Uma das ferramentas para análise de cenários utilizada no desenvolvimento do planejamento estratégico e como referência na gestão, chama-se matriz SWOT. Na matriz SWOT o que representa Oportunidade para as organizações é(são):
Um dos mais influentes behavioristas na teoria das organizações, Douglas McGregor, após estudos e pesquisas tabulou duas concepções opostas de administração diante das pressuposições acerca da natureza humana. A tradicional, denominada de Teoria X e a moderna que chamou de Teoria Y. São características da Teoria Y:
Uma ferramenta da qualidade utilizada para mapeamento, controle e estabelecimento de ações corretivas foi criada por Ishikawa. Chamada de “diagrama de causa e efeito”, “diagrama espinha de peixe” ou “diagrama de Ishikawa”, foi dividida em 06 famílias de possíveis causas. São elas:
Uma ferramenta muito utilizada na gestão da qualidade é o FMEA que analisa os modos de falha e seus efeitos no resultado e qualidade do produto. Um de seus objetivos é apurar NPR (Número de Prioridade de Risco). O NPR é calculado através dos seguintes índices:
A Fundação Nacional da Qualidade lançou em outubro de 2016 o Modelo de Excelência de Gestão. O gestor pode adaptar o modelo de acordo com a necessidade de sua organização. Este modelo possui oito fundamentos de excelência, EXCETO:
Uma das funções do gestor caracteriza-se por definir o modelo de departamentalização que a organização seguirá. Agrupar atividades variadas em áreas específicas. Cada organização segue critérios específicos para a escolha do modelo que será adotado. São modelos de departamentalização, EXCETO:
Maslow desenvolveu sua teoria para a motivação humana com base em conceito de hierarquia e que os seres humanos à medida que satisfazem suas necessidades básicas, buscam outras mais importantes.
Ele definiu que os seres humanos possuem necessidades primárias e secundárias. De acordo com o estudo de Maslow, as necessidades secundárias são:
Este fluxograma é um exemplo de um projeto e que pode ser adaptado em qualquer outro projeto. A estrutura abaixo é utilizada na gestão de projetos como:
Fonte: Escritório de Projetos
O organograma é a representação gráfica da estrutura organizacional. A estrutura organizacional é:
Na administração as funções básicas estão divididas em 04(quatro) etapas e cada uma delas servirá de base para as decisões dos gestores. Administrar é chegar antes, poder muita das vezes antecipar-se aos problemas. São funções básicas na administração, EXCETO:
O BSC (Balanced Scorecard) é conhecido como ferramenta gerencial importante para desenvolvimento de vários processos. A fase de construção (design) do Balanced Scorecard possui quatro componentes. São eles:
No momento de definir as ações que serão necessárias para atingir as metas da organização o administrador precisa de robustez e clareza na montagem do(s):
O ciclo PDCA é aplicado na melhoria de processos de gestão, ferramenta de apoio para implementação do planejamento estratégico da organização e para gestão da qualidade. É formado por 04 etapas.
Plan – Planejar
Do - Fazer
Check - Checar
Act - Agir
A etapa Fazer(DO) é caracterizada por:
O administrador no momento de planejar, define onde almeja que sua organização deseja chegar, as ações que serão essenciais para cumprimento dos objetivos. Existem 03(três) tipos de planejamento: estratégico, tático e operacional. No planejamento estratégico define-se:
Um líder deve ser claro e objetivo em suas comunicações, aprimorando constantemente sua forma de motivar e delegar. Com relação ao canal de comunicação, o líder deve utilizar:
Aplicar lógica aos elementos funcionais para reduzir o nível de desperdícios de tempo, energia, material, mão de obra e oportunidades. O estudo de tempo e movimento desenvolvido por Taylor demonstrou que o melhor caminho para a utilização eficaz dos recursos é:
CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul, definem que a Administração Estratégica pode ser entendida como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente. Dentre as formulações, o gestor deve desenhar a estratégia competitiva da organização que determina:
Na gestão centralizada as ações e decisões são tomadas pela alta cúpula da organização. Como vantagens na centralização da gestão estão:
Definir a missão da organização é essencial e deve servir para delimitar o campo de atuação, além de indicar as possibilidades de expansões no mercado. O objetivo da Missão Organizacional deve ser:
A Teoria das Relações Humanas surgiu na década de 1930, no estado de Illinois, nos Estados Unidos. O papel principal do líder na criação e motivação dos colaboradores para manter as boas relações de trabalho e envolver a equipe nos desafios da organização. É papel do líder manter boas relações do trabalho, EXCETO:
A alternativa correta quanto aos três modelos de administração pública no Brasil é a seguinte:
O modelo de administração pública brasileiro que tem como base a utilização de ferramentas de gestão provenientes da administração privada e pensamentos neoliberais, que defende o estado mínimo e o preceito de que o mercado e economia possui regras próprias, é o:
Segundo Max Weber, as organizações apresentam características que as distinguem dos grupos informais. A característica que significa que as organizações burocráticas são constituídas com bases em regulamentos ou leis que estabelecem os direitos e deveres dos participantes, se chama:
O princípio constitucional expresso da Administração Pública que mais se aproxima das questões éticas e de conduta íntegra do servidor público é o princípio da:
Dentre os modelos de Administração Pública no Brasil, aquele que tem como uma característica ser orientado para obtenção de resultados, é conhecido como administração:
A Lei n° 12.527/2011 regula o acesso à informação previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3° do art. 37 e no § 2° do art. 216 da Constituição Federal. Assinale a assertiva correta sobre o procedimento adotado pela respectiva lei para assegurar o direito fundamental de acesso à informação.
O conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação, nos termos da Lei de acesso à informação (Lei Federal n° 12.527/2011), é denominado:
Quanto aos temas órgão público, Estado, Governo e Administração Pública, assinale a alternativa correta.
O objetivo principal da Governança Corporativa consiste em garantir que os interesses dos gerentes e executivos de alto nível estejam alinhados com o dos acionistas. Analise as afirmativas a seguir, relativas à Governança Corporativa.
I. Os agentes da Governança Corporativa são o conselho de administração, o principal executivo e a diretoria, a auditoria interna da empresa e o conselho fiscal.
II. A missão do conselho de administração consiste em proteger o patrimônio e gerenciar os conflitos entre os proprietários e os colaboradores da empresa.
III. A boa governança deve promover a igualdade entre os sócios, com base no princípio de que uma ação equivale a um voto.
Está correto o que se afirma em:
Nem sempre o poder é utilizado de forma adequada pelos administradores públicos. Quando o agente público atua, embora dentro da sua competência, de forma afastada do interesse público, evidencia-se a seguinte situação:
No título do texto, as palavras EMPRESA e LIMPEZA foram corretamente grafadas. Assinale a opção em que a palavra destacada também está escrita de acordo com a ortografia oficial.
Assinale a opção em que a o acento indicativo de crase foi corretamente empregado, como em COM DIREITO À BECA E TUDO.
No título do texto, o trecho POR NÃO SABEREM LER pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:
Em uma das opções abaixo, o termo destacado foi corretamente substituído pelo pronome oblíquo. Assinale-a.
O substantivo QUINTAS-FEIRAS foi corretamente flexionado no texto. Assinale a opção em que a palavra destacada também está correta no plural.
Em uma das opções, a classe gramatical da palavra destacada foi corretamente identificada entre parênteses. Assinale-a
Assinale a opção em que o verbo destacado foi corretamente flexionado.
Assinale a opção correta de acordo com o texto.
No contexto do primeiro parágrafo, o trecho destacado em: “PARA RESOLVER PROBLEMAS DE LIMPEZA DA UNIDADE, Nátaly imaginou que um relatório seria o suficiente.” expressa a seguinte ideia de:
A palavra destacada no trecho “colocar um comentário explicando o PORQUÊ” pode assumir grafias diferentes, dependendo do contexto. Assinale a única opção em que a palavra destacada foi corretamente grafada.
Se redigido na voz ativa, o verbo da frase O RELATÓRIO DEVERIA SER PREENCHIDO PELOS FUNCIONÁRIOS DA LIMPEZA deve assumir a seguinte forma:
No trecho: ”NÁTALY TEVE UMA IDEIA MUITO MELHOR: PROCURAR NAS ESCOLAS QUE FAZEM PARTE DA WEWORK ALGUÉM QUE PUDESSE ALFABETIZAR OS AUXILIARES DE LIMPEZA,” os dois pontos foram corretamente empregados para:
No sexto parágrafo do texto, encontram-se as frases: “FOI OUSADO PARTICIPAR DESSE PROJETO.” e “NÃO TINHA EXPERIÊNCIA COM LETRAMENTO PARA ADULTOS.”. Assinale a alternativa que poderia ligar as duas frases em sequência lógica, sem alterar o sentido do trecho.
Assinale a opção em que a palavra destacada foi acentuada de acordo com a mesma regra de acentuação do verbo SAIR em: EU NÃO QUERIA QUE ELES SAÍSSEM.
A concordância está correta em AS AULAS(...)DURAVAM 1 HORA E MEIA, assim como em:
Queremos a infância para nós
O mundo anda bem atrapalhado: de um lado, temos crianças que se comportam, se vestem, falam e são tratadas como adultos. Do outro, adultos que se comportam, se vestem, falam e são tratados como crianças. Pelo jeito, infância e vida adulta têm hoje pouco a ver com idade cronológica.
Não é preciso muito para observar sinais dessa troca: basta olhar as pessoas no espaço público. É corriqueiro vermos meninas vestidas com roupas de adultos, inclusive sensuais: blusas e saias curtas, calças apertadas, meia-calça e sapatos de salto. E pensar que elas precisam é de roupa folgada para deixar o corpo explodir em movimentos que devem ser experimentados... Mas sempre há um traço que trai a idade: um brinquedo pendurado, um exagero de enfeites, um excesso de maquiagem, etc.
Se olharmos as adultas, vestidas com o mesmo tipo de roupa das meninas descritas acima, vemos também brinquedos, carregados como enfeites ou amuletos: nos chaveiros, nas bolsas, nos telefones celulares, nos carros. Isso sem falar nas mesas de trabalho, enfeitadas com ícones do mundo infantil.
Criança pequena adora ter amigo imaginário, mas essa maravilhosa possibilidade tem sido destruída, pouco a pouco, pelo massacre da realidade do mundo adulto, que tem colaborado muito para desfazer a fantasia e o faz-de-conta. Mas os legítimos representantes desse mundo, por sua vez, não hesitam em ter o seu. Ultimamente, ele tem sido comum e ganhou o nome de deus. Não me refiro ao Deus das religiões e alvo da fé. A ideia de deus foi privatizada, e cada um tem o seu, à sua imagem e semelhança, mesmo sem professar religião nenhuma.
O amigo imaginário dos adultos chamado de deus é aquele com quem eles conversam animadamente, a quem chamam nos momentos de estresse, a quem recorrem sempre que enfrentam dificuldades, precisam tomar uma decisão ou anseiam por algo e, principalmente, para contornar a solidão. Nada como ter um amigo invisível, já que ele não exige lealdade, dedicação nem cobra nada, não é?
E o que dizer, então, das brincadeiras infantis que muitos adultos são obrigados a enfrentar quando fazem cursos, frequentam seminários ou assistem a aulas? É um tal de assoprar bexigas, abraçar quem está ao lado, acender fósforo para expressar uma ideia, carregar uma pedra para ter a palavra no grupo, escolher um bicho como imagem de identificação, usar canetas coloridas para fazer trabalhos, etc.
Mas, se existe uma manifestação comum a crianças e adultos para expressar alegria, contentamento, comemoração e afins, ela tem sido o grito. Que as crianças gritem porque ainda não descobriram outras maneiras de expressar emoções, dá para entender. Aliás, é bom lembrar que os educadores não têm colaborado para que elas aprendam a desenvolver outros tipos de expressão. Mas os adultos gritarem desesperada e estridentemente para manifestar emoção é constrangedor. Com tamanha confusão, fica a impressão de que roubamos a infância das crianças porque a queremos para nós, não?
SAYÃO, Rosely. “As melhores crônicas do Brasil”. In cronicasbrasil.blogspot.com.
O nome substantivo “criança”, sublinhado no fragmento “Criança pequena adora ter amigo imaginário” (4º §), do ponto de vista do gênero gramatical classifica-se como:
TEXTO 2
- Leia o texto abaixo e responda à questão.
A FUGA
Olho em volta: onde estão meus companheiros? Eram muitos, mas amigos de fato, três apenas. Onde estão “Espírito” e “Esmagado”? Penso na esquina de rua quieta, o cimento da calçada, sinto, agora, o seu contato na minha perna. A esquina estará vazia a esta hora, nesta tarde. Ou outros meninos talvez comecem ali, sem o saber, a jogar a sua vida.
Foi uma escova de dentes que me fez, agora, pensar neles. Ah, os objetos: esta escova de dentes, que uso todos os dias, só agora se abre e me fala de mim.
Vamos fugir? Essa ideia nos fascinava. Várias vezes ela se impôs a nós, misturada com perspectivas fascinantes. Mas nunca com a decisão daquela vez. A ideia acudiu aos três ao mesmo tempo, e era a solução para nossos problemas: tínhamos, cada um, uma bruta surra à nossa espera, em casa. Há três dias, entrávamos para dormir altas horas da noite e saíamos antes de os adultos acordarem. Mas não poderíamos nos manter assim por muito tempo.
Tínhamos nossas economias. Trabalhávamos à nossa maneira, juntando restos de metal para vender num armazém da Praia Grande (fora alguns expedientes menos honestos). Planejamos tudo: pegaríamos o trem e viajaríamos escondidos até onde pudéssemos; se descobertos, esperaríamos outro, e assim chegaríamos a Caxias, depois a Teresina. E, em Teresina... Em Teresina, que faríamos? Nossas indagações não chegavam até lá.
Precisávamos de alguns troços: sabonetes, pasta de dentes, escova de dentes. Era só. Não sei por que dávamos tanta importância a tais objetos numa hora de tão grave decisão. Fomos a alguns bazares da cidade e roubamos o necessário.
A fuga se daria pela madrugada. Voltaríamos à casa, pegaríamos nossas roupas e iríamos dormir na estação de trem. Tudo acertado, tomamos cada um o rumo de casa. Eram pouco mais de seis horas da tarde.
Entrei escondido e, no quarto, comecei a embrulhar as roupas. A família jantava: ouvia o rumor de pratos, talheres e vozes. Pronto o embrulho, decidi-me a sair, mas, ao cruzar o corredor, vejo meu pai de cabeça baixa sobre o prato. Ouço a voz de minha irmã mais velha. Estremeci. Que saudade já sentia de todos, daquela mesa pobre, daquela lâmpada avermelhada e fosca. Um soluço rebentou-me da boca, e fui descoberto.
Em breve, estava feliz, as pazes feitas. Distribuí meus pertences de viagem entre irmãos: a este o sabonete, àquele a pasta, àquela outra a escova de dentes azul. Azul como esta, que uso hoje.
GULLAR, Ferreira. Ferreira Gullar: crônicas para jovens. Seleção, prefácio e notas biobibliográficas Antonieta Cunha. 1ª ed. São Paulo: global, 2011, p. 95-96.
No período: “Há três dias, entrávamos para dormir altas horas da noite e saíamos antes de os adultos acordarem” (3º §), o verbo sublinhado é impessoal, devendo ser empregado na 3ª pessoa do singular. Dos itens abaixo, aquele em que a oração do verbo sublinhado é pessoal, devendo concordar com o sujeito, é:
Queremos a infância para nós
O mundo anda bem atrapalhado: de um lado, temos crianças que se comportam, se vestem, falam e são tratadas como adultos. Do outro, adultos que se comportam, se vestem, falam e são tratados como crianças. Pelo jeito, infância e vida adulta têm hoje pouco a ver com idade cronológica.
Não é preciso muito para observar sinais dessa troca: basta olhar as pessoas no espaço público. É corriqueiro vermos meninas vestidas com roupas de adultos, inclusive sensuais: blusas e saias curtas, calças apertadas, meia-calça e sapatos de salto. E pensar que elas precisam é de roupa folgada para deixar o corpo explodir em movimentos que devem ser experimentados... Mas sempre há um traço que trai a idade: um brinquedo pendurado, um exagero de enfeites, um excesso de maquiagem, etc.
Se olharmos as adultas, vestidas com o mesmo tipo de roupa das meninas descritas acima, vemos também brinquedos, carregados como enfeites ou amuletos: nos chaveiros, nas bolsas, nos telefones celulares, nos carros. Isso sem falar nas mesas de trabalho, enfeitadas com ícones do mundo infantil.
Criança pequena adora ter amigo imaginário, mas essa maravilhosa possibilidade tem sido destruída, pouco a pouco, pelo massacre da realidade do mundo adulto, que tem colaborado muito para desfazer a fantasia e o faz-de-conta. Mas os legítimos representantes desse mundo, por sua vez, não hesitam em ter o seu. Ultimamente, ele tem sido comum e ganhou o nome de deus. Não me refiro ao Deus das religiões e alvo da fé. A ideia de deus foi privatizada, e cada um tem o seu, à sua imagem e semelhança, mesmo sem professar religião nenhuma.
O amigo imaginário dos adultos chamado de deus é aquele com quem eles conversam animadamente, a quem chamam nos momentos de estresse, a quem recorrem sempre que enfrentam dificuldades, precisam tomar uma decisão ou anseiam por algo e, principalmente, para contornar a solidão. Nada como ter um amigo invisível, já que ele não exige lealdade, dedicação nem cobra nada, não é?
E o que dizer, então, das brincadeiras infantis que muitos adultos são obrigados a enfrentar quando fazem cursos, frequentam seminários ou assistem a aulas? É um tal de assoprar bexigas, abraçar quem está ao lado, acender fósforo para expressar uma ideia, carregar uma pedra para ter a palavra no grupo, escolher um bicho como imagem de identificação, usar canetas coloridas para fazer trabalhos, etc.
Mas, se existe uma manifestação comum a crianças e adultos para expressar alegria, contentamento, comemoração e afins, ela tem sido o grito. Que as crianças gritem porque ainda não descobriram outras maneiras de expressar emoções, dá para entender. Aliás, é bom lembrar que os educadores não têm colaborado para que elas aprendam a desenvolver outros tipos de expressão. Mas os adultos gritarem desesperada e estridentemente para manifestar emoção é constrangedor. Com tamanha confusão, fica a impressão de que roubamos a infância das crianças porque a queremos para nós, não?
SAYÃO, Rosely. “As melhores crônicas do Brasil”. In cronicasbrasil.blogspot.com.
Das alterações feitas no fragmento “O amigo imaginário dos adultos chamado de deus é aquele com quem eles conversam animadamente” (5º §), está em desacordo com as normas de regência do emprego do pronome relativo a seguinte:
Passagem pela adolescência
"Filho criado, trabalho redobrado." Esse conhecido ditado popular ganha sentido quando chega a adolescência. Nessa fase, o filho já não precisa dos cuidados que os pais dedicam à criança, tão dependente. Mas, por outro lado, o que ele ganha de liberdade para viver a própria vida resulta em diversas e sérias preocupações aos pais. Temos a tendência a considerar a adolescência mais problemática para os pais do que para os filhos. É que, como eles já gozam de liberdade para sair, festejar e comemorar sempre que possível com colegas e amigos de mesma idade e estão sempre prontos a isso, parece que a vida deles é uma eterna festa. Mas vamos com calma porque não é bem assim.
Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é. Na verdade, o fenômeno da adolescência, principalmente no mundo contemporâneo, é bem mais complicado de ser vivido pelos próprios jovens do que por seus pais. Vejamos dois motivos importantes.
Em primeiro lugar, deixar de ser criança é se defrontar com inúmeros problemas da vida que, antes, pareciam não existir: eles permaneciam camuflados ou ignorados porque eram da responsabilidade só dos pais. Hoje, esse quadro é mais agudo ainda, já que muitos pais escolheram tutelar integralmente a vida dos filhos por muito mais tempo.
Quando o filho, ainda na infância, enfrenta dissabores na convivência com colegas ou pena para construir relações na escola, quando se afasta das dificuldades que surgem na vida escolar - sua primeira e exclusiva responsabilidade -, quando se envolve em conflitos, comete erros, não dá conta do recado etc., os pais logo se colocam em cena. Dessa forma, poupam o filho de enfrentar seus problemas no presente, é claro, mas também passam a ideia de que eles não existem por muito mais tempo.
É bom lembrar que a escola - no ciclo fundamental - deveria ser a primeira grande batalha da vida que o filho teria de enfrentar sozinho, apenas com seus recursos, como experiência de aprender a se conhecer, a viver em comunidade e a usar seu potencial com disciplina para dar conta de dar os passos com suas próprias pernas.
Em segundo lugar, o contexto sociocultural globalizado atual, com ideais como consumo, felicidade e juventude eterna, por exemplo, compromete de largada o processo de amadurecimento típico da adolescência, que exige certa dose de solidão para a estruturação de tantas vivências e, principalmente, interlocução. E com quem os adolescentes contam para conversar?
Eles precisam, nessa época de passagem para a vida adulta, de pessoas dispostas a assumir o lugar da maturidade e da experiência com olhar crítico sobre as questões existenciais e da vida em sociedade para estabelecer com eles um diálogo interrogador. Várias pesquisas já mostraram que os jovens dão grande valor aos pais e aos professores em suas vidas. Entretanto, parece que estamos muito mais comprometidos com a juventude do que eles mesmos.
Quem leva a sério questões importantes para eles em temas como política, sexualidade, drogas, ética, depressão e suicídio, vida em família, vida escolar, violência, relações amorosas e fidelidade, racismo, trabalho etc.? Quando digo levar a sério me refiro a considerar o que eles dizem e dialogar com propriedade, e não com moralismo ou com excesso de jovialidade. E, desse mal, padecem muitos pais e professores que com eles convivem.
Os adolescentes não conseguem desfrutar da solidão necessária nessa época da vida, mas parece que se encontram sozinhos na aventura de aprender a se tornarem adultos. Bem que merecem nossa companhia, não?
SAYÃO, Rosely. “As melhores crônicas do Brasil”. In cronicasbrasil.blogspot.com/ search/label/Adolescência.
Os vocábulos sublinhados no trecho “e não com moralismo ou com excesso de jovialidade” (8º §) são derivados sufixais, formados, respectivamente, pelos sufixos “-ismo” e “-idade”. Os dois sufixos são formadores de nomes substantivos e significam, respectivamente:
TEXTO 2
- Leia o texto abaixo e responda à questão.
A FUGA
Olho em volta: onde estão meus companheiros? Eram muitos, mas amigos de fato, três apenas. Onde estão “Espírito” e “Esmagado”? Penso na esquina de rua quieta, o cimento da calçada, sinto, agora, o seu contato na minha perna. A esquina estará vazia a esta hora, nesta tarde. Ou outros meninos talvez comecem ali, sem o saber, a jogar a sua vida.
Foi uma escova de dentes que me fez, agora, pensar neles. Ah, os objetos: esta escova de dentes, que uso todos os dias, só agora se abre e me fala de mim.
Vamos fugir? Essa ideia nos fascinava. Várias vezes ela se impôs a nós, misturada com perspectivas fascinantes. Mas nunca com a decisão daquela vez. A ideia acudiu aos três ao mesmo tempo, e era a solução para nossos problemas: tínhamos, cada um, uma bruta surra à nossa espera, em casa. Há três dias, entrávamos para dormir altas horas da noite e saíamos antes de os adultos acordarem. Mas não poderíamos nos manter assim por muito tempo.
Tínhamos nossas economias. Trabalhávamos à nossa maneira, juntando restos de metal para vender num armazém da Praia Grande (fora alguns expedientes menos honestos). Planejamos tudo: pegaríamos o trem e viajaríamos escondidos até onde pudéssemos; se descobertos, esperaríamos outro, e assim chegaríamos a Caxias, depois a Teresina. E, em Teresina... Em Teresina, que faríamos? Nossas indagações não chegavam até lá.
Precisávamos de alguns troços: sabonetes, pasta de dentes, escova de dentes. Era só. Não sei por que dávamos tanta importância a tais objetos numa hora de tão grave decisão. Fomos a alguns bazares da cidade e roubamos o necessário.
A fuga se daria pela madrugada. Voltaríamos à casa, pegaríamos nossas roupas e iríamos dormir na estação de trem. Tudo acertado, tomamos cada um o rumo de casa. Eram pouco mais de seis horas da tarde.
Entrei escondido e, no quarto, comecei a embrulhar as roupas. A família jantava: ouvia o rumor de pratos, talheres e vozes. Pronto o embrulho, decidi-me a sair, mas, ao cruzar o corredor, vejo meu pai de cabeça baixa sobre o prato. Ouço a voz de minha irmã mais velha. Estremeci. Que saudade já sentia de todos, daquela mesa pobre, daquela lâmpada avermelhada e fosca. Um soluço rebentou-me da boca, e fui descoberto.
Em breve, estava feliz, as pazes feitas. Distribuí meus pertences de viagem entre irmãos: a este o sabonete, àquele a pasta, àquela outra a escova de dentes azul. Azul como esta, que uso hoje.
GULLAR, Ferreira. Ferreira Gullar: crônicas para jovens. Seleção, prefácio e notas biobibliográficas Antonieta Cunha. 1ª ed. São Paulo: global, 2011, p. 95-96.
Assinale a opção em que os recursos de coesão marcados retomam referentes que estão fora do texto, ou seja, em coesão exofórica: