Observe:
A crase configura-se como um elemento gráfico que representa um aspecto sintático relacionado ao encontro da preposição (por convenções de regência) e dos artigos femininos de singular e plural (que acompanham os substantivos femininos na sentença) e não pode ser confundida com acentuação, pois não há nada em sua aplicação que destaque variações de tonicidade em relação às palavras em si. No entanto, é curioso que é possível reconhecer significações diferentes dos enunciados em alguns exemplos excepcionais de enunciados, como é o caso da tirinha cômica acima. As expressões ‘à espera do rato’ e ‘a espera do rato’ divergem, sob a perspectiva da gramática do português, porque:
- A "À espera" é uma expressão adverbial no feminino é pressupõe a ideia de que os gatos estavam esperando o rato sair do buraco ao passo que "a espera", na segunda oração, é o sujeito da oração.
- B À espera" e "a espera" são casos em que o emprego da crase é facultativo e as duas sentenças configuram-se como frases nominais, sem a necessidade de considerar a regência do verbo.
- C Ambos os exemplos se aproveitam da locução verbal implícita no contexto que se exprime na locução "os gatos estavam esperando o rato" e a crase, em função disso, seria obrigatória.
- D Nenhuma das alternativas.