O processo decisório consiste, tal como descrito pela doutrina especializada, na escolha do caminho mais adequado a ser seguido pela organização em determinada situação e contexto, optando-se entre alternativas ou possibilidades para resolver problemas ou aproveitar oportunidades. Nesse contexto, a doutrina também indica diferentes tipos de decisão e diferentes processos de tomada de decisão, a exemplo
O fenômeno da motivação tem sido estudado sob diferentes enfoques e, nesse sentido, uma das possíveis categorizações das denominadas teorias motivacionais apresenta a divisão entre teorias de conteúdo e teorias de processo, as quais abordam, respectivamente,
O denominado Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo da Melhoria Contínua, consiste em
Considere que determinada sociedade de economia mista esteja na fase inicial de implementação de seu planejamento estratégico, mais precisamente na definição da “missão” da entidade, o que significa, de acordo com a conceituação apresentada pela literatura,
Jean François Chanlat, no artigo “Modos de Gestão, Saúde e Segurança no Trabalho”, apresenta os principais métodos de gestão, a saber: método tayloriano e neotayloriano, método tecnoburocrático, o método de gestão na excelência e o método participativo.
Leia as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta a definição INCORRETA:
Com base no artigo “As Múltiplas Dimensões Organizacionais”, de João Gualberto Moreira Vasconcelos e Eduardo Paes Barreto Davel, é CORRETO afirmar que
A Teoria Contingencial ou Teoria da Contingência, ao abordar as alternativas para a estrutura organizacional e estilo gerencial, apresenta, entre os seus postulados, que
Do ponto de vista da Teoria da Administração, a Escola Clássica apresenta, entre seus expoentes, o estudioso Henri Fayol, cuja principal contribuição foi separar as funções do administrador das funções daqueles que não possuem subordinados e são responsáveis pela execução de atividades. Nesse contexto, apresentou alguns princípios da organização, entre os quais o que se denomina
João, consultor com grande experiência em gestão de estoques, foi contratado para realizar o diagnóstico de uma indústria de peças, que vem apresentando resultados ruins nos últimos meses. Em um dos trechos do relatório de João, ele apontou que, nos últimos meses, houve aumento no número de produtos produzidos, menores ciclos de vida dos itens disponibilizados, pressões de custo e limitação de capacidade produtiva, destacando que esses fatores tornam ainda mais complexos os sistemas de planejamento e controle da empresa.
A recomendação de João, para os itens acima, foi a implementação do MRP, que irá
O modelo de Harvard – negociação baseada em princípios – busca favorecer um maior equilíbrio entre as partes. Ele é fundamentado em quatro elementos que são:
Homem de 47 anos, hipertenso, comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS) para retirada de pontos no membro superior esquerdo. Durante o procedimento, a enfermeira identifica que o paciente apresenta delirium tremens decorrente da abstinência alcoólica e põe em prática a abordagem da redução de danos para o cuidado desse usuário. Sobre a abordagem da redução de danos destinada a usuários de álcool e outras drogas, considere as afirmativas abaixo.
I Fundamenta-se na valorização do desejo e das possibilidades dos sujeitos, não sendo exigência a abstinência das drogas.
II Norteia-se pelo cuidado segundo o modelo biomédico, tendo como objetivo principal a abstinência plena das drogas.
III Caracteriza-se como uma abordagem em saúde menos normalizadora e prescritiva.
IV Sugere-se aos usuários de álcool evitar beber de barriga cheia e optar por bebidas destiladas às fermentadas.
Sobre a abordagem de redução de danos, estão corretas as afirmativas
Mulher com 22 anos de idade, comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS) acompanhada da genitora, com histórico de esquizofrenia paranoide. A mãe relata que a filha interrompeu o uso de clorpromazina, alegando que está engordando demais em decorrência do uso do remédio, e se recusa a retornar ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para continuidade do tratamento. Na ocasião, a enfermeira reforçou a importância da continuidade do tratamento e esclareceu mãe e filha acerca dos efeitos indesejados do uso de neurolépticos, entre os quais estão a
Os limites de delimitação do período da adolescência são extremamente variáveis. O limite inicial coincide com o começo da puberdade, mas o término é difícil de ser determinado. Do ponto de vista biológico, as principais transformações se referem à maturação sexual e ao chamado “estirão” do crescimento na adolescência. Em relação à semiologia da adolescência, analise as afirmativas abaixo.
I O estirão do crescimento começa mais cedo nos meninos e ocorre em todos os segmentos do esqueleto ao mesmo tempo, na sequência proximal-distal.
II A ovulação e os períodos menstruais regulares geralmente ocorrem de 6 a 8 meses depois da pubarca.
III A maturação sexual se inicia, na maioria das meninas, com o aparecimento do broto mamário, evento conhecido como telarca.
IV O aumento temporário e a sensibilidade das mamas, a ginecomastia, são comuns durante a puberdade intermediária, ocorrendo em até um terço dos meninos.
Em relação à maturação sexual e ao crescimento físico na adolescência estão corretas as afirmativas
A temperatura corporal é regulada por um mecanismo no hipotálamo que é semelhante a um termostato. Quando ocorrem mudanças na temperatura, os receptores transmitem informações para o termostato, que aumenta ou diminui a produção de calor para manter a temperatura constante do ponto de ajuste ((HOCKENBERRY; WILSON,2014). Em relação ao controle de temperaturas elevadas em pediatria, analise as afirmativas abaixo.
I A intervenção mais eficiente para tratar a febre é o uso de medidas tradicionais para esfriamento do corpo, como expor a pele ao ar e usar o mínimo de roupas, que são ações eficazes se empregadas, aproximadamente, 20 minutos depois da administração do antipirético.
II As medidas ambientais para reduzir a febre podem ser usadas se toleradas pela criança e se não induzirem o calafrio.
III No caso da elevação da temperatura ocasionada por insolação, os antipiréticos, como o paracetamol, a aspirina e os agentes anti-inflamatórios não esteroides, não têm valor porque o ponto de ajuste já está normal.
IV Em casos de temperatura muito elevada, recomenda-se o uso de água ligeiramente fria, misturada com álcool isopropílico, deixando a criança permanecer na banheira por até 20 minutos.
Estão corretas as afirmativas:
Uma criança nasceu com espinha bífida (EB), que consiste em uma anomalia do tubo neural, caracterizada por um defeito da linha mediana envolvendo a insuficiência da coluna óssea (HOCKENBERRY; WILSON,2014). Em relação às características da EB e quanto ao tratamento e aos cuidados com as crianças que apresentam essa anomalia, analise as afirmativas abaixo.
I Na avaliação do recém-nascido, o enfermeiro deve observar, entre outros aspectos, a higidez dos cistos membranosos, o movimento das extremidades, o reflexo anal e as fontanelas. O perímetro cefálico deverá ser medido diariamente.
II Um dos tratamentos dos problemas renais é o esvaziamento regular da bexiga, tal como a cateterização intermitente com técnica limpa, ensinada e realizada pelos pais , e o ensino da autocateterização à criança, de acordo com seu nível cognitivo.
III A meningocele é um tipo de EB oculta e tem uma variedade de complicações associadas que incluem hidrocefalia e mau funcionamento da derivação, escoliose, aspectos do controle vesical e intestinal, alergia ao látex e epilepsia.
IV Para proteger o saco da mielomeningocele antes da cirurgia, o enfermeiro deverá orientar os pais a manter a criança em decúbito lateral, umedecer e aquecer o saco com curativo aderente e limpo, utilizando solução antisséptica de iodo.
Em relação ao exposto, estão corretas as afirmativas
Uma criança de 10 anos de idade, com diagnóstico de câncer, está internada na enfermaria pediátrica. A criança tem um cateter venoso central totalmente implantável para receber antibiótico devido a uma infecção. Para ter acesso ao cateter, que se encontra fechado no momento da admissão, a enfermeira deverá
A escolha do método anticoncepcional durante o aleitamento materno deve ser sempre personalizada. Para orientar o uso de métodos anticoncepcionais no pós -parto, deve-se considerar o tempo pós-parto, o padrão da amamentação, o retorno ou não da menstruação e os possíveis efeitos dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente (BRASIL, 2013). Em relação a anticoncepção durante o aleitamento materno, analise as afirmativas abaixo.
I O efeito anticoncepcional da amamentação exclusiva, à livre demanda durante os primeiros seis meses pós-parto deixa de ser eficiente quando ocorre o retorno das menstruações e/ou quando o leite materno deixa de ser o único alimento recebido pelo bebê.
II O efeito inibidor da fertilidade, que o aleitamento exclusivo com amenorreia tem, pode ser utilizado como método comportamental de anticoncepção, chamado de método da amenorreia da lactação.
III Quando a mulher deseja utilizar um outro método associado ao método da amenorreia da lactação, deve-se primeiro considerar os métodos anticoncepcionais hormonais.
IV O anticoncepcional hormonal oral só de estrogênio (minipílula) pode ser utilizado pela mulher que está amamentando, e seu uso deve ser iniciado duas semanas após o parto.
Estão corretas as afirmativas:
As enfermeiras das unidades básicas de saúde podem vivenciar situações de parto iminente, ou seja, aquelas situações em que não é mais possível transportar a parturiente para uma maternidade devido à iminência do nascimento do bebê. Nesse caso, a posição adequada para colocar a paciente com insuficiência cardíaca, que se encontra no período expulsivo ou segundo período do trabalho de parto é
As síndromes hipertensivas na gravidez são as maiores causas de morbidade e mortalidade materna e fetal (BRASIL, 2012). Dentre essas síndromes, destaca-se a hipertensão crônica na gestação que corresponde à hipertensão de qualquer etiologia quando o nível da pressão arterial for
Uma mulher de 26 anos de idade, grávida de 34 semanas foi admitida na sala de parto para submeter-se a uma cesárea. Na assistência imediata ao recém-nascido, o neonatologista avaliou que a criança necessitava de manobras de ressuscitação. Nesse caso, a enfermeira inicialmente poderá fornecer oxigênio para o neonato na taxa de
As questão abaixo refere-se ao texto seguinte − parte do prefácio de um livro de sociologia em que o autor se dedicou ao estudo da cultura popular.
[Linguagens e culturas]
Este livro estuda as modificações que se deram na cultura das classes populares ao longo das últimas décadas, de modo especial aquelas que podem ser atribuídas à influência das publicações de massa. Creio que obteríamos resultados muito semelhantes caso tomássemos como exemplos algumas outras formas de comunicação, como o cinema, o rádio ou a televisão.
Penso que tenho sempre tentado dirigir-me principalmente ao “leitor comum” sério ou “leigo inteligente” de qualquer classe social. Não significa isto que eu tenha tentado adotar qualquer tom de voz específico, ou que tenha evitado o uso de quaisquer termos técnicos, para só empregar expressões banais. Escrevi tão claramente quanto o permitiu a minha compreensão do assunto, e apenas usei termos técnicos quando me pareceram susceptíveis de se tornarem úteis e sugestivos.
O “leigo inteligente” é uma figura vaga, e a popularização uma tarefa perigosa; mas parece-me que aqueles de nós que consideram uma urgente necessidade escrever para ele devem continuar a tentá-lo. Porque um dos mais nefastos aspectos da nossa condição cultural é a divisão entre a linguagem dos peritos e o nível extraordinariamente baixo daquela utilizada nos órgãos de comunicação de massa.
(Adaptado de: HOGGART, Richard. As utilizações da cultura. Trad. de Maria do Carmo Cary. Lisboa: Editorial Presença, 1973.)
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na frase:
Mobilidade urbana
Ao longo dos últimos anos a expressão mobilidade urbana – soma das condições e dos critérios oferecidos para a livre circulação das pessoas numa cidade − tem sido empregada para identificar um dos desafios dos grandes centros urbanos. Trata-se de um conceito mais complexo do que parece: não se reduz a uma simples questão de trânsito, diz respeito ao modo e à qualidade de vida das pessoas, à dinâmica instituída em seu cotidiano. Trata-se, enfim, de considerar uma política pública para qualificar os espaços em que os indivíduos se movimentam.
O desafio está, sobretudo, em escolher os usos do território urbano, em privilegiar este ou aquele meio de transporte, em administrar os rumos e as concentrações de passageiros. Essa escolha não se faz sem pressupostos: o que, de fato, se pretende instituir? A livre circulação dos automóveis? O favorecimento do transporte coletivo? A velocidade máxima em canais de uso regulamentado? Faixas para ciclistas? Calçadões para pedestres? Espaços ambientais interligados? Linhas subterrâneas? A política implicada nesta ou naquela escolha diz muito das convicções de quem administra o espaço das grandes cidades. Como este é fatalmente limitado, e tende a receber um número sempre crescente de usuários, há que se encontrar medidas que otimizem seu uso e favoreçam a mobilidade de quem se considere seu usuário preferencial. Não é à toa que medidas tomadas para a implementação prática da mobilidade urbana provocam polêmicas ácidas, quando não conflitos mais graves, entre setores da população.
Como regra geral, o poder público deve se envolver sobretudo com o que seja coletivo, o que atenda à parte maior da população, visando criar condições dignas para sua mobilidade. O transporte de massas não pode ser sacrificado em nome do transporte individual. A primazia do automóvel tem infligido enormes custos à qualidade de vida da maioria dos que habitam as grandes cidades.
(Argemiro Diaféria, inédito)
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na frase:
“Até porque, nessa toada, a intolerância irracional ganha terreno, e nós vamos ficando cada vez mais irracionalmente intolerantes com aquilo que não deveríamos ser”. A forma verbal “deveríamos ser” forma uma locução verbal como os vocábulos abaixo:
Texto I – Do que as pessoas têm medo?
A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto.
A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.
É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.
A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.
Simone Kamenetz, O Globo, 18/10/2017. (Adaptado)
“Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a ´desquitada´ deixasse de ser discriminada.”
Esse período do terceiro parágrafo do texto tem a função de
Texto I – Do que as pessoas têm medo?
A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto.
A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.
É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.
A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.
Simone Kamenetz, O Globo, 18/10/2017. (Adaptado)
Um dos conselhos para uma boa escrita é que as frases de um texto tenham a mesma organização sintática numa enumeração.
No fragmento “Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos...”, para que as duas frases tenham a mesma organização, a mudança adequada seria:
Texto I – Do que as pessoas têm medo?
A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto.
A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.
É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.
A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.
Simone Kamenetz, O Globo, 18/10/2017. (Adaptado)
Apesar de bem escrito, o primeiro parágrafo do texto apresenta uma incorreção, segundo a norma padrão.
Assinale a opção que a apresenta.
Texto I – Há sempre o inesperado
Quem não nasceu de novo por causa de um inesperado?
Iniciei-me no exílio antropológico quando – de agosto a novembro de 1961 – fiz trabalho de campo entre os índios gaviões no sul do Pará. Mas, como os exilados também se comunicam, solicitei a uma respeitável figura do último reduto urbano que visitamos, uma cidadezinha na margem esquerda do rio Tocantins, que cuidasse da correspondência que Júlio César Melatti, meu companheiro de aventura, e eu iríamos receber. Naquele mundo sem internet, telefonemas eram impossíveis e cartas ou pacotes demoravam semanas para ir e vir.
Recebemos uma rala correspondência na aldeia do Cocal. E, quando chegamos à nossa base, no final da pesquisa, descobrimos que nossa correspondência havia sido violada.
Por quê? Ora, por engano, respondeu o responsável, arrolando em seguida o inesperado e ironia que até hoje permeiam a atividade de pesquisa de Brasil. Foi quando soubemos que quem havia se comprometido a cuidar de nossas cartas não acreditava que estávamos “estudando índios”. Na sua mente, éramos bons demais para perdermos tempo com uma atividade tão inútil quanto estúpida. Éramos estrangeiros disfarçados – muito provavelmente americanos – atrás de urânio e outros metais preciosos. Essa plausível hipótese levou o nosso intermediário ao imperativo de “conferir” a correspondência.
Mas agora que os nossos rostos escalavrados pelo ordálio do trabalho de campo provavam como estava errado, ele, pela primeira vez em sua vida, acreditou ter testemunhado dois cientistas em ação.
Há sempre o inesperado.
Roberto da Matta. O GLOBO. Rio de Janeiro, 18/10/2017
Assinale a opção que apresenta o segmento do texto em que a conjunção e tem valor adversativo (oposição), e não aditivo (adição).
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A1BBB seriam mantidos caso se inserisse uma vírgula logo após
O texto 1A1BBB é construído sobre uma série de dicotomias conceituais, isto é, de pares de noções opostas entre si, a exemplo do formado pelos termos
No texto 1A1AAA, o termo “o” — em “Ela o é por definição” (ℓ.15) — remete ao elemento
No texto 1A1AAA, ao utilizar a expressão “Isso sem contar” (ℓ.8), a autora sugere que “os processos de evocação de memórias, planejamento para o futuro e imaginação” (ℓ. 8 a 10) fazem parte do conjunto de
TEXTO 13
Como se sabe, o escritor Lima Barreto foi um crítico genial e desiludido da sociedade e das elites de seu tempo. Neste fragmento de seu Diário Íntimo, pode-se ler como, em 1919, o autor contemplava as mazelas e vícios da jovem República brasileira.
“Esses trinta anos de República têm mostrado, mais do que o passado regime, além da incapacidade dos dirigentes para guiar a massa da população na direção de um relativo bem-estar, a sua profunda desonestidade, os baixos ideais de sua política que, em presença de propinas e gorjetas, lucros ou quais seja em moeda, não trepidam em lançar na miséria, na mendicância, no alcouce1 , na taverna os seus patrícios, mesmo atirá-los à aventura de uma guerra, quando o pourboire2 , estrangeiro em geral, é de encher os olhos. A todas as reclamações, a todas as críticas, eles só sabem responder com o Santo Ofício policial que arvoraram em Academia, Sínodo, Concílio, para julgar e condenar esta ou aquela teoria política que qualquer precisa expor e não lhes agrade.”
1 prostíbulo.
2 o ganho, a gorjeta
Passados quase 100 anos, essa dura análise do legado republicano, à luz dos dias que correm, como se pode ver, soa muito contemporânea. Releia o trecho adiante e responda à questão proposta.
“A todas as reclamações, a todas as críticas, eles só sabem responder com o Santo Ofício policial que arvoraram em Academia, Sínodo, Concílio, para julgar e condenar esta ou aquela teoria política que qualquer precisa expor e não lhes agrade.”
Os dois termos em destaque referem-se:
TEXTO 10
FIOCRUZ DIVULGA NOTA DE APOIO
AO PESQUISADOR ELISALDO CARLINI
“A Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) manifesta sua solidariedade ao pesquisador Elisaldo Carlini e repudia a tentativa de criminalizar suas atividades acadêmicas. O professor Carlini e três outros pesquisadores do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) foram convocados recentemente a depor diante da acusação de apologia ao crime. Ao que tudo indica, a intimação está relacionada à realização de um evento científico sobre os usos da maconha e sobre as possíveis mudanças legais que mitigassem os danos advindos da atual política de drogas. Centrada na repressão, esta política gera entraves à pesquisa com substâncias psicoativas tornadas ilícitas e a exploração de seus usos terapêuticos (1).
A Fiocruz endossa a manifestação pública conjunta da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que afirma (2): ‘acusar o Dr. Carlini de apologia às drogas equivale a criminalizar a inteligência e o conhecimento técnico-científico’. Hoje, mais que nunca, em contraponto a práticas que buscam o retrocesso, é necessário posicionar-se pelo direito de se produzir ciência para a defesa da vida.”
Quanto à palavra afirma (2), em destaque no segundo parágrafo do texto, é correto dizer que ela mostra concordância:
TEXTO 10
FIOCRUZ DIVULGA NOTA DE APOIO
AO PESQUISADOR ELISALDO CARLINI
“A Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) manifesta sua solidariedade ao pesquisador Elisaldo Carlini e repudia a tentativa de criminalizar suas atividades acadêmicas. O professor Carlini e três outros pesquisadores do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) foram convocados recentemente a depor diante da acusação de apologia ao crime. Ao que tudo indica, a intimação está relacionada à realização de um evento científico sobre os usos da maconha e sobre as possíveis mudanças legais que mitigassem os danos advindos da atual política de drogas. Centrada na repressão, esta política gera entraves à pesquisa com substâncias psicoativas tornadas ilícitas e a exploração de seus usos terapêuticos (1).
A Fiocruz endossa a manifestação pública conjunta da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que afirma (2): ‘acusar o Dr. Carlini de apologia às drogas equivale a criminalizar a inteligência e o conhecimento técnico-científico’. Hoje, mais que nunca, em contraponto a práticas que buscam o retrocesso, é necessário posicionar-se pelo direito de se produzir ciência para a defesa da vida.”
Sobre a expressão destacada no primeiro parágrafo do texto dado pode-se afirmar que:
TEXTO 9
A Constituição da República Federativa do Brasil, a chamada Constituição Cidadã, vigente desde 1988, em seu Capítulo III, estabelece os princípios fundamentais que organizam e disciplinam a educação e sua gestão em todo o País; conforme a reprodução de parte dos artigos adiante:
“Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (...);
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (...)”
Ao cotejar o que está estabelecido nesses dois artigos da Constituição, à luz dos acontecimentos que opuseram o MEC à UnB, conforme abordado nas questões anteriores, pode-se afirmar que há uma relação direta de sentido entre:
TEXTO 8
Leia, adiante, trechos na nota do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp em defesa da liberdade de cátedra e da autonomia universitária.
“O Departamento de Ciência Política da Unicamp vem a público manifestar irrestrita solidariedade ao professor e pesquisador Luís Felipe Miguel, da Universidade de Brasília, que ministrará neste semestre a disciplina ‘O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil’. (...)
Manifestamos nossa mais profunda indignação contra os ataques à Universidade Pública e aos seus membros que temos assistido nos últimos meses no Brasil. Não é o caminho pelo qual transformaremos o Brasil em um país soberano, justo e livre. Estamos e estaremos juntos na luta para mudar a atual situação política do país.”
Quanto à variação linguística, o texto dado se caracteriza:
TEXTO 7
O texto que segue reproduz trechos da nota da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (Compolítica), divulgada na grande imprensa, em 22 de fevereiro, em apoio ao pesquisador e professor da Universidade de Brasília (UnB) Luis Felipe Miguel, responsável pela disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. Leia-o, atentamente, e responda à questão proposta.
“A comunidade acadêmica tem sido vítima frequente (I) de arbítrios semelhantes nos últimos meses. Mesmo após o trágico episódio que envolveu o suicídio do professor Luiz Carlos Cancellier, então reitor da UFSC, prisões, conduções coercitivas e demais gestos indicativos de abuso de poder, ora orquestrados (II) pelo Judiciário, ora pelo Executivo, têm indicado aos professores, alunos, servidores técnico-administrativos e demais membros da comunidade um exagero e um ímpeto manifesto em desqualificar o ambiente da universidade pública e das instituições de ensino superior de modo geral.
O curso proposto pelo colega da UnB, a partir da disciplina “Tópicos Especiais em Ciência Política 4”, com o tema “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” tem os seguintes objetivos: “(1) Entender os elementos de fragilidade do sistema político brasileiro que permitiram a ruptura democrática de maio e agosto de 2016, com a deposição da presidente Dilma Rousseff; (2) Analisar o governo presidido por Michel Temer e investigar o que sua agenda de retrocessos nos direitos e restrição às liberdades diz sobre a relação entre as desigualdades sociais e o sistema político no Brasil; (3) perscrutar (III) os desdobramentos da crise em curso e as possibilidades de reforço da resistência popular e de restabelecimento do Estado de direito e da democracia política no Brasil.” O programa contempla bibliografia lúcida, de autores relevantes nas Ciências Humanas e Sociais do país.
(...)
Esta Associação reafirma seu compromisso com a defesa da autonomia universitária e estimula iniciativas que busquem aprofundar a análise do atual cenário político e midiático brasileiro.”
Sobre as três palavras em destaque, identificadas com algarismos romanos, pode-se afirmar que:
TEXTO 6
Adiante estão trechos da nota do Ministério da Educação divulgada, em 21 de fevereiro, por jornal de grande circulação na matéria “MEC vai acionar MPF contra disciplina da UnB sobre ‘golpe de 2016’: Pasta quer apuração de ‘improbidade administrativa’ dos responsáveis pela criação do curso”.
“O ministro da Educação, Mendonça Filho, lamenta que uma instituição respeitada e importante como a Universidade de Brasília adote uma prática de apropriação do bem público para promoção de pensamentos político-partidário ao criar a disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, que será ministrado no curso de Ciências Políticas da universidade.
O MEC irá encaminhar solicitação para a Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal (MPF) para a apuração de improbidade administrativa por parte dos responsáveis pela criação da disciplina na Universidade de Brasília (UnB) por fazer proselitismo político e ideológico de uma corrente política usando uma instituição pública de ensino. (...)”.
A leitura dos trechos dados permite afirmar que:
TEXTO 5
“Você está sendo enganado (1).
A trapaça narrativa funciona em três etapas. Na primeira, um sujeito pergunta qual é o contrário de preto e alguém responde que é branco. Em seguida, ele pergunta qual é o contrário de claro e alguém responde que é escuro. Por último, o mesmo indivíduo pergunta qual é o contrário de verde, mas ninguém responde, pois, obviamente, não existe.
Só que não é verdade.
O contrário de verde é maduro, embora você não tenha pensado nisso. O problema é que fomos induzidos a pensar em termos cromáticos, esquecendo que um raciocínio mais (2) complexo (3) nos levaria a ver outros lados da questão. (...)”
Trecho do artigo “Não é golpe, é muito pior”, de Felipe Pena, publicado em Crônicas do Golpe (2017), do mesmo autor, professor da Universidade Federal Fluminense e pós-doutor em Semiologia da Imagem.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, antônimos dos três termos destacados e numerados no texto dado:
TEXTO 4
O texto adiante apresenta trechos do artigo Linguagem é poder: sobre jogos sujos e democracia, publicado pela filósofa e escritora Marcia Tiburi (Revista Cult.uol, 22.02.2018). Leia-o e responda à questão proposta.
“Linguagem é poder. Antes de serem puros e simples atos de comunicação, todos os atos da linguagem são atos de poder. (...)
O que se pode chamar de “jogo de poder” é estratégia de poder em seu sentido político. Todo jogo de poder é, na verdade, um jogo de linguagem. Há jogos de linguagem sem “jogos de poder”, mas não há jogo de poder sem linguagem.
A linguagem preferida do jogo de poder político em seu estado deturpado é a da dominação e da violência. O poder político – aquele que se exerce juntamente com outro, ou contra os outros com a consciência do seu efeito – é como uma engrenagem, como um dispositivo, é como um organismo que funciona para fazer sobreviver a si mesmo. Como as pessoas se relacionam com esse poder é uma pergunta que deve ser respondida por cada um.
Ninguém na sociedade humana, que é uma sociedade política – na qual mesmo quem não quer fazer política faz política, mesmo que a sua política seja uma espécie de antipolítica –, vive fora de relações de poder. Justamente porque não pode viver fora da linguagem. O poder político que não interessa a todos, a todos afeta e, na sua forma deturpada, depende justamente desse desinteresse da maioria para manter-se como é. (...)
Fora do jogo da democracia, todo jogo de poder é um jogo sujo. Vamos aceitar?
O trecho destacado “Há jogos de linguagem sem “jogos de poder”, mas não há jogo de poder sem linguagem.”, é um período: