Resolver o Simulado FCC - Nível Superior

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Português

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Nós, o rio e o tempo

Fico olhando, Maria, o nosso rio,
o Madeira da nossa Juventude.
Na enchente, em constante inquietude
vencendo a cada curva um desafio.

Para depois, no decorrer do estio,
com a ribanceira em sua plenitude
toda plantada pelo braço rude
de quem espera o fruto do plantio.

Mas o tempo, Maria, nos comprova
que a cada instante o rio se renova
e nós a cada instante envelhecemos.

Por certo ele será sempre criança

e o seu poente um canto de esperança
na saudade daquilo que vivemos.

(SILVA, Antônio Cândido da. www.acler.- com.br/?conteudo=artigosmostra&cod =318&autor=6)

Apresentam significações opostas, no poema, os termos

  • A rio e enchente, já que o primeiro equivale à calmaria e o segundo, à agitação.
  • B plenitude e Juventude, já que o primeiro representa a tradição e o segundo, o progresso.
  • C estio e ribanceira, já que o primeiro faz referência à escassez e o segundo, à fartura.
  • D poente e saudade, já que o primeiro se refere ao futuro e o segundo, ao passado.
  • E criança e canto, já que o primeiro remete à alegria e o segundo, à tristeza.
2
A navegação fazia-se, comumente, das oito horas da
manhã às cinco da tarde, quando as canoas embicavam pelos
barrancos e eram presas a troncos de árvores, com o auxílio de
cordas ou cipós. Os densos nevoeiros, que se acumulam sobre
os rios durante a tarde e pela manhã, às vezes até o meio-dia,
impediam que se prolongasse o horário das viagens.
Antes do pôr-do-sol, costumavam os homens arranchar-
se e cuidar da ceia, que constava principalmente de feijão com
toucinho, além da indefectível farinha, e algum pescado ou caça
apanhados pelo caminho. Quando a bordo, e por não poderem
acender fogo, os viajantes tinham de contentar-se, geralmente,
com feijão frio, feito de véspera.
De qualquer modo, era esse alimento tido em grande
conta nas expedições, passando por extremamente substancial
e saudável. Um dos motivos para tal preferência vinha, sem
dúvida, da grande abundância de feijão nos povoados, durante
as ocasiões em que costumavam sair as frotas destinadas ao
Cuiabá e a Mato Grosso.


(Adaptado de Sérgio Buarque de Holanda. Monções. 3.ed. São
Paulo, Brasiliense, 2000, pp.105-6)

O verbo corretamente empregado e flexionado está grifado em:

  • A É de se imaginar que, se os viajantes setecentistas antevessem as dificuldades que iriam deparar, muitos deles desistiriam da aventura antes mesmo de embarcar.
  • B O que quer que os compelisse, cabe admirar a coragem desses homens que partiam para o desconhecido sem saber o que os aguardava a cada volta do rio.
  • C Caso não se surtisse com os mantimentos necessários para o longo percurso, o viajante corria o risco de literalmente morrer de fome antes de chegar ao destino.
  • D Se não maldiziam os santos, é bastante provável que muitos dos viajantes maldizessem ao menos o destino diante das terríveis tribulações que deviam enfrentar.
  • E Na história da humanidade, desbravadores foram não raro aqueles que sobreporam o desejo de enriquecer à relativa segurança de uma vida sedentária.
3
Velhas cartas

Você nunca saberá o bem que sua carta me fez...” Sinto um choque ao ler esta carta antiga que encontro em um maço de outras. Vejo a data, e então me lembro onde estava quando a recebi. Não me lembro é do que escrevi que fez tanto bem a uma pessoa. Passo os olhos por essas linhas antigas, elas dão notícias de amigos, contam uma ou outra coisa do Rio e tenho curiosidade de ver como ela se despedia de mim. É do jeito mais simples: “A saudade de...”
Agora folheio outras cartas de amigos e amigas; são quase todas de apenas dois ou três anos atrás. Mas como isso está longe! Sinto-me um pouco humilhado, pensando como certas pessoas me eram necessárias e agora nem existiriam mais na minha lembrança se eu não encontrasse essas linhas rabiscadas em Londres ou na Suíça. “Cheguei neste instante; é a primeira coisa que faço, como prometi, escrever para você, mesmo porque durante a viagem pensei demais em você...”
Isto soa absurdo a dois anos e meio de distância. Não faço a menor ideia do paradeiro dessa mulher de letra redonda; ela, com certeza, mal se lembrará do meu nome. E esse casal, santo Deus, como era amigo: fazíamos planos de viajar juntos pela Itália; os dias que tínhamos passado juntos eram “inesquecíveis”.
E esse amigo como era amigo! Entretanto, nenhum de nós dois se lembrou mais de procurar o outro. (...) As cartas mais queridas, as que eram boas ou ruins demais, eu as rasguei há muito. Não guardo um documento sequer das pessoas que mais me afligiram e mais me fizeram feliz. Ficaram apenas, dessa época, essas cartas que na ocasião tive pena de rasgar e depois não me lembrei de deitar fora. A maioria eu guardei para responder depois, e nunca o fiz. Mas também escrevi muitas cartas e nem todas tiveram resposta
.

(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978. p. 271/272)


A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:

  • A O autor passou a reler cartas antigas, depois que se deparou com aquele maço.
  • B Durante a leitura daquelas cartas, o cronista teve a oportunidade de relembrar antigos amores.
  • C O autor surpreendeu-se com aquelas cartas, que lhe falavam de amizades duradouras.
  • D É comum que nos detenhamos diante de cartas antigas, quando damos com elas numa gaveta.
  • E Muitas lembranças lhe acorreram, tão logo passou a ler aquelas cartas antigas.
4

Lições dos museus 

     Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores.  

      A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas. 

   Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro. 

(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331) 

Atente para as seguintes afirmações:

I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.

II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.

III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em 

  • A I.
  • B II.
  • C III.
  • D I e II.
  • E II e III.
5
[Ponderando o julgamento]

       As leis não podem deixar de ressentir-se da fraqueza dos homens. Elas são variáveis como eles.
       Algumas, nas grandes nações, foram ditadas pelos poderosos com o fim de esmagar os fracos. Eram tão equívocas que mil intérpretes se apressaram a comentá-las; e, como a maioria só fez sua glosa como quem executa um ofício para ganhar algum dinheiro, acabou o comentário sendo mais obscuro que o texto. A lei transformou-se numa faca de dois gumes que degola tanto o inocente quanto o culpado. Assim, o que devia ser a salvaguarda das nações transformou-se tão amiúde em seu flagelo que alguns chegaram a perguntar se a melhor das legislações não consistiria em não se ter nenhuma.
       Examinemos a questão. Se vos moverem um processo de que dependa vossa vida, e se de um lado estiverem as compilações de juristas sabidos e prepotentes, e de outro vos apresentarem vinte juízes pouco eruditos mas que, sendo anciãos isentos das paixões que corrompem o coração, estejam acima das necessidades que o aviltam, dizei-me: por quem escolheríeis ser julgados, por aquela turba de palradores orgulhosos, tão interesseiros quanto ininteligíveis, ou pelos vinte ignorantes respeitáveis?
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 7-8)

O verbo entre parênteses, para vir a integrar adequadamente a frase, deverá flexionar-se concordando com o elemento sublinhado em:

  • A Ao admitir que a ignorância e a respeitabilidade são qualidades que (poder) alcançar conciliação, Voltaire revela seu lado democrático.
  • B Nunca (ter) faltado a Voltaire, em relação às leis que analisava, disposição para tornar sua aplicação o mais justa possível.
  • C Não se (atribuir) apenas ao pobre rábula os prejuízos que recaem sobre os mais fracos; também os eruditos sejam responsabilizados.
  • D Devido à má aplicação das leis, problema que a muitos juristas (parecer) incontornável, houve quem pensasse em aboli-las por completo.
  • E Voltaire entende que os anciãos, aos quais não (costumar) faltar a experiência dos anos, são mais imunes às paixões que corrompem o coração.
6
A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época − digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) − conheciam somente pedaços do mundo habitado. (Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido.) A maior parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente, as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas − em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a dentro, a partir da costa − o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram.
A maior parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX.

Na frase acima,
  • A as unidades conectadas por meio da conjunção embora apresentam adequada correlação verbal; redação que equivale semanticamente à original, iniciada por Os conhecimentos humanos, estaria também adequada com a presença das formas "permaneceriam" e "já fosse explorada e mapeada".
  • B a palavra insignificantes apresenta prefixo de igual natureza e sentido do notado em "ingerir".
  • C a conjunção mas, mais do que introduzir uma contraposição, indica uma eliminação da ideia expressa anteriormente.
  • D o segmento já tinha sido explorada e mapeada expressa ações realizadas anteriormente ao tempo tomado como parâmetro, a época de que trata o texto, a década de 1780.
  • E o emprego do sinal indicativo da crase está condizente com a gramática normativa, assim como ocorre com o sinal presente na formulação "graças à notáveis e competentes navegadores do século XVIII".
7
Ao ler o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) muitas pessoas podem achar óbvio e desnecessário um artigo determinando que os carros devam trafegar pelo lado direito das ruas.
Também parece claro que os pedestres devem ter uma área específica para atravessar (as faixas), que os veículos precisam ter cintos de segurança e as vias tenham de ser sinalizadas.
Mas o trânsito que vemos hoje é justamente o resultado de avanços de uma legislação que chegou aos 100 anos.

      A primeira legislação nacional de trânsito foi assinada em 1910, pelo então presidente Nilo Peçanha, e tinha o objetivo de traçar regras para o transporte de passageiros e de cargas.
Tudo isso em uma época em que os carros particulares eram raridade, assim como as ruas e avenidas. Por isso, um dos artigos previa justamente formas de concessão das vias para a iniciativa privada e como elas deveriam ser construídas.

      Em 1928, uma nova legislação buscou colocar ordem no trânsito. Nessa época foi determinado o lado de circulação dos veículos e exigiu-se a instalação de placas com números para identificá-los – e as ruas ganharam sinalização.

      Depois disso, houve quatro códigos de trânsito, o atual datado de 1997. A cada novo código, surgia a obrigação de novos equipamentos de segurança, como espelhos retrovisores e indicadores de direção (setas). No código de 1966 já estavam presentes o cinto de segurança e as faixas de pedestres. Até hoje, as autoridades lutam para que pedestres sejam respeitados nessas faixas.


(Adaptado de: Renato Machado. O Estado de S. Paulo, Cidades/Metrópole, C7, 20 de junho de 2010)

Considere as afirmativas seguintes, a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto.

I. ... é justamente o resultado de avanços de uma legislação que chegou aos 100 anos. (1o parágrafo)

Estaria correta a colocação de um sinal de dois- pontos após a palavra legislação, para separar o segmento que chegou aos 100 anos.

II. Os parênteses empregados em (as faixas) – 1o parágrafo – e em (setas) – último parágrafo – isolam elementos de natureza especificativa.

III. ... e exigiu-se a instalação de placas com números para identificá-los – e as ruas ganharam sinalização. (3o parágrafo)

O travessão poderia ser corretamente substituído por uma vírgula, sem prejuízo da correção e da clareza.

Está correto o que se afirma em

  • A II, apenas.
  • B II e III, apenas.
  • C I, apenas.
  • D I e III, apenas.
  • E I, II e III.
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Para responder a questão, considere o texto abaixo.

Na literatura internacional da Ciência Política, é hoje dominante o entendimento de que democracia é um arcabouço institucional para a pacificação das lutas inerentes à conquista e ao exercício do poder, não um padrão de sociedade fundado na igualdade socioeconômica substantiva. A democracia surge historicamente em sociedades com profunda desigualdade, estratificadas, sendo muito mais causa que consequência da redução das desigualdades sociais.

De fato, certa tensão entre os conceitos institucional e substantivo da democracia existe por toda parte, mas articula-se de maneira específica no pensamento de cada país. Durante todo o século XX, a avaliação de que democracia só é “autêntica" quando estreitamente associada a avanços no plano da
igualdade foi compartilhada por correntes ideológicas diversas.
Endossar o conceito analítico da democracia como um arcabouço político-institucional, a meu ver correto, não significa que o corpo de hipóteses históricas e empíricas que explica a consolidação da democracia como sistema em casos concretos possa passar ao largo das desigualdades sociais e dos obstáculos culturais delas recorrentes. Como processo histórico, a evolução da democracia representativa deve ser compreendida como resultante de dois vetores. De um lado, a formação de uma autoridade central capaz de arbitrar disputas de poder, inclusive mediante a elaboração de uma complexa aparelhagem eleitoral; de outro, o crescimento econômico, com todas as implicações para a elevação do piso de bem-estar e desconcentração das posições de privilégio, status. Num período dilatado de tempo, tal processo propicia efetiva redistribuição de renda e riqueza, facilita o surgimento econômico e político de uma classe média e torna mais provável o fortalecimento da “sociedade civil".

Desde a Segunda Grande Guerra, o principal determinante da estabilidade democrática foi o crescimento econômico. Mesmo democracias que no início pareciam débeis foram se robustecendo à medida que ascendiam a níveis mais altos de renda per capita, melhoravam seus níveis educacionais e conseguiam atender as demandas básicas da população. Mas nada assegura que a configuração de fatores relevantes para a estabilidade permanecerá a mesma até, digamos, a metade do presente século. Na América Latina, o regime democrático sabidamente convive com níveis infamantes de desigualdade social, corrupção e criminalidade, e se beneficia cada vez menos da força moderadora de valores e instituições “tradicionais". Assim, até onde a vista alcança, a estabilidade e o vigor da democracia dependerão muito do desempenho do sistema político e do aprimoramento moral da vida pública.

(Adaptado de: LAMOUNIER, Bolivar. “Democracia: origens e
presença no pensamento brasileiro
. In: Agenda cultural. São
Paulo, Cia. das Letras, 2009. p. 148-150)

O segmento em que se restringe o sentido do termo imediatamente anterior encontra-se em:

  • A ... que o corpo de hipóteses... (3º parágrafo)
  • B .. status... (3º parágrafo)
  • C ... que no início pareciam débeis... (último parágrafo)
  • D ... estratificadas... (1º parágrafo)
  • E ... que consequência... (1º parágrafo)
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[Do espírito das leis]
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...)

O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador - Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da moral.


(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)

A razão invocada por Montesquieu para afirmar que Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico deve-se ao fato de que:

  • A as leis que regem o mundo físico acabam por ser menos previsíveis do que aquelas elaboradas pelos homens.
  • B os limites da natureza humana acabam levando os homens a criar leis que eles próprios modificam ou transgridem.
  • C o governo do mundo físico é a aspiração que têm os homens de controlarem tudo o que está ao seu alcance.
  • D mundo inteligente, governado por Deus, cumpre as leis que escapam completamente à jurisdição humana.
  • E o mundo inteligente, ao contrário do mundo físico, tem leis mais flexíveis e mais justas que as da natureza.
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Sobre a publicação de livros

Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777:

“Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.”

(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56)

A posição de Voltaire está corretamente resumida na seguinte frase:

  • A Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela divulgação de suas ideias.
  • B O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso constituir manifesta exigência do público.
  • C A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na instância do Estado deve ser administrada.
  • D Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos tribunais.
  • E A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo.

Matemática

11

A companhia de abastecimento de água de certa região divulga, em seu website, a seguinte tabela tarifária, vigente a partir de julho de 2015, na qual informa as tarifas mensais relativas ao consumo de água e ao tratamento de esgoto. A cobrança é sempre feita com base no consumo mensal de água e, se o imóvel for servido também por tratamento de esgoto, a companhia cobra por este último considerando que a água consumida retorna na forma de esgoto.

Até 10 m3 de Excedente a 10 m3 Excedente a 30 m3
de água consumida de água consumida de água consumida

Água (todas as localidades) R$ 30,54 R$ 4,58/ m3 R$ 7,81/ m3
Esgoto (Capital) R$ 25,96 R$ 3,89/ m3 R$ 6,64/ m3
Total (Capital) R$ 56,50 R$ 8,47/ m3 R$ 14,45/ m3
Esgoto (demais localidades) R$ 24,43 R$ 3,66/ m3 R$ 6,25/ m3
Total (demais localidades) R$ 54,97 R$ 8,24/ m3 R$ 14,06/ m3
Com o auxílio dessa tabela, considerando o consumo de água mensal e também a despesa relativa ao tratamento de esgoto, é possível conferir o valor da conta de água. Considere, por exemplo, uma residência da Capital, que é servida por água e esgoto e que, no mês de outubro de 2015, consumiu 24 m3 de água. Assim, o valor da conta de água dessa residência, referente a esse mês, deve ser de
  • A R$ 80,42.
  • B R$ 94,66.
  • C R$ 156,20.
  • D R$ 175,08.
  • E R$ 210,74.
12

Sabe-se que a lei que fornece a temperatura T, em grau Celsius, de ebulição da água de acordo com a altitude h, em metros, é T =100 -0,0034h. Dessa forma, a altitude em que a temperatura de ebulição da água é 72,8 °C é de

  • A 2 000 m.
  • B 4 000 m.
  • C 6 000 m.
  • D 8 000 m
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Certo dia, Saulo e Marieta abriram cada qual uma caderneta de poupança em um mesmo banco. Se o depósito inicial de Saulo foi R$ 15 000,00, o de Marieta foi R$ 7 800,00 e, ao final de um mesmo período, as duas cadernetas juntas renderam R$ 1 596,00, então a
diferença entre o rendimento de Saulo e o de Marieta foi de

  • A R$ 498,00.
  • B R$ 504,00.
  • C R$ 538,00.
  • D R$ 574,00.
  • E R$ 608,00.

Raciocínio Lógico

14

Na sequência 11; 13; 16; 26; 28; 31; 41; 43; 46; 56; 58; 61; 71; . . . a diferença entre o 35° termo e o 28° termo é igual a

  • A 29.
  • B 21.
  • C 42.
  • D 37.
  • E 32.

Matemática

15

O terreno de uma casa possui 32 metros de frente. Na planta dessa casa, a frente do terreno tem 8 cm, o que mplica dizer que a escala da planta é de :

  • A 1:4.
  • B 1:25.
  • C 1:250.
  • D 1:40.
  • E 1:400.

Atualidades

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Os conflitos no mundo árabe são destaque no noticiário internacional desde dezembro de 2010. Sobre tais conflitos é correto afirmar:

  • A Aconteceram no Norte da África e no Oriente Médio, em países que mantêm monarquias absolutas como forma de governo.
  • B Provocaram, de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011, a deposição dos presidentes da Mauritânia, do Iêmen, do Egito e da Líbia.
  • C Tiveram início no Egito e se espalharam para outros países do Oriente Médio, após a deposição de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011.
  • D Começaram na Tunísia, em dezembro de 2010, provocando a queda de Zine El Abidine Ben Ali, em 14 de janeiro de 2011.
  • E Não atingiram os países árabes governados por militares, nos quais houve apenas atos de protesto contra o desemprego.
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Considere as seguintes afirmações sobre a economia brasileira:

I. A desaceleração da economia brasileira tem estreita relação com a crise financeira internacional.

II. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro permanece estagnado porque cerca de 55% do seu valor tem origem no setor agropecuário.

III. O Brasil foi afetado pela queda das exportações de matérias-primas industriais e das commodities.

Está correto APENAS o que se afirma em

  • A I e III.
  • B I.
  • C I e II.
  • D II e III.
  • E II.
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A presidente da república negou, na noite desta segunda- feira (21/10), que o leilão sob o regime de partilha, represente uma privatização.

Segundo ela, as empresas privadas parceiras também serão beneficiadas, pois, ao produzir essa riqueza, vão obter lucros significativos, compatíveis com o risco assu- mido e com os investimentos que estarão realizando no país. Não podia ser diferente.

(Disponível em: http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/10/ e-bem-diferente-de-privatizacao-afirma-dilma.html>)

O leilão, destacado na notícia, tinha como foco

  • A as jazidas de ferro localizadas junto à serra de Carajás (PA), uma das áreas de mineração mais promissoras do mundo.
  • B os aeroportos internacionais do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, ambos necessitando de investimentos para a modernização.
  • C as rodovias federais que cruzam o interior do país e que são responsáveis pelo escoamento de commodities.
  • D os portos do Sul e Sudeste do país, considerados obsoletos e antieconômicos para os exportadores brasileiros.
  • E os campos de petróleo do pré-sal, vencido por um consórcio que tem, entre seus membros, a Petrobrás.
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De tempos em tempos, as expressões utilizadas pelos economistas se renovam e ganham novas palavras. Atualmente, o termo que domina o noticiário econômico é o "tsunami monetário", expressão criada pela presidente Dilma Rousseff.
(http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,entenda-a-expressao-tsunami-monetario,104906,0.htm)

A expressão foi criada para

  • A criticar as ações de países em crise que, para tentar estimular a economia, estão gerando um excesso de liquidez no mercado global.
  • B mostrar os efeitos negativos das catástrofes naturais, como a que ocorreu no Japão, em 2011, na economia mundial.
  • C destacar os problemas gerados pelas políticas protecionistas adotadas pelos países industrializados do hemisfério Norte.
  • D comentar as consequências da desvalorização das moedas dos países emergentes frente ao dólar e ao euro.
  • E repreender as nações ricas em crise pelas políticas de contenção de gastos com os setores sociais.
20
A escritora Alice Munro, de 82 anos, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura 2013, é uma das mais importantes contistas contemporâneas. Sem nenhum proselitismo feminista, ela rompe com padrões literários e insere elementos como recortes de jornais e cartas em seus textos, indo além da estrutura tradicional do conto.

(http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/sem-cate... /leia-um-
conto-de-alice-munro-a-nobel-de-literatura-de- 2013/)


Alice Munro tem nacionalidade
  • A espanhola.
  • B britânica.
  • C italiana.
  • D francesa.
  • E canadense.
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No mês de junho de 2012 foi realizada na cidade do Rio de Janeiro uma Conferência patrocinada pela ONU (Orga­nização das Nações Unidas): a Rio+20. O tema principal da conferência foi

  • A o desenvolvimento sustentável, com destaque para a preservação do meio ambiente.
  • B a energia, com destaque para os perigos provo­cados pela energia nuclear.
  • C a paz mundial, destacando-se as políticas de com­bate ao terrorismo.
  • D o crescimento da população mundial, destacando-se as políticas demográficas.
  • E o comércio mundial de alimentos, com destaque para a globalização.
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Recentemente, um grupo formado por várias personalidades brasileiras criou um movimento denominado Procure saber que provocou polêmicas fartamente divulgadas pela imprensa. Sobre esse movimento considere:

I. Um dos motivos da polêmica é a proibição de se publicar biografias de políticos vivos ou mortos.

II. O grupo fundador defende a necessidade de autorização prévia para a publicação de biografias.

III. Entre os principais defensores do movimento estão Caetano Veloso e Chico Buarque.

Está correto o que consta APENAS em

  • A I
  • B I e II.
  • C I e III.
  • D II.
  • E II e III.
23

As evidências de que o uso de combustíveis fósseis tem causado danos ambientais devido ao aquecimento global são irrefutáveis. A finitude dos recursos fósseis, aliada a estes danos ambientais, tem levado a humanidade a uma busca cada vez mais intensa por fontes de energia limpas e renováveis.

(VICHI, Flavio Maron; MANSOR, Maria Teresa Castilho. Energia, meio ambiente e economia: o Brasil no contexto mundial. Química Nova, São Paulo, 2009. v. 32, n. 3, p. 757-767)

Consideram- se fontes de energia renovável, entre outras,

  • A a força do vento e o carvão mineral.
  • B o etanol e os raios solares.
  • C a madeira e o xisto betuminoso.
  • D o gás natural e o biodiesel.
  • E o butano e a água dos rios.
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A iniciativa da Associação Nacional de Editores de Livros que buscava derrubar os dispositivos do Código Civil que têm permitido a censura de biografias ganhou resposta de uma agremiação cujos membros incluíam grandes "medalhões" da MPB.

(Adaptado de Veja, 25/12/2013. Ed. 2.353, ano 46 -n.52. p.99)

O grupo de artistas, a que se refere a notícia, recebeu a denominação de:
  • A Procure saber.
  • B Liberdade de Expressão
  • C Direito à privacidade.
  • D Resistência.
  • E Sem censura.
25

Nas últimas décadas, a estabilidade econômica fez com que o Brasil fosse um dos países que mais subissem no ranking das maiores economias mundiais. Em meio à crise que atingiu as nações europeias, o país ultrapassou a Itália e se tornou a sétima maior economia em 2010. No final do ano passado [2011], superou o Reino Unido e assumiu a 6ª posição do ranking, liderado por Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França.
(http://educacao.uol.com.br/disciplinas/atualidades/economia-em-marcha-lenta-brasil-perde-posto-de-sexta-economia-mundial.htm)

No ano de 2012, o Brasil perdeu a 6o posição, entre outros fatores, devido

  • A à desaceleração da economia e à desvalorização do real perante o dólar.
  • B à redução acentuada do mercado interno e ao aumento da dívida pública.
  • C à diminuição do setor terciário da economia e à crise na agroindústria.
  • D ao crescente déficit da balança comercial e ao sucateamento das indústrias.
  • E ao aumento do número de falências e à redução dos investimentos estrangeiros.

Direito da Criança e do Adolescente

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A respeito do contrato de estágio envolvendo a contratação de adolescente, pode-se afirmar:

  • A sua duração máxima não poderá exceder a dois anos, mesmo que em empresas diversas, salvo se tratar-se de adolescente com deficiência.
  • B não oferece direito a recesso remunerado em nenhuma hipótese.
  • C a idade mínima para que o adolescente realize estágio é de 14 anos, desde que esteja nos anos finais do ensino fundamental.
  • D permite a inscrição facultativa na Previdência Social, de responsabilidade do próprio estagiário.
  • E deve haver anotação na carteira de trabalho.
27

O contrato de aprendizagem e o de estágio possuem características muito próprias, apesar de ambos visarem seu valor educacional e o preparo para o mercado de trabalho. Com relação às suas semelhanças e diferenças, é correto afirmar:

  • A Os estagiários possuem todos os direitos do empregado comum, diferentemente do aprendiz.
  • B Em ambas as situações, não há diferenciação quanto à jornada do aprendiz e do estagiário.
  • C A duração do estágio e do contrato de aprendizagem não poderá exceder a dois anos, havendo exceção ao adolescente deficiente somente no último caso.
  • D As instituições de ensino e as partes cedentes de es- tágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado.
  • E No caso do estágio obrigatório, é compulsório o recebimento de bolsa ou outra forma de contraprestação.
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São linhas de ação da política de atendimento à criança e ao adolescente, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente:

  • A retomar práticas referentes à doutrina da situação irregular, protegendo crianças e adolescentes de sua condição de vulnerabilidade social.
  • B realizar campanha de estímulo ao acompanhamento sob forma de guarda e adoção de crianças ou adolescentes com deficiência, afastados do convívio familiar.
  • C adotar práticas higienistas, cuidando para que crianças e adolescentes não fiquem expostos a riscos, recolhendo-os da situação de rua, caso nessa condição se encontrem.
  • D produzir cursos e organizar eventos que indiquem à opinião pública que o sistema de responsabilização do adolescente pela prática de ato infracional se coaduna com a doutrina da indiferença penal.
  • E estimular o recrudescimento no trato com as famílias que foram incluídas em programas de transferência de renda, mas que não reverteram tal benefício em prol da educação de suas crianças e adolescentes.
29

No contexto da doutrina da proteção integral, o trabalho protegido diz respeito à

  • A garantia de acesso, treinamento e convivência ao trabalhador deficiente.
  • B proibição de trabalho em local prejudicial à formação e desenvolvimento do adolescente.
  • C proibição de trabalho em ambiente insalubre, penoso ou perigoso.
  • D garantia de matrícula e frequência a escola.
  • E proibição de trabalho em horário noturno e incompatível com a carga horária escolar.
30

Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, a respeito do direito à convivência familiar e comunitária,

  • A a tutela destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida liminarmente nos processos de adoção, exceto da adoção por estrangeiros.
  • B a colocação em família substituta deverá contar, obrigatoriamente, com o consentimento do adolescente, quando maior de 14 (catorze) anos.
  • C aos pais incumbe o dever de sustento dos filhos, mesmo que a guarda tenha sido deferida a terceiro.
  • D a adoção por estrangeiro é medida excepcional e somente poderá ser deferida por procuração no caso de o estágio de convivência ter se completado no Brasil.
  • E na adoção conjunta, é dispensável que os adotantes sejam ou tenham sido casados civilmente ou que tenham mantido ou mantenham união estável.
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No que concerne aos crimes praticados contra a criança e o adolescente, estabelecidos na Lei nº 8.069/90, é correto afirmar que

  • A não se aplicam as normas da Parte Geral do Código Penal.
  • B são tipificadas apenas condutas comissivas.
  • C não há previsão de delito culposo.
  • D são de ação pública incondicionada.
  • E são sempre apenados com reclusão.
32

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a falta ou a carência de recursos materiais

  • A constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar.
  • B não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar.
  • C permite a destituição ou suspensão do poder familiar uma vez que as partes não tem condições de constituir advogado.
  • D prevê que o juiz destitua o poder familiar prontamente e encaminhe a criança ou adolescente para a adoção.
  • E não autoriza o juiz a encaminhar a família a programas oficiais de auxílio.
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Vera, estudante de arquitetura, possui vinte anos de idade e é solteira. Em razão do falecimento de seu avô, através de testamento, ela herdou grande quantia em dinheiro e, atualmente, está financeiramente estável. Diante dessa situação e devido à sua grande vontade de ser mãe, Vera pretende adotar uma criança. Em regra, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, considerando a idade de Vera, ela

  • A possui capacidade para a adoção, mas terá que ser, pelo menos dez anos mais velha que o adotando.
  • B possui capacidade para a adoção, mas terá que ser, pelo menos, dezesseis anos mais velha que o adotando.
  • C possui capacidade para adoção, mas deverá, necessariamente, estar casada ou manter união estável.
  • D não possui capacidade para a adoção, uma vez que o referido Estatuto veda a adoção para menores de vinte e um anos de idade.
  • E não possui capacidade para a adoção, uma vez que o referido Estatuto veda a adoção para menores de vinte e cinco anos de idade.
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O adolescente, pela prática de ato infracional, segundo o Estatuto da Criança do Adolescente, pode receber medida socioeducativa de

  • A semiliberdade cujo prazo, fixado na sentença, não seja nem inferior a seis meses e nem superior a três anos.
  • B internação em estabelecimento terapêutico ou hospitalar, desde que seja portador de doença ou deficiência mental e o ato infracional tiver sido praticado mediante violência ou grave ameaça à pessoa.
  • C internação provisória por até noventa dias, desde que presentes os requisitos da necessidade imperiosa da medida e indícios suficientes de autoria e materialidade.
  • D liberdade assistida cumulada com medidas de orientação, apoio e acompanhamento temporário e de inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família.
  • E acolhimento sociofamiliar sempre que identificada a incapacidade dos genitores de prevenir a reiteração infracional.
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Considere as seguintes afirmações:

I. O Estado assegurará ensino fundamental, obrigatório e gratuito, desde que a criança se encontre na idade própria.

II. Será oferecido o ensino fundamental pelo Poder Público, cuja omissão ou oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

III. Os dirigentes de estabelecimento de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos e os de elevados níveis de repetência.

IV. O atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência se dará preferencialmente em estabelecimentos também especializados fora da rede regular de ensino.

V. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança.

Para assegurar o direito à educação da criança são corretas as afirmações

  • A I, II e III.
  • B I, III e V.
  • C II, III e IV.
  • D II, III e V.
  • E III, IV e V.

Pedagogia

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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) prevê que o ensino deverá ser ministrado com base em diversos princípios. Dentre eles, elenca o da valorização da experiência extra-escolar, fomentando que

  • A sejam incluídas matérias relacionadas à prática de esportes.
  • B sejam instaladas escolas de período integral.
  • C se garanta a gestão democrática do ensino público.
  • D se considere o patrimônio cultural que o aluno construiu fora da sala de aula.
  • E sejam ministradas aulas em locais externos ao prédio escolar.

Direito da Criança e do Adolescente

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No que diz respeito à apuração de irregularidades em entidade de atendimento, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,

  • A a multa e a advertência que vierem a ser impostas em procedimento de apuração serão aplicadas ao dirigente da entidade ou ao programa de atendimento.
  • B instaurado o procedimento, o dirigente será citado para, em 15 (quinze) dias, apresentar resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar provas.
  • C o procedimento para apuração de irregularidades terá início somente por portaria da autoridade judiciária.
  • D em caso de instauração do procedimento respectivo, haverá, imediatamente, o afastamento provisório de seu dirigente, em virtude da matéria.
  • E instaurado o procedimento administrativo de apuração, não mais caberá a fixação de prazo, pelo juiz, para a remoção das irregularidades.
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Em relação à medida socioeducativa de internação, prevista no inciso III do artigo 122 do ECA, sua aplicação só será possível diante do descumprimento reiterado e injustificável de medida socioeducativa

  • A que pode ter sido aplicada em sede de remissão judicial desde que o adolescente estivesse acompanhado de defesa técnica, podendo ser aplicada quando o adolescente, apesar de devidamente intimado, deixa de comparecer à audiência de justificação, desde que respeitado o devido processo legal e fundamentada em parecer técnico.
  • B que pode ter sido aplicada em sede de remissão judicial ou ministerial desde que o adolescente estivesse acompanhado de defesa técnica, sendo obrigatoriamente precedida da oitiva do adolescente, do devido processo legal, bem como fundamentada em parecer técnico.
  • C aplicada em sede de condenação pela prática de ato infracional, podendo ser aplicada quando o adolescente, apesar de devidamente intimado, deixa de comparecer à audiência de justificação, desde que respeitado o devido processo legal e fundamentada em parecer técnico.
  • D aplicada em sede de condenação pela prática de ato infracional, sendo obrigatoriamente precedida da oitiva do adolescente, do devido processo legal, bem como fundamentada em parecer técnico.
  • E que pode ter sido aplicada em sede de remissão judicial desde que o adolescente estivesse acompanhado de defesa técnica, sendo obrigatoriamente precedida da oitiva do adolescente, do devido processo legal, bem como fundamentada em parecer técnico.
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O Ministério Público do Rio Grande do Sul propõe ação de destituição do poder familiar cumulada com pedido de aplicação de medida de proteção para uma criança que se encontra na cidade de Porto Alegre temporariamente com o genitor, usuário de drogas e impossibilitado momentaneamente de assumir os cuidados da criança. Sua guarda provisória é, então, conferida ao irmão do genitor, também residente em Porto Alegre. Ocorre que, em questão de dias, a criança retorna aos cuidados da genitora na cidade de São Paulo, pessoa que sempre foi a responsável pelos seus cuidados. Diante do caso apresentado, para o julgamento da referida ação, é competente a comarca de

  • A São Paulo por ser o lugar de permanência habitual da criança, por interpretação do artigo 147 do ECA através dos princípios do juízo imediato e do melhor interesse da criança.
  • B Porto Alegre, por ser o local onde a criança encontrava-se em situação de risco e, portanto, onde ocorreu o dano.
  • C São Paulo, pois sempre será competente a comarca onde encontrar-se a criança, nos termos do artigo 147, inciso II do ECA.
  • D Porto Alegre, diante da perpetuação da jurisdição após a propositura da ação, sendo certo que a criança ali residia na data da propositura da ação, não podendo haver mudança de competência a cada mudança da criança.
  • E Porto Alegre, uma vez que a guarda legal, ainda que provisória, é do tio da criança que reside nesta cidade aplicando-se assim o artigo 147, inciso I do ECA.

Direito do Trabalho

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NÃO se aplica ao adolescente aprendiz

  • A a proibição do trabalho noturno, realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
  • B a proibição ao trabalho perigoso, insalubre ou penoso.
  • C a proibição ao trabalho realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.
  • D a proibição ao trabalho realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
  • E o prazo de duração do estágio, na mesma parte concedente, que não poderá exceder a 2 anos, exceto quando se tratar de portador de deficiência.

Direito da Criança e do Adolescente

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Com base na notícia veiculada em vários meios de comunicação, da contratação do menino argentino, Leonel Angel Coira, de sete anos, pelo clube espanhol de futebol Real Madrid, sem pagamento de salários, faça um paralelo em relação à legislação nacional, supondo que em igual situação se tratasse de atleta brasileiro, defendendo clube brasileiro e jogando no Brasil. Nesse caso,

  • A o contrato seria nulo porque firmado por pessoa com sete anos de idade, para qual é proibida qualquer forma de trabalho, sendo que a simples contratação de atleta para jogos, ainda que em categoria infantil, denota tal atividade.
  • B o contrato seria possível porque o atleta deveria jogar futebol respeitada a sua faixa etária (categoria), com caráter de aprendizado, a título gratuito, e o direito ao esporte se encontra arrolado dentre os direitos fundamentais da criança, nos termos do artigo 4o da Lei no 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
  • C a contratação não seria possível porque firmada diretamente com o atleta, menor de idade, que é absolutamente incapaz de acordo com o artigo 3o do Código Civil, e não através de seus pais ou responsáveis, considerando-se que é livre a associação a clubes e outras entidades associativas lícitas, nos termos do inciso XVII do art. 5o da CF.
  • D o contrato seria possível porque não se caracteriza trabalho, por parte do atleta, vez que não há o elemento de onerosidade.
  • E o contrato seria nulo porque visa a obtenção de lucro, pelo clube, com os jogos, porque é proibido o trabalho para criança dessa idade, além de se tratar de gerenciamento de carreira de atleta menor de idade, vetada pela nova redação da Lei Pelé.
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Compete ao Ministério Público, segundo o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente,

  • A conceder remissão como forma de extinção do processo.
  • B promover a oitiva informal de crianças e de adolescentes aos quais se atribui a autoria de ato infracional.
  • C requisitar, de qualquer pessoa, informações sobre fatos relevantes à defesa de direitos indisponíveis de crianças ou adolescentes, assinalando prazo não inferior a dez dias úteis para a resposta.
  • D aprovar o plano de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas que integram o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
  • E exercer as atribuições dos Conselhos Tutelares enquanto eles ainda não tiverem sido instalados.
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Nos crimes praticados contra a criança e o adolescente tipificados na Lei no 8.069/90,

  • A não prevista causa de aumento de pena para o delito de corrupção de menor de dezoito anos.
  • B aplicáveis as normas da parte especial do Código Penal.
  • C em alguns casos somente se procede mediante queixa.
  • D a expressão “cena de sexo explícito” pode não compreender a exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente.
  • E cominada pena de detenção para o ato de exibir, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional.
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Segundo a lei vigente, na adoção de crianças e adolescentes no Brasil,

  • A é possível seu deferimento a pretendente não cadastrado previamente nos termos da lei, sem vínculo de parentesco com o adotando, desde que já detenha sua guarda de fato e que, tratando-se de criança, tenha ela pelo menos 2 anos de idade.
  • B é indispensável a prévia decretação de perda do poder familiar do genitor vivo, não tendo relevância jurídica eventual concordância dos pais com a adoção, já que o poder familiar é irrenunciável.
  • C opera-se com um mesmo cadastro unificado de pessoas aptas a adotar, agregando, para fins de agilização na busca, pretendes locais, estaduais e nacionais, residentes dentro e fora do país.
  • D é obrigatória, no processo de habilitação, a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e Juventude que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo a adoção de crianças e adolescentes com perfil de difícil colocação.
  • E é obrigatório, no processo de habilitação, o contato dos pretendentes com crianças ou adolescentes acolhidos em condição de serem adotados.
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Enquanto etapa fundamental para o desenvolvimento da criança, a primeira infância demanda atenção especial por parte do poder público na elaboração de políticas que garantam sua proteção integral. Analise as assertivas abaixo quanto à rede de atendimento à primeira infância.

I. O serviço de convivência e fortalecimento de vínculos desenvolve atividades com crianças, seus grupos familiares, gestantes e nutrizes, tendo como objetivo especifico para esse público a reflexão sobre o papel da família no processo de desenvolvimento infantil.

II. É possível a concessão de benefício eventual subsidiário de até 25% (vinte e cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança de até 6 anos.

III. A educação infantil será oferecida em creches para crianças de até 5 (cinco) anos de idade.

IV. Nos termos da tipificação nacional de serviços socioassistencias (Resolução CNAS 109/2009), o acolhimento de crianças menores de 6 anos não pode se dar em família acolhedora para se evitar burlas ao Cadastro Nacional de Adoção.

Está correto o que se afirma APENAS em

  • A I e II.
  • B II e III.
  • C I e III.
  • D I, II e III.
  • E III e IV.

Gestão de Pessoas

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Uma ferramenta para perceber as necessidades do cliente é o rapport, que significa

  • A gerar confiança no cliente para poder opinar com maior segurança no momento em que o cliente necessitar de apoio.
  • B vender uma boa imagem da organização.
  • C entrar no mundo do cliente e fazer com que ele perceba que está sendo compreendido.
  • D receber o cliente bem.
  • E facilitar todo o processo de atendimento.

Atendimento ao Público

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No mundo intenso e competitivo do telemarketing, falar de maneira dinâmica e com autoridade pode, muitas vezes, significar a diferença entre o sucesso e o fracasso na prestação de serviços.

Considere:

I. Enunciar as palavras claramente.

II. Falar com velocidade.

III. Respirar corretamente.

IV. Usar vocabulário rebuscado.

Sobre as características relacionadas à prestação de serviços por telefone, está correto o que consta APENAS em

  • A II e III.
  • B I, II e IV.
  • C II, III e IV.
  • D I e III.
  • E I e IV.
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Considere as afirmações abaixo:

I. “A primeira impressão é a que fica”. Seja cordial e prestativo, saiba ouvir e falar na hora certa

PORQUE

II. o cliente observa a vestimenta, por isso é recomendável roupas discretas. Decotes e cores berrantes, dentre outros erros devem ser evitados, sob pena de perder a seriedade.

Neste caso,

  • A as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira
  • B as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
  • C a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
  • D a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
  • E as duas afirmações são falsas
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Atendimento ao cliente - Essas palavras significam muito. Responder a perguntas. Resolver problemas. Consertar o que se rompeu e encontrar o que foi perdido. Acalmar o cliente furioso e deixar o tímido à vontade. E, a cada caso, tirar um coelho da cartola: fazer com que as pessoas encontrem os produtos, os serviços e as soluções ideais para elas... e ajudá-las a se divertir e a aproveitar ao máximo o que adquiriram. - Ron Zemke.

São princípios de um bom atendimento, conforme o referido autor:
  • A confiabilidade e empatia.
  • B confiabilidade e produtos com garantia.
  • C confiabilidade e serviços.
  • D empatia e produtos com garantia
  • E empatia e serviços.
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É através de uma conversa ao telefone que, muitas vezes, se cria a primeira impressão. Dentre as regras de bom atendimento telefônico está

  • A ter a voz grossa, para transmitir segurança e firmeza.
  • B atender dizendo um minuto por favor.
  • C chamar de querido(a), porque esqueceu de anotar o nome correto.
  • D desligar o telefone, após atender a solicitação, antes do cliente, que foi quem ligou.
  • E atender a ligação até o 3o toque.