Resolver o Simulado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Técnico - FGV - Nível Médio

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Matemática

1

Márcia arquiva os documentos de seu setor em um armário com cinco gavetas numeradas de 01 a 05.
Em cada gaveta há quinze pastas numeradas de 01 a 15 e, em cada pasta, é possível colocar até vinte documentos numerados de 01 a 20.
Para facilitar a localização, cada documento recebe um selo com um código de seis dígitos. Nesse código, os dois dígitos da direita representam a gaveta, os dois dígitos do meio representam a pasta e os dois dígitos da esquerda representam o documento. Por exemplo, o selo com o código 171002 indica o documento 17, da pasta 10, da gaveta 02.
O primeiro documento armazenado recebeu o código 010101 e os demais foram numerados em sequência, preenchendo sempre cada pasta em sequência até preencher cada gaveta para, então, passar para a gaveta seguinte.
O último documento arquivado por Márcia recebeu o selo com o código 121204.
O número de documentos que Márcia ainda pode arquivar no seu armário é

  • A 326.
  • B 368.
  • C 392.
  • D 406.
  • E 428.
2

A soma das medidas de dois ângulos de um triângulo é 5/3 medida de um ângulo reto. Além disso, um desses dois ângulos mede 70° a mais do que o outro.

O maior ângulo desse triângulo mede

  • A 90°
  • B 100°
  • C 110°
  • D 120°
  • E 150°

Raciocínio Lógico

3

Uma sequência de números foi obtida da seguinte forma:
dados os dois primeiros números, cada número a seguir foi obtido somando-se os dois números imediatamente anteriores a ele. São conhecidos o oitavo, o nono e o décimo números dessa sequência, conforme se vê a seguir: __, __, __, __, __, __, __, 81, 131, 212.
O primeiro número dessa sequência é:

  • A 1;
  • B 2;
  • C 3;
  • D 4;
  • E 5.

Matemática

4

Uma televisão pode ser comprada em certa loja por R$860,00 à vista ou em duas parcelas de R$460,00, uma no ato da compra e a outra 30 dias depois.

A taxa de juros ao mês que a loja está cobrando é de:

  • A 8%;
  • B 10%;
  • C 12%;
  • D 15%;
  • E 18%.
5

Um automóvel novo possui cinco pneus exatamente iguais: os quatro pneus de uso e mais o pneu reserva (estepe).
O dono de um automóvel fez um rodízio com os cinco pneus de modo que, nos primeiros 40.000 km rodados pelo automóvel, cada pneu rodou exatamente a mesma distância.
A distância, em quilômetros, rodada por cada um dos cinco pneus foi:

  • A 8.000;
  • B 10.000;
  • C 16.000;
  • D 32.000;
  • E 40.000.
6

Arquimedes dividiu um círculo em nove setores circulares. As medidas dos ângulos centrais correspondentes a esses setores circulares, em graus, são números inteiros e formam uma progressão aritmética.

A medida em graus de um desses nove ângulos é, obrigatoriamente:

  • A 20
  • B 30
  • C 40
  • D 45
  • E 60
7

A tabela a seguir mostra as notas obtidas por 9 alunos em uma prova:

6,5 x 7,0 10,0 9,0 y 7,5 7,0 8,0

Sabe-se que x<y e que x é ao mesmo tempo a média e a mediana dessa lista de valores.
O valor máximo de y é

  • A 10,0.
  • B 9,5.
  • C 9,0.
  • D 8,5.
  • E 8,0.
8

Marcelo recebeu seu salário este mês em uma segunda-feira. Seu próximo salário será pago 30 dias após essa segunda-feira.
O dia da semana em que Marcelo receberá este próximo salário é:

  • A segunda-feira;
  • B terça-feira;
  • C quarta-feira;
  • D quinta-feira;
  • E sexta-feira.
9

Levantamento estatístico de uma empresa constatou que 70% dos funcionários eram do sexo masculino. Ainda de acordo com esse levantamento, a média salarial mensal dos funcionários do sexo masculino era de R$ 3.000,00 e a média salarial mensal dos funcionários do sexo feminino era de R$ 4.500,00.

Considerando todos os funcionários dessa empresa, a média salarial mensal é de:

  • A R$ 3.950,00
  • B R$ 3.750,00
  • C R$ 3.650,00
  • D R$ 3.450,00
  • E R$ 3.250,00
10

Um semáforo funciona continuamente de tal modo que a cada minuto ele fica verde por 30 segundos, fica amarelo por 10 segundos e vermelho por 20 segundos.

Em um instante de tempo escolhido aleatoriamente, a probabilidade de o semáforo estar vermelho é:

  • A 1/5
  • B 1/4
  • C 1/3
  • D 1/2
  • E 2/3

Geografia

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A ocupação e a exploração da região norte, durante a 1ª metade do século XX, pode ser explicada pelo grande fluxo de mão de obra migrante. Entre 1939 e 1945, com o Brasil envolvido, direta ou indiretamente, na II Guerra Mundial, ocorreu um forte afluxo de migrantes para a região norte, devido à necessidade da ampliação da extração de borracha.

Em relação aos migrantes responsáveis pelo desenvolvimento da produção da borracha, é correto afirmar que:

  • A os gaúchos formaram a grande maioria dos migrantes da região norte;
  • B os paulistas buscaram um novo eldorado com a ocupação da região norte;
  • C a presença de nordestinos foi a marca desse processo em função da seca no nordeste;
  • D os catarinenses em busca de terras baratas formaram o grupo majoritário;
  • E a população mestiça prevaleceu, oriunda da região centro-oeste.
12

O território brasileiro situa-se em sua quase totalidade nos segmentos das baixas latitudes. É atravessado pela linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, indicando que as marcas da tropicalidade se manifestam em quase todo o espaço nacional.
Sobre as características do ambiente tropical e seu papel no espaço geográfico brasileiro, assinale a opção correta.

  • A As diferenças sazonais marcadas pelo regime de chuvas ocorrem em uma pequena porção do território brasileiro.
  • B A vegetação arbórea só aparece onde a temperatura média do verão atinge 10º C e a amplitude térmica é elevada.
  • C A circulação atmosférica controlada pela Zona de Convergência Intertropical afeta apenas o extremo norte do território brasileiro.
  • D As baixas amplitudes térmicas anuais são registradas desde o extremo norte até, aproximadamente, 20º de latitude sul.
  • E A fraca intensidade da radiação solar produz temperaturas médias baixas e baixos índices pluviométricos.
13

Em 2007-2008 ocorre a maior crise financeira mundial desde a Grande Depressão dos anos 30 do século XX. Trata-se de uma crise sistêmica, iniciada nos Estados Unidos. Com relação ao sistema financeiro mundial, analise as afirmativas a seguir.

I. Crises e recessões são a norma da história do capitalismo mundial. Estas ocorrem tanto em economias emergentes quanto em economias industrialmente avançadas.
II. Como os mercados financeiros são interligados, aumenta a transmissão de riscos entre eles. Uma crise em um desses centros pode atingir outros mercados financeiros.
III. Os paraísos fiscais são utilizados em esquemas de evasão fiscal e em operações consideradas ilegais por muitos países. Neles existe uma variedade de serviços à disposição de instituições e agentes bancários e financeiros que operam em escala global.
Assinale:

  • A se somente a afirmativa I estiver correta.
  • B se somente a afirmativa III estiver correta.
  • C se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
  • D se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
  • E se todos as afirmativas estiverem corretas.
14

A climatologia regional se baseia na descrição dos climas, apoiada nas variações sazonais dos elementos climáticos, usualmente a temperatura e a precipitação. Os climas temperados e tropicais apresentam características bem distintas. Sobre os climas temperados ou tropicais, é correto afirmar que:

  • A nos climas tropicais há maior incidência de radiação, a variação sazonal da temperatura é maior do que as variações diurnas. A precipitação é do tipo convectiva e com ocorrência de muitas tempestades. A sazonalidade é controlada pela fonte de umidade nos oceanos ou pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ou ainda pela topografia;
  • B nos climas tropicais a quantidade de insolação recebida é muito mais elevada, resultando em altas temperaturas do ar, com elevada variação diurna e baixa variação sazonal. A precipitação é constante o ano inteiro com pouca variabilidade. O volume da precipitação diminui com a continentalidade, mas na costa o volume é maior;
  • C nos climas temperados a precipitação é do tipo ciclônica, tende a se distribuir mais espacialmente e mais igualmente durante o ano. As estações do ano são determinadas bem mais pela temperatura do que pelo volume da precipitação. Há pouca variação do tempo atmosférico por conta da ausência de massas de ar contrastantes de temperatura e umidade;
  • D nos climas tropicais há maior variação diurna da temperatura do que variações sazonais, a precipitação é do tipo convectiva e mais localizada com ocorrência de muitas tempestades. Os climas são baseados no volume e na distribuição da precipitação. As massas de ar são em menor número e similares, sobretudo às propriedades térmicas;
  • E nos climas temperados a precipitação é do tipo frontal, tende a se distribuir mais espacialmente e mais igualmente durante o ano. As estações do ano são determinadas tanto pelo comportamento anual da temperatura quanto pelo volume da precipitação. O predomínio dos sistemas anticiclonais estabelece um tempo atmosférico mais estável.
15

O modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, a partir dos anos 1950, levou a significativas transformações na forma de ocupação do território e na distribuição espacial da produção e da população.
A partir do fragmento acima, assinale a opção que apresenta corretamente transformações ocorridas até a década de 1980.

  • A O país passa a dispor de um parque industrial integrado setorialmente, capaz de ser posto a serviço de diferentes estratégias de crescimento.
  • B As atividades informais sofrem redução e ocorre decréscimo nos serviços e equipamentos de uso coletivo.
  • C A concentração espacial da atividade industrial se acentua e diminui a integração produtiva das diversas regiões brasileiras.
  • D A mudança espacial da produção agropecuária se deu, principalmente, pelo avanço da produção nas áreas de mata atlântica.
  • E Os pontos mais distantes do território nacional estão interligados por complexas redes ferroviárias e de telecomunicação.
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Para a maioria dos historiadores da geografia, Alexander Von Humboldt é considerado o primeiro a, verdadeiramente, estabelecer as novas regras do pensamento geográfico moderno.
(Gomes, Paulo Cesar da Costa. Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.)

Com relação à obra de Humboldt, analise as afirmativas a seguir.

I. Humboldt retomou a observação direta e a descrição detalhada dos naturalistas e juntou a elas uma preocupação permanente de proceder a comparações gerais e evolutivas.
II. Cada observação de Humboldt era analisada separadamente e em seguida recolocada em conexão com as outras, a fim de resgatar uma verdadeira cadeia explicativa.
III. O olhar de Humboldt tinha por objeto os elementos mais variados do meio físico, mas não se limitava a eles, observava também os elementos sociais.
Assinale:

  • A se somente a afirmativa I está correta.
  • B se somente a afirmativa II está correta.
  • C se somente as afirmativas I e II estão corretas.
  • D se somente as afirmativas II e III estão corretas.
  • E se todas as afirmativas estão corretas.
17

A mineração e o garimpo são atividades que exercem forte interferência no ambiente natural do território brasileiro desde o período colonial.
Sobre a ocorrência e a exploração de recursos minerais no território brasileiro, assinale a opção incorreta.

  • A Grandes reservas petrolíferas são encontradas nas bacias sedimentares oceânicas, nas áreas de plataforma continental.
  • B A extração de ferro, na província mineral de Carajás, aplica tecnologias modernas, mas ainda assim, interfere no ecossistema.
  • C O garimpo do ouro é feito nos leitos dos rios e nos depósitos de sedimentos dos terraços e das planícies fluviais.
  • D As principais reservas de minério de carvão, atualmente conhecidas, são encontradas na bacia sedimentar amazônica.
  • E A extração de areia, espacialmente difundida, desempenha papel importante na indústria da construção civil.
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As diferenças de interesse entre os Estados nacionais, essenciais para as concepções da geopolítica clássica, perdem importância diante da configuração de uma "nova" geopolítica da segurança, relacionada com as ameaças globais.

Entre as ameaças globais não é correto incluir as redes de

  • A terrorismo não-estatais.
  • B narcotráfico transnacionais.
  • C espionagem de informações.
  • D tráfico de armas e munições.
  • E órgãos intergovernamentais.
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O Brasil pertence a uma região biogeográfica denominada Neotropical, resultado da ampliação de espaços de bacias hidrográficas dos crátons da antiga Gondwana. Foi a partir desses fragmentos de continente que a vegetação da Gondwana expandiu-se para novas áreas formadas com a deriva dos continentes. Há diferentes critérios de classificação da vegetação brasileira e sua distribuição. Segundo Ab’ Saber, a classificação em domínios morfoclimáticos considera que uma formação vegetal é resultado de sua história e de sua ecologia e reúne grandes combinações de fatos geomorfológicos, climáticos, hidrológicos, pedológicos e botânicos. Sob essa perspectiva, o domínio morfoclimático que representa suas verdadeiras características é:

  • A o domínio das terras baixas florestadas da Amazônia: a maior extensão de florestas tropicais-úmidas contínuas do mundo, que se dividem em florestas de inundação e de terra firme. No meio da floresta aparecem tipos especiais, que são os campos e a caatinga amazônica. Temperaturas constantes e precipitações elevadas favorecem a pujança da sua vegetação;
  • B o domínio das florestas costeiras (mata atlântica): a mata atlântica é fisionomicamente semelhante às matas amazônicas. Guarda a maior biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais. Sua exuberância e diversidade são causadas pela alta carga de umidade, com elevada precipitação, mais concentrada no litoral do Nordeste;
  • C o domínio das depressões interplanálticas semiáridas do Nordeste: predomínio da vegetação de caatinga. São matas secas, abertas, deciduais, que se desenvolvem em clima de baixa precipitação. Por conta da baixa precipitação, sua mata se desenvolve em solo arenoso ou pedregoso (litossolo) caracterizando um bioma pobre em espécies;
  • D o domínio dos Chapadões cobertos por cerrados e penetrados por floresta de Galeria: os cerrados arbóreos tem uma fisionomia marcada pelas árvores, geralmente tortuosas e espaçadas, configurando o clima seco. A escassez de água é um limitante para o desenvolvimento do estrato arbóreo, sem condições para retirar água de grandes profundidades do solo;
  • E o domínio dos Planaltos de araucária e mata subtropical: as matas de araucária são de aspecto heterogêneo e constituem a formação menos tropical do Brasil. Ocorrem em solos férteis, sob climas com temperaturas baixas a moderadas no inverno. Predomina na região Sul, mas com ocorrência nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo nos brejos do Nordeste.
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As rochas ígneas ácidas são bastante comuns na crosta continental e, quando intemperizadas sob clima tropical úmido, dão origem a mantos saprolíticos espessos e ricos em argila e areia, frequentemente associados com latossolos. A classificação desse tipo de rocha é determinada:

  • A pelo teor de SiO2 superior a 65%;
  • B pelo teor de SiO2 inferior a 65%;
  • C por valores de pH superiores a 7,0;
  • D por valores de pH inferiores a 7,0;
  • E pela ausência de quartzo em lâminas petrográficas.

Português

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Texto 2 – No começo era o pé

Sim, no começo era o pé. Se está provado, por descobertas arqueológicas, que há sete mil anos estes brasis já eram habitados, pensai nestas legiões e legiões de pés que palmilharam nosso território. E pensai nestes passos, primeiro sem destinos, machados de pedra abrindo as iniciais picadas na floresta. E nos pés dos que subiam às rochas distantes, já feitos pedra também, e nos que se enfeitaram de penas e receberam as primeiras botas dos conquistadores e as primeiras sandálias dos pregadores; pés barrentos, nus, ou enrolados de panos dos caminheiros, pés sobre-humanos dos bandeirantes que alargaram um império, quase sempre arrastando passos e mais passos em chãos desconhecidos, dos marinheiros dos barcos primitivos e dos que subiram aos mastros das grandes naus. Depois o Brasil se fez sedentário numa parte de seu povo. Houve os pés descalços que carregaram os pés calçados, pelas estradas. A moleza das sinhazinhas de pequeninos pés redondos, quase dispensáveis pela falta de exercício. E depois das cadeirinhas, das carruagens, das redes carregadas por escravos, as primeiras grandes estradas já com postos de montaria organizados, o pedágio de vinténs estabelecido já no século XVIII. Mas além da abertura dos portos, depois da primeira etapa da industrialização, com os navios a vapor, as estradas de ferro, o pé de sete milênios da terra do Brasil ainda faz seu caminho.

                                                                          (Dinah Silveira de Queiroz)

A preposição DE mostra diferentes valores semânticos em língua portuguesa; indique a opção em que esse valor é indicado incorretamente:

  • A “machados DE pedra”/matéria;
  • B “se enfeitaram DE penas”/meio ou instrumento;
  • C “enrolados DE panos”/modo;
  • D “pedágio DE vinténs estabelecido”/preço;
  • E “sinhazinhas DE pequeninos pés redondos”/característica.
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A GRATIDÃO

Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo tempo que possa ser dispensado à sua leitura. Falam-nos de gratidão e poderão fazer-nos pensar no quanto a gratidão fará, ou não, parte das nossas vidas. Estou certo de que sabereis extrair a moral da história.

Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio nazista, contou que, por duas vezes, esteve numa fila que a encaminhava para a câmara de gás. E que, nas duas vezes, o mesmo soldado alemão a retirou da fila.

Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França. Quando as tropas de Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que não se concedesse visto para quem tentasse fugir do nazismo. Contrariando o ditador, Aristides salvou dez mil judeus de uma morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude humanitária. Salazar destituiu-o do cargo e o fez viver na miséria até o fim da vida. Diz um provérbio judeu que “quem salva uma vida salva a humanidade”. Em sinal de gratidão, há vinte árvores plantadas em sua memória no Memorial do Holocausto, em Jerusalém. E Aristides recebeu dos israelenses o título de “Justo entre as Nações”, o que equivale a uma canonização católica.

Quando um empregado de um frigorífico foi inspecionar a câmara frigorífica, a porta se fechou e ele ficou preso dentro dela. Bateu na porta, gritou por socorro, mas todos haviam ido para suas casas. Já estava muito debilitado pela baixa temperatura, quando a porta se abriu e o vigia o resgatou com vida. Perguntaram ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho? Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, vejo centenas de empregados que entram e saem, todos os dias, e esse é o único funcionário que me cumprimenta ao chegar e se despede ao sair. Hoje ele me disse “bom dia” ao chegar. E não percebi que se despedisse de mim. Imaginei que poderia lhe ter acontecido algo. Por isso o procurei e o encontrei.

Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas, algo indissociável da relação humana, mas talvez ande arredada dos nossos cotidianos, dos nossos gestos. E se começássemos cada dia dando gracias a la vida, como faria a Violeta?

“Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França. Quando as tropas de Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que não se concedesse visto para quem tentasse fugir do nazismo. Contrariando o ditador, Aristides salvou dez mil judeus de uma morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude humanitária”. Desse segmento do texto, o elemento de coesão identificado erradamente é:

  • A Aristides / forma abreviada de Aristides de Souza Mendes;
  • B o país / hiperônimo de Portugal;
  • C o ditador / qualificação de Salazar;
  • D sua / possessivo referente a Aristides de Sousa Mendes;
  • E atitude humanitária / referência a salvar judeus da morte.
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Cafezinho

Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

— Ele foi tomar café.

A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um "cafezinho". Para quem espera nervosamente, esse "cafezinho" é qualquer coisa infinita e torturante. Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:

— Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

— Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

— Ele está? - alguém dará o nosso recado sem endereço. Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

— Ele disse que ia tomar um cafezinho...

Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

— Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu
dele está aí...

Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.


Quando vier a grande hora de nosso destino nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.

(Rubem Braga)

Para o cronista, a frase "foi tomar café" representa

  • A uma desculpa para não trabalhar.
  • B uma maneira de encarar a vida.
  • C uma forma de aumentar os aborrecimentos.
  • D uma estratégia do funcionário para enganar o chefe
  • E um processo para evitar o excesso de trabalho.
24

Texto 1 – Argumentos contra a redução da maioridade penal

1. A redução da maioridade penal fere uma das cláusulas da Constituição Federal que não podem ser modificadas por congressistas.
2. A inclusão de jovens a partir de 16 anos no sistema prisional brasileiro não iria contribuir para sua reinserção na sociedade.
3. A pressão para a redução da maioridade penal está baseada em casos isolados, e não em dados estatísticos.
4. Em vez de reduzir a maioridade penal, o governo deveria investir em educação e em políticas públicas para proteger os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles diante da violência.
5. A redução da maioridade penal iria afetar, principalmente, jovens negros, pobres e moradores de áreas periféricas no Brasil, na medida em que este é o perfil de boa parte da população carcerária brasileira.

(Uol-Cotidiano 19/05/2015 – adaptado)
“o governo deveria investir em educação e em políticas públicas para proteger os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles diante da violência".

Se o segmento sublinhado for reescrito na forma desenvolvida, mantendo-se o paralelismo e o sentido original, a forma correta será:
  • A para a proteção dos jovens e que diminuísse a vulnerabilidade;
  • B para protegerem-se os jovens e diminuir-se a vulnerabilidade;
  • C para a proteção dos jovens e diminuição da vulnerabilidade;
  • D para que protegesse os jovens e a diminuição da vulnerabilidade;
  • E para que protegessem os jovens e diminuíssem a vulnerabilidade.
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Com base no texto a seguir, responda à questão.

As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o coração. Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam, e do caos nascem as estrelas.
Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais
.”

(Charles Chaplin)

No texto, Chaplin define beleza como algo

  • A inexistente.
  • B imaginário.
  • C atemorizante.
  • D impossível.
  • E imaterial.
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Caso de Chá

A casa da velha senhora fica na encosta do morro, tão bem situada que dali se aprecia o bairro inteiro, e o mar é uma de suas riquezas visuais. Mas o terreno em volta da casa vive ao abandono. O jardineiro despediu-se há tempos; hortelão, não se encontra nem por um milagre. A velha moradora resigna-se a ver crescer a tiririca na propriedade que antes era um brinco. Até cobra começou a passear entre a folhagem, com indolência; é uma cobrinha de nada, mas sempre assusta.
O verdureiro que faz ponto na rua lá embaixo ofereceu-se para matá-la. A boa senhora reluta, mas não pode viver com uma cobra tomando banho de sol junto ao portão, e a bicha é liquidada a pau. Bom rapaz, o verdureiro, cheio de atenções para com os fregueses. Na ocasião, um problema o preocupa: não tem onde guardar à noite a carrocinha de verduras.
— Ora, o senhor pode guardar aqui em casa. Lugar não falta.
— Muito agradecido, mas vai incomodar a madame.
— Incomoda não, meu filho.
A carrocinha passa a ser recolhida nos fundos do terreno. Todas as manhãs o dono vem retirá-la, trazendo legumes frescos para a gentil senhora. Cobra-lhe menos e até não cobra nada. Bons amigos.
— Madame gosta de chá?
— Não posso tomar, me dá dispepsia, me põe nervosa.
— Pois eu sou doido por chá. Mas está tão caro que nem tenho coragem de comprar. Posso fazer um pedido? Quem sabe se a madame, com este terreno todo sem aproveitar, não me deixa plantar uns pés, pouquinha coisa, só para o meu consumo?
Claro que deixa. Em poucas horas o quintal é capinado, tudo ganha outro aspecto. Mão boa é a desse moço: o que ele planta é viço de imediato. A pequenina cultura de chá torna alegre outra vez a terra abandonada. Não faz mal que a plantação se vá estendendo por toda a área. A velha senhora sente prazer em ajudar o bom lavrador. Alegando que precisa fazer exercício, caminhando com cautela pois enxerga mal, ela rega as plantinhas, que lhe agradecem a atenção prosperando rapidamente.
— Madame sabe: minha intenção era colher só uma pequena quantidade. Mas o chá saiu tão bom que os parentes vivem me pedindo um pouco e eu não vou negar a eles. É pena madame não experimentar. Mas não aconselho: se faz mal, não deve mesmo tocar neste chá.
O filho da velha senhora chegou da Europa esta noite. Lá ficou anos estudando. Achou a mãe lépida, bem disposta.
— E eu trabalho, sabe, meu querido? Todos os dias rego a plantação de chá que um moço me pediu licença para fazer no quintal. Amanhã de manhã você vai ver que beleza que está.
O verdureiro já havia saído com a carrocinha. A senhora estende o braço, mostra com orgulho a lavoura que, pelo esforço em comum, é também um pouco sua.
O filho quase cai duro:
— A senhora está maluca? Isso nunca foi chá, nem aqui nem na Índia. Isso é maconha, mamãe!

(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Caso de Chá”. In: Cadeira de Balanço: crônica. 8.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976, p. 7-8.)

“Cobra-lhe menos e até não cobra nada.”

O pronome pessoal do caso oblíquo no período acima refere-se
  • A à carrocinha.
  • B às manhãs.
  • C à gentil senhora.
  • D à cobra.
  • E ao chá.
27

Texto


Todos desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos deixamos extraviar. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas são um apelo eloquente à bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo instante, a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados: homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. Sei que os homens morrem, mas a liberdade não perecerá jamais.


(Charles Chaplin)

Assinale a opção que indica a frase em que o vocábulo que sublinhado tem classe gramatical diferente das demais.

  • A “Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis!”.
  • B “A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia,”
  • C “...da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano”.
  • D “Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo”.
  • E “Sei que os homens morrem, mas a liberdade não perecerá jamais”.
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A Nova Praga

Não é preciso ter assistido nem à primeira aula de Latim - no tempo em que existia em nossas escolas essa disciplina, cuja ausência foi um desastre para o aprendizado da Língua Portuguesa - para saber que o étimo de nosso substantivo areia é o latim "arena". E, se qualquer pessoa sabe disso até por um instinto primário, é curioso, para usar um termo educado, como nossos locutores e comentaristas de futebol, debruçados sobre um gramado verde-verdinho, chamam-no de "arena", numa impropriedade gritante.

Nero dava boas gargalhadas, num comportamento que já trazia latente a sua loucura final, quando via os cristãos lutando contra os leões na arena. Nesse caso, se havia rictus de loucura na face do imperador, pelo menos o termo era totalmente apropriado: o chão da luta dramática entre homem e fera era de areia. Está aí para prová-lo até hoje o Coliseu.

(....) Mas - ora bolas! - , se o chão é de relva verdejante, é rigorosamente impróprio chamar de "arena" nossos campos de futebol, como fazem hoje. O diabo é que erros infelizmente costumam se espalhar como uma peste, e nem será exagero dizer que, neste caso, o equívoco vem sendo tão contagioso como a peste negra que, em números redondos, matou 50 milhões de pessoas na Europa e na Índia no século XIV. E os nossos pobres ouvidos têm sido obrigados a aturar os nossos profissionais que transmitem espetáculos esportivos se referirem à arena daqui, à arena de lá, à arena não sei de onde. Assim, já são dezenas de arenas por esse Brasilzão. O velho linguista e filólogo mineiro Aires da Mata Machado Filho (1909-1985), a cujo livro mais conhecido peço emprestado O título deste pequeno artigo, deve estar se revirando no túmulo diante da violência de tal impropriedade. O bom Aires era cego, ou quase isso, mas via como ninguém os crimes cometidos contra o idioma.

(Marcos de Castro. www.observatoriodaimprensa.com.br)

Nas frases a seguir foram sublinhadas preposições.

Assinale a alternativa que indica a preposição que não foi solicitada pela regência de nenhum termo anterior.

  • A “Não é preciso ter assistido nem à primeira aula de Latim".
  • B “...no tempo em que existia em nossas escolas essa disciplina"
  • C “...é rigorosamente impróprio chamar de “arena" nossos campos".
  • D “E nossos pobres ouvidos têm sido obrigados a aturar...".
  • E “...se referirem à arena daqui..."
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Texto 1 - O século XX foi marcado pelo uso crescente de veículos automotores. Desde então observam-se com maior frequência episódios críticos de poluição do ar. Com o aumento alarmante da poluição e a ameaça de escassez das reservas de petróleo, estudiosos de vários países investem esforços na procura de novas fontes alternativas de energia, como hidrogênio e biomassa. De acordo com pesquisadores, a mudança definitiva do século pode ser representada pela revolução nos transportes, por meio de tecnologias que já foram criadas e que poderão estar acessíveis em menos de 20 anos. (http://www.comciencia.br)
“...novas fontes alternativas de energia, como hidrogênio e biomassa”.
Nesse segmento do texto 1, o vocábulo “como” introduz uma:
  • A enumeração de todas as fontes alternativas;
  • B exemplificação de alguns tipos de fontes alternativas;
  • C comparação com algumas outras fontes de energia;
  • D explicação do que são fontes alternativas de energia;
  • E interrogação sobre novas fontes de energia.
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Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo de enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo preparada pela Nasa (agência espacial norte-americana). O primeiro passo para a concretização desse desafio será dado nesta sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos. O lançamento estava previsto originalmente para esta quinta-feira (4), mas devido a problemas técnicos foi reagendado para as 7h05 (10h05 no horário de Brasília).” (Ciência, Internet Explorer).

Os segmentos abaixo, retirados do texto 2, que documentam formas de voz passiva são:

  • A foi reagendado para as 7h05 / está sendo preparada pela Nasa;
  • B está sendo preparada pela Nasa / o objetivo de enviar astronautas a Marte;
  • C o objetivo de enviar astronautas a Marte / será dado nesta sexta-feira;
  • D será dado nesta sexta-feira / o lançamento estava previsto;
  • E o lançamento estava previsto / foi reagendado para as 7h05.