Resolver o Simulado Professor - Nível Superior

0 / 29

Literatura

1

No século XIX, vários movimentos literários ocorreram no Brasil. Entre eles, está o Naturalismo, que tem como seu maior expoente o maranhense Aluísio Azevedo, autor do fragmento abaixo.

“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado diante daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes piores e mais grossas do que serpentes miravam por toda parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo e abalando tudo.”
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 33.

A partir dessas informações, escolha a opção correta acerca da obra desse autor.

  • A Sua obra demonstra especial aversão por tipos estranhos ou marginalizados, apresentando, na maioria das vezes, personagens marcadas pela perfeição moral e física.
  • B Seus romances mais famosos estão situados no espaço rural e denunciam as precárias condições de vida do homem no campo, oprimido pelo latifúndio e pela exploração.
  • C Suas obras de caráter místico se caracterizam pela abordagem de problemas sociais, que, ao final, resolvem-se por meio da intervenção divina.
  • D Seus romances exaltam as belezas da mulher brasileira e de nossas paisagens, que são também descritas como perfeitas e únicas.
  • E Suas obras, muitas vezes, aproximam-se de proposições científicas vigentes à época, para tentar explicar as ações humanas, situadas em um contexto de degradação.
2

Sobre o poema “Remissão”, transcrito abaixo, publicado no livro Fazendeiro do ar, do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade,

  • A é um soneto dividido em dois quartetos e dois tercetos, cujo tema é a angústia decorrente da perda da mulher amada, que morreu muito cedo.
  • B o uso do soneto é típico do Modernismo brasileiro da década de 20, que questiona as rígidas normas de elaboração literária.
  • C trata-se de um metapoema, um poema que tematiza o fazer poético, algo recorrente na obra drummondiana, como se verifica pelo uso de diversas expressões e palavras.
  • D é um soneto, com versos decassílabos, no qual o sujeito poético afirma que não há nenhuma relação entre memória e poesia, como se verifica no primeiro quarteto.
  • E este soneto aborda a relação do sujeito poético com a poesia de modo categórico, sem elaborar nenhuma pergunta, como se depreende da leitura do segundo quarteto e do último terceto.

Português

3
Buzinas. Máquinas. Sirenes. A modernidade grita. Na rua, os sons entorpecem os nossos sentidos, mas quase nem mais os percebemos nesta sinfonia diária de ruídos. Dentro de casa, muitas vezes nos refugiamos junto ao barulho: música alta, televisão ligada, eletrodomésticos em funcionamento. Ainda há lugar para o silêncio no nosso mundo de hoje? Dentro da literatura, há. E sempre houve. Literatura que também denunciou outros silêncios, como aquele forjado pelas ditaduras. Concentre-se e escute o som do silêncio, ao responder as questões que seguem nesta prova.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia a crônica Um pouco de silêncio, de Lya Luft, e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade. Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. (...) Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho. Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação. Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma. Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se a amizade ou o amor se arrumasse em loja. (...) Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Pensamos logo em depressão: quem sabe terapia e antidepressivos? Uma criança que não brinca ou salta ou participa de atividades frenéticas está com algum problema. O silêncio assusta-nos por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se observa outro ângulo de nós mesmos. (...) O silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de vermos quem – ou o que – somos, adiamos o confronto com a nossa alma sem máscaras. Mas, se aprendermos a gostar um pouco de sossego, descobrimos – em nós e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente negativas. Nunca esqueci a experiência de quando alguém me pôs a mão no meu ombro de criaça e disse: – Fica quietinha um momento só, escuta a chuva a chegar.(...) Então, por favor, deem-me isso: um pouco de silêncio bom, para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito para além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.

( ) No excerto, é possível perceber a crítica da autora ao isolamento de certos indivíduos, que não conseguem viver em comunidade.
( ) A crônica tem um caráter pedagógico, uma vez que faz um alerta sobre crianças com problemas de socialização, que não brincam, não pulam, não se divertem juntamente às demais.
( ) A autora insinua, em diferentes momentos do texto, a extrema preocupação que as pessoas têm com a opinião dos outros.
( ) A narradora associa o silêncio com a capacidade de reflexão ao olhar para si mesmo.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
  • A V – V – V – V
  • B V – F – V – V
  • C F – F – V – V
  • D V – F – F – F
  • E F – V – F – F
4
– Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.

Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.

Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:

– Você é um bicho, Fabiano.


Do trecho acima, de Vidas Secas , obra de Graciliano Ramos, pode-se admitir que
  • A é delimitado pelo discurso direto e pelo vocativo, sem apresentar antagonismo na nomeação do personagem.
  • B se marca pelo discurso descritivo que se faz presente na caracterização do personagem e de seu contexto.
  • C tem no discurso narrativo a base do texto, inexistindo qualquer outro tipo de caracterização.
  • D revela oposição entre homem e bicho, circunscrita apenas no uso do discurso indireto livre.
  • E apresenta um narrador de terceira pessoa que impede o uso do monólogo interior e submete o personagem ao seu controle onisciente.
5

Leia o trecho inicial da crônica O lixo, de Luis Fernando Verissimo:

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.

- Bom dia...
- Bom dia.
-A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
- É .
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...

Pode-se afirmar que a função de linguagem que predomina nesse trecho é a:

  • A referencial.
  • B fática.
  • C emotiva.
  • D conativa.
6
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere o seguinte excerto do texto Silêncio, de Clarice Lispector, e as afirmativas que seguem.

É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. (...) Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece. O coração bate ao reconhecê-lo. Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. (...) Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror – o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio. Que se espere. Não o fim do silêncio, mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora. Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo – de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia – ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.

I. A autora sugere a dificuldade do homem de ficar em silêncio.
II. Alguns de nossos sentidos tornam-se mais aguçados em momentos de absoluto silêncio.
III. A autora aponta que a fuga para a cidade é a forma de, afinal, vencer o silêncio.
IV. Em determinada passagem, a narradora personifica o silêncio.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
  • A I, apenas.
  • B II e III, apenas.
  • C III e IV, apenas.
  • D I, II e IV, apenas.
  • E I, II, III e IV.
7

Leia a estrofe abaixo:

Um dia que o gado
No prado guardava,
Amor me aparece
Com arco e aljava.

Os versos acima apresentam algumas características próprias da escola literária a que pertencem. Não é característica dessa escola:

  • A a linguagem rebuscada
  • B o resgate da mitologia clássica.
  • C o bucolismo.
  • D a simplicidade.

Literatura

8

O hiperacúmulo de detalhes, a observação e análise social e o espírito científico são características próprias da escola literária denominada:

  • A Simbolismo
  • B Realismo naturalista.
  • C Arcadismo.
  • D Parnasianismo

Português

9

Leia os versos das Liras, de Tomás Antônio Gonzaga, para responder à questão.

Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
para a glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!

(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)


Analisando os elementos empregados pelo eu lírico para a descrição da mulher amada, conclui-se que ele

  • A recorre a padrões estéticos de origem europeia.
  • B recobre os valores europeus com a cor local.
  • C utiliza estritamente os elementos nacionais.
  • D mescla elementos nacionais, populares e eruditos.
  • E usa elementos não nacionais de forma caricata.
10

Leia os versos das Liras, de Tomás Antônio Gonzaga, para responder à questão.

Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
para a glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!

(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)


Nos versos, o eu lírico retrata a mulher amada de forma

  • A negativa, estando o lado físico a suplantar o lado espiritual.
  • B depreciativa, retirando da Natureza elementos que a erotizam.
  • C graciosa, pintando-a como um ser simples, mas sensual.
  • D ambígua, sendo divina e, mesmo assim, atraente.
  • E idealizada, buscando na Natureza as cores para pintá-la.
11

Texto

Férias – cuidados com crianças


O verão começou no dia 21 de dezembro e a estação é sinônimo de férias escolares para crianças. Mas elas precisam de cuidados redobrados para curtir o sol, praia, piscinas e parques com segurança. Por isso, os pais devem se informar para evitarem doenças e acidentes comuns nesta época do ano.
Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que significa que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário. Quando se fala em crianças, o assunto fica ainda mais sério. Como as crianças são mais sensíveis que adultos, é preciso atenção para exposição a raios solares e a adoção de cuidados especiais.
[...]

Roupas adequadas

Devido ao calor e ao aumento da sudorese (suor), as roupas devem ser de algodão, finas e folgadas de modo a
permitir uma maior ventilação, facilitando a evaporação do suor. Roupas íntimas também devem ser de algodão, evitando- se tecidos sintéticos.
Na praia, sungas e biquínis são os trajes ideais, porém deve-se tomar cuidado com o hábito de ficar com a roupa
molhada após sair da praia, isso favorece o surgimento de micoses da pele.
As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta. Para a prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas pode levar a problemas de pele.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/4535/-1/os- cuidados-para-curtir-o-verao-com-as-criancas.html. Acesso em: 08/01/2015,
adaptado)


No primeiro parágrafo, ao dizer “Por isso, os pais devem se informar”, com a palavra em destaque o texto faz referência:
  • A apenas aos homens que são pais.
  • B a mulheres e homens que possuem filhos.
  • C a homens que pretendem ter filhos.
  • D a todas as pessoas, pois possuem pais.
12
Por que educação é importante?


Para um indivíduo prosperar, basta que ele consiga um trabalho. Mas, para a sociedade progredir, é preciso que as pessoas façam seu trabalho, ou seja, que efetivamente criem bens e serviços.
Essa diferença já era conhecida dos economistas clássicos. Frédéric Bastiat (1801-50), em seus impagáveis “Sofismas Econômicos”, imagina uma petição ao rei para que todos os súditos sejam proibidos de usar a mão direita. A razão do pedido é explicada na forma de silogismo: quanto mais uma pessoa trabalha, mais rica ela fica; quanto mais dificuldades precisa superar, mais trabalha; logo, quanto mais dificuldades uma pessoa tem de superar, mais rica ela se torna.
Quando a coisa é colocada assim de forma escancarada, percebemos o ridículo da situação. O problema é que raciocínios muito parecidos com esse, quando vendidos sob a palavra de ordem da preservação de empregos, ganham sólido apoio popular. Esse é, na opinião de Bryan Caplan, uma espécie de viés econômico que compromete a noção de democracia.
Fazendo coro a Bastiat e a outros economistas ortodoxos, Caplan sustenta que, enquanto a população vê o desemprego como “destruição de postos de trabalho”, especialistas nele veem a “essência do crescimento econômico, a produção de mais com menos”. Um exemplo esclarecedor é o da evolução da mão de obra agrícola nos EUA: “Em 1800, era preciso utilizar quase 95 de 100 americanos para alimentar o país. Em 1900, 40%. Hoje, 3% ... Os trabalhadores que deixaram de ser necessários nas fazendas foram usados na produção de casas, móveis, roupas, cinema ...”.
E onde entra a educação nessa história? Uma força de trabalho intelectualmente preparada não apenas produz com maior eficiência como ainda pode ser mais facilmente readaptada para outras funções, quando seus trabalhos se tornam obsoletos. Cada vez mais, a educação se torna matéria-prima do crescimento.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 08 de janeiro de 2014)


A resposta à pergunta contida no título do texto – Por que educação é importante? – pode ser encontrada na seguinte frase do texto:

  • A Uma força de trabalho intelectualmente preparada (...) produz com maior eficiência (e) pode ser mais facilmente readaptada para outras funções,...
  • B Para um indivíduo prosperar, basta que ele consiga um trabalho.
  • C ... quanto mais dificuldades precisa superar, mais trabalha; logo, quanto mais dificuldades uma pessoa tem de superar, mais rica ela se torna.
  • D ... especialistas nele [no desemprego] veem a “essência do crescimento econômico, a produção de mais com menos”.
  • E “Os trabalhadores que deixaram de ser necessários nas fazendas foram usados na produção de casas, móveis, roupas, cinema...”.
13

O real poder da ciência 

Desde que se conhece por gente, a espécie humana busca explicações para o mundo ao seu redor. Durante boa parte dessa história,  elas  foram  simplistas  –  bastava  atribuir  ao incompreendido a mão  invisível de um  criador  supremo, e  tudo estava resolvido. 
O  advento  da  ciência  mudou  esse  cenário.  Os  fenômenos naturais  passaram  a  ser  tratados  como  tais,  e  os  mistérios  do cosmo  começaram  a  ser  revelados  por  meio  da  razão  e  da linguagem universal da matemática. 
Como  seria  de  se  esperar,  as  respostas  que  a  ciência  traz sobre  a  vida,  o Universo  e  tudo mais  são  bem mais  intrincadas que  as  dadas  outrora  pelos  caminhos  da  fé.  Para  serem compreendidas, elas dependem da alfabetização científica, e por essa razão até hoje há muitos que preferem repudiá-las, em favor 
de uma visão puramente mística do mundo. 
Convenhamos:  não  é mais  possível  hoje  a  qualquer  pessoa educada repudiar a evolução das espécies pela seleção natural ou as  transformações do Universo desde um estado muito quente, denso  e  compactado,  quase  14  bilhões  de  anos  atrás.  Para alguns, até hoje, aceitar esses  fatos equivale a uma agressão ao pensamento religioso. Nada poderia estar mais longe da verdade. 
A ciência é,  indisputavelmente, o melhor  instrumento para a compreensão do Universo. É a única forma de conhecimento que fornece  o  poder  da  previsibilidade  e  da  intervenção  sobre  as forças da natureza. Apesar disso, ela não é onipotente. Ao usar a ciência para estudar a natureza, o ser humano acaba chegando a mistérios  de  outra  ordem,  cuja  explicação  com  toda probabilidade está fora do alcance do método científico. 
Ou  seja:  ao  explorar  cientificamente  o  mundo,  nós aprofundamos  nossa  relação  com  o  desconhecido,  em  vez  de destruí-la. 

(SUPERINTERESSANTE, edição 324-A) 



Nada poderia estar mais longe da verdade”. 

Com essa frase, o autor do texto quer dizer aos leitores que

  • A a verdade religiosa foi superada pelos fatos científicos.
  • B o misticismo perdeu terreno diante de descobertas científicas.
  • C a religião e a ciência não se opõem.
  • D a ciência é, logicamente, a maior adversária da fé.
  • E a religião é uma impossibilidade diante da verdade científica.
14

Escrever é fácil?

Para estimular crianças e jovens a escrever, há quem diga que escrever é fácil: basta pôr no papel o que está na cabeça. Na maioria das vezes, porém, este estímulo é deveras desestimulante.

Há boas explicações para o desestímulo: se a pessoa não consegue escrever, convencê-la de que escrever é fácil na verdade a convence apenas da sua própria incompetência, a convence apenas de que ela nunca vai conseguir escrever direito; não se escreve pondo no papel o que está na cabeça, sob pena de ninguém entender nada; quem escreve profissionalmente nunca acha que escrever é fácil, nem mesmo quando escreve há muito tempo — a não ser que já escreva mecanicamente, apenas repetindo frases e fórmulas.

Via de regra, nosso pensamento é caótico: funciona para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na cabeça. Para entender o nosso próprio pensamento, precisamos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o pensamento segundo um código comum e então, finalmente, o entendemos, isto é, nos entendemos. Não à toa o jagunço Riobaldo, personagem do escritor Guimarães Rosa, dizia: professor é aquele que de repente aprende.

Todo professor conhece este segredo: você entende melhor o seu assunto depois de dar sua aula sobre ele, e não antes. Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento exponencialmente a minha compreensão a respeito. Motivado pelas expressões de dúvida e até de estupor dos alunos, refino minhas explicações e, ao fazê-lo, entendo bem melhor o que queria dizer. Costumo dizer que, passados tantos anos de profissão, gosto muito de dar aula, principalmente porque ensinar ainda é o melhor método de estudar e compreender.

Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo de alunos que não conheço, pelo menos no começo dos meus cursos, quem escreve o faz para ser lido por leitores que ele potencialmente não conhece e que também não o conhecem. Mesmo ao escrever um diário secreto, faço-o imaginando um leitor futuro: ou eu mesmo daqui a alguns anos, ou quem sabe a posteridade. Logo, preciso do outro e do leitor para entender a mim mesmo e, em última análise, para ser e saber quem sou.

Exatamente porque esta relação com o outro, aluno ou leitor, é tão fundamental, todo professor sente um frio na espinha quando encontra uma nova turma, não importa há quantos anos exerça o magistério. Pela mesma razão, todo escritor fica “enrolando” até começar um texto novo, arrumando a escrivaninha ou vagando pela internet, não importa quantos livros já tenha publicado. Pela mesmíssima razão, todo aluno não quer que ninguém leia sua redação enquanto a escreve ou faz questão de colocá-la debaixo da pilha de redações na mesa do professor, não importa se suas notas são boas ou não na matéria.

Escrever definitivamente não é fácil, porque nos expõe no momento mesmo de fazê-lo. [...] Quem escreve sente de repente todas as suas hesitações, lacunas e omissões, percebendo como o seu próprio pensamento é incompleto e o quanto ainda precisa pensar. Quem escreve de repente entende o quanto a sua própria pessoa é incompleta e fraturada, o quanto ainda precisa se refazer, se inventar, enfim: se reescrever.

Para apresentar o ponto de vista desenvolvido no segundo parágrafo, o autor emprega o seguinte recurso de organização de ideias:

  • A enumeração
  • B comparação
  • C descrição
  • D gradação
  • E relato
15
Inadimplência do consumidor recua em agosto

O indicador de Inadimplência aponta alta de 7% na comparação com mesmo mês do ano passado, o menor ritmo de expansão nesta base de comparação desde agosto de 2010.

Wladimir D'Andrade, da Agência Estado

A inadimplência do consumidor recuou 0,2% na passagem de julho para agosto deste ano, a terceira queda mensal consecutiva, informou a Serasa Experian. O Indicador de Inadimplência do Consumidor aponta alta de 7% na comparação com mesmo mês do ano passado, porém este é o menor ritmo de expansão nesta base de comparação desde agosto de 2010. Além disso, no ano até agosto, a inadimplência cresceu 16,2%, ritmo bem menor que o verificado no mesmo período de 2011, quando o
indicador teve alta de 23,4%.
De acordo com a Serasa Experian, os dados "confirmam que a inadimplência do consumidor está
perdendo fôlego
", em razão da redução das taxas de juros no crédito, renegociação de dívidas, lotes recordes de restituição do Imposto de Renda e antecipação da primeira parcela do 13º salário aos aposentados e pensionistas realizada na última semana de agosto.
Os resultados também mostram diferentes cenários. Nos primeiros oito meses do ano passado, a
inadimplência era crescente por causa da expansão do endividamento de 2010 e dos juros mais altos. Já no mesmo período deste ano, o quadro de redução dos juros e o baixo consumo contribuíram para uma reversão do indicador, avaliou a empresa, em nota distribuída à imprensa.
As dívidas com bancos e os cheques sem fundos puxaram para baixo a queda da inadimplência em agosto, com variações negativas de 1,3% e 2,9%, respectivamente. Os títulos protestados recuaram 0,8%. E a queda no indicador geral só não foi maior porque as dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) apresentaram alta de 1,5%.

(Disponível em www.estadao.com.br)

Sobre a forma verbal "puxaram", que aparece em destaque no último parágrafo do texto, pode-se afirmar que:

  • A Seu radical é puxar-.
  • B O tema é puxara-.
  • C Descontextualizada, pode pertencer a mais de um tempo do Indicativo.
  • D Não possui vogal temática, bem como suas desinências estão todas suprimidas.
  • E Está no Modo Imperativo, no Negativo.
16

Leia o texto para responder à questão.

Fôlego e Classe

Muita gente me pergunta: mas o que vai você fazer no futebol? Divertir-me, digo a uns. Viver, digo a outros. E sofrer, diriam os meus correligionários flamengos. Na verdade, uma partida de futebol é mais alguma coisa que um bater de bola, que uma disputa de pontapés. Os espanhóis fizeram de suas touradas espécie de retrato psicológico de um povo. Ligaram-se com tanta alma, com tanto corpo aos espetáculos selvagens que com eles explicam mais a Espanha que com livros de sociólogos. Os que falam de barbarismo em relação às matanças de touros são os mesmos que falam de estupidez em relação a uma partida de futebol. E então generalizam: é o momento da falta de espírito admirar-se com o que homens fazem com os pés. Ironizam os
que vão passar duas horas vendo as bicicletas de um Leônidas, as “tiradas” de um Domingos. Para esta gente tudo isso não passa de uma degradação. No entanto, há uma grandeza no futebol. Não é ele só o espetáculo que nos absorve, que nos embriaga, que nos arrasa, muitas vezes, os nervos. Há na batalha dos vinte e dois homens em campo uma verdadeira exibição da diversidade da natureza humana submetida a um comando, ao desejo de vitória. Os que estão de fora gritando, vociferando, uivando de ódio e de alegria, não percebem que os heróis estão dando mais alguma coisa que pontapés, cargas de corpos; estão usando a cabeça, o cérebro, a inteligência. Para que eles vençam se faz preciso um domínio completo de todos os impulsos que o homem que é lobo seja menos lobo, que os instintos devoradores se mantenham em mordaça.[...]
Mas, mais do que os homens que lutam no gramado, há o espetáculo dos que trepam nas arquibancadas, dos que se acomodam nas cadeiras de pistas. Nunca vi tanta semelhança entre tanta gente. Todos os setenta mil espectadores que enchem um “Fla-Flu” se parecem, jogam os mesmos insultos, dão os mesmos gritos. Neste sentido, o futebol é como o carnaval, um agente de confraternidade. Liga os homens no amor e no ódio. [...]

(José Lins do Rego. www.fliporto.net. Adaptado. Acessado em 10.04.2014)

Considerando o emprego do pronome relativo e a regência verbal, assinale a alternativa cuja frase está correta, segundo a norma-padrão da língua portuguesa.

  • A Há gritos nas arquibancadas, que ficam os espectadores.
  • B O narrador era fã de Domingos, cujas “tiradas” admirava.
  • C Ficaram conhecidas as bicicletas de Leônidas, que se refere o narrador.
  • D Os espanhóis defendem as touradas, cujas são uma espécie de retrato psicológico do país.
  • E Para o narrador, o campo de futebol é o lugar o qual se pode divertir e viver.
17

O Rio ganhou dois presentes da história

Há muito tempo o Rio de Janeiro não recebia notícias
tão boas de seu passado. É provável que uma equipe de ar-
queólogos do Museu Nacional tenha encontrado nas escava-
ções da zona portuária as lajes de pedra do cais do Valongo.
Entre 1758 e 1851, por aquelas pedras passaram pelo menos
600 mil escravos trazidos d\'África. Metade deles tinham entre 10
e 19 anos.
Devolvido à superfície, o cais do Valongo trará ao sé-
culo 21 o maior porto de chegada de escravos do mundo. Se
ele foi soterrado e esquecido, isso se deveu à astuta amnésia
que expulsa o negro da história do Brasil. A própria construção
do cais teve o propósito de tirar do coração da cidade o mer-
cado de escravos.
A região da Gâmboa tornou-se um mercado de gente,
mas as melhores descrições do que lá acontecia saíram todas
da pena de viajantes estrangeiros. Os negros ficavam expostos
no térreo de sobrados da rua do Valongo (atual Camerino). Em
1817, contaram-se 50 salas onde ficavam 2.000 negros (peças,
no idioma da época). Os milhares de africanos que morreram
por conta da viagem ou de padecimentos posteriores foram jo-
gados numa área que se denominou Cemitério dos Pretos
Novos.
O segundo presente são os dois volumes de "Geo-
grafia Histórica do Rio de Janeiro - 1502-1700", do professor
Mauricio de Almeida Abreu. É uma daquelas obras que só apa-
recem de 20 em 20 anos. (O livro de Karasch, que está na
mesma categoria, é de 1987.)
Ele leu tudo e, em diversos pontos controversos, de-
sempatou controvérsias indo às fontes primárias. Erudito, bem
escrito, bem exposto, é um prazer para o leitor. Além disso, os
dois pesados volumes da obra estão criteriosamente ilustrados.


(Adaptado de Elio Gaspari, FSP, 09/03/2011, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0903201104.htm)

Ao referir-se à astuta amnésia que expulsa o negro da história do Brasil (2o parágrafo), o autor

  • A amenta a falta de memória dos próprios negros em relação ao papel fundamental que os escravos desempenharam na história do Brasil.
  • B alude à retirada dos escravos através do cais do Valongo, que foram então enviados do Brasil para diversos lugares no mundo todo.
  • C demonstra empatia para com os historiadores que, diante do horror da escravidão, optaram pelo apagamento de tudo o que é relacionado à história do negro no Brasil.
  • D constata que, em nossa historiografia, o ponto de vista dos descendentes dos escravocratas tem prevalecido sobre o daqueles que têm origem negra.
  • E critica o deliberado esquecimento, por parte da historiografia brasileira, de tudo o que se vincula à presença do negro em nosso passado.
18
Em nossos dias a imigração provoca um alarme exagerado em muitos países europeus, entre os quais a França, onde esse medo explica em boa parte o elevadíssimo número de votos que a Frente Nacional obteve no primeiro turno das eleições presidenciais passadas. Esses temores são absurdos e injustificados, pois a imigração é indispensável para que as economias dos países europeus, de demografia estancada ou decrescente, continuem crescendo, e os atuais níveis de vida da população se mantenham ou se elevem. A imigração, por isso, em vez do fantasma que habita os pesadelos de tantos europeus, deve ser entendida como uma injeção de energia e força laboral e criativa para a qual os países ocidentais devem abrir as portas, trabalhando pela integração do imigrante. Mas, claro, sem que a mais admirável conquista dos países europeus, que é a cultura democrática, seja prejudicada, e, sim, ao contrário, que se renove e enriqueça com a adoção desses novos cidadãos. São estes que têm de se adaptar às instituições da liberdade, e não estas acomodar-se a práticas ou tradições incompatíveis com elas. Todas as culturas, crenças e costumes devem ter lugar numa sociedade aberta, desde que não colidam com os direitos humanos e os princípios de tolerância e liberdade que constituem a essência da democracia.

(Adaptado de Mário Vargas Lhosa. A civilização do espetáculo. Trad.
Ivone Benedetti. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012, formato ebook)


... para que as economias dos países europeus, de demografia estancada ou decrescente, continuem crescendo...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está empregado em:

  • A ... que constituem a essência da democracia.
  • B ... que habita os pesadelos de tantos europeus...
  • C ... e os atuais níveis de vida da população se mantenham...
  • D São estes que têm de se adaptar...
  • E ... para a qual os países ocidentais devem abrir as portas...
19

Leia o texto para responder à questão.

Tenho dormido muito mal. Meu prédio é tombado, metido a joia arquitetônica da cidade e não pode ter aquele layout externo grotesco dos ares-condicionados pendurados pra fora (na real, acho bom). Até tentei fazer uma gambiarra e deixar o split na área de serviço, com sua boca quente de dragão do bem voltada para uma janela escancarada. Contudo, a patuscada só faria sentido se o serviço pudesse ser executado nas paredes do meu quarto e do escritório. Resposta negativa: “é tudo viga, dona". Daí tentei na parede central da sala e... não pode, todos os canos do lavabo passam por ali. Em suma: tenho dormido muito mal. E, dada a loucura de dormir em sofrimento, sonhado coisas espetaculares.
Noite passada sonhei que eu tinha uns 16 anos (e era uma espécie de Lolitinha safada e alcoólatra, e não a adolescente nerd e careta que fui) e, por alguma razão divina, mamãe, preocupada com meus ataques sonâmbulos e constantes ao bar da casa (detalhe: nem eu bebo, nem a casa dos meus pais tinha um bar), contratou dois psicanalistas para me ajudar.
Eles vinham à noite e eram lindos, jovens e surfistas. Me atendiam sem camisa, com uma bermuda de motivos havaianos e a gente enchia a lata de vodca Absolut de pera bem gelada e ficava falando sobre Freud e mergulho no Caribe. Eu deitava entre os dois e eles me ensinavam “como me libertar das amarras familiares e da prova de física ótica" enquanto faziam carinho só com a ponta dos dedos na minha barriga. Obrigada, aquecimento global. Foi mal, urso polar, mas a coisa tá mesmo pegando fogo.

(Tati Bernardes, Sonhos de uma noite insuportável. Folha de S.Paulo, 23.01.2015).
Observe o emprego dos dois pontos e das aspas nos trechos em destaque – Resposta negativa: “é tudo viga, dona". Daí tentei na parede central da sala e... não pode, todos os canos do lavabo passam por ali. Em suma: tenho dormido muito mal.

De acordo com a norma-padrão, deve-se afirmar que
  • A no primeiro trecho os dois pontos sinalizam uma citação direta de discurso, sendo esta marcada pelas aspas.
  • B em ambos os trechos os dois pontos sinalizam a introdução de uma frase sintetizando ideias da autora, que serão apresentadas.
  • C as aspas sinalizam uma frase de caráter explicativo, pontuação essa necessária em ambos os trechos após dois pontos.
  • D no segundo trecho os dois pontos introduzem uma fala da narradora, fala essa que deveria estar entre aspas.
  • E em ambos os trechos os dois pontos poderiam ser substituídos por travessão, tendo em vista que introduzem a fala da narradora.
20
Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade - entre várias - de se adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” - que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema - também batizado pelos sociólogos como o do “favor” - não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com nosso modo tão jeitoso de viver.
É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo - e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança
.

(Abelardo Trabulsi, inédito)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinhado na frase:

  • A As soluções postas em prática pelo jeitinho brasileiro não (deixar) de intrigar os estrangeiros, que não entendem tamanha informalidade.
  • B Mesmo os brasileiros a quem que não (ocorrer) valer-se do jeitinho sabem reconhecê-lo como uma prática social até certo ponto legítima.
  • C Os avanços da tecnologia, sobretudo os da informática, (conspirar) contra a prática tradicional do jeitinho brasileiro.
  • D Acredita-se que a transparência dos meios de comunicação (tender) a se converter numa espécie de inimiga mortal da informalidade.
  • E Informalidade, sistema de favor, jeitinho, muitas são as denominações que se (aplicar) a um mesmo fenômeno social.

Direito Administrativo

21

As agências reguladoras têm natureza jurídica de

  • A empresa pública com estruturação orgânica e funcional em nível constitucional.
  • B modelo descentralizado, regulatório, vinculado a uma empresa pública especialmente criada para esse fim.
  • C órgão federal, integradas por entidades dotadas de características não uniformes, variáveis dentro de determinados limites.
  • D órgão integrante de administração direta, configurando-se em regime de autonomia econômico-financeira, por meio de receitas próprias.
  • E pessoas jurídicas de direito público, classificadas como autarquias especiais, condição essencial para que desempenhem efetivamente seu papel.
22

Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera.
Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado

  • A será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros.
  • B será responsabilizado, com base na teoria do risco integral.
  • C somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha condições financeiras.
  • D não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público.
23

À luz da jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção correta em relação ao controle dos atos da administração pública e a servidores públicos.

  • A Segundo jurisprudência do STF, entidades da administração pública direta podem adotar, para contratação de pessoal, tanto o regime estatutário quanto o regime celetista, conforme a complexidade do cargo a ser ocupado.
  • B Não é admitida a acumulação de proventos de duas aposentadorias decorrentes do exercício de um cargo de professor e do de um cargo técnico ou científico.
  • C Segundo entendimento do STF, o candidato aprovado em concurso público tem direito líquido e certo de ser nomeado não apenas em relação às vagas especificadas no edital de abertura do concurso, mas também em relação às que surjam em decorrência da vacância de cargos no período de vigência do certame.
  • D Segundo entendimento do STF, não podem os estados- membros elaborar lei que estabeleça normas permissivas de interferências nas relações jurídico-contratuais firmadas entre o poder público concedente, federal ou municipal, e as empresas concessionárias de serviços públicos, ainda que alegadamente no exercício de sua competência concorrente subsidiária para legislar sobre consumo e responsabilidade por dano causado ao consumidor do serviço prestado por essas empresas.
  • E Segundo entendimento do STF, é constitucional o estabelecimento de limite de idade em concurso para ingresso nas Forças Armadas, desde que tal restrição esteja condicionada à edição de lei, conforme expressa disposição constitucional, admitindo-se, até a edição da referida lei, previsão de tal restrição no edital do concurso, de forma que seu estabelecimento por meio de ato administrativo não configura desrespeito ao princípio constitucional da ampla acessibilidade aos cargos públicos.
24

Assinale a alternativa correta a respeito da anulação e da revogação de atos administrativos.

  • A A revogação de ato administrativo pode ser realizada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
  • B A revogação de ato administrativo se sujeita a prazo decadencial de 5 anos
  • C Não se admite a revogação da anulação de ato administrativo.
  • D A anulação de ato administrativo pelo Poder Judiciário não se sujeita a prazo prescricional.
25
Os agentes públicos cujos cargos são providos por nomeação política, sem concurso público, com atribuições de direção, chefia e assessoramento e que são passíveis de exoneração imotivada são os:
  • A ocupantes de cargo comissionado.
  • B contratados temporários.
  • C empregados públicos.
  • D agentes honoríficos.
  • E agentes políticos.
26

Segundo a Lei n° 9.784/99, que trata do Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, servidores e autoridades estão impedidos de atuar em processo administrativo em algumas situações. Assinale a alternativa que contém situação que permite a atuação, ou seja, em que NÃO há impedimento nem suspeição para o servidor ou a autoridade atuarem no processo, nele proferindo decisões:

  • A Quando possuir interesse direto na matéria.
  • B Quando tenha participado do processo como perito.
  • C Quando esteja litigando judicialmente com o interessado (requerente).
  • D Quando seja amigo íntimo do cônjuge do interessado (requerente).
  • E Quando possuir conhecimento sobre a matéria debatida no processo.

Arquivologia

27

O ato pelo qual se reúnem um ou mais processos a outro toma o nome de:

  • A apensação
  • B avocação
  • C anexação
  • D averiguação

Direito Administrativo

28

Quanto á responsabilidade civil do Estado, é incorreto afirmar:

  • A o fundamento da responsabilidade civil do Estado é a moralidade do atos administrativos.
  • B os atos administrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário, equiparam-se aos demais atos da Administração e, se lesivos, empenham a responsabilidade civil objetiva da Fazenda Pública.
  • C a teoria da irresponsabilidade do Estado não foi acolhida pelo direito brasileiro. Conforme dispositivo constitucional compreende duas regras: a da responsabilidade objetiva do Estado e a da responsabilidade subjetiva do agente público.
  • D para a obtenção do êxito da ação regressiva do Estado contra agente público causador direto do dano, exige a comprovação da culpa ou dolo do agente público e a condenação do Estado transitada em julgado.
  • E como ação civil, que é, destinada à reparação patrimonial, a ação regressiva transmite-se aos herdeiros e sucessores do servidor culpado, podendo ser instaurada mesmo após a cessação do exercicio no cargo ou na função, por disponibilidade, aposentadoria, exoneração ou demissão.
29

Com base em entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal a respeito dos atos administrativos, é correto afirmar que

  • A a Administração pode revogar seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais.
  • B a revogação de atos administrativos pela própria Administração produz efeitos retroativos à data em que estes foram emitidos.
  • C atos retirados do mundo jurídico pela Administração, por motivo de conveniência e oportunidade, não poderão ser apreciados judicialmente.
  • D a revogação de atos administrativos pelo Poder Judiciário deve ater-se à análise dos aspectos de conveniência e oportunidade destes.
  • E a revogação de atos administrativos pela própria Administração enseja o respeito aos direitos adquiridos.