Envelhecer e uma arte?
Nas palavras de Cicero, envelhecer e coisa boa. Dois mil anos depois, com fartura de numeros, o tema reaparece nas pesquisas iniciadas por R. Easterlin. Detecta-se uma “curva da fossa”: entre 40 e 50 anos, bate um pessimismo, uma inseguranga difusa. Mas dai para a frente voltamos a ficar de bem com a vida, cada vez mais felizes - obvio, so ate o corpo fracassar. Sera?
Esse lado emocional-filosofico e nebuloso. Amadurecemos com a idade, como sugerem as pesquisas? Ou acumulamos azedumes e rabugices? Ficamos cada vez mais impacientes com a burrice humana? Ou mais bem blindados contra ela? Cada um e cada um.
O psicologo A. Maslow documentou o que significa para ele ir ficando velho. Percebia uma perda progressiva da motivagao para fazer as coisas e lidar com desafios. Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena.
Em sua ultima entrevista, Paulo Freire segue caminho paralelo a Maslow, afirmando que envelhecer e perder a curiosidade.
O caso das faculdades mentais e bem documentado pela pesquisa. Degrada-se a memoria, sobretudo a de curto prazo e a dos nomes e datas. O raciocinio matematico comega a derrapar ja a partir dos 30. De fato, todos os avangos na area foram feitos por jovens.
A boa noticia e que a capacidade de julgamento, a sabedoria, o esprit de finesse, mencionado por Pascal, nao apenas sobrevivem, mas progridem. Comprovou-se que os velhos precisam ler menos para decidir sobre algum assunto, com igual competencia. E, nas humanidades, amadurecemos com os anos, e muito. Romancistas e historiadores? Prefiram os velhos. Com o passar dos anos, politicos entendem melhor a natureza humana, por isso sobrevivem na carreira.
Sabemos tambem que a inteligencia reage como um musculo. A qualquer idade, e fortalecida com exercicios e evapora com a inagao. Dai a importancia de exercitar a ambos. Se encolhem os desafios mentais na aposentadoria, risco a vida! Nao e o contracheque que salva vidas; mas a letargia intelectual mata. Se ficarmos esperando pela morte, ela vira mais celere.
Na minha incauta opiniao, conversa de doente nao faz bem a saude. Tampouco e uma boa receita para a longevidade voltar aos lugares em que se viveu ou trabalhou, nao encontrar mais conhecidos e ser tratado como um estranho.
Caminhando pelas ruas, vemos logo quem tem jeito de aposentado. Falta chispa nos olhos e o andar sugere que nao quer chegar a parte alguma. Quem le obituario, para ficar sabendo dos amigos que morreram, mostra na cara sua vocagao para a morte. Cruz-credo! Alias, a solidao e fatal! Por isso, vale o conselho de Samuel Jonhson: enquanto jovem, e preciso cultivar os amigos, pois com a idade vai ficando dificil renovar o plantel.
A decadencia do corpo e inexoravel. Mais dias de indisposigao, doi aqui, doi acola, mais enguigos e reparos, mais remedinhos para isso ou para aquilo. Contudo, avangos na medicina e melhores estilos de vida freiam espetacularmente a degradagao do corpo. Mantem serelepes muitos velhos que, faz poucas decadas, estariam derrubados. Vejam nas ilustragoes antigas a imagem dos avos, circunspectos e encarquilhados. Gente nas mesmas idades esta hoje malhando nas academias, subindo montanhas e gabando-se de suas proezas, em todos os azimutes. Obviamente, isso da trabalho: ha que buscar remedios miraculosos, proteses, mandar recauchutar o coração, fazer dietas e exercicios árduos para manter a massa muscular.
Isso sao teorias.
O unico ganho indisputavel e nao ter que entrar em filas
Os resultados das pesquisas iniciadas por E. Easterlin revelaram que
No contexto em que aparece o segmento: “reforçar o discurso desse dragão é o passo mais importante que você pode dar em direção à tão esperada aceitação”, a autora
Envelhecer e uma arte?
Nas palavras de Cicero, envelhecer e coisa boa. Dois mil anos depois, com fartura de numeros, o tema reaparece nas pesquisas iniciadas por R. Easterlin. Detecta-se uma “curva da fossa”: entre 40 e 50 anos, bate um pessimismo, uma inseguranga difusa. Mas dai para a frente voltamos a ficar de bem com a vida, cada vez mais felizes - obvio, so ate o corpo fracassar. Sera?
Esse lado emocional-filosofico e nebuloso. Amadurecemos com a idade, como sugerem as pesquisas? Ou acumulamos azedumes e rabugices? Ficamos cada vez mais impacientes com a burrice humana? Ou mais bem blindados contra ela? Cada um e cada um.
O psicologo A. Maslow documentou o que significa para ele ir ficando velho. Percebia uma perda progressiva da motivagao para fazer as coisas e lidar com desafios. Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena.
Em sua ultima entrevista, Paulo Freire segue caminho paralelo a Maslow, afirmando que envelhecer e perder a curiosidade.
O caso das faculdades mentais e bem documentado pela pesquisa. Degrada-se a memoria, sobretudo a de curto prazo e a dos nomes e datas. O raciocinio matematico comega a derrapar ja a partir dos 30. De fato, todos os avangos na area foram feitos por jovens.
A boa noticia e que a capacidade de julgamento, a sabedoria, o esprit de finesse, mencionado por Pascal, nao apenas sobrevivem, mas progridem. Comprovou-se que os velhos precisam ler menos para decidir sobre algum assunto, com igual competencia. E, nas humanidades, amadurecemos com os anos, e muito. Romancistas e historiadores? Prefiram os velhos. Com o passar dos anos, politicos entendem melhor a natureza humana, por isso sobrevivem na carreira.
Sabemos tambem que a inteligencia reage como um musculo. A qualquer idade, e fortalecida com exercicios e evapora com a inagao. Dai a importancia de exercitar a ambos. Se encolhem os desafios mentais na aposentadoria, risco a vida! Nao e o contracheque que salva vidas; mas a letargia intelectual mata. Se ficarmos esperando pela morte, ela vira mais celere.
Na minha incauta opiniao, conversa de doente nao faz bem a saude. Tampouco e uma boa receita para a longevidade voltar aos lugares em que se viveu ou trabalhou, nao encontrar mais conhecidos e ser tratado como um estranho.
Caminhando pelas ruas, vemos logo quem tem jeito de aposentado. Falta chispa nos olhos e o andar sugere que nao quer chegar a parte alguma. Quem le obituario, para ficar sabendo dos amigos que morreram, mostra na cara sua vocagao para a morte. Cruz-credo! Alias, a solidao e fatal! Por isso, vale o conselho de Samuel Jonhson: enquanto jovem, e preciso cultivar os amigos, pois com a idade vai ficando dificil renovar o plantel.
A decadencia do corpo e inexoravel. Mais dias de indisposigao, doi aqui, doi acola, mais enguigos e reparos, mais remedinhos para isso ou para aquilo. Contudo, avangos na medicina e melhores estilos de vida freiam espetacularmente a degradagao do corpo. Mantem serelepes muitos velhos que, faz poucas decadas, estariam derrubados. Vejam nas ilustragoes antigas a imagem dos avos, circunspectos e encarquilhados. Gente nas mesmas idades esta hoje malhando nas academias, subindo montanhas e gabando-se de suas proezas, em todos os azimutes. Obviamente, isso da trabalho: ha que buscar remedios miraculosos, proteses, mandar recauchutar o coração, fazer dietas e exercicios árduos para manter a massa muscular.
Isso sao teorias.
O unico ganho indisputavel e nao ter que entrar em filas
No quinto parágrafo do texto, o articulador discursivo “de fato” exprime uma
Da leitura do texto, infere-se que, com o título “A armadilha da aceitação”, a autora
No texto, o uso das palavras “aceita” e “riscada”, no feminino, conduz à inferência de que
Com base nas informações da parte intitulada “Mídia impressa”, do Texto 4, conclui-se que os brasileiros.
Envelhecer e uma arte?
Nas palavras de Cicero, envelhecer e coisa boa. Dois mil anos depois, com fartura de numeros, o tema reaparece nas pesquisas iniciadas por R. Easterlin. Detecta-se uma “curva da fossa”: entre 40 e 50 anos, bate um pessimismo, uma inseguranga difusa. Mas dai para a frente voltamos a ficar de bem com a vida, cada vez mais felizes - obvio, so ate o corpo fracassar. Sera?
Esse lado emocional-filosofico e nebuloso. Amadurecemos com a idade, como sugerem as pesquisas? Ou acumulamos azedumes e rabugices? Ficamos cada vez mais impacientes com a burrice humana? Ou mais bem blindados contra ela? Cada um e cada um.
O psicologo A. Maslow documentou o que significa para ele ir ficando velho. Percebia uma perda progressiva da motivagao para fazer as coisas e lidar com desafios. Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena.
Em sua ultima entrevista, Paulo Freire segue caminho paralelo a Maslow, afirmando que envelhecer e perder a curiosidade.
O caso das faculdades mentais e bem documentado pela pesquisa. Degrada-se a memoria, sobretudo a de curto prazo e a dos nomes e datas. O raciocinio matematico comega a derrapar ja a partir dos 30. De fato, todos os avangos na area foram feitos por jovens.
A boa noticia e que a capacidade de julgamento, a sabedoria, o esprit de finesse, mencionado por Pascal, nao apenas sobrevivem, mas progridem. Comprovou-se que os velhos precisam ler menos para decidir sobre algum assunto, com igual competencia. E, nas humanidades, amadurecemos com os anos, e muito. Romancistas e historiadores? Prefiram os velhos. Com o passar dos anos, politicos entendem melhor a natureza humana, por isso sobrevivem na carreira.
Sabemos tambem que a inteligencia reage como um musculo. A qualquer idade, e fortalecida com exercicios e evapora com a inagao. Dai a importancia de exercitar a ambos. Se encolhem os desafios mentais na aposentadoria, risco a vida! Nao e o contracheque que salva vidas; mas a letargia intelectual mata. Se ficarmos esperando pela morte, ela vira mais celere.
Na minha incauta opiniao, conversa de doente nao faz bem a saude. Tampouco e uma boa receita para a longevidade voltar aos lugares em que se viveu ou trabalhou, nao encontrar mais conhecidos e ser tratado como um estranho.
Caminhando pelas ruas, vemos logo quem tem jeito de aposentado. Falta chispa nos olhos e o andar sugere que nao quer chegar a parte alguma. Quem le obituario, para ficar sabendo dos amigos que morreram, mostra na cara sua vocagao para a morte. Cruz-credo! Alias, a solidao e fatal! Por isso, vale o conselho de Samuel Jonhson: enquanto jovem, e preciso cultivar os amigos, pois com a idade vai ficando dificil renovar o plantel.
A decadencia do corpo e inexoravel. Mais dias de indisposigao, doi aqui, doi acola, mais enguigos e reparos, mais remedinhos para isso ou para aquilo. Contudo, avangos na medicina e melhores estilos de vida freiam espetacularmente a degradagao do corpo. Mantem serelepes muitos velhos que, faz poucas decadas, estariam derrubados. Vejam nas ilustragoes antigas a imagem dos avos, circunspectos e encarquilhados. Gente nas mesmas idades esta hoje malhando nas academias, subindo montanhas e gabando-se de suas proezas, em todos os azimutes. Obviamente, isso da trabalho: ha que buscar remedios miraculosos, proteses, mandar recauchutar o coração, fazer dietas e exercicios árduos para manter a massa muscular.
Isso sao teorias.
O unico ganho indisputavel e nao ter que entrar em filas
Ao perguntar, no texto, “Ou mais bem blindados contra ela?", o autor se refere à
A expressão “Que Absurdo!” foi destacada por meio de aspas para indicar que é a voz
Texto 1
Cem cruzeiros a mais
Ao receber certa quantia num guichê do Ministério, verificou que o funcionário lhe havia dado cem cruzeiros a mais. Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.
Esperou pacientemente a vez, para que o funcionário lhe fechasse na cara a janelinha de vidro:
– Tenham paciência, mas está na hora do meu café.
Agora era uma questão de teimosia. Voltou à tarde, para encontrar fila maior – não conseguiu sequer aproximar-se do guichê antes de encerrar-se o expediente.
No dia seguinte era o primeiro da fila:
– Olha aqui: o senhor ontem me deu cem cruzeiros a mais.
– Eu?
Só então reparou que o funcionário era outro.
– Seu colega, então. Um de bigodinho.
– O Mafra.
– Se o nome dele é Mafra, não sei dizer.
– Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...
Ele coçou a cabeça, aborrecido:
– Está bem, foi o Mafra. E daí?
O funcionário lhe explicou com toda urbanidade que não podia responder pela distração do Mafra:
– Isto aqui é uma pagadoria, meu chapa. Não posso receber, só posso pagar. Receber, só na recebedoria. O próximo!
O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.
– O Mafra? Não trabalha aqui, meu amigo, nem nunca trabalhou.
– Eu sei. Ele é da pagadoria. Mas foi quem me deu os cem cruzeiros a mais.
Informaram-lhe que não podiam receber: tratava-se de uma devolução, não era isso mesmo? E não de pagamento. Tinha trazido a guia? Pois então? Onde já se viu pagamento sem guia? Receber mil cruzeiros a troco de quê?
– Mil não: cem. A troco de devolução.
– Troco de devolução. Entenda-se.
– Pois devolvo e acabou-se.
– Só com o chefe. O próximo!
O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-lhe que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.
– Já que o senhor faz tanta questão de devolver.
– Questão absoluta.
– Louvo o seu escrúpulo.
– Mas o nosso amigo ali do guichê disse que era só entregar ao senhor – suspirou ele.
– Quem disse isso?
– Um homem de óculos naquela seção do lado de lá. Recebedoria, parece.
– O Araújo. Ele disse isso, é? Pois olhe: volte lá e diga-lhe para deixar de ser besta. Pode dizer que fui eu que falei. O Araújo sempre se metendo a entendido!
– Mas e o ofício? Não tenho nada com essa briga, vamos fazer logo o ofício.
– Impossível: tem de dar entrada no protocolo.
Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.
A palavra “Próximo!” é empregada nos Textos 1 e 2 significando que
No texto, a temática da aceitação é desenvolvida com o predomínio de sequências
O potencial do WhatsApp para o uso em mineração de dados.
O texto é iniciado com o lançamento de um problema envolvendo a compra do WhatsApp pelo Facebook. Uma das soluções desse problema está
Texto 1
Cem cruzeiros a mais
Ao receber certa quantia num guichê do Ministério, verificou que o funcionário lhe havia dado cem cruzeiros a mais. Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.
Esperou pacientemente a vez, para que o funcionário lhe fechasse na cara a janelinha de vidro:
– Tenham paciência, mas está na hora do meu café.
Agora era uma questão de teimosia. Voltou à tarde, para encontrar fila maior – não conseguiu sequer aproximar-se do guichê antes de encerrar-se o expediente.
No dia seguinte era o primeiro da fila:
– Olha aqui: o senhor ontem me deu cem cruzeiros a mais.
– Eu?
Só então reparou que o funcionário era outro.
– Seu colega, então. Um de bigodinho.
– O Mafra.
– Se o nome dele é Mafra, não sei dizer.
– Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo...
Ele coçou a cabeça, aborrecido:
– Está bem, foi o Mafra. E daí?
O funcionário lhe explicou com toda urbanidade que não podia responder pela distração do Mafra:
– Isto aqui é uma pagadoria, meu chapa. Não posso receber, só posso pagar. Receber, só na recebedoria. O próximo!
O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.
– O Mafra? Não trabalha aqui, meu amigo, nem nunca trabalhou.
– Eu sei. Ele é da pagadoria. Mas foi quem me deu os cem cruzeiros a mais.
Informaram-lhe que não podiam receber: tratava-se de uma devolução, não era isso mesmo? E não de pagamento. Tinha trazido a guia? Pois então? Onde já se viu pagamento sem guia? Receber mil cruzeiros a troco de quê?
– Mil não: cem. A troco de devolução.
– Troco de devolução. Entenda-se.
– Pois devolvo e acabou-se.
– Só com o chefe. O próximo!
O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-lhe que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.
– Já que o senhor faz tanta questão de devolver.
– Questão absoluta.
– Louvo o seu escrúpulo.
– Mas o nosso amigo ali do guichê disse que era só entregar ao senhor – suspirou ele.
– Quem disse isso?
– Um homem de óculos naquela seção do lado de lá. Recebedoria, parece.
– O Araújo. Ele disse isso, é? Pois olhe: volte lá e diga-lhe para deixar de ser besta. Pode dizer que fui eu que falei. O Araújo sempre se metendo a entendido!
– Mas e o ofício? Não tenho nada com essa briga, vamos fazer logo o ofício.
– Impossível: tem de dar entrada no protocolo.
Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.
SABINO, Fernando. Disponível em: <:// www.velhosamigos.com.br/
Colaboradores/Diversos/fernando sabino2.html>. Acesso em: 13 abr. 2015.
A expressão “com toda urbanidade” torna o enunciado irônico. Esse recurso é utilizado no texto para criticar a
Envelhecer e uma arte?
Nas palavras de Cicero, envelhecer e coisa boa. Dois mil anos depois, com fartura de numeros, o tema reaparece nas pesquisas iniciadas por R. Easterlin. Detecta-se uma “curva da fossa”: entre 40 e 50 anos, bate um pessimismo, uma inseguranga difusa. Mas dai para a frente voltamos a ficar de bem com a vida, cada vez mais felizes - obvio, so ate o corpo fracassar. Sera?
Esse lado emocional-filosofico e nebuloso. Amadurecemos com a idade, como sugerem as pesquisas? Ou acumulamos azedumes e rabugices? Ficamos cada vez mais impacientes com a burrice humana? Ou mais bem blindados contra ela? Cada um e cada um.
O psicologo A. Maslow documentou o que significa para ele ir ficando velho. Percebia uma perda progressiva da motivagao para fazer as coisas e lidar com desafios. Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena.
Em sua ultima entrevista, Paulo Freire segue caminho paralelo a Maslow, afirmando que envelhecer e perder a curiosidade.
O caso das faculdades mentais e bem documentado pela pesquisa. Degrada-se a memoria, sobretudo a de curto prazo e a dos nomes e datas. O raciocinio matematico comega a derrapar ja a partir dos 30. De fato, todos os avangos na area foram feitos por jovens.
A boa noticia e que a capacidade de julgamento, a sabedoria, o esprit de finesse, mencionado por Pascal, nao apenas sobrevivem, mas progridem. Comprovou-se que os velhos precisam ler menos para decidir sobre algum assunto, com igual competencia. E, nas humanidades, amadurecemos com os anos, e muito. Romancistas e historiadores? Prefiram os velhos. Com o passar dos anos, politicos entendem melhor a natureza humana, por isso sobrevivem na carreira.
Sabemos tambem que a inteligencia reage como um musculo. A qualquer idade, e fortalecida com exercicios e evapora com a inagao. Dai a importancia de exercitar a ambos. Se encolhem os desafios mentais na aposentadoria, risco a vida! Nao e o contracheque que salva vidas; mas a letargia intelectual mata. Se ficarmos esperando pela morte, ela vira mais celere.
Na minha incauta opiniao, conversa de doente nao faz bem a saude. Tampouco e uma boa receita para a longevidade voltar aos lugares em que se viveu ou trabalhou, nao encontrar mais conhecidos e ser tratado como um estranho.
Caminhando pelas ruas, vemos logo quem tem jeito de aposentado. Falta chispa nos olhos e o andar sugere que nao quer chegar a parte alguma. Quem le obituario, para ficar sabendo dos amigos que morreram, mostra na cara sua vocagao para a morte. Cruz-credo! Alias, a solidao e fatal! Por isso, vale o conselho de Samuel Jonhson: enquanto jovem, e preciso cultivar os amigos, pois com a idade vai ficando dificil renovar o plantel.
A decadencia do corpo e inexoravel. Mais dias de indisposigao, doi aqui, doi acola, mais enguigos e reparos, mais remedinhos para isso ou para aquilo. Contudo, avangos na medicina e melhores estilos de vida freiam espetacularmente a degradagao do corpo. Mantem serelepes muitos velhos que, faz poucas decadas, estariam derrubados. Vejam nas ilustragoes antigas a imagem dos avos, circunspectos e encarquilhados. Gente nas mesmas idades esta hoje malhando nas academias, subindo montanhas e gabando-se de suas proezas, em todos os azimutes. Obviamente, isso da trabalho: ha que buscar remedios miraculosos, proteses, mandar recauchutar o coração, fazer dietas e exercicios árduos para manter a massa muscular.
Isso sao teorias.
O unico ganho indisputavel e nao ter que entrar em filas
Da visão do autor, deduz-se que, atualmente, o envelhecimento
O potencial do WhatsApp para o uso em mineração de dados.
Mineração de dados é o processo de explorar grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes
1. Introdução
Qualquer pessoa com conhecimentos básicos de matemática consegue perceber que o valor fechado na compra do What-sApp pelo Facebook simplesmente não bate com o fatura- mento da empresa.19 bilhões de dólares em uma empresa que tem apenas 50 funcionários. O aplicativo possui uma quantidade expressiva de usuários ativos - cerca de 450 mi- lhões por mês - mas não possui um modelo de negócios muito rentável - uma assinatura de apenas um dólar por ano, contando a partir do segundo ano de uso. “O WhatsApp está a caminho de conectar 1 bilhão de pessoas. Os serviços que alcançam essa marca são todos incrivelmente valiosos”, diz Mark Zuckerberg, CEO do Facebook.
2. A Target sabia que uma adolescente estava grávida an-tes mesmo dos pais dela
Duhigg explicou noThe New York Times como a Target - a segunda maior rede varejista dos Estados Unidos - estava utilizando o processo de mineração de dados para entender os hábitos de compra de seus clientes. Para isso, contrataram Andrew Pole, um mestre em economia e estatística, que assumiu o cargo de estatístico em 2002. Em sua base de dados, a empresa mantinha algumas informações dos clientes, como nome, e-mail e um histórico completo de tudo o que compravam em qualquer loja da rede.
Conforme o computador de Pole analisava os dados, ele foi capaz de identificar cerca de 25 produtos que, quando analisados em conjunto, lhe permitiram atribuir a cada cliente uma pontuação de “previsão de gravidez”. Mais importante, ele também poderia estimar a data do parto para dentro de um pequeno intervalo de tempo, assim a Target poderia enviar cupons programados para estágios muito específicos de sua gravidez. A Target então começou a enviar cupons de des- conto de produtos relacionados a bebês para as futuras ma- mães, baseando-se nos padrões de compra identificados pelo software. Um dia, um pai entrou em uma das lojas da rede muito nervoso, solicitando falar com o gerente: “Minha filha recebeu essa carta pelo correio!”, ele disse. “Ela ainda está no colegial e vocês estão enviando seus cupons de desconto de roupas de bebê e berços? Vocês estão tentando incentivá-la a engravidar?”. O gerente não fazia ideia do que o homem estava falando. Ele olhou para a mala direta. Com certeza ela foi dirigida à filha do homem e continha propagan- das de roupas de maternidade, mobília do berçário e fotos de crianças sorridentes. O gerente pediu desculpas e, alguns dias depois, ligou para se desculpar novamente. No telefone, porém, o pai parecia um pouco envergonhado. “Eu tive uma conversa com a minha filha”, disse ele. “Acontece que ocorreram algumas atividades em minha casa das quais eu não estava completamente ciente. Ela deve ter o bebê em agosto. Lhe devo um pedido de desculpas.
3. O Facebook sabe quando você vai começar a namorar
Você não precisa de dados tão precisos como um histórico de compras para identificar padrões e prever acontecimentos. O próprio Facebook divulgou na semana passada que consegue saber quando uma pessoa está prestes a mudar o seu status de relacionamento, apenas cruzando dados sobre suas interações dentro da rede. Não é preciso nem ler as mensagens que você troca via Inbox, basta identificar com quem você anda interagindo, se está postando na timeline dessa pessoa e com qual frequência. Daí surgiu um padrão: quando a troca de mensagens atinge um certo ritmo, significa que você está prestes a assumir um relacionamento público na rede social. Também é possível observar que, uma vez alterado o status, as interações entre timelines tendem a diminuir, porém a presença de palavras positivas como “feliz” e “amor” aumentam consideravelmente.
4. Aplicando mineração de dados no WhatsApp
De todos os serviços que utilizamos, é provável que o Facebook seja aquele que possui a maior quantidade de informa- ções precisas sobre nós. Ele não tenta adivinhar qual o seu cantor ou filme favorito, ele simplesmente sabe. Você forneceu essas informações de boa vontade quando preencheu o seu perfil. A Target conseguiu aumentar alguns bilhões de dólares no seu faturamento anual apenas criando estratégias de venda com base nas informações extraídas da mineração de dados. Mas ela é uma empresa varejista, diferente do Fa- cebook, que não comercializa nenhum produto. A rede de Mark Zuckerberg fatura com a venda de anúncios e, mais im- portante, ganha com a performance desses anúncios. Isso significa que, se ninguém clicar na publicidade que fica ali na barra lateral, quem sai perdendo é o Facebook. Por isso é muito importante que esses anúncios despertem interesse no usuário. Outras empresas também estão de olho nessas preciosas fontes de dados. No ano passado, o Snapchat declinou uma oferta de compra de 3 bilhões de dólares vinda do Facebook. Um mês depois, o Google teria oferecido 4 bilhões de dólares e também levou um “não”. Semana passada foi a vez da Rakuten (uma empresa que funciona como uma espécie de shopping on-line, abrigando várias lojas dentro de um mesmo domínio) fazer uma oferta milionária pelo Viber, um app de VoIP e mensagens instantâneas. O negócio foi fecha- do por 900 milhões de dólares.
5. É o fim da privacidade?
O mesmo risco que você corre hoje ao utilizar serviços on- line, continuará correndo se a compra for concretizada. Não há nenhum motivo novo para se preocupar. Não é como se, agora que o app foi vendido, os funcionários do Facebook fossem vasculhar cada uma de suas mensagens pessoais individualmente; isso é até inviável! O objetivo desses sistemas é analisar blocos gigantescos de dados em busca de padrões comportamentais. Além do mais, veja o caso da Target, que possui lojas físicas além do e-commerce. Ou seja, não foi preciso nem se conectar à internet. A prática de monitorar os “passos” do consumidor com o objetivo de exibir uma vitrine de ofertas mais relevante é muito comum também em sites de e-commerce e de vendas de passagens aéreas, só para citar mais exemplos. Também não sabemos ao certo qual o nível de acesso que o Facebook vai ter a essas mensagens. E, levando em consideração o formato do aplicativo, é improvável que mensagens publicitárias comecem a pipocar em sua conta num futuro próximo. De qualquer forma, para os mais paranoicos, vale ficar atento para o surgimento de anúncios de fraldas e roupas de bebê.
Releia o Texto 1 e leia os textos 2 e 3 para responder às questões de 11 a 14.
Os textos 1, 2 e 3 abordam as modificações na realidade promovidas pelas novas tecnologias. Do Texto 2, infere-se que :
Envelhecer e uma arte?
Nas palavras de Cicero, envelhecer e coisa boa. Dois mil anos depois, com fartura de numeros, o tema reaparece nas pesquisas iniciadas por R. Easterlin. Detecta-se uma “curva da fossa”: entre 40 e 50 anos, bate um pessimismo, uma inseguranga difusa. Mas dai para a frente voltamos a ficar de bem com a vida, cada vez mais felizes - obvio, so ate o corpo fracassar. Sera?
Esse lado emocional-filosofico e nebuloso. Amadurecemos com a idade, como sugerem as pesquisas? Ou acumulamos azedumes e rabugices? Ficamos cada vez mais impacientes com a burrice humana? Ou mais bem blindados contra ela? Cada um e cada um.
O psicologo A. Maslow documentou o que significa para ele ir ficando velho. Percebia uma perda progressiva da motivagao para fazer as coisas e lidar com desafios. Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena.
Em sua ultima entrevista, Paulo Freire segue caminho paralelo a Maslow, afirmando que envelhecer e perder a curiosidade.
O caso das faculdades mentais e bem documentado pela pesquisa. Degrada-se a memoria, sobretudo a de curto prazo e a dos nomes e datas. O raciocinio matematico comega a derrapar ja a partir dos 30. De fato, todos os avangos na area foram feitos por jovens.
A boa noticia e que a capacidade de julgamento, a sabedoria, o esprit de finesse, mencionado por Pascal, nao apenas sobrevivem, mas progridem. Comprovou-se que os velhos precisam ler menos para decidir sobre algum assunto, com igual competencia. E, nas humanidades, amadurecemos com os anos, e muito. Romancistas e historiadores? Prefiram os velhos. Com o passar dos anos, politicos entendem melhor a natureza humana, por isso sobrevivem na carreira.
Sabemos tambem que a inteligencia reage como um musculo. A qualquer idade, e fortalecida com exercicios e evapora com a inagao. Dai a importancia de exercitar a ambos. Se encolhem os desafios mentais na aposentadoria, risco a vida! Nao e o contracheque que salva vidas; mas a letargia intelectual mata. Se ficarmos esperando pela morte, ela vira mais celere.
Na minha incauta opiniao, conversa de doente nao faz bem a saude. Tampouco e uma boa receita para a longevidade voltar aos lugares em que se viveu ou trabalhou, nao encontrar mais conhecidos e ser tratado como um estranho.
Caminhando pelas ruas, vemos logo quem tem jeito de aposentado. Falta chispa nos olhos e o andar sugere que nao quer chegar a parte alguma. Quem le obituario, para ficar sabendo dos amigos que morreram, mostra na cara sua vocagao para a morte. Cruz-credo! Alias, a solidao e fatal! Por isso, vale o conselho de Samuel Jonhson: enquanto jovem, e preciso cultivar os amigos, pois com a idade vai ficando dificil renovar o plantel.
A decadencia do corpo e inexoravel. Mais dias de indisposigao, doi aqui, doi acola, mais enguigos e reparos, mais remedinhos para isso ou para aquilo. Contudo, avangos na medicina e melhores estilos de vida freiam espetacularmente a degradagao do corpo. Mantem serelepes muitos velhos que, faz poucas decadas, estariam derrubados. Vejam nas ilustragoes antigas a imagem dos avos, circunspectos e encarquilhados. Gente nas mesmas idades esta hoje malhando nas academias, subindo montanhas e gabando-se de suas proezas, em todos os azimutes. Obviamente, isso da trabalho: ha que buscar remedios miraculosos, proteses, mandar recauchutar o coração, fazer dietas e exercicios árduos para manter a massa muscular.
Isso sao teorias.
O unico ganho indisputavel e nao ter que entrar em filas
O sétimo parágrafo do texto resume-se na seguinte ideia:
A construção que relaciona, de maneira explícita, o primeiro parágrafo com as ideias desenvolvidas nos próximos parágrafos é a seguinte:
A inclusão dos Estados Unidos, no rol das invenções apresentadas no parágrafo 3, causa um efeito de sentido que
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O estilo de linguagem mais coloquial e os recursos linguísticos empregados no texto têm a função de;
O gênero crônica é, por definição, indefinido. Seu caráter híbrido permite ao autor aproximar-se de diferentes gêneros. Nessa crônica, as estratégias textuais utilizadas por Luis Fernando Verissimo a aproximam do gênero