Resolver o Simulado Enfermeiro - AOCP - Nível Superior

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Português

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A ciência e o vazio espiritual
Marcelo Gleiser

Alguns anos atrás, fui convidado para dar uma entrevista ao vivo para uma rádio AM de Brasília. A entrevista foi marcada na estação rodoviária, bem na hora do rush, quando trabalhadores mais humildes estão voltando para suas casas na periferia. A ideia era que as pessoas dessem uma parada e ouvissem o que eu dizia, possivelmente fazendo perguntas.
O entrevistador queria que falasse sobre a ciência do fim do mundo, dado que havia apenas publicado meu livro “O Fim da Terra e do Céu". O fim do mundo visto pela ciência pode ser abordado de várias formas, desde as mais locais, como no furacão que causou verdadeira devastação nas Filipinas, até as mais abstratas, como na especulação do futuro do universo como um todo.
O foco da entrevista eram cataclismos celestes e como inspiraram (e inspiram) tanto narrativas religiosas quanto científicas. Por exemplo, no antigo testamento, no Livro de Daniel ou na história de Sodoma e Gomorra, e no novo, no Apocalipse de João, em que estrelas caem dos céus (chuva de meteoros), o Sol fica preto (eclipse total), rochas incandescentes caem sobre o solo (explosão de meteoro ou de cometa na atmosfera) etc.
Mencionei como a queda de um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro na península de Yucatan, no México, iniciou o processo que culminou na extinção dos dinossauros 65 milhões de anos atrás. Enfatizei que o evento mudou a história da vida na Terra, liberando os
mamíferos que então existiam -- de porte bem pequeno -- da pressão de seus predadores reptilianos, e que estamos aqui por isso. O ponto é que a ciência moderna explica essas
transformações na Terra e na história da vida sem qualquer necessidade de intervenção divina. Os cataclismos que definiram nossa história são, simplesmente, fenômenos naturais.
Foi então que um homem, ainda cheio de graxa no rosto, de uniforme rasgado, levantou a mão e disse: “Então o doutor quer tirar até Deus da gente?"
Congelei. O desespero na voz do homem era óbvio. Sentiu-se traído pelo conhecimento. Sua fé era a única coisa a que se apegava, que o levava a retornar todos os dias àquela estação e trabalhar por um mísero salário mínimo. Como que a ciência poderia ajudá-lo a lidar com uma vida desprovida da mágica que fé no sobrenatural inspira?
Percebi a enorme distância entre o discurso da ciência e as necessidades da maioria das pessoas; percebi que para tratar desse vão espiritual, temos que começar bem cedo, trazendo o encantamento das descobertas científicas para as crianças, transferindo a paixão que as pessoas devotam à sua fé para um encantamento com o mundo natural. Temos que ensinar a dimensão espiritual da ciência -- não como algo sobrenatural -- mas como uma conexão com
algo maior do que somos. Temos que fazer da educação científica um processo de transformação, e não meramente informativo.
Respondi ao homem, explicando que a ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo que alguns cientistas queiram. Falei da paixão dos cientistas ao devotarem suas vidas a explorar os mistérios do desconhecido. O homem sorriu; acho que entendeu que existe algo em comum entre sua fé e a paixão dos cientistas pelo mundo natural.
Após a entrevista, dei uma volta no lago Sul pensando em Einstein, que dizia que a ciência era a verdadeira religião, uma devoção à natureza alimentada pelo encantamento com o mundo, que nos ensina uma profunda humildade perante sua grandeza.

Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloglei
ser/2013/11/1372253-a-ciencia-e-o-vazio-espiritual.shtml. Acesso 22
nov2013.
“O entrevistador queria que falasse sobre a ciência do fm do mundo, dado que havia apenas publicado meu livro ‘O Fim da Terra e do Céu’”.
A expressão destacada estabelece relação semântica de
  • A conclusão.
  • B concessão.
  • C causa.
  • D consecução.
  • E comparação.
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Bad boy com toque patético
O afã de afrontar conveniências parece condição necessária para que Lars von Trier consiga se expressar

Eduardo Escorel

Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da audácia de Lars von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.

Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si mesmo, e evita a gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez minutos iniciais de Melancolia a imagens alegóricas de instantes descontextualizados, reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o sentido dos planos da abertura fica claro, constituindo figura de linguagem conhecida - antecipação estilizada do desfecho da narrativa para criar expectativa pelo que virá.

Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto para rejeitar Melancolia “como um órgão mal transplantado" por ter “chantili em cima de chantili" e ser “um filme de mulher!". Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do romantismo alemão. Wagner ao quadrado". Isso estava claro para ele, mas ainda assim se perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar derrota? Derrota para um dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de tudo quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial." Tinha esperança, contudo, que “em meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal quebrar um dente frágil".

A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado a fazer um filme mais a seu gosto - ácido, pessimista e opressor -, evitando um estilo meloso e ornamental. Mesmo frustrado, por não ter sido capaz de incluir um pouco da feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier não deixa de provocar inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral, fácil de reconhecer desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 - qualquer que seja o enredo, os personagens devem percorrer sua via dolorosa.

Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em deixar de ser, aos 55 anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece ter orgulho da coleção de notas zero em comportamento recebidas ao longo da sua premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar sofrimento, foi irresponsável na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras, declarou em tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com certeza. […] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não presta". Arrematou dizendo, depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista."

Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua leviandade. O paradoxo é que seu compromisso de afrontar conveniências, traço que imprime a seus consiga se expressar.

Revista Piauí, Edição 59, 2011.

“Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua leviandade.”

A alternativa em que o elemento por estabelece a mesma relação semântica daquela encontrada no fragmento acima é

  • A Pedro planta milho e, no final do ano, vende-o por quilo.
  • B Os jornalistas sempre lutam por liberdade de expressão.
  • C A lista de chamada da escola é feita por ordem alfabética.
  • D Após o acidente, Jorge aposentou-se por invalidez.
  • E Selma chorou por três anos a morte dos pais e do filho.
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Amores imperfeitos
A pessoa que você mais gosta é cheia de defeitos?
Existe uma explicação


Cristiane Segatto

1.§ Quantos dos seus amigos descrevem o parceiro (ou parceira) de uma forma estranhamente dúbia? A pessoa é o amor da vida dele e, ao mesmo, o ser que mais o incomoda. É uma reclamação tão corriqueira que começo a achar que estranha é a minoria que parece satisfeita com o que tem em casa.

2.§ Tolerar os defeitos do companheiro e entender que, ao firmar uma parceria, compramos um pacote completo (com tudo o que há de agradável e desagradável) parece, cada vez mais, uma esquisita característica de uma subespécie em extinção.

3.§ O grupo majoritário parece ser o dos apaixonados intolerantes.

4.§ Há quem se dedique a tentar entendê-los. Li nesta semana uma reportagem interessante sobre isso. Foi publicada na revista Scientific American Mind. É baseada no livro Annoying: The Science of What Bugs Us (algo como Irritante: a ciência do que nos incomoda), dos jornalistas Joe Palca e Flora Lichtman.

5.§ Uma das pesquisadoras citadas é a socióloga Diane Felmlee, da Universidade da Califórnia. Ela conta a história de uma amiga que vivia reclamando que o marido trabalhava demais. Diane pediu que a mulher se lembrasse das qualidades que enxergava nele quando o conheceu na universidade. A resposta foi sensacional: “A primeira coisa que chamou minha atenção foi o fato de que ele era incrivelmente trabalhador. Logo percebi que se tornaria um dos melhores alunos da classe"

6.§ Não é curioso? Por alguma razão, uma característica que é vista como uma qualidade no início do relacionamento se torna, com o passar do tempo, um defeito. Exemplos disso estão por toda parte. No início do namoro, o cara parece muito atraente porque é desencanado, tranquilão. Não perde a chance de passar o dia de bermuda e chinelo, ouvindo música e bebendo com a namorada e os amigos. Quatro anos depois passa a ser visto pela amada como um sujeito preguiçoso, acomodado, que não tem objetivos claros na vida e veio ao mundo a passeio.

7.§ Em outra ocasião, a socióloga Diane perguntou a um garoto por que ele gostava da última namorada. A resposta foi uma lista de várias partes do corpo da moça - incluindo as mais íntimas. Quando a professora perguntou por que o relacionamento havia acabado, a justificativa foi: “Era uma relação baseada somente no desejo. Não havia amor suficiente."

8.§ Uma aluna disse que se sentiu atraída pelo ex porque ele tinha um incrível senso de humor. Algum tempo depois, passou a reclamar que “ele não levava nada a sério". Nesse caso, também, o que era qualidade virou defeito. Deve haver alguma explicação para isso. Nas últimas décadas, Diane vem realizando estudos com casais para tentar entender o fenômeno que ela chama de atrações fatais.

9.§ Ela observou que quanto mais acentuada é a qualidade reconhecida pelo parceiro no início da relação, mais incômoda ela se torna ao longo dos anos. Até virar um traço insuportável.

10.§ Diane acredita que a explicação está relacionada à teoria da troca social. Essa teoria parte do pressuposto de que as relações humanas são baseadas na escolha racional e na análise de custo-benefício. Se os custos de um dos parceiros superam seus benefícios, a outra parte pode vir a abandonar a relação, especialmente se houver boas alternativas disponíveis. “Traços extremos trazem recompensas, mas também têm custos associados a eles, principalmente numa relação".

11.§ Um exemplo é a independência. Ela pode ser muito valorizada numa relação. Um marido independente é capaz de cuidar de si próprio. Mas se ele for independente demais, pode significar que não precisa da mulher. Isso acarreta custos para a relação.

12.§ A receita para evitar que as relações naufraguem é a boa e (cada vez mais) escassa tolerância. É preciso aprender a relativizar os hábitos irritantes para continuar convivendo com uma pessoa que tem muitas outras qualidades.

13.§ Ninguém é totalmente desprovido de qualidades e defeitos. Temos os nossos, aprendemos com eles e com os deles. Além de tolerância, precisamos exercitar a capacidade de apoiar o parceiro quando as coisas vão mal e de celebrar quando ele tem alguma razão para isso. Inventar programas novos e interessantes (zelar para que isso aconteça com frequência) pode realçar as qualidades de quem você gosta e amenizar as características e manias irritantes. Irritante por irritante somos todos. Mas também podemos ser incrivelmente interessantes.

Adaptado de http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/ cristiane- segatto/noticia/2012/01/amores-imperfeitos.html em 01/12/2012

Assinale a alternativa em que o termo destacado é um pronome relativo

  • A “...pode significar que não precisa da mulher...”
  • B “...entender que, ao firmar uma parceria, compramos um pacote completo...”
  • C “...para tentar entender o fenômeno que ela chama de atrações fatais.”
  • D “Diane pediu que a mulher se lembrasse das qualidades...”
  • E “Ela observou que quanto mais acentuada é a qualidade...”
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Leia o texto e responda a questão
DIREITO DO IDOSO
Hoje, o envelhecimento se encontra na ordem do dia. Os mais importantes veículos de comunicação dão destaque a esse fenômeno, abordando as suas causas e conseqüências. O envelhecimento populacional, portanto, transformou-se em uma questão social relevante, uma vez que impacta marcantemente nos destinos da própria sociedade. Isso tanto é verdade que há estudiosos falando em uma revolução dos idosos. E não é para menos. Mais de dois bilhões de pessoas terão mais de sessenta anos até 2050, o que representará um contingente expressivo, considerando a população total do planeta.
Ora, se um contingente tão grande de pessoas passa a ter uma idade a partir da qual é caracterizada como idosa, isso significa que direitos específicos desse contingente populacional precisam ser garantidos. 
É preciso destacar que o Estado brasileiro não se preparou para o impacto que o envelhecimento populacional acarretou nos sistemas previdenciário e de saúde, por exemplo. Não houve planejamento, de modo que o sistema previdenciário, uma espécie de seguro para garantir dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade, mantidos os parâmetros atuais. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz de atender às demandas dos idosos, os quais são os principais clientes desse sistema, porquanto mais vulneráveis a doenças, inclusive algumas próprias dessa fase da vida, como câncer, hipertensão, osteoporose, demência, para só citar algumas.
Portanto, o impacto que as pessoas que acumulam muitos anos provocam na sociedade, considerando apenas esses dois sistemas, e a necessidade de que os direitos fundamentais desse segmento populacional sejam efetivamente garantidos, já se revela suficiente para que se perceba a importância da disciplina Direito do Idoso.
Vale destacar que o envelhecimento não é um fenômeno estático. Na medida em que as condições sociais e econômicas melhoram, as pessoas têm oportunidade de viver mais. Caso se associem a esses elementos os avanços da tecnologia médica em todas as suas dimensões, a expectativa de vida pode realmente surpreender.
É a vitória da vida.
Sendo, portanto, o envelhecimento a oportunidade de uma vida mais longa, pode ser traduzido como o próprio direito de existir, na medida em que viver é ter oportunidade de envelhecer. Ora, se é assim, o envelhecimento é um direito e, mais do que isso, é um direito fundamental, na medida em que se traduz no direito à vida com dignidade, o que quer dizer que as pessoas não perdem direitos na medida em que envelhecem. Pelo contrário, demandam mais direitos para que possam usufruir plenamente o direito à liberdade em todos os aspectos, patrimônio do qual nenhum ser humano pode abdicar.
Apesar de a expectativa de vida no Brasil vir aumentando ano após ano, ainda não estão sendo oferecidas condições de vida adequadas para os velhos. O processo de envelhecimento no país apresenta nuances artificiais, na medida em que as pessoas têm suas vidas alongadas mais pela universalização da tecnologia médica {notadamente do sistema de vacinação, que abortou mortes prematuras causadas por doenças endêmicas) do que propriamente pela experimentação de padrões sociais e econômicos de excelência, a exemplo dos países desenvolvidos.
Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dodireitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos, os quais estão declarados de forma direta ou indireta, em convenções, acordos e tratados internacionais, além das previsões constitucionais e legais em relação a esse segmento, destacando-se o Estatuto do Idoso {Lei n. 10.741/03) [...].
Sendo assim, a garantia dos direitos dos idosos no Brasil depende de uma profunda compreensão das causas e conseqüências do processo de envelhecimento populacional, do papel que deve ser reservado aos velhos em uma sociedade tecnológica, da necessidade de garantir-lhes todos os direitos fundamentais inerentes à condição humana, destacando-se a necessidade de desenvolver esforços para que tenham autonomia o máximo de tempo possível, do enfrentamento de todas as formas de violência, por meio da construção de uma rede de proteção e defesa dos direitos desse contingente populacional.
REFERÊNCIA: Adaptado de RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Direito
do idoso. Jornal Estado do Direito. 42a. ed. Porto Alegre, 3
set. 2014. Disponível em: www.estadodedireito.com.br. Acessado
em: 27/06/2015.
Considere o período “ Ora, se um contingente tão grande de pessoas passa a ter uma idade a partir da qual é caracterizada como idosa, isso significa que direitos específicos desse contingente populacional precisam ser garantidos” e assinale a alternativa correta.
  • A Os termos “é“ , "caracterizada” e "idosa” deveriam estar no plural para concordar com "pessoas” .
  • B O verbo “passa” deveria estar no plural para concordar com "pessoas” .
  • C “direitos específicos desse contingente populacional” é o sujeito do verbo “precisam” .
  • D “direitos específicos desse contingente populacional precisam ser garantidos” funciona como oração subordinada objetiva indireta da oração que lhe é anterior.
  • E “precisam ser garantidos” deveria estar no singular para concordar com “contingente populacional” .
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Bad boy com toque patético
O afã de afrontar conveniências parece condição necessária para que Lars von Trier consiga se expressar

Eduardo Escorel

Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da audácia de Lars von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.

Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si mesmo, e evita a gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez minutos iniciais de Melancolia a imagens alegóricas de instantes descontextualizados, reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o sentido dos planos da abertura fica claro, constituindo figura de linguagem conhecida - antecipação estilizada do desfecho da narrativa para criar expectativa pelo que virá.

Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto para rejeitar Melancolia “como um órgão mal transplantado" por ter “chantili em cima de chantili" e ser “um filme de mulher!". Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do romantismo alemão. Wagner ao quadrado". Isso estava claro para ele, mas ainda assim se perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar derrota? Derrota para um dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de tudo quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial." Tinha esperança, contudo, que “em meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal quebrar um dente frágil".

A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado a fazer um filme mais a seu gosto - ácido, pessimista e opressor -, evitando um estilo meloso e ornamental. Mesmo frustrado, por não ter sido capaz de incluir um pouco da feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier não deixa de provocar inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral, fácil de reconhecer desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 - qualquer que seja o enredo, os personagens devem percorrer sua via dolorosa.

Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em deixar de ser, aos 55 anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece ter orgulho da coleção de notas zero em comportamento recebidas ao longo da sua premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar sofrimento, foi irresponsável na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras, declarou em tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com certeza. […] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não presta". Arrematou dizendo, depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista."

Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua leviandade. O paradoxo é que seu compromisso de afrontar conveniências, traço que imprime a seus consiga se expressar.

Revista Piauí, Edição 59, 2011.

“Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na mostra oficial...”

Uma reescrita do fragmento acima que atende à norma padrão da língua portuguesa é

  • A Declarado persona non grata pela direção do evento, de cuja mostra oficial foi exibido Melancolia...
  • B Declarado persona non grata pela direção do evento, de que na mostra oficial Melancolia foi exibido...
  • C Declarado persona non grata pela direção do evento, cuja mostra oficial foi exibido Melancolia...
  • D Declarado persona non grata pela direção do evento, da qual mostra oficial Melancolia foi exibido...
  • E Declarado persona non grata pela direção do evento, em cuja mostra oficial Melancolia foi exibido...
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O fascínio do bom humor

O que a obra de Sérgio Rodrigues nos ensina sobre bem viver

FLÁVIA YURI OSHIMA

O bom humor talvez seja um dos mais democráticos estados de espírito. Ele não exige fatos nem um ponto de vista determinado para existir. Não é preciso ser otimista, nem mesmo ouvir boas notícias, para ter bom humor. Claro que coisas boas e um estado de espírito positivo são terreno fértil para ele. Mas o bom humor é uma entidade independente, que pode ser preservada na adversidade e nos ânimos mais soturnos. O alemão Arthur Schopenhauer, conhecido como o mais pessimista dos flósofos, dizia que o bom humor é a única característica divina que o homem possui. Ele não tem relação com ser extrovertido e não obriga ninguém a dar risadas. Pode residir num espírito sereno, compenetrado. O bom humor está disponível a todos e em qualquer situação.

Junto com o espanto e a saudade, a partida de uma amiga querida e de um ídolo me fzeram pensar no bom humor esta semana. Não é preciso mencionar o quanto estar em volta de pessoas bem humoradas faz bem para o espírito. Quem é vivo e circula entre humanos sabe disso. O flósofo francês Émile-Auguste Chartier escreveu que o bom humor é um ato de generosidade: dá mais do que recebe. Discordo dele. Acho que os bem humorados recebem tanto quanto dão, dos outros e deles mesmo. Para mim, é uma espécie de carinho consigo mesmo. Já tenho tantos pepinos, para que o peso de ter de aguentar meu próprio mau humor? Estou tão cansada, para que ter de carregar ainda esse espírito rabugento? A vida é tão curta, as pessoas são tão frágeis, estamos todos no mesmo barco, de que adianta tanto mau humor? Falar é mais fácil que fazer. Por isso, é tão admirável conhecer pessoas que fazem do bom humor um jeito de encarar a vida, independentemente de como ela se apresente. É digno de menção.

Giovanna tinha 36 anos. Lutava contra um câncer na cabeça há dois. Era jornalista. Ela nos deixou no domingo, dia 31 de agosto. Era minha amiga. Sérgio Rodrigues tinha 87 anos. Perdeu a luta contra um câncer de próstata. Era arquiteto e design. Morreu segunda-feira, dia 1º de setembro. Era um ídolo para mim. Os dois não se conheciam. Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos. Passariam por avô e neta ou pai e flha, sem estranhamento.

A morte tem o poder de dar salvo conduto até para os mais insuportáveis, que ganham qualidades variadas depois da partida. Não é o caso desses dois. A gentileza e o bom humor de Giovana sempre foram um ponto fora da curva entre as dezenas de estudantes de comunicação chatonildos da faculdade - me incluo entre eles. A obra de Sérgio Rodrigues fala por si. Mesmo que você não goste de seu estilo, é difícil não esboçar um sorriso ao ver o resultado do seu trabalho. É leve, elegante, criativo e bem humorado. Sérgio Rodrigues tem peças nos acervos do Museu de Arte Moderna, em Nova York, nos museus de Estocolmo, na Suécia, e de Munique, na Bavária (Alemanha). É tido como o mestre do design mobiliário, e tem também casas e brinquedos entre suas obras.

Acho que cultivar o bom humor em situações extremas é uma forma de vitória. Sérgio conseguiu espalhar pelo mundo seu bom ânimo nas peças que criou, perpetuando-o. Giovana e a medicina não tinham mais recursos para combater aquela coisa que crescia em seu cérebro, mas ela o venceu, da maneira que pôde, com seu bom humor até o fm. O céu fcou mais leve com a chegada dos dois. Talvez até chova.

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/Flavia-Yuri-Oshima/noti- cia/2014/09/o-fascinio-do-bbom-humorb.html

Em “Mesmo que você não goste de seu estilo, é difícil não esboçar um sorriso ao ver o resultado do seu trabalho.”, considerando a estrutura do período, podemos afirmar que a oração destacada expressa

  • A comparação.
  • B causa.
  • C conformidade.
  • D concessão.
  • E condição.
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Coisas de que só eu gosto
Aquilo que a gente ama nos define. Quem a gente ama nos
distingue.
IVAN MARTINS
Na lanchonete Real, perto de casa, prepara-se um filé com ervilhas que me faz feliz há mais de uma década. Mas noto que o prato já não é tão popular. Nas últimas vezes em que o pedi, deparei com o olhar confuso do garçom, como se perguntasse: “Filé com quê?". Então repito: “Filé com ervilhas". E mostro com o dedo: “Aqui, está no cardápio". O pessoal da cozinha ainda lembra como se prepara o meu prato favorito, pelo menos.
Esse flé está na categoria das coisas de que só eu gosto. Ou quase. É como Tropas estelares, um filme de ficção científica com estética de seriado de TV dos anos 1950. Vi no cinema com meus filhos quando foi lançado, em 1997 e, desde então, mais uma dezena de vezes. Dias atrás, ao listar meus 10 flmes favoritos, percebi ele que vinha em terceiro, atrás de O último tango em Paris e Texas, duas obras primas. O que faz uma aventura romântica e juvenil em tão nobre companhia eu não sei. Talvez seja nostalgia da adolescência e dos seus amores impossíveis, como os do filme.Ao pensar no flé e no flme, assim como nos livros de Jorge Semprún ou nas calças boca de sino, percebo que há peculiaridades de gosto que definem quem sou. Ou quem você é. Milhões de pessoas gostam das mesmas coisas, e isso não as distingue. Mas cada um tem preferências únicas, ou quase únicas, que ajudam a defnir quem é, no meio da multidão.
Entre aquilo que mais nos distingue está a pessoa de quem gostamos e com quem dividimos a vida. Ela é única em seus defeitos e qualidades, na beleza ou na falta de atrativos. Não há ninguém mais com o mesmo sorriso ou a mesma combinação de gestos. Entre bilhões de pessoas no planeta, piores ou melhores, ninguém carrega as lembranças que ela carrega. Ninguém divide conosco as memórias que ela divide. Essa Maria, seja ela quem for. Esse João, por comum que seja. Não há ninguém em todo o mundo igual a nenhum deles. Amar essa singularidade humana nos torna igualmente singular.
Ontem, vi uma foto de Gisele Bündchen desfilando em Paris, de minissaia e botas. Pensei: “Que linda". Milhões devem ter pensado a mesma coisa. Haverá no mundo um milhão de homens, talvez mulheres, apaixonados por ela. Gostar de Gisele Bündchen talvez defina a vida de muitos.Gostar dela será, nesse caso, como gostar de um filme de grande sucesso ou de um livro best-seller. Algo que se pode partilhar com milhares ou milhões. Não é o mesmo que gostar de Maria ou João.
O gostar que nos define está ligado às entranhas de alguém, não à imagem que projeta. Está ligado a seus sentimentos secretos, não apenas ao que diz e faz em público. Essa conexão existe apenas entre gente de verdade, que se define, necessariamente, de dentro para fora. O que há entre nós e a aparência dos outros é somente fantasia e ilusão. Vale para Gisele ou para a garota mais bonita do colégio, por quem todos parecem apaixonados.Elas não contam como experiência única.
Aquilo que marca a biografa, aquilo que nos define, é o que nos toca e se deixa tocar. É o que se mistura ao que somos. Pode ser a mulher mais bonita do prédio que, vista de perto, era despretensiosa e divertida. Pode ser a garota com cheiro de cloro, cuja intimidade era tão rica que, anos depois, você ainda se lembrará dela com saudades. O essencial é criar vínculos que durem. Entrar em contato. Gostar e deixar-se gostar. Permitir que o outro nos olhe e pense: “Esse é meu amor". Que é uma forma de dizer: “Esse é quem sou". Ou será que isso é tão romântico que somente Heathcliff diria a Catherine?

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martin.../noticia/2014/10/coisas-de-que-bso-eu-gostob.html

Em “Talvez seja nostalgia da adolescência e dos seus amores impossíveis...", o termo em destaque expressa
  • A tempo.
  • B intensidade.
  • C modo.
  • D afirmação.
  • E dúvida.
8

Mulheres cuidam mais da saúde do que homens 
    Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um médico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% - contra 63,9% deles.
    As mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE. A publicação revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9% dos homens.
    Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisado respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no masculino.
    A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado. De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
    Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto Atendimento Público - com 11,3% da população - e hospitais e serviços especializados como ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos brasileiros e as 
emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.
    A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: < http://veja.abril.com.br/noticia/ saude/mulheres-cuidam-mais-da-saude-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.
Assinale a alternativa que apresenta um sinônimo para a palavra destacada em: “A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações [...]”.
  • A Reprimiu.
  • B Repeliu.
  • C Recolheu.
  • D Atribuiu.
  • E Expeliu.
9

Mulheres cuidam mais da saúde do que homens 
    Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um médico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% - contra 63,9% deles.
    As mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE. A publicação revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9% dos homens.
    Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisado respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no masculino.
    A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado. De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
    Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto Atendimento Público - com 11,3% da população - e hospitais e serviços especializados como ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos brasileiros e as 
emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.
    A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: < http://veja.abril.com.br/noticia/ saude/mulheres-cuidam-mais-da-saude-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.
Em “A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde [...]”, há um verbo
  • A de ligação.
  • B bitransitivo.
  • C intransitivo.
  • D transitivo direto.
  • E transitivo indireto.

Raciocínio Lógico

10

Utilizando raciocínio lógico, considere a sequência do alfabeto sem as vogais. Qual será a letra que ocupa a sexta posição?

  • A F
  • B G
  • C H
  • D J
  • E M
11

De um grupo de 100 pessoas, 30 leem semanalmente uma revista de notícias, 48 leem diariamente um jornal impresso e 22 leem ambos. Selecionando ao acaso uma pessoa do grupo, se ela lê a revista qual a probabilidade de ler o jornal ?

  • A 22/30
  • B 30/100
  • C 48/100
  • D 22/48
  • E 22/100
12


Considere as proposições:

p: “Ary consultou o relatório”;
q: “Bruno consultou o relatório”;
r: “Clóvis consultou o relatório”.

Assinale a alternativa que apresenta uma possível linguagem simbólica para o depoimento de Clóvis.

  • A Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • B Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • C Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • D Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • E Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
13

Uma pesquisa foi feita entre os moradores de um bairro para saber em qual das duas padarias (situadas nesse mesmo bairro) eles preferiam comprar. Foram entrevistados ao todo 300 moradores, dos quais 130 optaram apenas pela padaria A e 60 disseram que iam às 2 padarias, A e B. Sabendo que todos os moradores optaram por uma padaria, quantos optaram apenas pela padaria B?

  • A 220
  • B 200.
  • C 150.
  • D 110
  • E 90.
14
Em um grupo de cinco amigos, temos o seguinte arranjo: João é mais alto que Pedro. Pedro é mais alto que Paulo. José é mais baixo que Jonas e mais alto que João. Qual é o amigo mais baixo?
  • A Jonas.
  • B José.
  • C João.
  • D Pedro.
  • E Paulo.
15
Com a chegada do fim do ano, um patrão resolveu dar um bônus de 5% para seus estagiários. Com o bônus, os estagiários receberam um salário de R$ 270,90. De quanto era o salário antes do bônus?
  • A R$ 236,00
  • B R$ 248,00
  • C R$ 250,00
  • D R$ 258,00
  • E R$ 260,00
16
Considere o conjunto A que possui 10 elementos, e o conjunto B que possui 18 elementos. Sabendo que 4 elementos pertencem a A e a B, quantos elementos pertencem apenas a B?
  • A 14
  • B 15
  • C 16
  • D 17
  • E 18
17
Em um escritório trabalham duas secretárias. Uma delas faz um determinado trabalho em 3 horas, e a outra faz esse mesmo trabalho com a mesma eficiência em 6 horas. Trabalhando juntas, em quanto tempo elas fariam tudo?
  • A 1 hora.
  • B 2 horas.
  • C 3 horas.
  • D 4 horas.
  • E 4 horas e 30 minutos.
18

Se não chove, então o cachorro late. Se chove, então o papagaio não fala. Entretanto, o papagaio está falando. Logo,

  • A chove e o cachorro late.
  • B chove e o cachorro não late.
  • C não chove e o cachorro late.
  • D não chove e o cachorro não late.
  • E se o papagaio fala, então o cachorro não late.
19

Utilizando raciocínio lógico, assinale a alternativa em que a palavra pode ser considerada uma intrusa.

  • A Atum.
  • B Bagre
  • C Merluza.
  • D Sardinha.
  • E Girafa.
20

Considere as proposições:

p: “Ary consultou o relatório”;
q: “Bruno consultou o relatório”;
r: “Clóvis consultou o relatório”.

Supondo que os três funcionários tenham consultado o relatório, o(s) mentiroso(s) foi(ram):

  • A Ary.
  • B Bruno.
  • C Ary e Bruno.
  • D Ary e Clóvis.
  • E Bruno e Clóvis.
21

O salário por hora de pedreiro é de $7,00 e do seu auxiliar é de $3,00. Juntos eles receberam $53,00 por um determinado trabalho. O pedreiro trabalhou um período de tempo diferente do trabalhado pelo auxiliar. Se eles tivessem recebido um dólar a menos por hora, teriam recebido $42,00. A quantidade de horas trabalhadas pelo pedreiro e pelo auxiliar foi, respectivamente,

  • A 6 horas e 5 horas.
  • B 5 horas e 7 horas.
  • C 6 horas e 6 horas.
  • D 5 horas e 5 horas.
  • E 5 horas e 6 horas.
22

Qual das relações abaixo representa uma função?

  • A R={(-2, 0), (-2, 0), (0, 2), (1, 1)}
  • B S={(-2, 0), (-2, 0), (1, 2), (1, 1)}
  • C T={(-2, 3), (0, 1), (1, 2)}
  • D U={(-2, 0), (0, 0), (1, 2), (1, 1)}
  • E V= {(1, 0), (0, 1), (1, 1)}
23
Uma pesquisa foi feita entre os moradores de um bairro para saber em qual das duas padarias (situadas nesse mesmo bairro) eles preferiam comprar. Foram entrevistados ao todo 300 moradores, dos quais 130 optaram apenas pela padaria A e 60 disseram que iam às 2 padarias, A e B. Sabendo que todos os moradores optaram por uma padaria, quantos optaram apenas pela padaria B?
  • A 220.
  • B 200.
  • C 150.
  • D 110.
  • E 90.
24

Utilizando raciocínio lógico, considere a sequência do alfabeto sem as vogais. Qual será a letra que ocupa a sexta posição?

  • A F.
  • B G.
  • C H.
  • D J.
  • E M.
25

Uma progressão aritmética é uma sequência numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior com um determinado número.
Sendo assim, observe a sequência abaixo:

5; 8; 11; 14;...
Qual é o décimo termo desta sequência?

  • A 32
  • B 29
  • C 28
  • D 25
  • E 21
26
Sobre conjuntos numéricos, assinale a alternativa INCORRETA.
  • A 2000 ∈Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • B - 10 ∈ Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • C Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • D Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • E - 30 ∈ Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
27

Considere a sequência infinita Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Qual é o seu limite quando n → ∞ ?

  • A
  • B 0 (zero)
  • C indeterminado
  • D 0,5
  • E 1
28
Jonas possui bolinhas de gude que foram divididas igualmente e guardadas em 3 garrafas. Depois de ganhar mais duas bolinhas, ele as redistribuiu em 4 garrafas e cada uma ficou com 2 bolinhas a menos que antes. A quantidade de bolinhas que Jonas tem agora é de
  • A 40.
  • B 36.
  • C 32.
  • D 30.
  • E 28.

Enfermagem

29
Sobre as condições padronizadas para a medida da pressão arterial, assinale a alternativa que NÃO se enquadra nessas condições.
  • A O paciente deve estar sentado, com o braço apoiado e na altura do precórdio.
  • B O paciente deve evitar o uso de cigarro e de bebidas com cafeína nos 30 minutos precedentes.
  • C Medir após cinco minutos de repouso do paciente.
  • D Desinflar o manguito lentamente.
  • E A pressão diastólica deve corresponder ao aparecimento dos batimentos.
30
A elaboração de políticas de contratação de funcionários é um processo desempenhado pela gerência de enfermagem que diz respeito à carga de trabalho necessária conforme o padrão de cuidado pretendido na unidade hospitalar e se refete diretamente nos processos de trabalho. Assinale a alternativa que apresenta os elementos que determinam esse padrão de cuidado pretendido e que devem ser considerados o ponto de partida para a previsão de pessoal.
  • A Disposição, empenho e comprometimento do pessoal de enfermagem da instituição.
  • B Filosofa, objetivos e propostas assistenciais do serviço de enfermagem e da instituição.
  • C Voluntariedade, imposições e negociações entre o pessoal de assistência e a instituição.
  • D Profissionalismo, vantagens e benefícios oferecidos pela instituição ao pessoal de enfermagem.
  • E Acordos e procedimentos legais celebrados entre associações ou sindicatos profissionais e a instituição.
31
O cotidiano da Enfermagem está composto de inúmeras rotinas e procedimentos integrados, que desenham o comportamento e a performance da equipe e constituem os processos de trabalho. Assinale a alternativa que apresenta o objetivo da rotina de elaboração de horários de trabalho ou da escala de prestação de cuidados.
  • A Objetiva garantir a continuidade do cuidado, constituindo-se em uma das principais rotinas.
  • B Objetiva a sistematização das atividades de assistência de enfermagem.
  • C Objetiva dividir as atividades entre a equipe e evitar a sobrecarga de trabalho.
  • D Objetiva o planejamento e a execução da assistência da prática de enfermagem.
  • E Objetiva o comprometimento na implementação das ações de segurança do cuidado.
32
Qual(is) precaução(ões) deve(m) ser utilizada(s) no atendimento de todos os pacientes sempre que houver risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, peles não- íntegras e mucosas?
  • A Precauções padrão.
  • B Precauções respiratórias.
  • C Precauções por aerossóis.
  • D Precaução reversa.
  • E Precauções por gotículas.
33

Embora as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) sejam causadas por muitos micro-organismos diferentes, estes apenas determinam um número limitado de síndromes. Dentre as alternativas citadas a seguir, assinale aquela que apresenta uma doença que causa Úlcera genital.

  • A Síflis.
  • B Tricomoníase.
  • C Vaginose bacteriana.
  • D Ureoplasma.
  • E Infecção por clamídia.
34
A unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde dos serviços de saúde é
  • A o centro de material e esterilização.
  • B a barreira técnica.
  • C o centro de controle de infecção.
  • D o consultório individual.
  • E o serviço de limpeza organizada.
35

Qual é o sistema de Informação implantado em 1990 com o objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional?

  • A SIH
  • B SINV
  • C SINASC
  • D SIAB
  • E SIM
36
Qual dos imunobiológicos a seguir tem como via de administração a via intramuscular?
  • A Tetra viral.
  • B BCG.
  • C Rotavírus.
  • D Hepatite B.
  • E Febre Amarela.
37
Ao observar os sinais vitais de um paciente, o técnico de enfermagem verificou uma frequência cardíaca de 120 bat/min e pulso fino, que pode ser sinônimo de
  • A normolaxia.
  • B arritmia.
  • C felioformia.
  • D bradilaxia.
  • E taquisfigmia.
38

Cometendo o profssional de enfermagem uma Infração ao seu Código de Ética, para a graduação da penalidade e respectiva imposição, considera- se

  • A o ato praticado individualmente ou em equipe
  • B o cargo ocupado pelo infrator dentro da instituição
  • C a idade do infrator.
  • D a categoria profissional do infrator.
  • E o dano causado e suas consequências.
39
É objetivo básico da sala de recuperação pós- anestésica ser o local destinado
  • A à administração de medicamentos pré-anestésicos, com a finalidade de diminuir secreções e complicações decorrentes do processo anestésico-cirúrgico.
  • B à verificação de sinais vitais para identificar crises hipertensivas e oferecer o medicamento adequado à situação de emergência.
  • C à realização de reabilitação pós-cirúrgica de pacientes submetidos à anestesia geral e controlar os níveis de saturação de oxigênio.
  • D à realização de avaliação crítica de pacientes em pós- operatório com ênfase na prevenção de complicações que resultem do processo anestésico-cirúrgico.
  • E à aguardar o total retorno de consciência do paciente para evitar complicações de pneumonia e aspiração.
40
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria mycobacterium tuberculosis, também denominada de Bacilo de Koch. Um exame fundamental para o diagnóstico da tuberculose pulmonar é
  • A o lipidograma.
  • B o hemograma com plaquetas.
  • C o exame bacteriológico direto do escarro.
  • D a ressonância magnética.
  • E a tomografia computadorizada.
41

A Humanização vista como política que atravessa as diferentes ações e instâncias gestoras do SUS, implica

  • A na formação dos profssionais de saúde distante do debate e da formulação da política pública de saúde.
  • B na fragmentação da rede assistencial dificultando a complementaridade entre a rede básica e o sistema de referência.
  • C no despreparo das equipes de saúde para lidar com a dimensão subjetiva nas práticas de atenção à saúde.
  • D em traduzir os princípios do SUS em modos de operar dos diferentes equipamentos e sujeitos da rede de saúde.
  • E em baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, especialmente no que se refere à gestão participativa e ao trabalho em equipe.
42

Os exames pré-natais que a gestante realiza, são de extrema importância para prevenção e tratamento de diversas doenças. Sobre a interpretação do resultado e conduta do exame de toxoplasmose, preencha a lacuna e assinale a alternativa correta. Recomenda-se, sempre que possível, a triagem para toxoplasmose por meio da detecção de anticorpos da classe __________ (Elisa ou imunofuorescência). Em caso de positividade, significa doença ativa e o tratamento deve ser instituído.

  • A IgA
  • B IgE
  • C IgG
  • D IgO
  • E IgM
43

Com base no Código de Ética dos profissionais de Enfermagem entre as alternativas a seguir, assinale aquela que representa um Dever do profissional de enfermagem.

  • A Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade.
  • B Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos legais que possam prejudicar o exercício profissional.
  • C Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos direitos e interesses da categoria e da sociedade
  • D Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte
  • E Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo.
44

Dentre os conceitos de vigilância em Saúde incluem-se os citados a seguir, EXCETO

  • A a vigilância das práticas educativas para o autocuidado
  • B a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis
  • C a vigilância da saúde do trabalhador.
  • D a vigilância sanitária.
  • E a vigilância e o controle das doenças transmissíveis.
45

Após o início do tratamento correto para Tuberculose, quando o paciente não tem história de tratamento anterior nem outros riscos conhecidos de resistência e havendo melhora clínica, pode-se considerar que após quantos dias de tratamento o paciente pode ser considerado não infectante?

  • A 04 dias.
  • B 06 dias.
  • C 07 dias.
  • D 12 dias.
  • E 15 dias.
46

As pessoas que historicamente são conhecidas e denominadas como surdas ou defcientes auditivos são aquelas pessoas que

  • A não se movem sem a ajuda de equipamentos adequados.
  • B não enxergam nada sem o uso de lentes corretivas.
  • C não identifcam as cores do ambiente.
  • D não percebem os sons no ambiente.
  • E não sentem cheiro algum ao seu redor.
47
Um paciente, internado na clínica cirúrgica, recebe prescrição de 40 gotas de dipirona por via oral. Sabendo-se que na unidade tem-se disponíveis frascos de 500mg/ml, quantos gramas do analgésico o paciente irá receber?
  • A 600 mg.
  • B 500 mg.
  • C 1 grama.
  • D 2 gramas.
  • E 2,5 gramas.
48
É considerado(a) a única fonte de infecção da hanseníase
  • A o homem.
  • B o morcego.
  • C o macaco.
  • D o frango.
  • E a vaca.