QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
Em: “[...] depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.”, o verbo destacado está flexionado no
QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
O articulador sintático pode ser substituído ADEQUADAMENTE pela palavra ou expressão indicada entre parênteses em:
QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
Em: “Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer.” O termo destacado é
QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
Sobre a constituição do texto, pode-se afirmar:
QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
As seguintes técnicas, com as finalidades indicadas, são usadas pelo autor na estruturação de seu texto, EXCETO:
QUE TEMPOS, ESTES!
Lya Luft
Em todas as épocas houve quem desse esta exclamação: que tempos!
“A gente não entende mais nada” é outra. Mas as pessoas sempre querem saber tudo, entender tudo, com preguiça de usar a sua própria maravilhosa imaginação. Corremos com o tempo, ou contra ele, para outra vida, para novos horizontes, em círculo nos lugares e pessoas que amamos, finalmente para o nada ou para “um lugar melhor”, como se diz.
Não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar o brilho dos afetos, o calor dos abraços.
“De repente, eu tenho oitenta anos”, comentou com ar de surpresa minha mãe, antes que a enfermidade lhe roubasse a consciência de si e de nós. De repente, quem sabe, então, vão-se resolver nossas aflições civis de hoje, e as econômicas, e o sentimento de desamparo e confusão. E voltaremos a ser um país simpático, um pouco malandro, quem sabe, mas não criminoso, não corrupto, não destruidor do cotidiano digno ou possível de seus filhos.
“Vivemos tempos estranhos” é frase repetida em todos os níveis. Tempos confusos, surpreendentes, cada dia uma chateação maior, uma confusão mais elaborada, uma perplexidade mais pungente. (Ainda bem que nos salvamos com novidades boas: os bebês que nascem, as crianças que começam a trotar naquele encantador jeito só delas, os amigos que recuperam a saúde, a família que se encontra, os amados distantes que se comunicam mais, o flamboyant delirando em vermelhos surreais na rua.)
Nós, os incautos pagadores de contas, contadores de trocados e trocadores de emprego (ou simplesmente sem ele), não sabemos bem o que fazer. “Tá tudo muito esquisito”, comentamos uns com os outros, alguns querendo ir embora, outros querendo aguentar até que tudo melhore, porque é a terra da gente, e muitos são, como esta que escreve, reis em sua zona de conforto.
Todos imaginamos, procuramos, uma solução, que parece impossível ou distante.
Mas que está ruim está, todas as providências hoje nos deixam duvidosos, e as festas andam sem o brilho de outros tempos, essa é a verdade. Onde estão as ruas iluminadas numa competição de beleza em tantos bairros da cidade no Natal, por exemplo? A gente pegava o carro para ver, de noite, toda aquela cintilação.
Hoje mal saímos de casa na noite escura.
Mas não dá pra ver só o vazio no copo, na vida, no país, no horizonte. O jeito é multiplicar outro brilho, nos tempos tormentosos: o brilho dos afetos, o calor dos abraços, a sinceridade na tolerância e o respeito pelas manias, esquisitices, aflições alheias – porque é tempo de aflições. Dá algum trabalho manter a ciranda emocional lubrificada e funcionando com certa mansidão, mas também traz um enorme conforto, apesar da unhada eventual da mágoa, da saudade ou da preocupação – que, diga-se de passagem, é a inefugível marca das mães.
Complicado: se de um lado corre, de outro lado o rio parece se arrastar. Depende do ângulo pelo qual olhamos, do quanto sobra no bolso antes do fim do mês, depende do emprego seguro, da capacidade de alegria, depende de pessoas decentes, depende de recursos, para que a grande engrenagem enferrujada volte a funcionar, e o tempo seja de mais alegria e mais aconchego de uns com os outros.
Há interlocução entre locutor e locutário, EXCETO em
Ocorre crase quando há a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a” ou entre a preposição “a” e o pronome demonstrativo “aquele” (e variações).
INDIQUE a alternativa que apresenta uso FACULTATIVO da crase.
Regência Nominal é a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
INDIQUE a alternativa que apresenta Regência Nominal INCORRETA.
Seja feliz, tome remédios
Frei Betto 21/10/2017 - 06h00
A felicidade é um produto engarrafado que se adquire no supermercado da esquina? É o que sugere o neoliberalismo, criticado pelo clássico romance de Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo” (1932). A narrativa propõe construir uma sociedade saudável através da ingestão de medicamentos.
Aos deprimidos se distribui um narcótico intitulado “soma”, de modo a superarem seus sofrimentos e alcançar a felicidade pelo controle de suas emoções. Assim, a sociedade não estaria ameaçada por gente como o atirador de Las Vegas.
Huxley declarou mais tarde que a realidade havia confirmado muito de sua ficção. De fato, hoje a nossa subjetividade é controlada por medicamentos. São ingeridos comprimidos para dormir, acordar, ir ao banheiro, abrir o apetite, estimular o cérebro, fazer funcionar melhor as glândulas, reduzir o colesterol, emagrecer, adquirir vitalidade, obter energia etc. O que explica encontrar uma farmácia em cada esquina e, quase sempre, repleta de consumidores.
O neoliberalismo rechaça a nossa condição de seres pensantes e cidadãos. Seu paradigma se resume na sociedade consumista. A felicidade, adverte o sistema, consiste em comprar, comprar, comprar. Fora do mercado não há salvação. E dentro dele feliz é quem sabe empreender com sucesso, manter-se perenemente jovem, brilhar aos olhos alheios. A receita está prescrita nos livros de autoajuda que encabeçam a lista da biblioterapia.
Se você não corresponde ao figurino neoliberal é porque sofre de algum transtorno. As doenças estão em moda. Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos por que há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.
Estão em moda a síndrome de pânico e o transtorno bipolar. Já em 1985, Freud havia diagnosticado a síndrome de pânico sob o nome de neurose de angústia. O transtorno bipolar era conhecido como psicose maníaco-depressiva. Muitas pessoas sofrem, de fato, dessas enfermidades, e precisam ser tratadas e medicadas. Há profissionais que se sentem afetados por elas devido à cultura excessivamente competitiva e à exigência de demonstrar altíssimos rendimentos no trabalho segundo os atléticos parâmetros do mercado.
Em relação às crianças se constata o aumento do Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ora, é preciso cuidado no diagnóstico. Hiperatividade e impulsividade são características da infância, às vezes rebaixadas à categoria de transtorno neurobiológico, de desordem do cérebro. Submeta seu filho a um diagnóstico precoce.
Quando um suposto diagnóstico científico arvora-se em quantificar nosso grau de tristeza e frustração, de hiperatividade e alegria, é sinal de que não somos nós os doentes, e sim a sociedade que, submissa ao paradigma do mercado, pretende reduzir todos nós a meros objetos mecânicos, cujos funcionamentos podem ser decompostos em suas diferenças peças facilmente azeitadas por quilos de medicamentos.
(Carlos Alberto Libânio Christo, ou Frei Betto, é um frade dominicano e escritor brasileiro. Disponível em http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/seja-feliztome-rem%C3%A9dios-1.568235. Acesso em 10/04/18).
Assinale a afirmativa CORRETA sobre os itens destacados do excerto abaixo:
Quando um suposto diagnóstico científico arvora-se em quantificar nosso grau de tristeza e frustração, de hiperatividade e alegria, é sinal de que não somos nós os doentes, e sim a sociedade que, submissa ao paradigma do mercado, pretende reduzir todos nós a meros objetos mecânicos, cujos funcionamentos podem ser decompostos em suas diferenças peças facilmente azeitadas por quilos de medicamentos.
Texto II
A medicalização da vida
Jackson César Buonocore
Podemos compreender o conceito de medicalização, como processo que transforma de forma artificial as questões não médicas em problemas médicos. São problemas de diferentes ordens que são apresentados como doenças, transtornos e distúrbios psiquiátricos que escondem as grandes questões econômicas, políticas, sociais, culturais e emocionais – que atingem a vida das pessoas.
A sociedade brasileira vive esse processo de medicalização em todas as dimensões da vida, por uma busca desenfreada por explicações biológicas, fisiológicas e comportamentais – que possam dar conta de diversos tipos de sofrimento psíquico, entre os mais frequentes estão a ansiedade, estresse, depressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar e fobias.
A medicalização da vida é uma prática comum, pois tornou-se corriqueiro ir a uma consulta e sair com uma receita em mãos. Nessa busca por um alívio imediato dos sintomas, cada vez mais pessoas colocam sua confiança em receitas rápidas, que possam diminuir o mal-estar sem compreender as origens desse sofrimento.
Assim difunde-se a ideia de que existe um “gene” que poderia explicar o alcoolismo, o sofrimento psíquico, a infelicidade, a falta de atenção, a tristeza, etc., que transformariam os pacientes em portadores de distúrbios de comportamento e de aprendizagem. Essas hipóteses duvidosas ainda são publicadas pela mídia como fatos comprovados, cumprindo a função social de abafar e ocultar violências físicas e psicológicas.
Além da acentuada carga medicamentosa prescrita aos adultos, uma constatação ainda mais preocupante – que é o aumento da medicalização da infância. Atualmente observa-se que crianças e adolescentes que apresentam características de personalidade que diferem dos catalogados como normais são frequentemente enquadrados em categorias nosológicas.
Diante desse contexto inquietante a respeitável psicanalista Elisabeth Roudinesco, alerta: “Que sempre haverá um medicamento a ser receitado, pois cada paciente é tratado como um ser anônimo, pertencente a uma totalidade orgânica. Imerso numa massa em que todos são criados à imagem de um clone, ele vê ser-lhe receitado à mesma gama de medicamentos, seja qual for o seu sintoma”.
Na mesma linha de raciocínio, o renomado jornalista americano Robert Whitaker, questiona os métodos de tratamento adotados pela psiquiatria para os casos de pacientes com doenças mentais. Whitaker escreveu dois livros analisando a evolução de pacientes com esquizofrenia em países como Índia, Nigéria e Estados Unidos, e afirma que a psiquiatria está entrando em um período de crise e conclui: “A história que nos contaram desde os anos oitenta caiu por terra, de que a esquizofrenia e a depressão são causadas por desequilíbrios químicos no cérebro”.
Não há dúvidas da importância da utilidade dessas substâncias químicas e do conforto e da qualidade vida que elas trazem aos pacientes, desde que os psicofármacos – sejam prescritos de forma criteriosa e responsável são aliados indispensáveis na luta contra o sofrimento psíquico. Portanto, é preciso contextualizar o uso abusivo que se faz de antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos.
(Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista. Disponível em https://www.psicologiasdobrasil.com.br/medicalizacao-da-vida/. Acesso em 20/04/2018).
Atente para as informações a seguir:
A ortoépia se refere à correta articulação dos grupos vocálicos e dos fonemas consonantais, determinando as normas que guiam a pronúncia correta das palavras. Os erros de ortoépia são chamados de cacoépia.
A prosódia se refere à correta acentuação dos vocábulos, nomeadamente quanto à posição da silaba tônica. É o estudo das propriedades acústicas associadas à fala que não são reconhecíveis no registro ortográfico.
Em todas as opções, encontra(m)-se exemplo(s) de cacoépia e / ou desvios de prosódia, EXCETO em:
Seja feliz, tome remédios
Frei Betto 21/10/2017 - 06h00
A felicidade é um produto engarrafado que se adquire no supermercado da esquina? É o que sugere o neoliberalismo, criticado pelo clássico romance de Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo” (1932). A narrativa propõe construir uma sociedade saudável através da ingestão de medicamentos.
Aos deprimidos se distribui um narcótico intitulado “soma”, de modo a superarem seus sofrimentos e alcançar a felicidade pelo controle de suas emoções. Assim, a sociedade não estaria ameaçada por gente como o atirador de Las Vegas.
Huxley declarou mais tarde que a realidade havia confirmado muito de sua ficção. De fato, hoje a nossa subjetividade é controlada por medicamentos. São ingeridos comprimidos para dormir, acordar, ir ao banheiro, abrir o apetite, estimular o cérebro, fazer funcionar melhor as glândulas, reduzir o colesterol, emagrecer, adquirir vitalidade, obter energia etc. O que explica encontrar uma farmácia em cada esquina e, quase sempre, repleta de consumidores.
O neoliberalismo rechaça a nossa condição de seres pensantes e cidadãos. Seu paradigma se resume na sociedade consumista. A felicidade, adverte o sistema, consiste em comprar, comprar, comprar. Fora do mercado não há salvação. E dentro dele feliz é quem sabe empreender com sucesso, manter-se perenemente jovem, brilhar aos olhos alheios. A receita está prescrita nos livros de autoajuda que encabeçam a lista da biblioterapia.
Se você não corresponde ao figurino neoliberal é porque sofre de algum transtorno. As doenças estão em moda. Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos por que há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.
Estão em moda a síndrome de pânico e o transtorno bipolar. Já em 1985, Freud havia diagnosticado a síndrome de pânico sob o nome de neurose de angústia. O transtorno bipolar era conhecido como psicose maníaco-depressiva. Muitas pessoas sofrem, de fato, dessas enfermidades, e precisam ser tratadas e medicadas. Há profissionais que se sentem afetados por elas devido à cultura excessivamente competitiva e à exigência de demonstrar altíssimos rendimentos no trabalho segundo os atléticos parâmetros do mercado.
Em relação às crianças se constata o aumento do Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ora, é preciso cuidado no diagnóstico. Hiperatividade e impulsividade são características da infância, às vezes rebaixadas à categoria de transtorno neurobiológico, de desordem do cérebro. Submeta seu filho a um diagnóstico precoce.
Quando um suposto diagnóstico científico arvora-se em quantificar nosso grau de tristeza e frustração, de hiperatividade e alegria, é sinal de que não somos nós os doentes, e sim a sociedade que, submissa ao paradigma do mercado, pretende reduzir todos nós a meros objetos mecânicos, cujos funcionamentos podem ser decompostos em suas diferenças peças facilmente azeitadas por quilos de medicamentos.
(Carlos Alberto Libânio Christo, ou Frei Betto, é um frade dominicano e escritor brasileiro. Disponível em http://hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/seja-feliztome-rem%C3%A9dios-1.568235. Acesso em 10/04/18).
Atente para o excerto e as afirmações sobre ele:
“Esta indagação não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.”
Avalie as afirmativas sobre a oração sublinhada:
I. A oração sublinhada é subordinada e tem função adjetiva.
II. Ela exprime uma generalização em relação ao antecedente - “sistema”.
III. O pronome que introduz a oração indica ideia de posse.
Estão CORRETAS as afirmativas:
O valor da fofoca
Walcyr Carrasco
Dos aspectos negativos da fofoca, todos sabemos. Em Os miseráveis, Victor Hugo conta a história de Fantine, que se torna prostituta. Quem só viu o filme ou só assistiu ao musical não sabe muito bem como ela vai para as ruas. O livro conta: fofoca! Fantine é operária. Mas tem uma filha, sendo solteira, em época de moral rígida. Paga uma família para cuidar da menina, Cosette. Mas não sabe ler. Para enviar os pagamentos e pedir notícias, usa os trabalhos de um homem, que escreve e envia o dinheiro. As amigas desconfiam. Especulam. O homem não conta, mas uma consegue ver o endereço numa carta. E se dá ao trabalho de ir até o local onde vive Cosette. Volta com a história completa e conta às amigas. A história chega à direção da fábrica e Fantine é demitida por ser mãe solteira. Vende os dentes, os cabelos, torna-se prostituta, morre no hospital. Jean Valjean, que se esconde da polícia, era o dono da fábrica. Culpa-se pela insensibilidade, busca Cosette e a cria. Mas a questão é que a pobre Fantine teve de vender os dentes e se prostituir devido à avidez da fofoca. Hoje, em tempos menos rígidos, a intimidade de uma pessoa, confidenciada entre lágrimas, pode virar piada no próximo jantar de amigos. Ou seja: longe de mim defender a fofoca em si. Mas ela tem seu valor, psicológico e criativo.
Simples. A fofoca é uma forma de criar.
Sempre digo que as pessoas têm tanta necessidade de ficção na vida como do ar que respiram. Por isso precisam ler romances, assistir a filmes, novelas. Até mesmo conferir revistas sobre celebridades, uma forma de exercitar a imaginação, já que a vida real é muito mais árdua do que aparece nas reportagens. Criar também faz parte da natureza humana. Alguns se contentam botando posts no Instagram, inventando uma vida que não têm, com a taça de vinho emprestada de alguém, num hotel onde não se hospedaram. Outras preferem criar sobre a vida alheia. Aquela mulher que conta à outra sobre uma terceira, colega de escritório.
– Sabe que ela está saindo com um rapaz 20 anos mais jovem? E sustenta!
Pode ser verdade. Ou ela apenas viu a moça com o sobrinho, saindo do trabalho. O resto, inventou. Nem todo mundo é escritor, mas todo mundo pode criar ficção. Eu mesmo aprendi muito com a fofoca. Morava em um prédio onde vivia uma mulher já madura. De dia, recebia um, que a sustentava, dava carro, conforto material. De noite, recebia outro, que amava. Era a fofoca do prédio.
Acontece que era feia. Garanto, feia de verdade. Os dois senhores, pavorosos. Aliás, o que ela amava, um velho bem mais feio que o outro, o rico. Eu, que tinha certo preconceito estético, aprendi que beleza não é o mais importante. Havia amor, dinheiro e paixão naquela história de pessoas maduras. A fofoca me fez entender mais da vida. Em outra época, soube que o filho da vizinha não era filho, mas neto. Filho da moça que considerava irmã, mãe solteira. Toda a vila onde morava sabia, menos o menino. Isso me fez entender mais sobre os pais, que são capazes de acolher, dar solidariedade num momento difícil. Suponho que o garoto deve ter levado um susto quando soube. Mas é outra história.
Minha mãe, quando eu era criança, tinha um bazar. Pequeno, típico de interior, em Marília. Era o centro de informações sobre a vida alheia do bairro. Todas as mulheres passavam, comentavam. Eu tentava ouvir. Mamãe me punha para fora quando a história era mais pesada. Isso me ajudou a desenvolver um certo talento. Quando fiz faculdade de jornalismo, e mais tarde trabalhei no ramo, era ótimo com as perguntas ao entrevistar. Destemido. Fiz sucesso com colunas, jornalismo comportamental. Isso me ajuda até hoje. Quando vou construir uma história, falo com pessoas, converso. Extraio segredos. Conto por meio dos personagens. Vejam que ligação bonita saber da vida alheia tem com o ato de criar.
O que é uma grande biografia, a não ser a vida de alguém? Uma fofoca autenticada, impressa e aplaudida pela crítica?
Há um porém: a fofoca, mesmo real, passa pelo crivo de quem conta. Pelo meu, pelo seu, pelo nosso olhar. É a velha história – alguém me oferece meio copo de suco de laranja e posso dizer.
– Adorei, ganhei meio copo de suco refrescante.
– Odiei, imagine, me dar só meio copo? Era resto!
Quando ouvir uma fofoca, abra as orelhas. O que alguém diz sobre o outro revela mais sobre quem fala do que sobre o alvo em questão. Uma fofoca, como todo ato de criação, tira a máscara do criador.
Disponível em: https://epoca.globo.com/sociedade/walcyr-carrasco/noticia/2017/10/o-valor-da-fofoca.html. Acesso em: 08 maio 2018.
A posição do pronome oblíquo é facultativa em:
Sobre os itens lexicais destacados no fragmento, estão corretas as afirmativas, EXCETO:
Duas proposições compostas são equivalentes se seus valores lógicos são iguais. Considerando que p e q são proposições lógicas, então é CORRETO afirmar que a proposição (p Ʌ ~ q) é equivalente a:
Analise os seguintes argumentos:
I. Se estudasse todo o conteúdo, então seria aprovado em Estatística.
Fui reprovado em Estatística. Concluímos que não estudei todo o conteúdo.
II. Todo estudante gosta de Geometria. Nenhum atleta é estudante. Concluímos que ninguém que goste de Geometria é atleta.
III.Toda estrela possui luz própria. Nenhum planeta do sistema solar possui luz própria. Concluímos que nenhuma estrela é um planeta.
Considerando os argumentos I, II e III, é CORRETO afirmar que
A tabela ao lado apresenta os resultados de uma pesquisa que questionou cem estudantes brasileiros a respeito de estudo dos idiomas Inglês, Francês e Espanhol.
Baseando-se nos resultados dessa tabela, é CORRETO afirmar que o total de participantes da pesquisa que não estuda nenhum dos três idiomas é igual a:
A figura a seguir é formada por quadrados, em sequência, sendo que a disposição dos números naturais no interior de cada um deles obedece a um mesmo critério lógico. Nessas condições, é CORRETO afirmar que os valores de X e Y são, respectivamente, iguais a:
Os sucessivos termos da sequência: (47, 42, 37, 33, 29, 26, x, y, z, w) são obtidos através de uma lei de formação. Obedecendo a essa lei, é CORRETO afirmar que o valor de (x + y +z + w) é igual a:
Na tabela a seguir, o número que ocupa a extrema direita em cada uma de suas linhas é o resultado de operações efetuadas com os outros dois números da mesma linha. Se a sucessão de operações é a mesma em todas as linhas, então é CORRETO afirmar que o valor de X é igual a:
Analise os seguintes argumentos:
I. Se estudasse todo o conteúdo, então seria aprovado em Estatística. Fui reprovado em Estatística. Concluímos que não estudei todo o conteúdo.
II. Todo estudante gosta de Geometria. Nenhum atleta é estudante. Concluímos que ninguém que goste de Geometria é atleta.
III.Toda estrela possui luz própria. Nenhum planeta do sistema solar possui luz própria. Concluímos que nenhuma estrela é um planeta.
Considerando os argumentos I, II e III, é CORRETO afirmar que
Duas proposições compostas são equivalentes se seus valores lógicos são iguais. Considerando que p e q são proposições lógicas, então é CORRETO afirmar que a proposição (p Ʌ ~ q) é equivalente a:
A tabela a seguir apresenta os resultados de uma pesquisa realizada por uma emissora de rádio com o objetivo de conhecer a preferência musical de seus ouvintes. Foram dadas três opções: Música Clássica (C), Música Sertaneja (S) e Música Popular Brasileira (MPB).
Considerando os dados dessa tabela, é CORRETO afirmar que:
A tabela a seguir apresenta os resultados de uma pesquisa realizada por uma emissora de rádio com o objetivo de conhecer a preferência musical de seus ouvintes. Foram dadas três opções: Música Clássica (C), Música Sertaneja (S) e Música Popular Brasileira (MPB).
Considerando os dados dessa tabela, é CORRETO afirmar que:
Duas proposições compostas são equivalentes se seus valores lógicos são iguais. Considerando que p e q são proposições lógicas, então é CORRETO afirmar que a proposição (p Ʌ ~ q) é equivalente a:
A tabela a seguir apresenta os resultados de uma pesquisa realizada por uma emissora de rádio com o objetivo de conhecer a preferência musical de seus ouvintes. Foram dadas três opções: Música Clássica (C), Música Sertaneja (S) e Música Popular Brasileira (MPB).
Considerando os dados dessa tabela, é CORRETO afirmar que:
Foi feito um levantamento com 10.000 crianças para saber quantas haviam recebido a vacina contra Febre Amarela e a vacina contra a Dengue. Os resultados obtidos estão na tabela a seguir.
Quantas crianças receberam apenas uma das vacinas?
Uma parede está sendo azulejada de tal forma que os azulejos de cada fileira formam uma sequência como a ilustrada a seguir
Sabendo que a fileira possui 40 azulejos, os dois últimos devem ser colocados em que posição?
Ao terminar de lavar 5 camisas do Sr. Mário, D. Antônia precisou de 6 pregadores para prender as camisas lado a lado no varal.
Usando a mesma estratégia de D. Antônia, quantos pregadores seriam necessários para pendurar 16 camisas lado a lado?
Na sala de aula, a professora Kátia escreveu a seguinte operação no quadro e disse que cada letra representava um número:
Carlinhos foi o único que acertou o desafio, pois ele disse que o valor de YXXZ é
Brincando com palitos, Luiza percebeu que, com 6 palitos, só era possível formar um retângulo, conforme a figura a seguir.
Se ela conseguir mais 8 palitos, quantos retângulos diferentes podem ser formados usando os palitos?
Uma loja está promovendo a venda de conjuntos com artigos de perfumaria, praticando os preços indicados na tabela a seguir.
Baseando-se nas informações dessa tabela, é CORRETO afirmar que o preço unitário do sabonete líquido, em reais, nessa promoção, é igual a:
Uma pesquisa entrevistou 40 pessoas sobre a prática de esportes nas modalidades vôlei e natação e os resultados obtidos estão organizados na tabela abaixo:
Baseando-se nos resultados dessa pesquisa, é CORRETO afirmar que o total de pessoas que NÃO pratica nenhum dos esportes é igual:
Se a importância de R$ 4.440,00 foi dividida em partes inversamente proporcionais aos números 4, 5 e 6, então é CORRETO afirmar que a maior das três partes, em reais, equivale a:
Analise as afirmativas abaixo:
I. A decisão de estabelecer determinados programas de desenvolvimento deve depender da necessidade de preparar as pessoas ou melhorar o nível dos empregados disponíveis.
II. O material de ensino deve ser cuidadosamente planejado, a fim de facilitar a execução do treinamento.
III. O treinamento deve ser feito com todo o pessoal da empresa, em todos os níveis e funções.
Está CORRETO o que se afirma em:
Chiavenato (1999) chama de instrutor e aprendiz a relação que se dá no treinamento, uma vez que este faz parte do desenvolvimento das pessoas. Para o instrutor, são apresentadas algumas qualidades pessoais, EXCETO:
Os aspectos levantados durante o diagnóstico representam problemas de treinamento e pode ser feito em três diferentes níveis de análise. Está INCORRETO o que se apresenta na alternativa:
O conceito de treinamento e desenvolvimento que predomina atualmente é que deve ser um processo contínuo. Para que isso possa acontecer, algumas empresas estão partindo para universidades corporativas. As empresas estão transformando-se em organizações educadoras e desenvolvendo educação corporativa.
Analise as afirmativas a seguir e verifique aquelas que contemplem a necessidade das empresas criarem uma universidade corporativa.
I. Emergência da organização não hierárquica, enxuta e flexível.
II. Advento e consolidação da economia do conhecimento.
III. Redução do prazo de validade do conhecimento.
IV. Novo foco na capacidade de empregabilidade/ocupacionalidade para a vida toda em lugar do emprego para a vida toda.
V. Mudança fundamental no mercado da educação global.
Está CORRETO o que se afirma em:
A Seleção de Pessoal pode ser classificada em cinco categorias. A primeira delas é a Entrevista de Seleção. As demais quatro categorias de seleção são:
As pessoas constituem o principal patrimônio das organizações. Sabemos que uma boa gestão de pessoas é uma questão vital para o sucesso do negócio e o principal diferencial competitivo das organizações bem-sucedidas. E para serem bem-sucedidas, as organizações precisam de pessoas com habilidades e competências para conduzirem os negócios, fazerem as coisas acontecerem. Para conseguir isso, é imprescindível que a empresas invistam no treinamento e desenvolvimento das pessoas, possibilitando o crescimento profissional e pessoal dos seus colaboradores.
Considerando a importância em saber administrar bem o capital humano por meio do treinamento e do desenvolvimento, analise as afirmativas abaixo:
I. O treinamento é uma fonte de lucratividade ao permitir que as pessoas contribuam efetivamente para os resultados do negócio.
II. O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e competências relacionadas com o desempenho imediato do cargo.
III. O desenvolvimento de pessoas focaliza, em geral, os cargos a serem ocupados futuramente na organização e as novas habilidades e competências que serão requeridas.
IV. O treinamento é uma maneira eficaz de agregar valor às pessoas, à organização e aos clientes, provocando uma mudança no comportamento da pessoa através da incorporação de novos hábitos, atitudes, conhecimentos, competências e destrezas.
Está CORRETO o que se afirma em:
Você é um gerente em uma área da empresa na qual um funcionário se apresenta com um diagnóstico de estresse. Esse empregado vai requerer de você uma atenção específica.
Nesse caso, segundo o que preconizam normas gerais para higiene, segurança e qualidade de vida, você então
As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como podem ser a fonte de problemas. É melhor tratá-las como fonte de sucesso. Para que os objetivos da gestão de pessoas sejam alcançados, é necessário que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a eficácia organizacional.
Dessa forma, são objetivos da gestão de pessoas dentro da organização, EXCETO:
Na Avaliação de Desempenho dentro da moderna Administração de Recursos Humanos, as organizações se preocupam em medir todos os aspectos abaixo, EXCETO:
O treinamento é um processo cíclico e contínuo, que envolve as etapas de investigação da situação, as estratégias para a solução, a implementação e execução da ação e a avaliação dos resultados obtidos. Contudo, o processo de treinamento deve ser visualizado com cuidado. A investigação da situação é muito importante para que o treinamento não represente um desperdício ou simples perda de tempo. São elementos fundamentais a serem considerados no processo de investigação:
A transferência da energia alimentar da fonte, representada pelas plantas, através de uma série de organismos, com estágios de “comer” e “ser comido”, é conhecida como:
Entre os vários parâmetros no controle da qualidade da água há alguns que estão relacionados ou têm por finalidade:
1) eliminar bactérias e outros micro-organismos; 2) prevenir contra corrosões ou entupimentos as tubulações do sistema de distribuição; 3) ausência de limpidez.
Esses parâmetros são:
Considerando os níveis tróficos nas comunidades naturais, é INCORRETO afirmar:
Entre os objetivos e necessidades da estabilização de biossólidos (lodo de esgoto) estão, EXCETO:
São ações para se conseguir implementar a educação ambiental para a população, EXCETO:
Conforme a Decisão Normativa COPAM nº 217/2017, classificam-se os empreendimentos com os seguintes parâmetros, para fins de licenciamento ambiental:
Os metais pesados presentes nos lodos constituem seu principal aspecto poluidor, uma vez que não são removidos pelos tratamentos biológicos, contudo, seu controle pode ser feito mediante a adoção de uma política voltada para o gerenciamento de descargas industriais.
Entre os principais metais pesados encontrados em lodos, podemos destacar:
Na avaliação de risco para a saúde humana e ecossistemas, o objetivo da “avaliação da exposição” NÃO é determinar ou estimar
Entre as alterações promovidas pela Decisão Normativa COPAM nº 217/2017, introduziu-se o critério locacional de enquadramento, para o qual é INCORRETO afirmar: