Resolver o Simulado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Técnico - FGV - Nível Médio

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Matemática

1

É possível arrumar as letras da sigla SEDUC de tal forma que as vogais apareçam entre si em ordem alfabética da esquerda para a direita e as consoantes também, entre si, em ordem alfabética da esquerda para a direita. Por exemplo, ECDSU e CEUDS são duas delas.

O número total de tais arrumações é

  • A 8
  • B 10
  • C 20
  • D 60
  • E 120
2

Sobre os números inteiros x, y e z, sabe-se que Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
O valor mínimo de x + y + z é

  • A 15.
  • B 16.
  • C 17.
  • D 18.
  • E 19.
3

A média das idades de cinco agentes é 28 anos.
O mais velho desses cinco agentes é Marcos, que tem 40 anos.
A média das idades dos outros quatro agentes, em anos, é:

  • A 26;
  • B 25;
  • C 24;
  • D 23;
  • E 22.
4

A tabela a seguir mostra o número de funcionários de uma empresa, por idade e por grau de escolaridade.

Fundamental Médio Superior
Até 40 anos 10 20 30
Mais de 40 anos 5 15 20


Um funcionário foi sorteado ao acaso e verificou-se que ele tem grau de escolaridade Médio.

A probabilidade de esse funcionário sorteado ter mais de 40 anos é de

  • A 1/4
  • B 2/5
  • C 3/4
  • D 3/7
  • E 3/8
5

A figura a seguir representa um polígono em forma de U, cujas medidas estão indicadas em metros.
Todos os ângulos são retos.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

A área e o perímetro do polígono são, respectivamente,

  • A 128 m2 e 72 m.
  • B 192 m2 e 68 m.
  • C 172 m2 e 84 m.
  • D 156 m2 e 68 m.
  • E 172 m2 e 72 m.
6

Em  uma  fazenda  de  gado  leiteiro,  200g  de  manteiga  são  fabricados a partir de 450g de nata de leite. Certo dia havia 54kg  de  nata  de  leite  disponíveis  para  a  fabricação  de  manteiga.  A  quantidade de manteiga obtida com essa quantidade de nata foi  de

  • A 16 kg.
  • B 18 kg.
  • C 20 kg.
  • D 22 kg.
  • E 24 kg.
7
Uma urna contém apenas bolas brancas e bolas pretas. São vinte bolas ao todo e a probabilidade de uma bola retirada aleatoriamente da urna ser branca é 1/5.
Duas bolas são retiradas da urna sucessivamente e sem reposição.
A probabilidade de as duas bolas retiradas serem pretas é:
  • A 16/25;
  • B 16/19;
  • C 12/19;
  • D 4/5;
  • E 3/5;
8

Pedro pergunta a Paulo se ele pode trocar uma nota de R$ 100,00 por duas notas de R$ 50,00. Paulo responde que tem exatamente R$ 200,00 na carteira em notas de R$ 50,00, R$ 20,00 e R$ 10,00, mas não sabe quantas notas tem de cada valor. Sabe apenas que tem pelo menos uma de cada valor.

Considere que todas as distribuições possíveis de notas de R$50,00, R$20,00 e R$10,00 que podem ocorrer na carteira de Paulo sejam igualmente prováveis. A probabilidade de que Paulo possa fazer a troca pedida por Pedro é de:

  • A 2/13
  • B 4/13
  • C 5/13
  • D 6/13
  • E 7/13
9

Um semáforo funciona continuamente de tal modo que a cada minuto ele fica verde por 30 segundos, fica amarelo por 10 segundos e vermelho por 20 segundos.

Em um instante de tempo escolhido aleatoriamente, a probabilidade de o semáforo estar vermelho é:

  • A 1/5
  • B 1/4
  • C 1/3
  • D 1/2
  • E 2/3
10

Uma pequena empresa de táxis possui cinco carros e, diariamente, as distâncias percorridas por eles são anotadas. Certo dia, as distâncias percorridas por cada um dos carros foi:

Carro 1 140 km
Carro 2 150 km
Carro 3 130 km
Carro 4 160 km
Carro 5 160 km

Nesse dia, a média das distâncias percorridas pelos carros da empresa foi

  • A 145 km.
  • B 148 km.
  • C 151 km.
  • D 154 km.
  • E 158 km.

Geografia

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“Principalmente a partir da II Guerra Mundial (1939-1945), o Brasil modernizou o processo produtivo da agricultura, com a incorporação de máquinas e implementos agrícolas, e também passou a usar adubos sintéticos e agrotóxicos em suas lavouras. Isso tornou o setor agrícola mais dependente dos setores urbano e industrial, que fornecem as máquinas e os produtos químicos que os produtores rurais utilizam.”
(Marafon, Glaucio José. O desencanto da terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.)

Assinale a opção que indica uma das consequências do processo descrito no fragmento acima.

  • A O aumento da concentração fundiária.
  • B A expansão da área destinada à produção de alimentos.
  • C A diminuição da erosão dos solos.
  • D A redução do emprego de trabalhadores temporários.
  • E A fixação de uma nova fronteira agrícola.
12

Leia o fragmento a seguir.

“Segundo as OCEM, um professor(a) que queira estimular _____ de seus alunos, deverá desenvolver trabalhos que estimulem a capacidade de identificar as contradições que se manifestam espacialmente, decorrentes dos processos produtivos e de consumo.”
Assinale a opção que completa corretamente a lacuna do fragmento acima.

  • A as funções motoras.
  • B a competência técnica.
  • C o espírito crítico.
  • D o sentido de hierarquia.
  • E a capacidade de memorização.
13
O encerramento da Guerra Fria, com a simbólica queda do Mudo de Berlim, em 1989, forjou novas representações geopolíticas e acentuou a manifestação das novas ideologias.
Com relação à afirmativa acima, assinale a opção correta.
  • A A economia capitalista internacional passa a estruturar-se em torno do Sistema de Bretton Woods, que estabelece paridades fixas entre o dólar e o ouro.
  • B Os lideres nacionalistas de alguns países como a Iugoslávia, Egito e Indonésia criam o Movimento dos Países Não- Alinhados.
  • C O conflito Leste-Oeste se acirra e intensifica-se a cisão Norte- Sul com os movimentos de descolonização afro-asiáticas.
  • D A ideologia neoliberal favorece os investimentos externos, importantes para o crescimento das economias do leste e sudeste da Ásia e da América Latina.
  • E A hegemonia política das idéias nacionalistas desenvolvimentistas, que defendem uma maior interferência do Estado na economia.
14

Na primeira década do século XXI, a geógrafa Bertha Becker, em um artigo intitulado Geopolítica da Amazônia (2005), afirmou que a Amazônia não deveria mais ser vista apenas como uma área de expansão da fronteira móvel, mas como uma região em si, em razão dos avanços econômicos, sociais e políticos observados nas últimas década.
Sobre as mudanças ocorridas na Região Amazônica, nas últimas décadas, analise as afirmativas a seguir.

I. A criação de unidades de conservação e a demarcação de terras indígenas ampliaram consideravelmente as áreas protegidas do território amazônico.
II. A expansão do plantio de soja e a melhoria das pastagens e dos rebanhos concorreram para a consolidação do povoamento no chamado Arco de Fogo.
III. A sociedade civil passou a ser um ator fundamental especialmente pelas suas reivindicações de cidadania, influindo, inclusive, no desenvolvimento urbano.

Assinale:

  • A se somente a afirmativa I estiver correta.
  • B se somente a afirmativa II estiver correta.
  • C se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
  • D se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
  • E se todas as afirmativas estiverem corretas.
15

A Amazônia brasileira é uma região de grande importância para o país em função de
I. apresentar maior número de representantes no Senado.
II. registrar a maior concentração industrial do país.
III. possuir uma floresta com enorme biodiversidade.
Assinale:

  • A se apenas a afirmativa I estiver correta.
  • B se apenas a afirmativa II estiver correta.
  • C se apenas a afirmativa III estiver correta.
  • D se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
  • E se todas as afirmativas estiverem corretas.
16

Na década de 1970, na França, Yves Lacoste lança a revista Hérodote e publica sua obra intitulada La géographie ça sert d’abord à faire la guerre (A Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra).

Nesta publicação, numa posição mais radical do que a da então Nova Geografia, Lacoste apresenta

  • A uma defesa da chamada Nova Geografia por se constituir, ideologicamente, como um discurso científico puro e neutro.
  • B um destaque para a Geografia Regional de Vidal de la Blache, já que esta ressalta o papel do capitalismo como a força fundamental da organização do espaço.
  • C uma denúncia à face ideológica oculta da Geografia tradicional praticada pelos professores nas escolas francesas.
  • D um argumento que demonstra como a dimensão espacial sempre foi um elemento central na reflexão marxista clássica.
  • E um enquadramento da Geografia francesa, da década de 1970, ao domínio econômico em detrimento do viés político.
17

A mineração e o garimpo são atividades que exercem forte interferência no ambiente natural do território brasileiro desde o período colonial.
Sobre a ocorrência e a exploração de recursos minerais no território brasileiro, assinale a opção incorreta.

  • A Grandes reservas petrolíferas são encontradas nas bacias sedimentares oceânicas, nas áreas de plataforma continental.
  • B A extração de ferro, na província mineral de Carajás, aplica tecnologias modernas, mas ainda assim, interfere no ecossistema.
  • C O garimpo do ouro é feito nos leitos dos rios e nos depósitos de sedimentos dos terraços e das planícies fluviais.
  • D As principais reservas de minério de carvão, atualmente conhecidas, são encontradas na bacia sedimentar amazônica.
  • E A extração de areia, espacialmente difundida, desempenha papel importante na indústria da construção civil.
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“Na Amazônia Oriental, os assentamentos da reforma agrária, as áreas quilombolas e as reservas indígenas são territórios conquistados pelos movimentos sociais. Mas, enfrentam dificuldades de viabilização.”
(Adaptado de COELHO, Maria Célia N. Reflexões a propósito do futuro dos assentados e das populações quilombolas em áreas de mineração da Amazônia Oriental. SP: Annablume, 2006.)
As opções a seguir apresentam razões para essas dificuldades, à exceção de uma. Assinale-a.
  • A A baixa inserção destes territórios às dinâmicas de produção e consumo do desenvolvimento brasileiro contemporâneo.
  • B O arcaísmo e o atraso nocivos ao processo de modernização, típicos dos grupos socioeconômicos que ocupam esses territórios.
  • C O baixo padrão de produtividade dos territórios e a ausência de mercados estáveis para o consumo de seus produtos.
  • D O maior poder relativo, político e econômico, dos agentes das empresas de mineração entre os grupos sociais presentes na região.
  • E As avaliações e soluções equivocadas em relação a esses territórios, por parte de instituições governamentais, tais como INCRA, FUNAI e Sudam.
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As rochas ígneas ácidas são bastante comuns na crosta continental e, quando intemperizadas sob clima tropical úmido, dão origem a mantos saprolíticos espessos e ricos em argila e areia, frequentemente associados com latossolos. A classificação desse tipo de rocha é determinada:

  • A pelo teor de SiO2 superior a 65%;
  • B pelo teor de SiO2 inferior a 65%;
  • C por valores de pH superiores a 7,0;
  • D por valores de pH inferiores a 7,0;
  • E pela ausência de quartzo em lâminas petrográficas.
20

O território brasileiro situa-se em sua quase totalidade nos segmentos das baixas latitudes. É atravessado pela linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, indicando que as marcas da tropicalidade se manifestam em quase todo o espaço nacional.
Sobre as características do ambiente tropical e seu papel no espaço geográfico brasileiro, assinale a opção correta.

  • A As diferenças sazonais marcadas pelo regime de chuvas ocorrem em uma pequena porção do território brasileiro.
  • B A vegetação arbórea só aparece onde a temperatura média do verão atinge 10º C e a amplitude térmica é elevada.
  • C A circulação atmosférica controlada pela Zona de Convergência Intertropical afeta apenas o extremo norte do território brasileiro.
  • D As baixas amplitudes térmicas anuais são registradas desde o extremo norte até, aproximadamente, 20º de latitude sul.
  • E A fraca intensidade da radiação solar produz temperaturas médias baixas e baixos índices pluviométricos.

Português

21
País precisa racionalizar consumo de eletricidade?

Há previsão de chuvas para a maior parte das regiões do país nos próximos dias. Ainda assim, por força da longa estiagem que afetou o Sudeste e o Centro-Oeste, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS) trabalha com uma estimativa de que no atual período úmido o volume de chuvas não ultrapasse 67% da média histórica nas áreas que abrigam os principais reservatórios das hidrelétricas.

No Sudoeste, o volume de água acumulada nos reservatórios caiu para o mesmo patamar registrado em igual período em 2001 (34%), ano em que o país teve de recorrer a um programa de racionamento de eletricidade. Desde então muita coisa aconteceu para reduzir a necessidade de um novo racionamento.

Linhas de transmissão foram instaladas, aumentando a capacidade de transferência de eletricidade de uma região para outra (em 2001, de fato, a energia que sobrava no Sul ou no Norte não pôde ser transferida para o Sudeste e o Nordeste). O parque gerador também recebeu considerável reforço de usinas termoelétricas e há uma crescente contribuição da energia eólica, ainda que em termos relativos essa participação não ultrapasse 1% da eletricidade consumida.

Mas a verdade é que a oferta de energia depende agora dos humores de São Pedro. A hidroeletricidade responde por mais de 70% da capacidade de geração, e praticamente todas as novas usinas hidráulicas operam a fio d’água, ou seja, dependem da vazão dos rios. Se estivessem concluídas, as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Madeira, e Belo Monte, no Xingu, poderiam estar operando a plena capacidade em face da grande cheia dos rios que as abastecem.

Os reservatórios remanescentes não mais asseguram o suprimento de eletricidade do país por vários anos, e sim por meses.

Em pleno período úmido, quando a ocorrência de chuvas abundantes ainda é possível, talvez não faça sentido a adoção já de um plano de racionamento de energia. Com a economia crescendo pouco, o racionamento precipitado poderia ter impacto negativo desnecessário sobre a produção, já debilitada por outros fatores. No entanto, como a situação dos reservatórios está em ponto crítico e a previsão de chuvas é incerta, o mínimo que se deveria esperar das autoridades seria um esforço em prol da racionalização do uso de energia, como primeira iniciativa. No passado, a população e os setores produtivos deram provas de que respondem com presteza aos estímulos à racionalização do consumo de eletricidade. E, se preciso for, todos estariam preparados para o racionamento, em um segundo momento.

O que não pode é o governo ficar de braços cruzados, por causa do ano eleitoral, fingindo que não há qualquer risco de desabastecimento. Por causa de seus interesses políticos, o governo não deveria jogar com a sorte e expor a população a uma situação com consequências muito sérias se o país tiver de ser submetido, mais tarde, a um forte racionamento de energia.

(Opinião, O Globo, 07/03/2014)

Os jornais falam frequentemente sobre a racionalização do uso da água e, para isso, sugerem algumas medidas.

Assinale a opção que não serve como exemplo para essa racionalização.

  • A Levar pouco tempo no banho.
  • B Não lavar calçadas com mangueira.
  • C Não deixar torneiras abertas sem necessidade.
  • D Consertar rapidamente os casos de vazamento.
  • E Não dar descarga nos vasos sanitários.
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Alimentos especiais

Gelatinas que podem se transformar em filezinhos ou pós que viram cenouras são alguns dos produtos específicos para idosos desenvolvidos pela indústria alimentícia japonesa, que encontrou um filão no envelhecimento da sua sociedade.

Cada vez mais empresas japonesas apostam em produtos alimentícios exclusivamente dirigidos aos consumidores de idade avançada, com características como uma textura mais suave do que o habitual ou pré-cozidos e embalados individualmente.

Esses produtos podem ser encontrados nos supermercados com rótulos como "sênior" e com características adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de consumo.

Muitos japoneses da terceira idade, com mais de 65 anos, vivem e comem sozinhos – entre 20% e 40%, segundo dados da Associação Japonesa da Dieta –, o que tem feito os fabricantes optarem em apresentar os produtos em porções individuais e quase prontos para consumo.
(Notícias Uol)

O título dado ao texto – Alimentos especiais – traz um adjetiv (especiais), que, nesse caso, significa

  • A que pertencem a uma especialidade médica.
  • B que não engordam e são cientificamente tratados.
  • C que mostram uma diferença em relação a outros alimentos.
  • D que são vendidos exclusivamente para idosos doentes.
  • E que se dirigem àqueles que vivem sozinhos.
23

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

A estratégia argumentativa do texto 3 apela para:

  • A o medo;
  • B a sedução;
  • C a competição;
  • D o interesse;
  • E o constrangimento.
24
Sai a energia limpa, entra o pré-sal

Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro. Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos cidadãos comuns de nosso país.

Por um lado, o Brasil possui uma das matrizes elétricas consideradas uma das mais limpas do mundo. Entre 80% e 90%da nossa geração elétrica vêm de fontes renováveis. Segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – da Agência Nacional de Águas – o país tem cerca de mil empreendimentos hidrelétricos, sendo que mais de 400 deles são pequenas centrais hidrelétricas.

Por outro lado, se olharmos nossa matriz energética como um todo, veremos que estamos muito longe de sermos exemplo na área de energias limpas.Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e seus derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um modesto terceiro lugar, com apenas 13% do total, ficando também atrás da energia gerada através da cana (álcool +biomassa, com 19,3%).

Se você vivia no país antes de 2007, deve ter lido ou ouvido falar que o Estado brasileiro estava investindo pesadamente em biocombustíveis e em fontes energéticas renováveis e limpas.Pelo discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa do terceiro milênio e um país exportador dessas tecnologias.

Mas em 2007, Deus – talvez por ser brasileiro – resolveu dar uma mãozinha e nos deu de presente o pré‐sal, rapidamente vendido (sem trocadilhos) como a redenção de todos os nossos problemas. O que se viu a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados “com pré‐sal” e os estados “sem pré‐sal”pelos royalties do tesouro recém‐descoberto.

A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica, sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.

(....) É muito triste constatar que vivemos em um país de discursos, sem nenhum planejamento estratégico para a área de energia e, pior, que o Brasil fez uma clara opção pelo caminho da poluição e da ineficiência energética.

Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado brasileiro tem feito sua parte para espantá‐lo definitivamente.Mas, como não há planejamento, faz isso como pode, rezando todos os dias – e com muita fé – para que São Pedro mande o único antídoto que pode, de fato, impedir que esse espectro da falta de planejamento provoque um colapso energético no país: a chuva.

(José Roberto Borghetti e Antonio Ostrensky, O Globo, 27/03/2014)

Sobre as indicações de quantidade presentes no texto, assinale a afirmativa correta.

  • A “Entre 80% e 90% da nossa geração elétrica” / indica qualquer valor entre 80% (inclusive) e 90% (inclusive)
  • B “...o país tem cerca de mil empreendimentos...” / indicação de uma quantidade precisa
  • C “...sendo que mais de 400 deles...” / indica uma quantidade qualquer superior a 400
  • D “Mais de 52% da energia que move o Brasil...” / indica uma quantidade maior que 52% e menor que 100%
  • E “...com apenas 13% do total...” / indica uma quantidade reduzida, representada de forma grosseiramente aproximada
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Texto 2

“Num posto de atendimento público, alguém espera na fila. Antes do horário regulamentar para o término do expediente, verifica-se que o guichê está sendo fechado e o atendimento do público, suspenso. Correndo para o responsável, essa pessoa ouve uma resposta insatisfatória, e fica sabendo que o expediente terminaria mais cedo por ordem do chefe. Manda chamar o chefe e, identificando-se como presidente do órgão em pauta, despede todo o grupo”.

Texto 2

“Num posto de atendimento público, alguém espera na fila. Antes do horário regulamentar para o término do expediente, verifica-se que o guichê está sendo fechado e o atendimento do público, suspenso. Correndo para o responsável, essa pessoa ouve uma resposta insatisfatória, e fica sabendo que o expediente terminaria mais cedo por ordem do chefe. Manda chamar o chefe e, identificando-se como presidente do órgão em pauta, despede todo o grupo”. (DaMatta, Roberto. Carnavais, malandros e heróis. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990)

O personagem é identificado inicialmente no texto 2 como “alguém” e “essa pessoa”; esse procedimento se justifica porque:

  • A se trata de uma pessoa desconhecida;
  • B não há necessidade de identificação;
  • C só deve ocorrer a identificação ao final do texto;
  • D o narrador do texto não conhece a pessoa;
  • E a pessoa não se identificou no guichê.
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Texto 1
É justo que as mulheres se aposentem mais cedo?


A questão acerca da aposentadoria das mulheres em condições mais benéficas que aquelas concedidas aos homens suscita acalorados debates com posições não somente técnicas, mas também com muito juízo de valor de cada lado.
Um fato é certo: as mulheres intensificaram sua participação no mercado de trabalho desde a segunda metade do século 20.
Há várias razões para isso. Mudanças culturais e jurídicas eliminaram restrições sem sentido no mundo contemporâneo: um dos maiores e mais antigos bancos do Brasil contratou sua primeira escriturária em 1969 e teve sua primeira gerente em 1984.
Avanços no planejamento familiar e a disseminação de métodos contraceptivos permitiram a redução do número de filhos e liberaram tempo para a mulher se dedicar ao mercado de
trabalho.
Filhos estudam por mais tempo e se mantêm fora do mercado de trabalho até o início da vida adulta. Com isso, o custo de manter a família cresce e cria a necessidade de a mulher ter fonte de renda para o sustento da casa.
A tecnologia também colaborou: máquinas de lavar roupa, fornos micro-ondas, casas menores e outras parafernálias da vida moderna reduziram a necessidade de algumas horas nos afazeres domésticos e liberaram tempo para o trabalho fora de casa.
A inserção feminina no mercado de trabalho ocorreu, mas com limitações. Em relação aos homens, mulheres têm menor taxa de participação no mercado de trabalho, recebem salários
mais baixos e ainda há a dupla jornada de trabalho. Quando voltam para a casa, ainda têm que se dedicar à família e ao lar.
Essas dificuldades levam algumas pessoas a defender formas de compensação para as mulheres por meio de tratamento previdenciário diferenciado. Já que as mulheres enfrentam
dificuldades de inserção no mercado de trabalho, há de compensá-las por meio de uma aposentadoria em idade mais jovem.
A legislação brasileira incorpora essa ideia. Homens precisam de 35 anos de contribuição para se aposentar no INSS; mulheres, de 30.
No serviço público, que exige idade mínima, as mulheres podem se aposentar com cinco anos a menos de idade e tempo de contribuição que os homens.

(Marcelo Abi-Ramia Caetano, Folha de São Paulo, 21/12/2014.)

Texto 2

Se as mulheres enfrentam dupla jornada de trabalho, a forma eficiente de resolver o problema é por meio de mudanças culturais que tornem os homens mais ativos nos afazeres domésticos e por meio de boas creches e escolas que deixem as mães mais tranquilas com o cuidado dos filhos.
Não parece apropriada a ideia de que um problema de equidade do mercado de trabalho seja resolvido por uma saída antecipada deste mesmo mercado, mas, sim, por uma política efetiva de promoção de igualdade laboral entre homens e mulheres.
Alguém pode argumentar que mudanças culturais são difíceis de concretizar. São, mas não impossíveis. O leitor com mais de 40 anos deve se recordar que muitos consideravam os cintos de
segurança como meros acessórios dos carros e que o cigarro reinava em propagandas, restaurantes, aviões e salas de aula das universidades.

O texto 2, em relação à aposentadoria antecipada da mulher, se posiciona

  • A a favor, pelos motivos apresentados no texto 1.
  • B a favor, por novos motivos apresentados.
  • C a favor, por reconhecer o homem como privilegiado.
  • D contra, por ver uma contradição na argumentação favorável.
  • E contra, por não reconhecer qualquer sacrifício no trabalho feminino.
27

Texto 1

“Brasileiro adora elogio de estrangeiro. Ninguém questiona quando falam bem da gente. Quando nos criticam, porém, a história é outra. Quem nos critica é mal-intencionado – ou quer nos colonizar.

Se a revista Economist publica na capa o Cristo Redentor em forma de foguete, com a manchete 'o Brasil decola', é chamada de “a melhor revista do mundo". Se traz o mesmo Cristo Redentor voando desgovernado, com a pergunta 'O Brasil estragou tudo?', é acusada de 'instrumento do capital internacional'.

Muito da dificuldade que encontramos em lidar com a crítica decorre de insegurança em relação a nossa identidade nacional. Não sabemos bem quem somos."

(Alexandre Vidal Porto. Folha de São Paulo.)

O segundo parágrafo do texto apresenta

  • A argumento que comprova a opinião do primeiro parágrafo.
  • B explicação para os segmentos teóricos anteriores.
  • C resumo factual de tudo o que foi dito anteriormente.
  • D exemplificação comprovadora de nossa subserviência.
  • E enumeração de fatos que mostram nosso próprio desconhecimento.
28

Texto II

Sete reflexões sobre o uso da água

1. A década de 70 foi marcada pelo despertar das preocupações ambientais. Até o início dos anos 80, as questões relacionadas ao uso da água (geração de energia, abastecimento doméstico e industrial, coleta de esgoto, lazer) e seu manuseio não levaram em conta as consequências ambientais.

2. A contradição é tamanha que mesmo com toda a chuva que cai, por exemplo, em São Paulo, a contaminação da água superficial e subterrânea é tanta que, para o abastecimento da região metropolitana a água é buscada a mais de 150 km de distância. Ou seja, a chuva que deveria ser uma bênção é um fator de destruição e de risco.

3. Hoje não existe mais água no mundo do que havia há 21 séculos, quando a população era menor do que 3% do que é hoje. Se a água vai continuar tendo a mesma quantidade, é bom lembrar que a população continuará crescendo.

4. O Brasil, no todo, é um País rico em água. Dispõe de 12% de água doce superficial do mundo, mas tem vivido uma ilusão de abundância a despeito das diferenças de má distribuição pelo seu território.

5. Mesmo nas regiões caracterizadas como de água abundante, a água está se tornando escassa porque sua qualidade deteriora. Essa é uma questão ambiental grave e do momento.

6. Dado importante: a lei brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo contemplando as questões básicas da sustentabilidade do uso da água. Hoje não se pode fazer a gestão dos recursos hídricos independente da gestão do uso do solo e sem que os usuários participem do processo decisório quanto ao planejamento dos usos.

7. Hoje não se pode mais planejar um único uso sem considerar as múltiplas finalidades da água, como abastecimento, geração de energia, navegação, lazer, pesca e proteção ao ecossistema.

(Folha do meio ambiente - abril de 2013)

"É bom lembrar que a população continuará crescendo". Assinale a alternativa em que a adequada correspondência de tempos verbais foi desrespeitada.
  • A É bom que lembramos que a população continuará crescendo
  • B Será bom que lembremos que a população continuará crescendo.
  • C Seria bom que lembrássemos que a população continuará crescendo.
  • D Teria sido bom que tivéssemos lembrado que a população continuará crescendo.
  • E Foi bom que lembramos que a população continuará crescendo.
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Texto 3 – Normose, um distúrbio da vida moderna

A sociedade moderna, com o corre-corre, a falta de tempo para o cuidado espiritual e o imediatismo fez com que as pessoas desenvolvessem com mais facilidade algumas doenças psicossomáticas. O pânico e a depressão são duas delas, assim como a normose. A última é uma “prima" menos conhecida e, por isso mesmo, menos identificada, segundo especialistas. “Ela (normose) surge quando o sistema no qual nós existimos encontra-se dominantemente doente, desequilibrado, corrompido, e quando predomina a violência, a competição e o egocentrismo. Uma pessoa adaptada a esse sistema está doente", explica o eminente psicólogo e antropólogo Roberto Crema, um dos especialistas do assunto no Brasil.

O par de palavras que apresenta uma disposição de classes de palavras diferente das demais é:

  • A pessoa adaptada;
  • B sociedade moderna;
  • C cuidado espiritual;
  • D doenças psicossomáticas;
  • E eminente psicólogo.
30

Texto

Contraste entre discurso e realidade


No contexto político em que vivemos, sentimos saudade de alguns conceitos de verdade que estão na raiz da filosofia e da teologia. Se para Sócrates a verdade está ligada à sabedoria humana, o discurso verdadeiro, segundo Platão, é aquele que diz como as coisas são. Na profundidade do pensamento de Santo Agostinho, a verdade não é minha e nem tua para que seja nossa, ou, como muito bem conceituou Santo Tomás de Aquino, a verdade é a adequação entre a inteligência e a coisa, ou seja, a realidade das coisas. Parece que nenhum deles se ajusta ao contexto das atuais propagandas políticas.
O que chama atenção de todos nós neste momento é que nos debates políticos não aparece com relevância a riqueza do conceito de verdade, pois os mesmos não demonstram sabedoria humana, não se diz com transparência como as coisas são, não aparece a adequação entre a inteligência e a realidade das coisas, e carece de humildade para dizer que a verdade não está apenas naquilo que eu afirmo, ou que outros do meu partido estão afirmando, subestimando o todo, e, portanto, nunca poderá ser nossa no sentido mais amplo. Esquecemo-nos muitas vezes de sublinhar que a verdade tem uma dimensão ética de compromisso com aquilo que é anunciado publicamente no discurso.
A maquiagem marqueteira que conduz os atores políticos esconde o significado profundo da verdade, resultando em debates carentes em profundidade de argumentos, e não imbuídos de verdade sobre a realidade, limitando-se a discussões acusativas, ofensivas e contraditórias. Os contrastes entre o discurso e a realidade, a riqueza de experiências humanas dos candidatos e a superficialidade de suas propostas, a carência de discussões e debates de temas de relevância para o país, entre outros, estiveram distantes de nossas propagandas políticas nestas eleições.
Como a verdade é o que nos liberta, segundo os ensinamentos de Jesus Cristo, temos a esperança que nesta segunda etapa das eleições possamos ter a verdade como princípio inspirador dos debates políticos, não subestimando a inteligência de nosso povo, pois o mesmo conhece bem a realidade das coisas, estando ávido para ouvir as propostas e assumir-las como verdadeiras, subsidiando as suas escolhas e pensando melhor no futuro de nosso Brasil.

(Adaptado. Josafá Carlos de Siqueira, O Globo, 22/10/2014)

Assinale a opção que indica a frase do texto em que a forma que destacada tem classe gramatical diferente das demais, não se referindo a nenhum termo anterior.

  • A “No contexto político em que vivemos”.
  • B “sentimos saudade de alguns conceitos de verdade que estão na raiz da filosofia e da teologia”.
  • C “o discurso verdadeiro, segundo Platão, é aquele que diz como as coisas são.”
  • D “Parece que nenhum deles se ajusta ao contexto...”.
  • E “O que chama atenção de todos nós...”.