuais, quanto para a formação da identidade psicossocial e para a concretização de ideais e valores de justiça e bem-estar coletivamente compartilhados.

( ) A afiliação consiste em uma inclinação amplamente reiterada de subordinação a normas e padrões extrínsecos, cuja tendência é acompanhar a maioria em gostos, preferências, maneiras de agir e submissão as vezes gratuita e inútil, mas visando a aprovação social.

( ) Um fator interveniente ao processo de afiliação é o de atratividade, pois um grupo sempre influenciará seus membros e os incentivará a continuidade de participação por meio de diferentes mecanismos, seja promovendo fatores de mudança ou de expectativa, com vistas a promover a originalidade do grupo.


A sequência está correta em

  • A V, F, F.
  • B V, V, V.
  • C F, V, V.
  • D V, F, V.

Português

21

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

Acerca da expressão destacada em “ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores” (1º§), marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) Trata-se de um adjunto conjuntivo utilizado como recurso de coesão textual.

( ) Possui mobilidade posicional na frase mantendo-se a coesão e coerência textuais.

( ) A relação estabelecida por “no entanto” expressa, no período, uma inferência, conclusão.

( ) A ressalva indicada pela expressão “ no entanto” pode ser também expressa pelo vocábulo “enfim”.


A sequência está correta em

  • A F, V, F, V.
  • B V, V, F, F.
  • C F, F, V, V.
  • D F, F, V, F.
  • E V, V, V, F.
22

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

No que diz respeito ao “vazio do pensamento”, a autora mostra-se:
  • A Conformada com a própria postura, das pessoas que a rodeiam e da sociedade em geral.
  • B Discordante do fato de que este “vazio do pensamento”, de fato, possa existir na era moderna.
  • C Resignada, tendo em vista que o lugar comum em que tal situação encontra-se na sociedade atual.
  • D Ciente de que o “vazio do pensamento” é uma realidade, apesar de ser contrária a que as pessoas vivam assim.
  • E Encorajada a submeter-se ao “vazio do pensamento” para que possa atestar seus comprometimentos e buscar transformações de postura.
23

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

Considere as afirmações a seguir e analise-as de acordo com as ideias e fatos trazidos ao texto.


I. A incapacidade de sentir, ou seja, a insensibilidade cada vez maior reflete-se em um consumismo de ideias vazias e superficiais.

II. O consumismo das coisas é real sem que haja um consumismo de ideias, ambos caminham de forma distinta desde que a sociedade consumista se estruturou com todas as suas características.

III. Para a autora, a demanda atual da publicidade e da propaganda pressupõe que a mensagem transmitida seja objetiva e acessível ao público a que se destina e, para isso, necessário é que as ideias sejam superficiais.


Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

  • A I, II e III.
  • B I, apenas.
  • C I e II, apenas.
  • D I e III, apenas.
  • E II e III, apenas.
24

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

Para a autora:
  • A A promoção do consumo está relacionada a uma determinada ilusão indo além daquilo que, de fato, é verdadeiro.
  • B No presente século, o do consumismo, as mercadorias que surgem garantem e promovem o êxtase esperado pelo público consumidor.
  • C É necessário que cada relação ou experiência humana seja intensamente vivida e realizada a ponto de promover uma surpreendente satisfação pessoal e, consequentemente, coletiva.
  • D Para que haja a realização pessoal, é necessário haver a conscientização de que as emoções devem ser programadas para que o improviso não prejudique o sucesso pessoal e/ou profissional.
  • E O consumismo faz parte da sociedade atual e está relacionado à ilusão provocada pela indústria da propaganda, já o consumo consciente passa por todo tipo de divulgação que utilize o campo da sensibilidade, proporcionando ao consumidor a possibilidade da reflexão e da crítica.
25

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

No quarto parágrafo do texto, são feitos questionamentos acerca dos quais está correto o seguinte comentário:
  • A Os questionamentos são feitos por toda a sociedade, a autora apresenta-se apenas como porta-voz de cada indagação.
  • B Um dos elementos da narrativa apresentada é o uso de questionamentos cujas respostas podem ser reconhecidas ao longo do texto.
  • C As perguntas utilizadas demonstram que o enunciador não tem um conceito bem definido para si mesmo acerca do assunto desenvolvido.
  • D Com o objetivo de sensibilizar o leitor, utilizam-se questionamentos inusitados que, aparentemente, desvirtuam a progressão textual vista até aquele momento do texto.
  • E As perguntas retóricas utilizadas no texto demonstram o emprego de uma estratégia discursiva tendo em vista os fatos relacionados, possuindo importante valor persuasivo.
26

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

O trecho “É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade.” (6º§) demonstra uma relação em que:
  • A O enunciado demonstra a falsidade de seu próprio conteúdo.
  • B Há unidades de significado que expressam conteúdos que se opõem.
  • C Há uma comparação assimilativa equiparando e aproximando elementos distintos.
  • D Ocorre um efeito de exagero inverossímil atribuindo a devida importância ao conteúdo.
  • E Busca-se amenizar conceitos indesejáveis para conferir maior aceitação às ideias expressas.
27

    [...] Hannah Arendt foi a pensadora responsável por sua formulação – vazio do pensamento – em um livro chamado Eichmann em Jerusalém, de 1962, no qual ela faz um relato filosófico sobre o julgamento de um alto funcionário do regime nazista alemão que, no entanto, não chegava a ser um dos seus principais mentores. Adolf Eichmann que foi capturado na Argentina e julgado em Jerusalém por seus crimes contra a humanidade, estarreceu o mundo ao se apresentar como um cidadão de bem que pretendia apenas subir na carreira alegando cumprir ordens. No livro ela afirma que Eichmann não demostrava refletir sobre o que havia feito como funcionário. É como se sua capacidade de pensar estivesse interrompida. Questionado ele respondia por clichês e, ao mesmo tempo, não era um sujeito perverso que estivesse utilizando algum tipo de inteligência para fazer o mal conscientemente.

    Foi por analisar a figura de Eichman que Arendt lançou a questão do vazio do pensamento. A característica dessa forma de vazio é a ausência de reflexão, de crítica, de questionamento e até mesmo de discernimento. Podemos dizer que, em nossa época, isso se torna cada vez mais comum. O número de pessoas que abdicam da capacidade de pensar é cada vez maior.

    No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento e é justamente por isso que o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais funcional como já acontecia com Eichmann. Hoje, as redes sociais sobrevivem principalmente pelo fluxo das ideias prontas. Pessoas se tornam a cada dia transmissoras de ideias não questionadas. Ideias que são como mercadorias compradas para viagem sem perguntar que sentido podem ter na vida de quem as leva consigo.

    No campo da publicidade e propaganda, os profissionais especializam-se em apresentar as ideias rarefeitas, não apenas como coisas superficiais, mas como algo que está ao alcance da mão, algo cuja complexidade não importa. As próprias ideias são consumidas. Há um consumismo das coisas, mas há também um consumismo das ideias e, nesse sentido, também da linguagem por meio da qual as ideias circulam. Ora, o estatuto das coisas em um mundo voltado ao hiperconsumo é o do descarte. Seriam as ideias descartáveis como as coisas junto às quais elas são vendidas? Ou as ideias que seriam primeiramente abstratas serviriam apenas para dar uma “aura” às coisas que, em si mesmas, as coisas não têm? 

    A partir disso, podemos falar de uma segunda forma de vazio que caracteriza o nosso mundo cada vez mais carente de reflexão. Ele diz respeito ao que sentimos. Vivemos em um mundo cada vez mais anestesiado, no qual as pessoas se tornam incapazes de sentir e cada vez mais insensíveis. A sociedade na qual vivemos parece cada vez mais excitada, angustiada e fadada ao desespero. Podemos falar de um vazio da emoção justamente no contexto em que as pessoas buscam, de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Paga-se caro pela falta de sentimentos que podemos definir em um sentido genérico como uma frieza generalizada. A incapacidade de sentir torna o campo da sensibilidade em nós, um lugar de desespero. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, os filmes, as drogas, os esportes radicais e até mesmo a alimentação provoque mais do que sentimentos. Deseja-se o êxtase. A emoção também virou uma mercadoria e o que não emociona radicalmente parece não valer o esforço de se viver. O ódio é uma emoção fundamental em nossa época. Para quem não consegue sentir nada, a sua radicalidade é uma estranha redenção. 

    Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase. Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas, cinematográficas, impressionantes e espetaculares mesmo que se trate apenas de uma roupa nova, um telefone celular, um brinquedo ou um lugar para comer, tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra o tempo natural das coisas, da festividade contra a tranquilidade, da ebriedade contra a sobriedade. 

    Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas. Mas nada é realmente espontâneo no mundo da sociedade publicitária. Tudo isso é contrabalançado por programações do pensar e do sentir. As emoções também são programadas. E a questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo em um cenário de frieza humana e expressão histérica. Mas se as pessoas estão cada vez mais frias, isso quer dizer também que elas estão necessariamente cada vez mais “robotizadas” por pensamentos e sentimentos programados. [...]

(TIBURI, Márcia. 23 de julho de 2019. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/nos-e-o-vazio-sobre-o-pensamento-emocao-e-acao/. Adaptado.)

Considerando o emprego da norma padrão da língua, a correção do trecho destacado seria mantida de acordo com a sugestão expressa em:
  • A “tudo é vendido como se não fosse apenas o que de fato é.” / “tudo é vendido como se não fossem apenas o que são de fato.”
  • B “No entanto, parece absurdo que possamos viver sem pensamento” / “Parece absurdo, no entanto, de que possamos viver sem pensamento”
  • C “Nesse contexto, as mercadorias surgem com a promessa de garantir êxtase.” / “Nesse contexto com a promessa de garantir êxtase, surge as mercadorias.”
  • D “Ora, quando falamos de emoções tendemos a considerar que elas são espontâneas.” / “Ora, quando falamos de emoções há uma tendência a considerá-las espontâneas.”
  • E “Espera-se hoje que as experiências humanas sejam sempre e cada vez mais intensas,” / “É esperado hoje, que as experiências humanas sejem sempre e cada vez mais intensas,”
28
Pela emancipação masculina
   Uma pequena aglomeração na orla da Barra da Tijuca. Homens, em sua esmagadora maioria. O carro de som parado, o zunido do microfone enquanto passam o som, a faixa ligeiramente torta. É a primeira passeata masculinista do Brasil.
  João Marcelo é aquele cara ali, vestindo regata. Ele organizou o evento pelo WhatsApp. Tudo começou por causa de um controle remoto. Sempre que Miriam, sua esposa, botava o pé para fora de casa, o controle da TV desaparecia. E só quando ela voltava, o mistério era solucionado: estava na cara dele o tempo todo.
  Foi nesse meio-tempo, assistindo ao Rodrigo Hilbert a contragosto, que João Marcelo se deu conta da violência diária e silenciosa que ele sofria: a dependência do sexo feminino.
   Agora, João Marcelo quer que todos os homens sejam livres. E ele não está sozinho. Paulão é segurança particular e já perdeu dois empregos por causa de seu terno “abarrotado” (sic). Depois que a Sandra foi embora, ele parece um cosplay de Agostinho Carrara. Vocifera ao megafone em defesa de meninos inocentes que dependem dos caprichos de uma mãe, às vezes até de um pai – “porque homem oprime homem também!” – para se alimentar e fazer a própria higiene pessoal. É um projeto de dominação diabólico que visa domesticar os homens para sempre, desde pequenos.  
   Uma ciclista curiosa interpela os manifestantes. Lidiane quer saber que injustiças são essas que esses homens alegam estar sofrendo. O tom da moça causa revolta. O feminismo é a pauta da vez, ninguém fala das mazelas do homem, só se ele for gay. Ela claramente não conhece a angústia de sair de casa para comprar rúcula e voltar com um ramo de espinafre. Ou de abrir uma gaveta cheia de meias soltas e não conseguir formar um par. Paulão tira a camisa envergonhado, exibindo os cravos que se alastram em suas costas.
    Indiferente àquele tumulto em prol do empoderamento masculino, Lidiane pedala para longe, sob algumas vaias.
    Os cartazes começam a despontar na pequena multidão, estampando frases de efeito como: “minha próstata, minhas regras”, “a cada 11 minutos, um homem é obrigado a trocar um pneu no Brasil” e “paternidade é uma escolha, não uma obrigação”. A passeata segue pacificamente até ser interrompida por um apelo emocionado do organizador ao microfone: “Alguém viu minha carteira?”.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/manuelacantuaria/2019/09/pela-emancipacao-masculina.shtml. Acesso em: 10/09/2019. Manuela Cantuária.)
Considere as afirmativas a seguir. I. A finalidade do texto é narrar uma sequência de ações inusitadas para entreter o leitor. II. O foco narrativo do texto está na primeira pessoa do discurso e o narrador é o personagem principal da história. III. O texto é exemplo do gênero crônica narrativa, que se caracteriza pela flexibilidade de circular tanto no domínio discursivo jornalístico como também no literário. IV. O narrador do texto apresenta ao leitor suas impressões e inferências acerca de um acontecimento real, que serviu apenas de pretexto para expor suas reflexões. Está correto o que se afirma apenas em
  • A I e II.
  • B I e III.
  • C II e III.
  • D II e IV.
  • E III e IV.
29
Pela emancipação masculina
   Uma pequena aglomeração na orla da Barra da Tijuca. Homens, em sua esmagadora maioria. O carro de som parado, o zunido do microfone enquanto passam o som, a faixa ligeiramente torta. É a primeira passeata masculinista do Brasil.
  João Marcelo é aquele cara ali, vestindo regata. Ele organizou o evento pelo WhatsApp. Tudo começou por causa de um controle remoto. Sempre que Miriam, sua esposa, botava o pé para fora de casa, o controle da TV desaparecia. E só quando ela voltava, o mistério era solucionado: estava na cara dele o tempo todo.
  Foi nesse meio-tempo, assistindo ao Rodrigo Hilbert a contragosto, que João Marcelo se deu conta da violência diária e silenciosa que ele sofria: a dependência do sexo feminino.
   Agora, João Marcelo quer que todos os homens sejam livres. E ele não está sozinho. Paulão é segurança particular e já perdeu dois empregos por causa de seu terno “abarrotado” (sic). Depois que a Sandra foi embora, ele parece um cosplay de Agostinho Carrara. Vocifera ao megafone em defesa de meninos inocentes que dependem dos caprichos de uma mãe, às vezes até de um pai – “porque homem oprime homem também!” – para se alimentar e fazer a própria higiene pessoal. É um projeto de dominação diabólico que visa domesticar os homens para sempre, desde pequenos.  
   Uma ciclista curiosa interpela os manifestantes. Lidiane quer saber que injustiças são essas que esses homens alegam estar sofrendo. O tom da moça causa revolta. O feminismo é a pauta da vez, ninguém fala das mazelas do homem, só se ele for gay. Ela claramente não conhece a angústia de sair de casa para comprar rúcula e voltar com um ramo de espinafre. Ou de abrir uma gaveta cheia de meias soltas e não conseguir formar um par. Paulão tira a camisa envergonhado, exibindo os cravos que se alastram em suas costas.
    Indiferente àquele tumulto em prol do empoderamento masculino, Lidiane pedala para longe, sob algumas vaias.
    Os cartazes começam a despontar na pequena multidão, estampando frases de efeito como: “minha próstata, minhas regras”, “a cada 11 minutos, um homem é obrigado a trocar um pneu no Brasil” e “paternidade é uma escolha, não uma obrigação”. A passeata segue pacificamente até ser interrompida por um apelo emocionado do organizador ao microfone: “Alguém viu minha carteira?”.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/manuelacantuaria/2019/09/pela-emancipacao-masculina.shtml. Acesso em: 10/09/2019. Manuela Cantuária.)
“Uma pequena aglomeração na orla da Barra da Tijuca. Homens, em sua esmagadora maioria. O carro de som parado, o zunido do microfone enquanto passam o som, a faixa ligeiramente torta. É a primeira passeata masculinista do Brasil.” (1º§) Podemos afirmar que, nesse trecho, predomina a tipologia textual:
  • A Injuntiva.
  • B Narrativa.
  • C Descritiva.
  • D Expositiva.
  • E Argumentativa.
30
Pela emancipação masculina
   Uma pequena aglomeração na orla da Barra da Tijuca. Homens, em sua esmagadora maioria. O carro de som parado, o zunido do microfone enquanto passam o som, a faixa ligeiramente torta. É a primeira passeata masculinista do Brasil.
  João Marcelo é aquele cara ali, vestindo regata. Ele organizou o evento pelo WhatsApp. Tudo começou por causa de um controle remoto. Sempre que Miriam, sua esposa, botava o pé para fora de casa, o controle da TV desaparecia. E só quando ela voltava, o mistério era solucionado: estava na cara dele o tempo todo.
  Foi nesse meio-tempo, assistindo ao Rodrigo Hilbert a contragosto, que João Marcelo se deu conta da violência diária e silenciosa que ele sofria: a dependência do sexo feminino.
   Agora, João Marcelo quer que todos os homens sejam livres. E ele não está sozinho. Paulão é segurança particular e já perdeu dois empregos por causa de seu terno “abarrotado” (sic). Depois que a Sandra foi embora, ele parece um cosplay de Agostinho Carrara. Vocifera ao megafone em defesa de meninos inocentes que dependem dos caprichos de uma mãe, às vezes até de um pai – “porque homem oprime homem também!” – para se alimentar e fazer a própria higiene pessoal. É um projeto de dominação diabólico que visa domesticar os homens para sempre, desde pequenos.  
   Uma ciclista curiosa interpela os manifestantes. Lidiane quer saber que injustiças são essas que esses homens alegam estar sofrendo. O tom da moça causa revolta. O feminismo é a pauta da vez, ninguém fala das mazelas do homem, só se ele for gay. Ela claramente não conhece a angústia de sair de casa para comprar rúcula e voltar com um ramo de espinafre. Ou de abrir uma gaveta cheia de meias soltas e não conseguir formar um par. Paulão tira a camisa envergonhado, exibindo os cravos que se alastram em suas costas.
    Indiferente àquele tumulto em prol do empoderamento masculino, Lidiane pedala para longe, sob algumas vaias.
    Os cartazes começam a despontar na pequena multidão, estampando frases de efeito como: “minha próstata, minhas regras”, “a cada 11 minutos, um homem é obrigado a trocar um pneu no Brasil” e “paternidade é uma escolha, não uma obrigação”. A passeata segue pacificamente até ser interrompida por um apelo emocionado do organizador ao microfone: “Alguém viu minha carteira?”.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/manuelacantuaria/2019/09/pela-emancipacao-masculina.shtml. Acesso em: 10/09/2019. Manuela Cantuária.)
O fato que desencadeia essa história é:
  • A O desejo de todos os homens de serem livres.
  • B A reunião de homens na orla da Barra da Tijuca.
  • C Um homem se sentir subjulgado por sua mulher.
  • D A primeira passeata masculinista organziada por um brasileiro.
  • E O descaso da sociedade com os problemas complicados dos homens.

Raciocínio Lógico

31
A tabela compõe uma sequência lógica; observe.
148 135 121 106 90 X Y
Qual das alternativas a seguir apresenta o valor de X + Y?
  • A 90
  • B 106
  • C 121
  • D 128
  • E 134
32
Devido à seca que assola o nosso país agora em 2017, uma fábrica de doces não está conseguindo matéria-prima para a fabricação. P: se não há matéria-prima para fabricação ou indicação de como solucionar uma irrigação do plantio para que haja produção, então não há produção de leite ou produção de frutas para produção de doces. Na proposição P, a negação do consequente estaria corretamente expressa por: “há produção de leite ou há produção de frutas”. Concluímos que a NEGAÇÃO pode ser escrita como:
  • A Há produção de leite ou há produção de frutas.
  • B Há produção de leite ou não há produção de frutas.
  • C Não há produção de leite ou há produção de frutas.
  • D Não há produção de leite ou não há produção de frutas.
33

Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado entre 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os seguintes resultados:

• 160 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio;

• 180 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Fundamental II;

• 190 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Fundamental I;

• 20 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio e Fundamental I;

• 40 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio e Fundamental II;

• 30 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Fundamental I e II; e,

• 10 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio, Fundamental I e II.

Quantos clientes da papelaria compraram materiais, mas os filhos NÃO cursam nem o Ensino Médio e nem o Ensino Fundamental I e II?

  • A 50.
  • B 55.
  • C 60.
  • D 65.
34

De acordo com algumas implicações lógicas, analise as afirmativas a seguir.


I. Se p é verdadeira e q é verdadeira, então p Λ q é verdadeira.

II. Se p é verdadeira ou q é verdadeira, então p V q é falsa.

III. Se p é verdadeira e p q é verdadeira, então q é verdadeira.

IV. Se ~p é verdadeira e p V q é verdadeira, então q é verdadeira.

V. Se ~q é verdadeira e p q é verdadeira, então ~p é verdadeira.

VI. Se p V q é verdadeira, p r é verdadeira e q r é verdadeira, então r é verdadeira.

VII. p V [q Λ (~q)] p.

VIII. p q(~p) V p.


Estão INCORRETAS apenas as afirmativas

  • A I e II.
  • B II e VIII.
  • C I, II, VI e VIII.
  • D III, IV, V e VI.
35

A tabela-verdade com proposições lógicas terá sua coluna equivalência completada na ordem:


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

  • A pq, F, F, V, V.
  • B pq, V, F, V, F.
  • C p q, V, V, F, F.
  • D p q, V, F, F, V.
36
Beatriz, Camila e Denise dividem o mesmo apartamento com dois animais de estimação, o gato Guga e a cadelinha Cacau. Elas estão pensando em mudar a senha do Wi-Fi de seu apartamento. Para isso tiveram a ideia de uma senha que possua 07 (sete) letras, sendo 03 (três) consoantes e 04 (quatro) vogais e que tenha significado. Para isso pensaram:

• a primeira letra será uma vogal comum ao nome das três amigas;
• a segunda letra será a consoante da sílaba central de um dos nomes das amigas que possui um vogal dobrada;
• a terceira letra será uma vogal comum a dois nomes das amigas e repetida em um deles;
• a quarta letra será a primeira consoante do nome de um de seus animais de estimação. E essa consoante não pertence a nenhum dos nomes das amigas;
a quinta e a sexta letra serão as letras da sílaba central, não na mesma ordem, do nome de uma das amigas que repete uma vogal; e,
• a sétima letra será uma vogal presente no nome de duas das amigas e da cadelinha.  
A senha será a palavra:
  • A INVENTA.
  • B IMPRIMA.
  • C IMAGENS.
  • D IMAGINA.
37
A floricultura Flot’s da Azur recebeu uma encomenda de buquês de flores para ornamentar uma festa no próximo sábado. A floricultura escolheu três de suas floristas para ficarem responsáveis pela montagem dos buquês. Os buquês a serem montados devem conter flores nas cores brancas, rosas e azuis e das espécies rosas, hortênsias e gérberas. Cada florista deve montar um único modelo de buquê. E cada modelo deve conter as três cores de flores e as três espécies de flores. A primeira florista ficou responsável para montar buquês que tenham hortênsias rosas e gérberas azuis. A segunda florista ficou responsável para montar buquês que tenham hortênsias azuis e rosas rosas. A terceira florista deve usar as rosas, as hortênsias e as gérberas que não foram usadas pelas duas primeiras floristas. O buquê montado pela terceira florista terá quais flores?
  • A Hortênsias azuis, rosas rosas e gérberas azuis.
  • B Hortênsias brancas, rosas azuis e gérberas rosas.
  • C Hortênsias rosas, rosas azuis e gérberas brancas.
  • D Hortênsias azuis, rosas rosas e gérberas brancas.
38
Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado entre 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os seguintes resultados:

• 160 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio;
• 180 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Fundamental II;
• 190 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Fundamental I;
• 20 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio e Fundamental I;
• 40 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio e Fundamental II;
• 30 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Fundamental I e II; e,
• 10 clientes compraram materiais para seus filhos que cursam o Ensino Médio, Fundamental I e II. 
Quantos clientes da papelaria compraram materiais, mas os filhos NÃO cursam nem o Ensino Médio e nem o Ensino Fundamental I e II?
  • A 50.
  • B 55.
  • C 60.
  • D 65.
39
Os amigos Pablo, Paulo e Pedro foram a um restaurante para comemorar o aniversário de Paulo. Após jantarem dividiram a conta e receberam o troco da conta todo junto. Para saber quanto era o troco de cada um fizeram as seguintes contas:
• o troco de Pablo mais o de Pedro somados e divididos por 4 dá o troco de Paulo; • o troco de Paulo mais o troco de Pedro dá R$ 30,00;e, • o troco de Pablo menos o troco de Paulo dá R$ 10,00.
O troco recebido por Pablo foi de:
  • A R$ 10,00.
  • B R$ 15,00.
  • C R$ 20,00.
  • D R$ 25,00.
40
Da cidade X partem ônibus para as cidades A e B todos os dias. O primeiro ônibus que parte da cidade X para a cidade A sai às 6h30 e depois a cada 30 minutos parte um outro ônibus para a cidade A. Já para a cidade B o primeiro ônibus parte às 7h e depois a cada 40 minutos parte um outro ônibus para a cidade B. Qual o segundo horário da manhã em que os dois ônibus partem juntos da cidade X?
  • A 7h.
  • B 8h40.
  • C 9h.
  • D 9h20.

Conhecimentos Gerais

41
O Ateneu é um romance publicado em 1888 e conta a história de Sérgio, menino que é enviado para um colégio agropecuário de renome no Rio de Janeiro. O romance é considerado o único exemplar impressionista na literatura brasileira. Quem é o autor da obra “O Ateneu”?
  • A Lima Barreto.
  • B Raul Pompeia.
  • C Graciliano Ramos.
  • D Machado de Assis.
42
Como é cediço, cada uma das 27 unidades federativas do Brasil possuem 3 (três) Senadores da República. Atualmente Minas Gerais possui os seguintes Senadores:
  • A Aécio Neves, Antônio Anastasia e Zeze Perrella.
  • B Aécio Neves, Hélio Garcia e Eliseu Resende.
  • C Aécio Neves, Antônio Anastasia e Itamar Franco.
  • D Aécio Neves, Antônio Anastasia e Clésio Andrade .
43
Uma série de atentados terroristas ocorridos na noite de 13 de novembro de 2015 consistiu em fuzilamentos em massa, atentados suicidas, explosões e uso de reféns com, pelo menos, 137 pessoas mortas e mais de 350 pessoas feridas. Como consequência, o Presidente do país decretou estado de emergência nacional, o primeiro estado de emergência declarado desde 2005, colocou controles temporários sobre as fronteiras e decretou o primeiro toque de recolher desde 1944. Tal ataque terrorista ocorreu na
  • A Itália.
  • B Romênia.
  • C França.
  • D Rússia.
44

Leia:


A história de toda sociedade até hoje é a história de lutas de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, barão e servo, mestres e companheiros, numa palavra, opressores e oprimidos, sempre estiveram em constante oposição uns aos outros, envolvidos numa luta ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou sempre ou com uma transformação revolucionária de toda a sociedade, ou com o declínio comum das classes em luta.

(ENGELS, Friedrich e MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. Publicado originalmente em 1848. RJ: Vozes, 1990, p. 66.)


De acordo com o fragmento:

  • A apesar da mudança na denominação, as classes sociais dominada e dominante nunca se alteraram, ocorrendo, apenas, uma adequação destes grupos às novas formas de organização social e econômica.
  • B a existência de classes antagônicas em uma estrutura social, tende a desencadear uma luta entre elas, sem, contudo, eliminar qualquer uma que seja, por isto esta luta sempre existirá.
  • C a evolução das sociedades humanas só foi possível graças a eliminação das lutas entre as classes sociais, ainda que, em alguns momentos, os conflitos provocaram mudanças.
  • D todos os sistemas produtivos foram encerrados de forma violenta e revolucionária, devido à intensificação das lutas entre as classes que compunham suas sociedades.
  • E as lutas entre as classes dominada e dominante são responsáveis pela superação dos modos de produção e dos grupos que os constituíam, independente da época.
45

Leia os excertos, referentes às Constituições de 1937 e 1988, respectivamente:
A essência autoritária e centralista da Constituição de 1937 a colocava em sintonia com os modelos fascistizantes de organização políticoinstitucional então em voga em diversas partes do mundo [...]. Sua principal característica era a enorme concentração de poderes nas mãos do chefe do Executivo [...], ficando a cargo do presidente da República a nomeação das autoridades estaduais, os interventores. Aos interventores, por seu turno, cabia nomear as autoridades municipais. (Constituição de 1937. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/ AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/Constituicao1937. Acesso em: 17 ago. 2018, às 14h00.)

A independência dos poderes significa: [...] que cabe às Câmaras do Congresso e aos Tribunais [...] elaborar os respectivos regimentos internos, em que se consubstanciam as regras de seu funcionamento [...], ao passo que o Chefe do Executivo incumbe a organização da Administração Pública [...] [e] a independência e autonomia do Poder Judiciário se tornaram ainda mais pronunciadas, pois passou para a sua competência também a nomeação dos juízes e tomar outras providências referentes à sua estrutura e funcionamento [...]. (Constituição Federal do Brasil, 1988. Artigos 95, 96 e 99. Disponível em: https://anacarolinafp.jusbrasil.com.br/artigos/140301057/ triparticao-dos-poderes-no-brasil-constituicao-de-1988. Acesso em: 17 ago. 2018, às 14h30 (adaptado).
Ao longo da história do Brasil, tivemos várias Constituições outorgadas e outras tantas promulgadas. A questão dos 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) varia de acordo com a forma de governo adotada em cada período.
Tomando por base os momentos políticos do Brasil em 1937 e 1988, julgue as afirmativas: I. Em 1937 Getúlio Vargas implantou o Estado Novo, outorgando a Constituição daquele ano. Por ser o período ditatorial de seu governo, o conceito de divisão dos poderes foi substituído pela sua concentração nas mãos do presidente. II. A Constituição promulgada em 1988, após o longo período de go- verno dos militares, representou a redemocratização do país. Desta forma a tripartição dos poderes, com a consolidação da independência entre eles, foi algo quase natural. III. Ambas as Constituições foram promulgadas. A de 1937, porém, garantiu a concentração dos poderes ao presidente, já que havia a necessidade de contenção das oposições mais radicais a seu governo.
Está (ão) correta (s):

  • A I apenas.
  • B II apenas.
  • C I e II apenas.
  • D I e III apenas.
  • E I, II e III.
46

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. [...] [...] § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.
(Disponível em: http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_atual/art_231_.asp.)
Tendo em vista o texto e a situação atual dos indígenas no Brasil, é correto afirmar que:

  • A Com o sucesso de inúmeros projetos governamentais de unificação das tribos indígenas remanescentes no Brasil hoje, o problema da demarcação de terras está praticamente extinto.
  • B Apesar de respaldados pela lei, a maioria da população indígena no país vem diminuindo de forma contínua e assustadora, pois vive em grupos desconhecidos, com nenhum ou pouco contato com elementos nacionais.
  • C Para os índios, a afirmação do direito ao etnodesenvolvimento e a preservação de sua identidade cultural passam pela garantia de seus direitos constitucionais, tais como a posse da terra e a defesa de condições dignas de vida.
  • D A Constituição republicana, desde sua instituição, garante o pleno exercício dos direitos civis de todos os índios, mesmo que conservem alguns usos, costumes e tradições características da sua cultura distintos da cultura nacional.
47

“(...) realizar um aprendizado de geoeconomia antes de passar a exercer os dotes adquiridos na inevitável geoestratégia em que parece ter se convertido a nova ordem econômica mundial; o Mercosul dá ao Brasil uma conveniente margem de liberdade política e de disciplina econômica de que necessita, conjuntamente, para adaptar-se com sucesso às novas exigências da economia mundial.”
(ALMEIDA, 1993, p.15-23. Disponível em: https://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/viewFile/991/1300.)
Dentre os principais objetivos acordados entre os países membros do Mercosul está:

  • A A conquista do apoio incondicional dos países do sul da América às aspirações do Brasil à direção da OMC e a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
  • B Notadamente, a ação conjunta da Tríplice Aliança, no que se refere às políticas de defesa e à postura de superação socioeconômica dos países latino-americanos frente ao NAFTA.
  • C A constituição de uma área econômica aberta e o favorecimento da complementação econômica e da inserção competitiva da região no comércio e investimentos internacionais.
  • D A preponderância da diplomacia brasileira na América Latina, onde essa aliança aduaneira age como fator de superação entre os vizinhos, especialmente no aspecto econômico.
48

Leia os trechos a seguir.


“A História é um componente curricular obrigatório no ensino fundamental, porém, nem sempre desenvolvido de modo adequado, considerando sua importância para a formação dos indivíduos e de modo que possibilitem a construção de conhecimentos significativos.”


(Disponível em: http://docplayer.com.br/10440110-Fundamentos-e-metodos-do-ensino-de-historia-algumas-reflexoes-sobre-a-pratica.html.)


“Aprender a ser sujeito da história, adquirir a consciência do mundo como o ser-estar-do-homem-no-mundo e saber praticar esta consciência em prol da construção de um mundo cada vez mais humano, de modo que por meio de seus atos o homem o construa como um mundo cada vez mais para si mesmo, isso dá certo sobretudo quando se começa desde pequeno.”


(In: Guimarães; Falleiros, 2005, p. 4.)


Diante das premissas anteriormente expostas e do contexto educacional atual, é possível inferir que ao professor de história:

  • A Basta ter um profundo conhecimento do conteúdo, a ponto de saber transitar pelos mais variados conceitos e reflexões, a fim de transmitir com fidedignidade a essência da verdade histórica a seus alunos.
  • B Impõe-se a tarefa de expor os princípios da história, de forma categorizada e dogmática, garantindo, a seus alunos, o contato com o saber histórico erudito, dissociado de correntes historiográficas ligadas a saberes populares.
  • C Cabe dominar os principais conceitos de História e os fundamentos teórico-metodológicos de seu ensino, desenvolvendo habilidades relacionadas a essas áreas do conhecimento, com uma ação pedagógica reflexiva e transformadora.
  • D Resta a tarefa de organizar e registrar de forma científica e comprovada o grande contingente de informações produzidas cotidianamente, elencando em suas aulas apenas o que pode ser realmente considerado saber histórico.
49
Na América Latina, região que ainda convive com altos níveis de pobreza e desigualdade, 2017 foi um ano de dificuldades, mas com viés de melhoria. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), as projeções econômicas estimam um crescimento da região de 1,2% para este ano, em um aumento impulsionado pela produção de matérias-primas. Sobre o panorama geral da América Latina na atualidade, assinale a alternativa correta.
  • A Na Argentina, apesar de polêmica e protestos contrários, a Reforma da Previdência foi aprovada em dezembro, e a “Era Kirchner” continua “a todo vapor”.
  • B As relações entre os Estados Unidos e Cuba retrocederam após a assunção ao poder do republicano Donald Trump, que revisou várias das medidas de distensão.
  • C Na Bolívia, depois de quatro mandatos consecutivos, Evo Morales, que tinha interesse estratégico em adquirir energia dos estados brasileiros, deixa o poder.
  • D Vivendo o seu período de maior estabilidade econômica, com o índice de desemprego mínimo, a economia venezuelana começa o ano com um saldo positivo.
50

O livro “A Escrava Isaura” conta a história de Isaura, escrava de pele branca, que foi criada como filha na família em que servia. Foi durante muito tempo a protegida da matriarca, que prometeu que após a sua morte a moça deveria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi satisfeito e Isaura se tornou propriedade de Leôncio, um jovem sem caráter que por ela se interessou, apesar de casado. Assinale a alternativa que corresponde ao nome do autor do livro mencionado:

  • A Jorge Amado.
  • B Manuel Antonio de Almeida.
  • C Bernardo Guimarães.
  • D Machado de Assis.