Jorge, cidadão brasileiro com dezoito anos de idade, deseja tomar medida jurídica, sob o fundamento de que determinada prerrogativa inerente a sua cidadania não pode ser usufruída em razão de omissão legislativa na edição de norma regulamentadora de dispositivo constitucional.
Nessa situação hipotética, para buscar tutela jurisdicional, de acordo com o rol de direitos e garantias fundamentais, Jorge deverá valer-se de
De acordo com o regime constitucional brasileiro, as denominadas funções de confiança devem ser exercidas
De acordo com os princípios fundamentais estabelecidos na CF, assinale a opção que apresenta, respectivamente, as formas de Estado e de governo adotadas no Brasil.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, com referência às penas, assinale a alternativa correta.
Em cada uma das opções a seguir, é mostrada uma proposta de reescrita para o seguinte período do texto 1A1BBB: “Não há por que negar que a fala é mais antiga que a escrita e que esta lhe é posterior e, em certo sentido, dependente” (ℓ. 19 a 21). Assinale a opção em que a proposta apresentada mantém o sentido original e a correção gramatical do referido trecho.
No texto 1A1BBB,
A correção gramatical e o sentido original do texto 1A1BBB seriam preservados caso se substituísse
Infere-se do texto 1A1AAA que a escrita é uma
Seria mantida a correção gramatical do texto 1A1AAA, embora com alteração do sentido original, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra
No texto 1A1AAA, as relações sintático-semânticas do período “Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como o esquecimento também o é para a memória” (ℓ. 20 e 21) seriam preservadas caso a conjunção “Embora” fosse substituída por
Predomina no texto 1A1AAA a tipologia
Conforme as ideias do texto 1A1BBB,
TEXTO I
Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiu três cavalheiros
Todos os três de chapéu na mão
O primeiro foi seu pai
O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
A quem Tereza deu a mão
BATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).
TEXTO II
Outra interpretação é feita a partir das condições sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem cantava a cantiga, a música falava do casamento como um destino natural na vida da mulher, na sociedade brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A música prepara a moça para o seu destino não apenas inexorável, mas desejável: o casamento, estabelecendo uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho, marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua vida.
Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012.
O comentário do Texto II sobre o Texto I evoca a mobilização da língua oral que, em determinados contextos,
Contranarciso
em mim
eu vejo o outro
e outro
e outro
enfim dezenas
trens passando
vagões cheios de gente
centenas
o outro
que há em mim
é você
você
e você
assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós
LEMINSKI, P. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo. No poema, essa nova dimensão revela a
A idade das palavras
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plastificada dizendo “Eu sou prafrentex!”.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comportamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito. Houve época em que era “pão”, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?
Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.
Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada, para a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!
Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”, para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade mais do que as rugas!
(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)
De acordo com o texto, é correto afirmar que
TEXTO 1 - REFEIÇÃO EM FAMÍLIA
Rosely Sayão
Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas, dizem que alimentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de longevidade, alimentos ganham adjetivos como “funcionais”. Temos dietas para cardíacos, para hipertensos, para gestantes, para obesos, para idosos.
Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.
[....]
O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus afetos pelos filhos de modo mais natural. (adaptado)
“Programas de TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudável”; a frase abaixo que mostra o vocábulo “bem” na mesma classe gramatical e no mesmo valor semântico é:
TEXTO I.
Temos uma notícia triste: o coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que serve ele, afinal? Calma, não jogue o coração para escanteio, ele é superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de bombear sangue para todas as células de nosso corpo”, explica Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração.
O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e tem dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas “bombas” ele recebe o sangue das veias e lança para as artérias. Para isso contrai e relaxa, diminuindo e aumentando de tamanho. E o que tem a ver com o amor? “Ele realmente bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada. O corpo libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a pressão arterial”.
(O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)
Assinale a opção que apresenta o segmento do texto em que o autor entra em interação direta com o leitor.
Texto 1
SINTAXE PENOSA
Não, dileto leitor, não incorporei o espírito do professor Pasquale; não é o objetivo da presente coluna proferir uma invectiva contra os que violentam a sintaxe da língua de Camões com gerundismos ("vamos estar falando de ciência") ou destroçam a harmonia das orações subordinadas. Quando digo "sintaxe penosa", entenda-me literalmente: passarinhos cujo canto tem regras semelhantes à nossa tradicional ordem de sujeito seguido de verbo e objeto (por exemplo) nas frases.
Se essa possibilidade não faz cair o seu queixo, deveria. Como enfatizei na coluna passada (eu sei, faz duas semanas já, mas quem sabe você recorda), os cientistas têm mostrado que é cada vez menor a lista das faculdades mentais exclusivamente humanas. Uma das poucas que sobraram – ou melhor, sobravam – é a linguagem com sintaxe. Alguns passarinhos japoneses resolveram melar o nosso triunfo, ao que parece. Os penosos em questão pertencem à espécie Parus minor, ou chapim-japonês. Assim como uma grande variedade de outros animais, incluindo outras aves, obviamente, mas também primatas como nós e outras criaturas, o chapim-japonês produz vocalizações que podem ser comparadas às nossas palavras.
Esses sons foram criativamente apelidados com as letras A, B, C e D. Seu significado varia um pouco, mas podemos dizer, de modo geral, que combinações das três primeiras "palavras" (AC ou BC, por exemplo) denotam a presença de diversos tipos de predadores, enquanto os sons do tipo D (caracterizados por uma sequência de sete a dez "notas", como as de uma música) servem para recrutar outros passarinhos – quando um macho chama sua parceira, por exemplo.
O bacana, porém, é que a "palavra" D pode ser combinada às outras, modificando o sentido delas. AC-D, digamos, pode ser usado quando um chapim vê um falcão e chama outras aves para avisá-las sobre o caçador e convocá-las para fazer "mobbing" (quando vários passarinhos se juntam para intimidar uma ave de rapina).
A pergunta é: será que faz diferença a ordem dos fatores? Afinal, em português, "O cão mordeu o menino" e "O menino mordeu o cão" são frases com sentido completamente distinto. Foi o que Toshitaka Suzuki, da Universidade Sokendai, no Japão, resolveu testar usando gravações das "palavras" típicas das aves. Resultado: quando ouvem as gravações de ABC, os chapins olham assustados para os lados esperando um predador; se escutam só D, voam na direção do alto-falante, procurando o colega que teria chamado por eles. ABCD produz, como esperado, um misto de olhares assustados para os lados e voo rumo ao som. E quando o som é DABC? Em geral, nada – os bichos ficam confusos. A sintaxe da "frase" não faz sentido para eles. Ou seja, é a ordem dos termos dos chamados que importa nesse caso, como na fala humana. Os dados estão em artigo na revista científica "Nature Communications".
Pode ser que você não esteja lá muito embasbacado com as proezas sintáticas do chapim-japonês. Está no seu direito, obviamente, mas o que descobertas como essa reiteram, feito a linha de baixo constante e sólida de um bom rock, é o fato inconteste de que as nossas capacidades mentais aparentemente inigualáveis derivam, na verdade, de "tijolinhos" cognitivos que já estavam presentes nos lugares mais improváveis da Árvore da Vida. Nosso edifício comportamental é mais arrojado, faraônico até – mas ainda tem as marcas de que um dia foi uma choupana.
LOPES, Reinaldo José. Publicado em 27 mar. 2017.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldojoselopes/2016/03/1754157-sintaxe-penosa.shtml.
Acesso em: 8 jul. 2017. Adaptado.
Uma hora de relógio
(Gregório Duvivier.)
O tempo pro brasileiro é tão fluido que a gente inventou a expressão “hora no relógio” – na Bahia, diz-se “hora de relógio”. Nesse momento um suíço ou um inglês tem uma síncope. “Existe alguma hora que não seja de relógio?”
Caro amigo, existe uma imensa variedade de horas. Na expressão “espera só meia horinha”, “meia horinha” costuma demorar duas horas de relógio, enquanto na frase “tô te esperando há horas”, “horas” pode significar só “meia horinha” de relógio. Por isso a importância da expressão “de relógio”: na hora do relógio, cada um dos minutos dura estranhos 60 segundos de relógio – não confundir, claro, com os segundinhos e os minutinhos, que podem durar horas de relógio. “O senhor tem cinco minutinhos?” “Tenho – mas no relógio só tenho uns dois”.
Sim, o diminutivo muda tudo. Quando se marca “de manhãzinha”, é no início da manhã, de oito às dez, mas se por acaso marcarem “de tardinha”, estarão se referindo ao fim da tarde, de cinco às sete. Nada é tão simples: de noitinha volta a ser no início da noite, tornando tardinha e noitinha conceitos intercambiáveis. Que cara é essa, amigo saxão? Você mede comprimento com pés e polegadas.
Não pense que para por aí: tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio. Ouvi de uma amiga: “outro dia te vi todo correndinho na Lagoa”. Nada mais ridículo do que achar que se estava correndo e descobrir que só se estava correndinho. Esse é o meu problema com esportes: só chego nos diminutivos. Não chego a me exercitar, só fico me exercitandinho. Antes disso, fico alongandinho. E depois reclamandinho. Diz-se de um casal que começa a namorar que ambos estão namorandinho – no entanto, não se diz que um homem que começa a morrer já está morrendinho.
O diminutivo costuma recair sobre coisas pelas quais a gente tem ao menos um pouco de carinho. Por isso pode-se dizer criancinha, velhinho, mas jamais “adolescentezinho”. Pode-se dizer gatinho, cachorrinho, mas jamais “atendentinho de telemarketing”. A não ser, claro, no seu uso irônico: se te chamarem de “queridinho”, querem é que você exploda.
Foi o Ricardo Araújo Pereira quem atentou para o fato de que pomos o diminutivo em advérbios. “É devagar, é devagar, devagarinho”, diz o poeta Martinho – que carrega o diminutivo no nome. Deve ser coisa nossa, pensei, orgulhoso, até ouvir “despacito”, o “devagarinho” deles. Estranhamente, o vocalista fala mil palavras por minuto – de relógio. Prefiro o Martinho.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2017/07/1899750-na-hora-do-relogio-cada-minuto-dura-estranhos- 60-segundos-de-relogio.shtml.)
Era julho de 1955. Dali a menos de dois anos, em março de 1957, Oscar Niemeyer estaria na comissão julgadora que escolheu o plano-piloto de Lúcio Costa – finalizado a tinta nanquim e último a ser inscrito na concorrência –, projeto vencedor para a construção da nova capital federal. Mas, naquele momento, ainda antes de ser convidado por Juscelino Kubitschek para criar os principais monumentos de Brasília, Niemeyer detalhou pela primeira vez como seria Marina, a única cidade projetada por ele no país.
“Podemos dizer que Marina será uma cidade planejada efetivamente de acordo com as concepções mais modernas da técnica urbanística”, afirmou ao vespertino carioca A noite. “As distâncias entre os locais de trabalho, estudo, recreio e habitação serão limitadas a percursos de, no máximo, 15 minutos de marcha. Isso evitará a perda de tempo em transportes, permitindo folga suficiente para recreação e prática de esportes”, declarou Niemeyer, que sonhava com uma cidade autossustentável, muito antes de o conceito se tornar a principal preocupação de projetos mundo afora.
O Estado de Minas obteve cópia do Memorial Descritivo da Cidade Marina, datilografado e assinado por Niemeyer. Nele consta que o arquiteto procurava “estabelecer para a cidade um sistema de vida humano e feliz, integrado na natureza, que aproveita e enriquece”. O documento chama a atenção ainda para as áreas verdes, que teriam o paisagismo do artista plástico Roberto Burle Marx, outro nome fundamental na criação de Brasília. “Cercados de parques, jardins e vegetação abundante, os blocos de habitação coletiva estão integrados no seu verdadeiro objetivo, que é aproximar o homem da natureza, para lhe propiciar um ambiente natural e sadio”.
O plano diretor da Cidade Marina previa centro cívico, com edifícios públicos, teatro, cinema, museu, biblioteca, lojas e restaurantes; hospital e centro de saúde; uma cidade vertical (com prédios de oito a 10 pavimentos) e outra horizontal (com residências); zona industrial, escolas, centro esportivo e um aeroporto, única intervenção que chegou a ser executada nas terras.
Niemeyer enfatizou que a urbanização da nova cidade seria baseada na habitação coletiva, com a localização em meio a verdadeiros parques e zonas de vegetação exuberantes. “Este sistema de organização da zona residencial, além de satisfazer perfeitamente todas as exigências sociais da vida moderna, proporcionará uma ligação efetiva de seus habitantes com a natureza privilegiada do lugar”, afirmou o arquiteto, em 1955.
(RIBEIRO, Luiz e DAMASCENO, Renan. “Como seria Marina”. Disponível em: www.em.com.br)
... para criar os principais monumentos de Brasília... (1° parágrafo)
... além de satisfazer perfeitamente todas as exigências sociais da vida moderna... (último parágrafo)
... que é aproximar o homem da natureza... (3° parágrafo)
Os complementos verbais dos segmentos acima encontram-se corretamente substituídos por pronomes em:
Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, concluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como “grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam encontrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido como o que é desejável ou indesejável para um homem ou uma mulher de cultura.
Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunhado por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório de consumo cultural, há lugar tanto para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a “grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daquilo, hoje isto, amanhã algo mais.
Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas.
(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2013, p. 6-7.)
A afirmação A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi (3° parágrafo) orienta o leitor para compreender que,
Texto 1
O Sol na obra de Van Gogh
Nenhum outro pintor captou e soube transmitir a luz e a energia do Sol como Vincent van Gogh (1863-1890). Cansado e desgostoso de Paris, Van Gogh passou os dois últimos anos de sua vida no sul da França, que os franceses chamam de Midi. Ele queria pintar ao ar livre, em um contexto mais luminoso. Em uma carta ao seu irmão Theo, em 1888, ele escreveu: "Vim ao Midi por muitas razões. Por querer ver outra luz, crer que a contemplação da natureza sob um céu mais claro pode me dar um ideia mais exata da maneira de sentir e desenhar dos japoneses. Querer, enfim, ver este sol mais intenso, porque pressinto que, sem conhecê-lo, não é possível compreender desde o ponto de vista da realização e da técnica, as obras de Delacroix, e porque me intuiu que as cores do prisma se velam com as brumas do norte". Após uma violenta discussão com seu amigo pintor Paul Gauguin (1848-1903), e que teve como consequência a famosa mutilação de parte da orelha, Van Gogh foi internado no sanatório de Saint-Rémy. Lá, o Sol continuava presente em suas criações. Em seus últimos meses de vida, e durante uma das várias internações de Van Gogh no sanatório de SaintRémy, ele descobriu na França meridional uma fonte de inspiração inesgotável: as oliveiras. Com elas compartilhou os últimos dias de sua vida turbulenta. Talvez uma destas obras mais significativas que tenha pintado foi Oliveiras com céu amarelo e Sol. Recentemente, esta obra foi uma das escolhidas em um projeto para sofrer um corte virtual de suas árvores como forma criativa de chamar a atenção para o desmatamento. Van Gogh era fascinado pelos astros. Sol, Lua, estrelas. Procurava a luz à sua volta. Talvez para iluminar o seu interior sombrio. Ele precisava de todas as luzes da natureza para fazer germinar a natureza da sua Arte. BELTRÃO, C. Disponível em:
Texto 2
Um gafanhoto esteve incrustado mais de um século em um Van Gogh
Os restos de um gafanhoto com mais de um século foram encontrados na espessa pintura As Oliveiras, de Vincent van Gogh (parte de uma série de 18 pinturas que o artista fez sobre o tema em 1889). Uma restauradora do Museu de Arte Nelson-Atkins, na cidade de Kansas, nos Estados Unidos, onde a obra está exposta, descobriu o inseto enquanto trabalhava numa pesquisa sobre a tela. Segundo um comunicado dessa pinacoteca, o achado é apenas um dos resultados emocionantes que surgiram quando o estudo científico e a investigação histórica da arte se combinaram no museu para compreender melhor o processo do artista holandês.
"As Oliveiras é uma pintura muito querida no NelsonAtkins e esse estudo científico não faz mais do que aumentar nossa compreensão de sua riqueza', afirmou o diretor do museu, Julián Zugazagoitia. "Van Gogh trabalhou ao ar livre, e sabemos que ele, como outros artistas plein air, lidou com o vento e o pó, a grama e as árvores, e as moscas e os gafanhotos."
A equipe de pesquisadores entrou em contato com o paleoentomologista Michael S. Engel, professor da Universidade de Kansas, para seu estudo posterior. Engel observou que faltavam o tórax e o abdômen do gafanhoto e que não se via nenhum sinal de movimento na pintura circundante. Isso indica que o inseto estava morto antes de aterrissar na tela de Van Gogh. O gafanhoto não pode servir para uma datação mais precisa da pintura.
Disponível em:<https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/08/cultura/1510154425_196558.html> Acesso em 12/11/2017. [Adaptado.]
Apenas em uma das alternativas abaixo, extraídas do texto 2, o termo sublinhado não funciona como sujeito. Assinale-a.
Dadas as intenções que subjazem ao texto publicitário, como a de levar o receptor a aceitar a visão de quem o produz, várias são as estratégias utilizadas para construir um texto que seja informativo, e, ao mesmo tempo, evidencie o uso criativo da língua. O jogo das palavras e a repetição são recursos muito comuns, como ilustra o texto a seguir.
PARA A GLOBO VOCÊ NÃO É MAIS UM. É O UM
TODO O BRASIL ASSISTE À GLOBO. SÃO MAIS DE CEM MILHÕES DE PESSOAS, TODOS OS DIAS. MAS A GENTE SABE QUE NÃO FALA COM ESSE TAL DE CEM MILHÕES. A GENTE FALA COM CEM MILHÕES DE UNS. UNS DIFERENTES DOS OUTROS. UNS QUE SE EMOCIONAM. UNS QUE SE INFORMAM. UNS QUE GOSTAM DA GENTE. UNS QUE DIZEM QUE NÃO. E A GENTE SE MOVIMENTA PARA CONQUISTAR CADA UM. PORQUE A GENTE SABE QUE UM DESSES CEM MILHÕES É VOCÊ. (Veja, 1º de novembro/17)
Nesse sentido, um texto bem construído reflete o domínio do autor quanto ao emprego dos itens linguísticos. Avalie as proposições abaixo, que tratam desse processo de elaboração textual, e, em seguida, categorize-as como (V) verdadeiro ou (F) falso:
( ) A ideia de universalização da audiência da emissora é confirmada no texto não apenas por meio dos pronomes TODO/S (L. 1), mas pelo uso recorrente de estruturas com orações adjetivas, a exemplo de “Uns que se emocionam”; “Uns que se informam”. “Uns que gostam da gente” (L. 3).
( ) O período que finaliza o texto, introduzido pelo PORQUE (L.4), reforça o motivo de a emissora valorizar todos os indivíduos; considerando que se trata de uma conclusão, seria correto também o uso de PORTANTO.
( ) Ao mesmo tempo em que o autor sinaliza a ideia de totalidade, ao fazer referência aos “cem milhões” de espectadores (Ls. 1, 2 e 5), busca envolver o espectador, enfatizando a noção de unicidade, já que esse indivíduo “é você” (L. 5).
( ) O jogo das palavras fica evidente quando o item UM/S, originariamente classificado como artigo, assume, nos diferentes contextos de uso, papel de numeral, ou de substantivo (cf. título do texto); ainda como substantivo em “cem milhões de uns” (L. 2) e também pronome em “uns que dizem que não” (L. 4).
( ) Para esclarecer a noção de que as pessoas diferem umas das outras, o autor lista diferentes comportamentos, o que ocorre por meio de estruturas com orações adjetivas explicativas, como: “Uns que se emocionam” (L.3).
A sequência CORRETA é
É compreensível imaginar que, dentro do contexto de uma arte de tantos séculos como o teatro, o clichê “nada se cria, tudo se copia” já seja uma máxima. Alguns estudiosos da dramaturgia dizem que tal frase é perfeitamente aplicável. O curioso, no entanto, é constatar a rapidez com que o cinema, que tem menos de 120 anos de vida, tem incorporado essa máxima.
No século 21, é em Hollywood que essa tendência aparece com maior força. Praticamente todos os sucessos de bilheteria da indústria cinematográfica norte-americana são adaptações de quadrinhos, livros, videogames ou programas de TV que fizeram sucesso. A indústria da adaptação tornou-se tão forte que existe uma massa de escritores com contratos fixos com alguns estúdios, o que significa que escrevem obras literárias já pensando em sua adaptação para o cinema. O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo de luxo no cinema norte-americano.
Em Hollywood, tal fenômeno é compreensível. A razão para que haja uma alta sem precedentes das adaptações é o medo do risco em tempos de crise econômica, que faz com que os estúdios apostem em histórias já testadas e aprovadas por leitores. Essa estratégia, apesar de não garantir êxito de bilheteria, reduz o risco de apostar todas as fichas em histórias inéditas.
No Brasil, as adaptações também viraram moda, uma vez que, nos primeiros anos do século 21, os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de expressão artística.
(Adaptado de: BALLERINI, Franthiesco. Cinema Brasileiro no Século 21: reflexões de cineastas, produtores, distribuidores, exibidores, artistas, críticos e legisladores sobre os rumos da cinematografia nacional. Edição digital. São Paulo: Summus Editorial, 2012)
Considerando-se o contexto, identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, entre:
Em um terreno retangular, a medida do lado maior tem 1 metro a mais que a medida do lado menor. Se a área desse terreno é de 182 metros quadrados, então é correto afirmar que o seu perímetro, em metros, é igual a
Um hectômetro equivale a quantos metros?
Por estar com problemas financeiros, um cliente antecipou em seu banco a restituição do imposto de renda. A taxa cobrada pelo banco, para esse tipo de operação, é de 4% ao mês, com todos os encargos já incluídos. Sabendo que o cliente antecipou o valor de R$ 4.200,00 e que a sua restituição foi creditada após quatro meses, o valor descontado pelo banco, referente a essa operação de crédito, foi, aproximadamente, de:
Uma sorveteria vende os sorvetes em copinhos pequenos, médios ou grandes, cuja soma dos respectivos preços unitários é igual a R$ 42,00. Sabe-se que os preços unitários dos copinhos médio e grande correspondem, respectivamente, a 7/4 e 5/2 do preço do copinho pequeno. Desse modo, é correto afirmar que cada copinho grande é vendido por
Na computação em nuvem (cloud computing), que mudou a visão de pessoas físicas e jurídicas acerca de recursos de tecnologia da informação, o modelo que oferece um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste e gerenciamento de aplicações de software é denominado
Assinale a opção que apresenta, respectivamente, as extensões dos arquivos dos softwares Microsoft Excel 2010, Microsoft Word 97-2003, Bloco de Notas e BrOffice Impress em suas configurações padrão.
Entre os vários tipos de programas utilizados para realizar ataques a computadores, aquele capaz de se propagar automaticamente pelas redes, enviando cópias de si mesmo entre computadores, é conhecido como
Acerca do uso do Windows Explorer (WE) para o gerenciamento de arquivos, pastas e programas sob os sistemas Windows Vista e Windows 7 Professional, assinale a opção correta.
Os comandos para deletar um arquivo em um utilitário de linha de comando no Windows e no Linux são, respectivamente,
O maior conflito militar ocorrido no século XIX em terras sul-americanas foi a denominada Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai que se estendeu de 1865 até 1870. O início do conflito foi marcado pela invasão da Província de Mato Grosso pelas tropas paraguaias. Sobre os desdobramentos do conflito em termos da geopolítica regional, é correto afirmar:
O Estado de Rondônia foi criado no período:
“Apesar da chuva, reservatórios do RN continuam em situação crítica –70% dos açudes monitorados estão secos ou em volume morto. Nível baixo das águas da maior barragem do estado fez ressurgir as ruínas do cemitério da antiga cidade de São Rafael. Apesar das chuvas que caíram no fim de semana em 39 municípios do Rio Grande do Norte, as reservas hídricas do estado continuam em situação crítica, aponta relatório do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn).”
(Disponível em: http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2016/02/maior-barragem-do-rn-volta-receber-agua-mas-volume-ainda-ecritico.html.)
A maior barragem do estado do Rio Grande do Norte a que se refere o enunciado é:
A economia do estado do Acre sempre é associada ao extrativismo do látex e a produção da borracha. Contudo, existem outros produtos que são extraídos e comercializados. Entre os produtos de extração a seguir, o que possuiu maior rendimento e maior peso (em toneladas) no último ano analisado (2015) foi:
Entre as alternativas a seguir, assinale a que apresenta o governador que foi nomeado pelo presidente da república como governador do, então denominado, Território Federal de Rondônia.
De saída do governo, o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, acusa o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) de tê-lo pressionado para favorecer seus interesses pessoais. Calero diz que o articulador político do governo Temer o procurou pelo menos cinco vezes, por telefone e pessoalmente.
(Folha, 19.11.2016. Disponível em:<https://goo.gl/YjmzVm> . Adaptado)
Marcelo Calero acusa Geddel Vieira Lima de pressionar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, a
O peemedebista Geddel Vieira Lima foi preso nesta sexta-feira, 8 de setembro, na Operação Tesouro Perdido. A Polícia Federal atribui a ele a propriedade da fortuna de R$ 51 milhões em dinheiro vivo encontrada em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador. O ex-ministro estava em regime domiciliar, em um imóvel situado a pouco mais de um quilômetro do bunker de R$ 51 milhões.
(Estadão, 08.09.17. Disponível em: <https://goo.gl/rETQh1>. Adaptado)
Geddel foi preso preventivamente por suspeita dos crimes de