Resolver o Simulado CESGRANRIO - Nível Médio

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Português

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— Você está vendo alguma coisa esquisita nessa paisagem? — perguntou o meu amigo Fred Meyer.

Olhei em torno. Estávamos no jardim da residência da Embaixada do Brasil no Marrocos, onde ele vive — é o nosso embaixador no país —, cercados de tamareiras, palmeiras e outras árvores de diferentes tipos. Um casal de pavões se pavoneava pelo gramado, uma dezena de galinhas d’angola ciscava no chão, passarinhos iam e vinham. No terraço da casa ao lado, onde funciona a Embaixada da Rússia, havia um mar de parabólicas, que devem captar até os suspiros das autoridades locais. Lá longe, na distância, mais tamareiras e palmeiras espetadas contra um céu azul de doer. Tudo me parecia normal.

— Olha aquela palmeira alta lá na frente.

Olhei. Era alta mesmo, a maior de todas. Tinha um ninho de cegonhas no alto.

— Não é palmeira. É uma torre de celular disfarçada.

Fiquei besta. Depois de conhecer sua real identidade, não havia mais como confundi-la com as demais; mas enquanto eu não soube o que era, não me chamara a atenção. Passei os vinte dias seguintes me divertindo em buscar antenas disfarçadas na paisagem. Fiz dezenas de fotos delas, e postei no Facebook, onde causaram sensação. A maioria dos meus amigos nunca tinha visto isso; outros já conheciam de longa data, e mencionaram até espécimes plantados no Brasil. Alguns, como Luísa Cortesão, velha amiga portuguesa que acompanho desde os tempos do Fotolog, têm posição radicalmente formada a seu respeito: odeiam. Parece que Portugal está cheio de falsas coníferas. [...]

A moda das antenas disfarçadas em palmeiras começou em 1996, quando a primeira da espécie foi plantada em Cape Town, na África do Sul; mas a invenção é, como não podia deixar de ser, Made in USA. Lá, uma empresa sediada em Tucson, Arizona, chamada Larson Camouflage, projetou e desenvolveu a primeiríssima antena metida a árvore do mundo, um pinheiro que foi ao ar em 1992. A Larson já tinha experiência, se não no conceito, pelo menos no ramo: começou criando paisagens artificiais e camuflagens para áreas e equipamentos de serviço.

Hoje existem inúmeras empresas especializadas em disfarçar antenas de telecomunicações pelo mundo afora, e uma quantidade de disfarces diferentes. É um negócio próspero num mundo que quer, ao mesmo tempo, boa conexão e paisagem bonita, duas propostas mais ou menos incompatíveis. Os custos são elevados: um disfarce de palmeira para torre de telecomunicações pode sair por até US$ 150 mil, mas há fantasias para todos os bolsos, de silos e caixas d’água à la Velho Oeste a campanários, mastros, cruzes, cactos, esculturas.

A Verizon se deu ao trabalho de construir uma casa cenográfica inteira numa zona residencial histó- rica em Arlington, Virgínia, para não ferir a paisagem com caixas de switches e cabos. A antena ficou plantada no quintal, pintada de verde na base e de azul no alto; mas no terreno em frente há um jardim sempre conservado no maior capricho e, volta e meia, entregadores desavisados deixam jornais e revistas na porta. A brincadeira custou cerca de US$ 1,5 milhão. A vizinhança, de início revoltada com a ideia de ter uma antena enfeiando a área, já se acostumou com a falsa residência, e até elogia a operadora pela boa manutenção do jardim

No trecho “casa ao lado, onde” (. 9-10) a palavra onde pode ser substituída, sem alteração de sentido e mantendo-se a norma-padrão, por

  • A que
  • B cuja
  • C em que
  • D o qual
  • E no qual
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O Museu

Todo ser humano, anônimo ou célebre, tem o direito de eternizar e integrar sua história à memória social.

Essa ideia deu origem ao Museu da Pessoa, um museu virtual que conecta pessoas e grupos por meio de suas histórias. Fundado em São Paulo, em 1991, o Museu da Pessoa é hoje uma rede internacional, com iniciativas em Portugal, EUA e Canadá.

Desde sua criação, o Museu da Pessoa é uma organização da sociedade civil que atua para registrar, preservar e transformar em informação histórias de vida de toda e qualquer pessoa da sociedade. A partir de metodologias próprias, o museu capta, organiza e edita conteúdos disseminados em publicações, programas de rádio e TV, exposições e no portal.

Com programas nas áreas de memória institucional, educação, comunicação e desenvolvimento comunitário, o Museu da Pessoa já realizou 220 projetos de memória que visam a multiplicar e democratizar sua metodologia e seu acervo, que inclui 15 mil histórias de vida e 72 mil documentos e fotos digitalizados.

“Acredito que a única esperança a longo prazo para a humanidade é construirmos um mundo em que se reconheça o quanto temos em comum nas nossas necessidades, medos e sonhos. Ouvir histó- rias de vida é um dos mais prazerosos meios de se aproximar dos outros” — diz Paul Thompson, historiador e membro do Conselho Consultivo do Museu da Pessoa.

Para evitar a repetição do que, é possível chegar a uma solução que conserva as informações contidas no trecho “o Museu da Pessoa já realizou 220 projetos de memória que visam a multiplicar e democratizar sua metodologia e seu acervo, que inclui 15 mil histórias de vida e 72 mil documentos e fotos digitalizados” (L. 18-22), mantém a norma-padrão e o número de períodos.

Essa solução é:

  • A o Museu da Pessoa realizou 220 projetos de memória visando a multiplicar e democratizar sua metodologia, incluindo 15 mil histórias de vida e 72 mil documentos e fotos digitalizados, e seu acervo.
  • B Com um acervo incluindo 15 mil histórias de vida e 72 mil documentos e fotos digitalizados, o Museu da Pessoa já realizou 220 projetos de memória, multiplicando e democratizando sua metodologia.
  • C o Museu da Pessoa já realizou 220 projetos de memória que visam a multiplicar e democratizar sua metodologia e seu acervo. Este, composto por 15 mil histórias de vida, é integrado também por 72 mil documentos e fotos digitalizados.
  • D o Museu da Pessoa já realizou 220 projetos de memória visando a multiplicar e democratizar sua metodologia e seu acervo, composto por 15 mil histórias de vida e 72 mil documentos e fotos digitalizados.
  • E o Museu da Pessoa já realizou 220 projetos de memória. Com isso, multiplicaram e democratizaram sua metodologia e seu acervo, que inclui 15 mil histórias de vida e 72 mil documentos e fotos digitalizados.
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Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador

A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira metade do século XIX, com a Revolução Industrial.

Naquele momento, o consumo da força de trabalho, resultante da submissão dos trabalhadores a um processo acelerado e desumano de produção, exigiu uma intervenção, sob pena de tornar inviável a sobrevivência e a reprodução do próprio processo.

Quando Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil, preocupado com o fato de que seus operários não dispunham de nenhum cuidado médico a não ser aquele propiciado por instituições filantrópicas, procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira pela qual ele, como empresário, poderia resolver tal situação. Baker respondeu-lhe:

“Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado”.

A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.

Na verdade, despontam, na resposta do fundador do primeiro serviço médico de empresa, os elementos básicos da expectativa do capital quanto às finalidades de tais serviços:

- deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se dispusessem a defendê-lo; - deveriam ser serviços centrados na figura do médico;

- a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser tarefa eminentemente médica;

- a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida ao médico.

A implantação de serviços baseados nesse modelo rapidamente expandiu-se por outros países, paralelamente ao processo de industrialização e, posteriormente, aos países periféricos, com a transnacionalização da economia. A inexistência ou fragilidade dos sistemas de assistência à saúde, quer como expressão do seguro social, quer diretamente providos pelo Estado, via serviços de saúde pública, fez com que os serviços médicos de empresa passassem a exercer um papel vicariante, consolidando, ao mesmo tempo, sua vocação enquanto instrumento de criar e manter a dependência do trabalhador (e frequentemente também de seus familiares), ao lado do exercício direto do controle da força de trabalho

Conforme se lê no 2º parágrafo do texto, a medicina do trabalho é criada em virtude de os industriais se preocuparem com

  • A o bem-estar social do trabalhador
  • B a submissão dos trabalhadores
  • C a convivência harmoniosa nas fábricas
  • D o descaso em relação aos trabalhadores
  • E a viabilidade do processo de produção
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A pátria de chuteiras

O estilo de jogo e as celebrações dos torcedores são publicamente reconhecidos no Brasil como traços nacionais. Em um plano, temos o tão celebrado“futebol-arte” glorificado como a forma genuína de nosso suposto estilo de jogo, e o entusiasmo e os diversos modos de torcer como características típicas de ser brasileiro. Mas, no plano organizacional, não enaltecemos determinados aspectos, uma vez que eles falam de algo indesejado na resolução de obstáculos da vida cotidiana. Nesse sentido, tais traços do famoso “jeitinho” brasileiro não são considerados como representativos do Brasil que idealizamos.

Repetido diversas vezes e vendido para o exterior como uma das imagens que melhor retrata o nosso país, o epíteto “Brasil: país do futebol” merece uma investigação mais cuidadosa. Essa ideia foi uma“construção” histórica que teve um papel importante na formação da nossa identidade. Internamente a utilizamos,quase sempre, com um viés positivo, como uma maneira de nos sentirmos membros de uma nação singular, mais alegre.

Não negamos a sua força nem sua eficácia simbólica,mas começamos a questionar o papel dessa representação na virada do século, bem como a atual intensidade de seu impacto no cotidiano brasileiro.Se a paixão pelo futebol é um fenômeno que ocorre em diversos países do mundo, o que nos diferencia seria a forma como nos utilizamos dele para construirmos nossa identidade e conquistas em competições internacionais? Observemos, no entanto, que ser um aficionado não significa necessariamente se valer do futebol como metáfora do país.

A Copa do Mundo possui uma estrutura narrativa que estimula os nacionalismos. O encanto da competição encontra-se justamente no fato de “fingirmos”acreditar que as nações estão representadas por 11 jogadores. O futebol não é a nação, mas a crença de que ele o é move as paixões durante um Mundial.Mas, ao compararmos a situação atual com a carga emocional de 1950 e 1970, especulamos sobre a possibilidade de estarmos assistindo a um declínio do interesse pelo futebol como emblema da nação.

O jogador que veste a camisa nacional também representa clubes da Europa, além de empresas multinacionais. As marcas empresariais estão amalgamadas com o fenômeno esportivo. As camisas e os produtos associados a ele são vendidos em todas as partes do mundo. Esse processo de desterritorialização do ídolo e do futebol cria um novo processo e identidade cultural. Ao se enaltecer o futebol como um produto a ser consumido em um mercado de entretenimento cada vez mais diversificado, sem um projeto que o articule a instâncias mais inclusivas, oque se consegue é esgarçar cada vez mais o vínculo estabelecido em décadas passadas.

Se o futebol foi um dos fatores primordiais de integração nacional, sendo a seleção motivo de orgulho e identificação para os brasileiros, qual seria o seu papel no século 21? Continuar resgatando sentimentos nacionalistas por meio das atuações da seleção ou estimulá-los despertando a população para um olhar mais crítico sobre o papel desse esporte na vida do país?

No trecho “Ao se enaltecer o futebol como um produto a ser consumido” (l 50-51), a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por

  • A aceitar
  • B admitir
  • C exaltar
  • D conceber
  • E considerar
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Escrever é fácil?

Para estimular crianças e jovens a escrever, há quem diga que escrever é fácil: basta pôr no papel o que está na cabeça. Na maioria das vezes, porém, este estímulo é deveras desestimulante.

Há boas explicações para o desestímulo: se a pessoa não consegue escrever, convencê-la de que escrever é fácil na verdade a convence apenas da sua própria incompetência, a convence apenas de que ela nunca vai conseguir escrever direito; não se escreve pondo no papel o que está na cabeça, sob pena de ninguém entender nada; quem escreve profissionalmente nunca acha que escrever é fácil, nem mesmo quando escreve há muito tempo — a não ser que já escreva mecanicamente, apenas repetindo frases e fórmulas.

Via de regra, nosso pensamento é caótico: funciona para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na cabeça. Para entender o nosso próprio pensamento, precisamos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o pensamento segundo um código comum e então, finalmente, o entendemos, isto é, nos entendemos. Não à toa o jagunço Riobaldo, personagem do escritor Guimarães Rosa, dizia: professor é aquele que de repente aprende.

Todo professor conhece este segredo: você entende melhor o seu assunto depois de dar sua aula sobre ele, e não antes. Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento exponencialmente a minha compreensão a respeito. Motivado pelas expressões de dúvida e até de estupor dos alunos, refino minhas explicações e, ao fazê-lo, entendo bem melhor o que queria dizer. Costumo dizer que, passados tantos anos de profissão, gosto muito de dar aula, principalmente porque ensinar ainda é o melhor método de estudar e compreender.

Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo de alunos que não conheço, pelo menos no começo dos meus cursos, quem escreve o faz para ser lido por leitores que ele potencialmente não conhece e que também não o conhecem. Mesmo ao escrever um diário secreto, faço-o imaginando um leitor futuro: ou eu mesmo daqui a alguns anos, ou quem sabe a posteridade. Logo, preciso do outro e do leitor para entender a mim mesmo e, em última análise, para ser e saber quem sou.

Exatamente porque esta relação com o outro, aluno ou leitor, é tão fundamental, todo professor sente um frio na espinha quando encontra uma nova turma, não importa há quantos anos exerça o magistério. Pela mesma razão, todo escritor fica “enrolando” até começar um texto novo, arrumando a escrivaninha ou vagando pela internet, não importa quantos livros já tenha publicado. Pela mesmíssima razão, todo aluno não quer que ninguém leia sua redação enquanto a escreve ou faz questão de colocá-la debaixo da pilha de redações na mesa do professor, não importa se suas notas são boas ou não na matéria.

Escrever definitivamente não é fácil, porque nos expõe no momento mesmo de fazê-lo. [...] Quem escreve sente de repente todas as suas hesitações, lacunas e omissões, percebendo como o seu próprio pensamento é incompleto e o quanto ainda precisa pensar. Quem escreve de repente entende o quanto a sua própria pessoa é incompleta e fraturada, o quanto ainda precisa se refazer, se inventar, enfim: se reescrever.

A expansão do significado mais concreto das palavras é recurso largamente utilizado.

Observa-se expansão de significado mais concreto para outro, mais abstrato, em:

  • A “a não ser que já escreva mecanicamente, apenas repetindo frases e fórmulas” (L. 13-15)
  • B “funciona para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito” (L. 16-18)
  • C “professor é aquele que de repente aprende” (L. 25)
  • D “Pela mesmíssima razão, todo aluno não quer que ninguém leia sua redação enquanto a escreve” (L. 55-57)
  • E “Quem escreve sente de repente todas as suas hesitações, lacunas e omissões” (L. 61-63)
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NARRAR-SE

Sou fã de psicanálise, de livros de psicanálise, de filmes sobre psicanálise e não pretendo desgrudar o olho da nova série do GNT, Sessão de Terapia, dirigida por Selton Mello. Algum voyeurismo nisso? Total. Quem não gostaria de ter acesso ao raio-x emocional dos outros? Somos todos bem resolvidos na hora de falar sobre nós mesmos num bar, num almoço em família, até escrevendo crônicas. Mas, em colóquio secreto e confidencial com um terapeuta, nossas fraquezas é que protagonizam a conversa.

Por 50 minutos, despejamos nossas dúvidas, traumas, desejos, sem temer passar por egocêntricos. É a hora de abrir-se profundamente para uma pessoa que não está ali para condenar ou absolver, e sim para estimular que você escute atentamente a si mesmo e assim consiga exorcizar seus fantasmas e viver de forma mais desestressada. Alguns pacientes desaparecem do consultório logo após o início das sessões, pois não estão preparados para esse enfrentamento.

Outros levam anos até receber alta. E há os que nem quando recebem vão embora, tal é o prazer de se autoconhecer, um processo que não termina nunca. Desconfio que será o meu caso. Minha psicanalista um dia terá que correr comigo e colocar um rottweiler na recepção para impedir que eu volte. Já estou bolando umas neuroses bem cabeludas para o caso de ela tentar me dispensar.

Analisar-se é aprender a narrar a si mesmo. Parece fácil, mas muitas pessoas não conseguem falar de si, não sabem dizer o que sentem. Para mim não é tão difícil, já que escrever ajuda muito no exercício de expor-se. Quem escreve está sempre se delatando, seja de forma direta ou camuflada. E como temos inquietações parecidas, os leitores se identificam: “Parece que você lê meus pensamentos”. Não raro, eles levam textos de seus autores preferidos para as consultas com o analista, a fim de que aqueles escritos ajudem a elaborar sua própria narrativa.

Meus pensamentos também são provocados por diversos outros escritores, e ainda por músicos, jornalistas, cineastas. Esse intercâmbio de palavras e sentimentos ajuda de maneira significativa na nossa própria narração interna. Escutando o outro, lendo o outro, se emocionando com o outro, vamos escrevendo vários capítulos da nossa própria história e tornando-nos cada vez mais íntimos do personagem principal – você sabe quem. [...]

Conforme o Texto I, “narrar-se" significa

  • A discutir as possíveis características que nos aproximam dos outros.
  • B respeitar a norma-padrão da língua em nosso autoconhecimento.
  • C utilizar a linguagem como meio de analisar nosso interior.
  • D dialogar de modo exclusivo com as experiências dos demais.
  • E falar sobre o que se gostaria de ser em contraposição ao que se é.
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EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do Sonho, e desta sorte

Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que

Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou!

O uso frequente das reticências no Texto II reafirma o perfil do eu do poema como uma pessoa

  • A “perdida” (L. 1)
  • B “crucificada” (L. 4)
  • C “dolorida” (L. 4)
  • D “triste” (L. 6)
  • E “forte” (L. 6)
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Sobe e desce

Ascensorista é uma das profissões que desapareceram no mundo moderno. Era certamente a mais tediosa das profissões, e não apenas porque o ascensorista estava condenado a passar o dia ouvindo histórias pela metade, anedotas sem desenlace, brigas sem resolução, só nacos e vislumbres da vida dos passageiros.

Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio, variando a sua própria fala.

Dizendo “ascende”, em vez de “sobe”, por exemplo.

Ou “Eleva-se”.

Ou “Para cima”.

— Para o alto.

— Escalando.

Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia “A primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”, “Ruma para baixo”. “Cai controladamente”.

E se justificaria dizendo:

— Gosto de improvisar.

Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. Quando perguntassem “Sobe?”, responderia “É o que veremos...” Ou então, “Como a Virgem Maria”.

Ou recorreria a trocadilhos:

— Desce?

— Dei.

Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o instigariam.

Quando comentassem que devia ser uma chatice trabalhar em elevador, ele não responderia “tem altos e baixos”, como esperavam. Responderia, “cripticamente”, que era melhor do que trabalhar em escada.

Ou que não se importava, embora seu sonho fosse, um dia, comandar alguma coisa que também andasse para os lados... E quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno, daqueles com música ambiental, diria:

— Era só me pedirem. Eu também canto!

Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.

— Sobe?

— A ideia é essa.

— Desce?

— Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.

— Sobe?

— Faremos o possível.

— Desce?

— Pode acreditar.

Os seguintes trechos do Texto II tiveram sua pontuação alterada.

A alteração que NÃO respeita a norma-padrão é:

  • A responderia “A primeira alternativa". [...] (l. 17-18) responderia: “A primeira alternativa".
  • B quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno, daqueles com música ambiental, diria [...] (l.38-40)
    quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno (daqueles com música ambiental) diria
  • C Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio [...] (l. 8-9)

    Pode-se imaginar, que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio
  • D Era certamente a mais tediosa das profissões [...] (l.2-3)
    Era, certamente, a mais tediosa das profissões
  • E Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. [...] (l.22-24)
    Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista, entediado, chegaria fatalmente ao preciosismo.
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100 Coisas

É febre. Livros listando as cem coisas que você deve fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve conhecer antes de morrer, os cem pratos que você deve provar antes de morrer. Primeiramente, me espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obrigada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?

Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que também mostra, como imaginei, as cem coisas que a gente precisa porque precisa fazer antes de morrer. Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visitar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].

Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria um plano de ação esquematizado, mas quem fica com as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem patrocina essa brincadeira?

Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prêmio está acumulado em cinquenta milhões de reais. A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas, comprar um apartamento, um carro, uma casa na serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e guardar o resto para a velhice.

Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um convite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma dessas listas de cem coisas pra fazer e procure divertir-se com as opções [...]. Não pense tanto em comprar mas em viver.

Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo com a minha lista de cem coisas a evitar antes de morrer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar, nem precisa de dinheiro.

A afirmativa “É febre” (l 1), com que é iniciado o texto, indica que há, no momento, na sociedade um(a)

  • A comportamento que afeta todas as pessoas.
  • B doença para a qual não existe remédio.
  • C desejo que se espalha entre pessoas.
  • D infecção que se dissemina.
  • E praga a ser evitada.
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Caso de canário

Casara-se havia duas semanas. Por isso, em casa dos sogros, a família resolveu que ele é que daria cabo do canário:

— Você compreende. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que nos deu tanta alegria. Todos somos muito ligados a ele, seria uma barbaridade. Você é diferente, ainda não teve tempo de afeiçoar-se ao bichinho. Vai ver que nem reparou nele, durante o noivado.

— Mas eu também tenho coração, ora essa. Como é que vou matar um pássaro só porque o conheço há menos tempo do que vocês?

— Porque não tem cura, o médico já disse. Pensa que não tentamos tudo? É para ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. Seja bom; vá.

O sogro, a sogra apelaram no mesmo tom. Os olhos claros de sua mulher pediram-lhe com doçura:

— Vai, meu bem.

Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele aproximou-se da gaiola. O canário nem sequer abriu o olho. Jazia a um canto, arrepiado, morto-vivo. É, esse está mesmo na última lona, e dói ver a lenta agonia de um ser tão gracioso, que viveu para cantar.

— Primeiro me tragam um vidro de éter e algodão. Assim ele não sentirá o horror da coisa.

Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita delicadeza, aconchegou-o na palma da mão esquerda e, olhando para outro lado, aplicou-lhe a bolinha no bico. Sempre sem olhar para a vítima, deu-lhe uma torcida rápida e leve, com dois dedos no pescoço.

E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma droga. As pessoas da casa não quiseram aproximar-se do cadáver. Coube à cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse saudade e remorso em ninguém. Não havendo jardim para sepultar o corpo, depositou-o na lata de lixo.

Chegou a hora de jantar, mas quem é que tinha fome naquela casa enlutada? O sacrificador, esse ficara rodando por aí, e seu desejo seria não voltar para casa nem para dentro de si mesmo.

No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo.

— Ui!

Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva, com uma fome danada?

— Ele estava precisando mesmo era de éter — concluiu o estrangulador, que se sentiu ressuscitar, por sua vez.

Em “e seu desejo seria não voltar para casa nem para dentro de si mesmo.” (l. 42-43), o narrador do Texto I deixa subentendido que o rapaz .

  • A se sentia aprisionado.
  • B procurava por liberdade.
  • C ansiava por uma casa nova.
  • D temia enfrentar a si mesmo.
  • E estava cansado de ser tímido.
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A sociedade da informação e seus desafios

Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade da informação é o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou global, neste alvorecer do século XXI. Das propostas políticas oriundas dos países industrializados e das discussões acadêmicas, a expressão “sociedade de informação” transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.

A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada como substituta para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial”, como forma de transmitir o conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia — como na sociedade industrial — mas os insumos baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e nas telecomunicações.

Nesta sociedade pós-industrial, ou “informacional”, as transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado nos países industrializados, constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade. Esse novo paradigma tem as seguintes características fundamentais: a informação é sua matéria-prima (no passado, o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias); os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade (a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser afetadas diretamente pela nova tecnologia); a tecnologia favorece processos reversíveis devido a sua flexibilidade; trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos (microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, por exemplo).

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de determinismo tecnológico segundo o qual as transformações em direção à sociedade da informação resultam da tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos. Nada mais equivocado: processos sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.

No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática implicam também riscos e desafios. Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade. As novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental historicamente mobilizado para a educação e a aprendizagem. Cabe a cada sociedade decidir que composição do conjunto de tecnologias educacionais mobilizar para atingir suas metas de desenvolvimento.

A Unesco tem atuado de forma sistemática no sentido de apoiar as iniciativas dos Estados Membros na definição de políticas de integração das novas tecnologias aos seus objetivos de desenvolvimento. No Programa Informação para Todos, as ações desse organismo internacional estão concentradas em duas áreas principais: conteúdo para a sociedade da informação e “infoestrutura” para esta sociedade em evolução, por meio da cooperação para treinamento, apoio ao estabelecimento de políticas de informação e promoção de conexões em rede.

No espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui a base dos direitos à informação na sociedade da informação, e levando em consideração os valores e a visão delineados anteriormente, o novo Programa Informação para Todos deverá prover uma plataforma para a discussão global sobre acesso à informação, participação de todos na sociedade da informação global e as consequências éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Deverá prover também a estrutura para colaboração internacional e parcerias nessas áreas e apoiar o desenvolvimento de ferramentas comuns, métodos e estratégias para a construção de uma sociedade de informação global e justa.

O emprego de duas vírgulas tem, entre outras, a função de isolar expressões que detalham uma informação anterior, como em “o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou global, neste alvorecer do século XXI” (l. 2-5).


As vírgulas foram utilizadas com a mesma função em:  

  • A “definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a essência da presente transformação tecnológica” (l. 28-30)
  • B “seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos” (l. 49-51)
  • C “fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico” (l. 53-56)
  • D “identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como utilizá-las” (l. 61-64)
  • E “aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade” (l. 65-67)
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                       Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

No texto, a palavra ou expressão a que o termo destacado se refere está corretamente explicitada entre colchetes em:

  • A “A teoria nos ensina que são três as suas principais características” (l. 29-31) [ordem de pagamento]
  • B “Criada por um ‘personagem virtual’, cuja identidade no mundo real é motivo de grande especulação” (l. 49-50) [moeda virtual]
  • C “trocavam seus produtos de subsistência através do escambo, organizado em locais públicos, decorrendo daí a origem do termo ‘pregão’ da Bolsa” (l. 2-5) [produção de bens]
  • Dela é sempre motivada por um fenômeno humano” (l. 35-36) [essa pequena exegese]
  • E “o que isso tem a ver com bitcoins?” (l. 32) [transação financeira virtual]
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Texto II

A frase em que o verbo andar apresenta as mesmas características sintáticas e de sentido que ocorrem nas expressões “ando um pouco distraído” e “ando meio desligado” é:

  • A Ando depressa demais.
  • B Há carros que andam a 300 km por hora.
  • C Eu tenho andado com muita sede nestes dias.
  • D Há aves que andam, além de voarem.
  • E Para me exercitar, prefiro andar a correr.
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100 Coisas

É febre. Livros listando as cem coisas que você deve fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve conhecer antes de morrer, os cem pratos que você deve provar antes de morrer. Primeiramente, me espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obrigada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?

Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que também mostra, como imaginei, as cem coisas que a gente precisa porque precisa fazer antes de morrer. Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visitar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].

Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria um plano de ação esquematizado, mas quem fica com as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem patrocina essa brincadeira?

Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prêmio está acumulado em cinquenta milhões de reais. A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas, comprar um apartamento, um carro, uma casa na serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e guardar o resto para a velhice.

Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um convite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma dessas listas de cem coisas pra fazer e procure divertir-se com as opções [...]. Não pense tanto em comprar mas em viver.

Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo com a minha lista de cem coisas a evitar antes de morrer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar, nem precisa de dinheiro.

No fragmento “fazer um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visitar um vulcão ativo” (l 16-18), são palavras de classes gramaticais diferentes

  • A “praia” e “ativo”
  • B “venenoso” e “exótico"
  • C “baiacu” e “nudismo”
  • D “ativo” e “exótico"
  • E “safári” e “vulcão”
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A negação do meio ambiente

    O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a humanidade e as dinâmicas próprias dos ecossistemas e da biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu avô, a vida na Terra, em qualquer que fosse o país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem dependia de animais para a maior parte do trabalho, para locomoção e mal começava a dominar máquinas capazes de produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era regulado ao abrir e fechar as janelas e, quando muito, acender lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.

    Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela tecnologia, pela mecânica, pela química e pela eletrônica, além de todas as outras ciências que tiveram um exponencial salto desde o final do século 19. Na maior parte dos escritórios das empresas que dominam a economia global, a temperatura é mantida estável por equipamentos de ar-condicionado, as comunicações são feitas através de telefones sem fio e satélites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as dores de cabeça são tratadas com comprimidos, e as comidas vêm em embalagens com códigos de barra.

    Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios do progresso científico, que claramente ajudou a melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também deixou à margem outros bilhões, mas de fazer uma reflexão sobre o quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode e o que não se pode resolver a partir da engenharia. As distâncias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte do mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto, nas cidades, as distâncias não se medem mais em quilômetros, mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave para a qualidade de vida.

    Há certo romantismo em pensar na vida em comunhão com a natureza, na qual as pessoas dedicam algum tempo para o contato com plantas, animais e ambientes naturais. Eu pessoalmente gosto e faço caminhadas regulares em praias e trilhas. Mas não é disso que se trata quando falo na ruptura entre a engenharia humana e as dinâmicas naturais.Há uma crença que está se generalizando de que a ciência, a engenharia e a tecnologia são capazes de resolver qualquer problema ambiental que surja. E esse é um engano que pode ser, em muitos casos, crítico para a manutenção do atual modelo econômico e cultural das economias centrais e, principalmente, dos países que agora consideramos “emergentes”. 

    Alguns exemplos de que choques entre a dinâmica natural e o engenho humano estão deixando fraturas expostas. A região metropolitana de São Paulo está enfrentando uma das maiores crises de abastecimento de água de sua história. As nascentes e áreas de preservação que deveriam proteger a água da cidade foram desmatadas e ocupadas, no entanto a mídia e as autoridades em geral apontam a necessidade de mais obras de infraestrutura para garantir o abastecimento, como se a produção de água pelo ecossistema não tivesse nenhum papel a desempenhar.

    No caso da energia também existe uma demanda incessante por mais eletricidade, mais combustíveis e mais consumo. Isso exige o aumento incessante da exploração de recursos naturais e não renováveis. Pouco ou nada se fala na elaboração de programas generalizados de eficiência energética, de modo a economizar energia sem comprometer a qualidade de vida nas cidades.

    Todos esses dilemas, porém, parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades. A desconexão vai além da simples percepção, nas cidades as pessoas se recusam a mudar comportamentos negligentes como o descarte inadequado de resíduos ou desperdícios de água e energia. Há muito a mudar. Pessoas, empresas, governos e organizações sociais são os principais atores de transformação, mudanças desejáveis e possíveis, mas que precisam de uma reflexão de cada um sobre o papel do meio ambiente na vida moderna

No trecho “parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades.” ( l. 72-73), o elemento em destaque deverá ser substituído por à, se a palavra cotidiano for substituída pela seguinte expressão:

  • A uma rotina
  • B hábito algum
  • C intensa rapidez
  • D qualquer prática
  • E políticas esperadas

Geografia

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Sobre o efeito estufa, verifica-se que

  • A é gerado pelos gases que formam a atmosfera e que não conseguem reter o calor que vem do solo.
  • B é um fenômeno natural por meio do qual a Terra procura conservar constante a sua temperatura.
  • C torna a Terra um planeta com condições muito mais favoráveis à vida, quando não está presente.
  • D é um efeito provocado pelas atitudes inadequadas do homem.
  • E provoca o aquecimento ou o resfriamento do planeta, de acordo com a estação local, sem alterações climáticas sensíveis
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Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

De acordo com os dados registrados no mapa acima, à época, o estado da federação com o menor grau de urbanização era o
  • A Maranhão
  • B Pará
  • C Amapá
  • D Piauí
  • E Ceará
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É importante relacionar o consumo de água no planeta ao aumento populacional, ao aumento da demanda nos setores produtivos e ao padrão de consumo segundo a renda dos países. Considerando-se alguns desses fatores, segundo o paradigma norte-americano de desenvolvimento, identifica-se que:

  • A quanto maior o nível de renda da população, maior o gasto de água.
  • B quanto maior o poder de consumo da população, menor o gasto de água.
  • C nos países de baixa renda, o consumo de água é maior para uso industrial.
  • D nos países de média renda, o consumo de água é maior para uso doméstico
  • E nos países de alta renda, o consumo de água é maior para uso agrícola.
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Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Na imagem acima é mostrado um tipo de vegetação adaptado a solos arenosos, localizados em áreas litorâneas, típico de qual ambiente natural?
  • A Campos rupestres
  • B Restinga
  • C Campos limpos
  • D Pantanal
  • E Mata equatorial
20

Nos anos 1970, houve uma guinada significativa do governo e das grandes empresas norte-americanas no mercado mundial de petróleo. Confirmando previsões, os Estados Unidos atingiram o peak oil, invertendo a tendência histórica de expansão e iniciando a fase descendente do ciclo, com retração no volume das reservas provadas e na produção doméstica de petróleo. A partir de então, aumentou significativamente a dependência norte-americana das importações de petróleo e gás natural.

EGLER, C. Crise, mudanças globais e inserção da América do Sul na economia mundial. In: Videira, S. et al. (Org.) Geografia econômica: (re)leituras contemporâneas. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2011, p. 16. Adaptado.

A inversão de tendência mencionada conduziu à seguinte situação geopolítica:

  • A restrição das exportações de petróleo da China para o Ocidente
  • B declínio da eficiência energética dos países da Europa Ocidental
  • C decadência da América do Sul como fronteira energética mundial
  • D presença crescente dos Estados Unidos na região do Oriente Médio
  • E redução da demanda da Índia na importação de petróleo e gás natural
21

Na formação territorial brasileira, a atuação dos bandeirantes foi responsável pelo combate aos índios considerados agressores ou opositores à conquista do interior, e também pela captura de negros fugidos das grandes plantações e pela destruição de quilombos. Essa estra- tégia colonizadora correspondeu a uma verdadeira ação exterminadora dos indígenas no nordeste do País, sob o comando de vários bandeirantes paulistas, sobretudo no século XVII.

A estratégia colonizadora acima mencionada denomina-se

  • A urbanismo rural
  • B missões jesuíticas
  • C desenvolvimentismo
  • D sertanismo de contrato
  • E Plano Nacional de Desenvolvimento
22

Com o avanço da urbanização do território brasileiro, nas áreas metropolitanas, surgiu um processo demográfico caracterizado pela migração diária de população trabalhadora entre municípios próximos, dependente, em grande medida, dos transportes coletivos e de massa.
Esse movimento de população é denominado

  • A imigração
  • B migração de retorno
  • C transmigração
  • D migração pendular
  • E transumância
23

Segundo dados do IBGE, cerca de 28% da PEA (população economicamente ativa) brasileira trabalha no setor primário, sendo a agropecuária responsável por apenas 9,1% do nosso produto interno bruto (PIB). Levando em conta que ainda grande parte dos trabalhadores agrícolas mora na periferia das cidades e que eles se deslocam diariamente ao campo para trabalhar como boias-frias em modernas agroindústrias, percebemos que, apesar da modernização verificada nas técnicas agrícolas, ainda persistem o subemprego, a baixa produtividade e a pobreza no campo.
SENE, E. e MOREIRA, J. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2000. p. 276. Adaptado. Essa modernização técnica do campo provoca a seguinte consequência socioespacial:

  • A reforma agrária
  • B assentamento fundiário
  • C redução das exportações
  • D emigração estrangeira
  • E êxodo rural
24

Os portugueses introduziram, pioneiramente, na África e no Brasil, um tipo de agricultura apoiada na monocultura açucareira em grandes propriedades, com mão de obra constituída predominantemente de escravos. Toda a produção era embarcada em navios com destino à Europa. Esse tipo de agricultura persiste até hoje no Brasil, com o protagonismo das exportações de produtos tropicais.
MAGNOLI, D. e ARAUJO, R. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 1997, p. 239. Adaptado.

A atividade agrícola descrita acima é denominada agricultura de

  • A jardinagem
  • B regadio
  • C subsistência
  • D precisão
  • E plantation
25

A situação de 1947 é totalmente diversa da que o mundo esperava em 1945. Como e por que se produziu essa reviravolta, mais depressa do que depois da Primeira Guerra Mundial?

Uma característica do segundo pós-guerra que responde à pergunta do texto é o(a):

  • A antagonismo ideológico entre os países vencedores da 2ª Guerra Mundial.
  • B declínio acentuado do comércio internacional na década de 1950.
  • C declínio generalizado dos partidos comunistas na Europa Oriental libertada.
  • D permanência da maior parte das tropas dos EUA no continente europeu.
  • E potência militar conquistada pela França após derrotar o exército alemão
26

A definição “arco contado sobre o meridiano do lugar e que vai da linha do Equador até o lugar considerado” refere-se a qual elemento cartográfico?

  • A Escala
  • B Longitude
  • C Hemisfério
  • D Legenda
  • E Latitude
27

Uma das principais mudanças observadas nos últimos anos na indústria de gás natural no mundo foi o aumento da penetração do gás na matriz energética de diferentes países e a opção cada vez mais utilizada de comercialização do produto por meio do Gás Natural Liquefeito (GNL). A Petrobras apresentou dois projetos de construção de terminais de importação e de regaseificação do GNL, importante opção para aumentar a confiabilidade no suprimento de gás natural no Brasil. As normas legais que embasaram os procedimentos para a entrada de GNL no país foram uma portaria e uma resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

ANP. O gás liquefeito no Brasil – Experiência da ANP na implantação de projetos de importação de GNL. Rio de Janeiro: ANP, 2010, p. 19. Adaptado.

Os terminais de importação e regaseificação mencionados localizam-se nos seguintes estados:

  • A Ceará e Pernambuco
  • B Ceará e Rio de Janeiro
  • C São Paulo e Pernambuco
  • D São Paulo e Rio de Janeiro
  • E São Paulo e Rio Grande do Sul
28

O governo [...] promoveu uma ampla atividade do Estado tanto no setor de infraestrutura como no incentivo direto à industrialização. Mas assumiu também a necessidade de atrair capitais estrangeiros, concedendo-lhes inclusive grandes facilidades. Desse modo a ideologia nacionalista perdia terreno para o desenvolvimentismo. [...] A legislação facilitou os investimentos estrangeiros em áreas consideradas prioritárias pelo governo: indústria automobilística, transportes aéreos e estradas de ferro, eletricidade e aço.”

Os elementos apresentados no texto acima, sobre um recorte temporal do processo de industrialização brasileiro, marcam:

  • A a era Mauá
  • B o primeiro governo de Vargas
  • C as metas do governo JK
  • D os efeitos da crise de 1929
  • E os anos do milagre econômico
29

Em termos geopolíticos e de longo prazo, algum confronto com o Iraque se afigurava inevitável, a não ser que ele se tornasse um Estado-cliente dos Estados Unidos. Mas por que ímpeto político? Mais uma vez, a resposta tem toda relação com o petróleo. O acesso ao petróleo do Oriente Médio é, portanto, uma questão de segurança crucial para os Estados Unidos, bem como para a economia global como um todo.
HARVEY, D. O novo imperialismo. São Paulo: Loyola, 2004,p. 28-29. Adaptado.
O maior produtor de petróleo do Oriente Médio, considerado um “Estado cliente" da geopolítica dos Estados Unidos, é

  • A Irã
  • B Síria
  • C Kwait
  • D Iraque
  • E Arábia Saudita
30
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Na Figura acima, o banco com uma pessoa sentada está localizado, no globo terrestre, entre as seguintes referências geográficas:
  • A Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico
  • B Trópico de Câncer e polo sul
  • C Trópico de Capricórnio e linha do Equador
  • D Trópico de Câncer e polo norte
  • E Trópico de Câncer e linha do Equador
31

“Os planaltos, que são circundados ou cercados por depressões, podem pertencer à modalidade das bacias sedimentares, de acordo com o terreno sobre o qual se encontram. Essa modalidade corresponde aos planaltos sedimentares típicos.”
VESENTINI, W. Brasil: Sociedade e espaço. São Paulo: Ática, 2002, p. 207. Adaptado.

No Brasil, um exemplo de planalto sedimentar típico, localizado na região Nordeste, é a

  • A Chapada dos Guimarães
  • B Serra do Mar
  • C Chapada do Araripe
  • D Serra da Canastra
  • E Serra dos Carajás
32

No Brasil, ocorre um tipo climático com aspectos bem definidos: médias elevadas de temperatura de 25 a 28 o C e pequena amplitude térmica anual, em torno de 3 o C. Nesse tipo de clima, as chuvas são abundantes e bem distribuídas ao longo do ano, favorecidas diretamente pela convergência dos ventos alísios e pela dinâmica de uma massa de ar continental.

Os aspectos acima mencionados caracterizam o tipo climático

  • A equatorial
  • B subtropical
  • C semiárido
  • D tropical de altitude
  • E tropical com duas estações
33

A economia brasileira cresceu com força no segundo trimestre. Com a ajuda da safra recorde, a agropecuária foi um dos principais destaques do PIB, com a soja à frente desse desempenho. A previsão do IBGE é de aumento de 23,7% na quantidade produzida em 2013, para um crescimento de 10,8% da área plantada. Somente de soja, foram exportadas 17,5 bilhões de toneladas no início do ano. A soja, sozinha, respondeu por 12,6% das exportações totais.

ALMEIDA, C., CARNEIRO, L. e VIEIRA, S. PIB surpreende e cresce 1,5% O Globo, 31 ago. 2013. p. 29. Adaptado.

Na fronteira agrícola brasileira, o desempenho dessa produção para a exportação está mais consolidado na agricultura modernizada da região

  • A Sul
  • B Norte
  • C Sudeste
  • D Nordeste
  • E Centro-Oeste
34

Desde os primórdios da produção e da estrutura da indústria estadunidense de petróleo, uma das características mais relevantes foi a regra de captura. Calcada na lei comum britânica, essa regra expressava que os diversos proprietários da superfície sobre um poço qualquer possuíam autorização de retirar todo o óleo que encontrassem, mesmo que drenassem desproporcionalmente o poço ou reduzissem o rendimento de poços próximos.

COSTA, P. A evolução da indústria petrolífera: uma caracterização geral. In: Monié, F.; Binsztok, J. (Org.). Geografia e geopolítica do petróleo. Rio de Janeiro: Mauad, 2012, p. 64. Adaptado.

A aplicação dessa regra provocou a seguinte consequência na produção petrolífera:

  • A promoção de desperdício na produção do óleo
  • B contenção da expansão do mercado de óleo
  • C manutenção da alta do preço dos barris de óleo
  • D restrição ao ingresso de novos negociantes de petróleo
  • E redução de profissionais com domínio técnico na extração
35

A bacia sedimentar brasileira que é a maior produtora de petróleo é a Bacia

  • A Potiguar
  • B Solimões
  • C Tucano
  • D Sergipe-Alagoas
  • E de Campos

Raciocínio Lógico

36

Se os algarismos de 1 a 9 forem colocados, sem repetição, nos quadrados da Figura a seguir, de modo que a soma dos algarismos dispostos na horizontal seja 30 e a soma dos algarismos dispostos na vertical seja 22, qual é o algarismo que ocupará o lugar do X?

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

  • A 3
  • B 4
  • C 5
  • D 6
  • E 7
37

Em uma urna há cinco cartões de papel com mesmo formato, cada um deles contendo uma única letra: três cartões contêm a letra A, e os dois cartões restantes contêm a letra R.

Retirando-se os cartões da urna, um a um, de forma aleatória e sem reposição, qual é a probabilidade da sequência retirada ser “A R A R A” ?

  • A 1/120
  • B 1/60
  • C 1/20
  • D 1/10
  • E 1/5
38

Considere quatro caixas, identificadas pelas letras P, Q, R e S. Todas as caixas contêm canetas e sabe-se que:

• na caixa P há 4 canetas a menos do que na caixa Q;
• na caixa R há 8 canetas a mais do que na caixa S;
• se 6 canetas fossem retiradas da caixa Q e colocadas na caixa R, essas duas caixas passariam a conter a mesma quantidade de canetas.

Quantas canetas deveriam ser colocadas na caixa S para que esta passasse a ter a mesma quantidade de canetas que há na caixa P?

  • A 10
  • B 14
  • C 16
  • D 20
  • E 24
39

Num grupo de crianças, dois terços foram selecionados para acompanhar a entrada dos atletas em um evento esportivo.

Se 70% das meninas foram selecionadas, e 40% dos meninos foram selecionados, a razão entre o número de meninos e meninas do grupo original é

  • A 10%
  • B 12,5%
  • C 15%
  • D 20,25%
  • E 25%
40

Considere verdadeiras as seguintes premissas:

Todas as pessoas que andam de trem moram longe do centro.
Todas as pessoas que andam de carro não andam de ônibus.
Algumas pessoas andam de ônibus e de trem.

Portanto,

  • A algumas pessoas que moram próximo do centro andam de carro ou de ônibus.
  • B algumas pessoas que moram longe do centro não andam de carro.
  • C todas as pessoas que moram próximo do centro andam de trem
  • D algumas pessoas que andam de carro moram longe do centro.
  • E todas as pessoas que andam de carro moram longe do centro.
41

O enunciado que apresenta contradição, prejudicando a relação lógica entre as proposições, é:

  • A O interesse dos cientistas estrangeiros pela pesquisa realizada no Brasil aumentou porque o país ganhou projeção internacional nos últimos anos.
  • B Muitos estudantes brasileiros pleiteiam bolsas no exterior para estágio de pós-graduação, mas não possuem a proficiência adequada na língua estrangeira exigida.
  • C Como está havendo séria crise econômica na Europa, têm ocorrido cortes de orçamento na área da pesquisa, da ciência e da academia.
  • D Exige-se que o estudante conheça bem a língua do país escolhido ao participar do programa de bolsas no exterior, portanto ele não precisa comprovar proficiência na língua estrangeira.
  • E O ministro da Educação recomenda que os candidatos a bolsas de estudos no exterior busquem proficiência na língua estrangeira ou eles terão dificuldades de ingresso nas instituições internacionais.
42

Em uma empresa, todos os contratos são supervisionados por apenas um dos seguintes gerentes: Nelson, Edson, José e Renato. Os gerentes Nelson e Edson atuam sobre todos os contratos com duração de 3 a 6 anos, e apenas sobre esses. Os demais contratos são supervisionados pelos gerentes José ou Renato.

Um contrato que não seja supervisionado por José deverá ser supervisionado por Renato se, e apenas se, a sua duração for

  • A menor do que três anos
  • B maior do que seis anos
  • C maior do que três anos e menor do que seis anos
  • D maior do que três anos ou menor do que seis anos
  • E menor do que três anos ou maior do que seis anos
43

Para cadastrar-se em um site de compras coletivas, Guilherme precisará criar uma senha numérica com, no mínimo, 4 e, no máximo, 6 dígitos. Ele utilizará apenas algarismos de sua data de nascimento: 26/03/1980.

Quantas senhas diferentes Guilherme poderá criar se optar por uma senha sem algarismos repetidos?

  • A 5.040
  • B 8.400
  • C 16.870
  • D 20.160
  • E 28.560
44

Num concurso, cada um dos 520 candidatos inscritos fez uma prova de português e uma de matemática. Para ser aprovado, o candidato deve ser aprovado em ambas as provas. O número de candidatos que foi aprovado em matemática é igual ao triplo do número de candidatos aprovados no concurso, e o número de candidatos aprovados em português é igual ao quádruplo do número de candidatos aprovados no concurso. O número de candidatos não aprovados em nenhuma das duas provas é igual a metade do número de candidatos aprovados no concurso.

Quantos candidatos foram aprovados ao todo?

  • A 60
  • B 80
  • C 100
  • D 120
  • E 130
45

Pedro e Cecília estudam juntos em uma mesma sala e estão tendo aula de matemática. Eles receberão do professor uma peça de madeira pintada e com uma forma geométrica.

Pedro adora triângulos, pentágonos e quadrados, mas detesta losangos e retângulos que não sejam quadrados. Cecília adora losangos e pentágonos, mas detesta triângulos e retângulos que não sejam quadrados. Pedro adora todas as cores, exceto o branco e o rosa. Cecília adora todas as cores, exceto o azul.


As preferências de forma e cor dos dois estudantes serão contempladas se o professor entregar aos dois um

  • A losango amarelo ou azul
  • B pentágono rosa ou branco
  • C pentágono amarelo ou verde
  • D triângulo azul ou rosa
  • E quadrado azul ou branco
46

Carlos foi de ônibus de casa para o trabalho, e a viagem demorou 54 minutos. Na volta, pegou o metrô, e o tempo de viagem foi reduzido em 12 minutos. Nesse dia, qual foi a razão entre os tempos gastos por Carlos para ir ao trabalho e dele voltar, nessa ordem?

  • A 9/7
  • B 8/7
  • C 4/3
  • D 3/2
  • E 9/2
47

Os aniversários de Alberto, Delson, Gilberto, Nelson e Roberto são em 15 de março, 23 de agosto, 28 de agosto e 23 de novembro, não necessariamente nessa ordem. Esses cinco rapazes nasceram em um mesmo ano, sendo dois deles irmãos gêmeos que, naturalmente, aniversariam no mesmo dia.
Delson e Alberto aniversariam em dias diferentes do mesmo mês. Nelson e Alberto aniversariam no mesmo dia de meses diferentes. Desses rapazes, o mais novo é

  • A Roberto
  • B Alberto
  • C Nelson
  • D Delson
  • E Gilberto
48

Aldo, Baldo e Caldo estavam assistindo ao jogo da seleção brasileira de futebol num bar. No jogo, o Brasil não tomou gol, e nenhum jogador brasileiro fez mais de um gol. No fim do jogo, Paulo entra no bar e pergunta quem fez gol pela seleção brasileira e obtém as seguintes respostas:

Aldo: Foi Pato ou Neymar.
Baldo: Foi Paulinho ou não foi o Pato.
Caldo: Foi Fred ou não foi o Neymar.

Paulo sabia que Fred não havia participado do jogo devido a uma lesão; que apenas os jogadores citados poderiam ter feito gol, e que Aldo, Baldo e Caldo falaram a verdade.

Quantos gols o Brasil fez no jogo?

  • A 0
  • B 1
  • C 2
  • D 3
  • E 4
49

A sentença que apresenta afirmação redundante é:

  • A Seguro morreu de velho
  • B Quem semeia vento, colhe tempestade.
  • C Quem ama o feio, bonito lhe parece.
  • D Espere sempre por surpresas inesperadas.
  • E Tome conta dos seus centavos para não ter problemas com seus reais.
50

Considere as seguintes premissas:

I - Quem gosta de música não é triste.
II - Gatos não gostam de chocolate.
III - Quem não gosta de chocolate é triste.

Com base nessas premissas, conclui-se que

  • A gatos tristes gostam de chocolate.
  • B gatos não gostam de música.
  • C quem não gosta de música é triste.
  • D quem gosta de chocolate não é triste.
  • E quem não gosta de chocolate é gato.