Resolver o Simulado SELECON

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Noções de Informática

1

Nos softwares que integram o pacote MSOffice 2019 BR, dois recursos são descritos a seguir.

I. No Word, após selecionar a citação “prefeitura de são gonçalo”, que aparece em letras minúsculas, e executar um atalho de teclado por duas vezes em sequência, a mesma citação será mostrada como “PREFEITURA DE SÃO GONÇALO”, em letras maiúsculas.
II. No Powerpoint, após abrir uma apresentação de slides já criada “a priori”, para exibir na tela a apresentação a partir do começo, deve-se acionar o ícone Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas ou, como alternativa, pressionar uma tecla de função.

O atalho de teclado e a tecla de função são, respectivamente: 

  • A Ctrl + F3 e F5
  • B Ctrl + F3 e F2
  • C Shift + F3 e F5
  • D Shift + F3 e F2
2

Um funcionário de nível superior da Prefeitura Municipal de São Gonçalo está acessando a pasta DOWNLOADS no disco C por meio do Explorador de Arquivos em um microcomputador com sistema operacional Windows 7 BR. Para selecionar todos os objetos gravados em DOWNLOADS, ele deve executar o seguinte atalho de teclado:

  • A Ctrl + A
  • B Ctrl + T
  • C Alt + A
  • D Alt + T
3

A figura abaixo ilustra uma impressora, empregada na configuração de muitos dos microcomputadores atuais, com as características listadas a seguir.

I. Especificação: Multifuncional tanque de tinta Ecotank L4160 Epson, cabo de conexão USB, suporta tecnologia wi-fi e impressão multicromática em conformidade com o sistema CMYK.
II. Suporta a impressão em papel nas dimensões 21 cm X 29,7 cm e 21,59 cm X 27,94 cm.
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


A partir das características listadas, pode-se concluir que, além do preto, as demais cores do padrão CMYK e as denominações para as referências aos tamanhos de papel indicados acima são, respectivamente: 

  • A coral, ametista, marfim, A4 e carta
  • B coral, ametista, marfim, A0 e ofício
  • C ciano, amarelo, magenta, A0 e ofício
  • D ciano, amarelo, magenta, A4 e carta
4

A planilha abaixo foi criada na última versão do Excel do pacote MSOffice 2019 BR, tendo sido realizados os procedimentos descritos a seguir.

I. Em F10, F11, F12 e F13 foram inseridas expressões para determinar o menor valor de todas cotações das empresas nomeadas SG1, SG2 e SG3, para cada um dos itens, usando a função MÍNIMO.
II. Em G10 foi inserida uma expressão usando a função SE para mostrar o fornecedor que venceu o item Álcool Gel 100 ml, usando o conceito de referência absoluta. Em seguida, essa expressão foi copiada para as células G11, G12 e G13.
III. Para finalizar, em F14 foi inserida uma expressão que soma todos os valores das células de F10 a F13.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Nessas condições, as expressões inseridas em F11 e G12 foram, respectivamente: 

  • A =MÍNIMO(C11...E11) e =SE(F12=C12;$C$9;SE(F12=D12;$D$9;$E$9))
  • B =MÍNIMO(C11:E11) e =SE(F12=C12;$C$9;SE(F12=D12;$D$9;$E$9))
  • C =MÍNIMO(C11...E11) e =SE(F12=C12;&C&9;SE(F12=D12;&D&9;&E&9))
  • D =MÍNIMO(C11:E11) e =SE(F12=C12;&C&9;SE(F12=D12;&D&9;&E&9))
5

No contexto da segurança de dados, em redes e na internet, um recurso apresenta as características listadas a seguir:



• representa uma barreira de proteção que ajuda a bloquear o acesso de conteúdo malicioso, mas sem impedir que os dados que precisam transitar continuem fluindo;

• em informática, são aplicativos ou equipamentos que ficam entre um link de comunicação e um computador, checando e filtrando todo o fluxo de dados, servindo de solução tanto para aplicações empresariais quanto para domiciliar, protegendo não só a integridade dos dados na rede, mas também a confidencialidade deles.



Esse recurso é denominado:

  • A spoofing
  • B deadlook
  • C firewall
  • D backup
6

Dois recursos do Windows 10 BR são descritos a seguir.

I. Aexecução de um atalho de teclado mostra a janela da figura abaixo na tela do monitor de vídeo do computador.
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
II. Um ícone da Área de Notificações, localizada no canto inferior direito da tela, deve ser acionado com a finalidade de “Remover Hardware e Ejetar Mídia com Segurança”, como no caso de uso de um pendrive.

O atalho de teclado e o ícone são, respectivamente:

  • A Tecla de logotipo do Windows Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas + R e Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • B Tecla de logotipo do Windows Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas + E e Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • C Ctrl + R e Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • D Ctrl + E e Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
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No que diz respeito aos conceitos básicos de um microcomputador, um termo é empregado para referenciar os programas, que fazem com que o computador seja útil executando alguma função, enquanto outro termo se refere à parte mecânica e física da máquina, com seus componentes eletrônicos. Esses conceitos são conhecidos, respectivamente, por:

  • A software e firmware
  • B software e hardware
  • C middleware e firmware
  • D middleware e hardware
8

O texto abaixo foi digitado no editor Word do pacote MS Office, ao qual foram realizados alguns procedimentos, listados a seguir.

I. As letras E e A aparecem destacadas, decorrente do uso de um recurso do Word.
II. Às palavras MISSÃO e VISÃO foi empregado um recurso do editor, que aplica um toque artístico usando uma caixa de texto específica. 
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Os dois recursos utilizados são, respectivamente:

  • A denotar e WordArt
  • B denotar e SmartArt
  • C capitular e WordArt
  • D capitular e SmartArt
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A planilha abaixo foi criada no Excel 2019 BR, tendo sido realizados os procedimentos descritos a seguir.

I. Em C11 foi inserida a expressão =SE(B7=99;C7;C6).
II. Em C12 foi inserida uma expressão que determina a média aritmética entre os números mostrados em A10, A11, A12 e A13.
III. Em C13 foi inserida uma expressão que determina a soma dos números mostrados exclusivamente em A10 e em A13. 
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Nessas condições, o conteúdo mostrado na célula C11 e as expressões inseridas em C12 e em C13 são, respectivamente:

  • A CENTRO, =MÉDIA(A10;A13) e =SOMA(A10...A13)
  • B ZÉ GAROTO, =MÉDIA(A10;A13) e =SOMA(A10...A13)
  • C CENTRO, =MÉDIA(A10:A13) e =SOMA(A10;A13)
  • D ZÉ GAROTO, =MÉDIA(A10:A13) e =SOMA(A10;A13)
10

A figura mostra alguns recursos da Faixa de Opções no Powerpoint 2019 BR, 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


que são exibidos na tela quando se aciona uma das guias da Barra de Menus.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


A guia acionada foi:

  • A Animações
  • B Transições
  • C Design
  • D Inserir

Administração Pública

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Na Administração Pública, os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República, dos Governadores e Prefeitos, com Ministérios e Secretarias, respectivamente, referem-se à administração:

  • A direta
  • B indireta
  • C fundacional
  • D descentralizada
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O presidente de uma empresa pública de alta tecnologia deseja adotar um modelo organizacional associado a um organograma radial. Nesse sentido, é correto afirmar que o presidente da empresa buscará:

  • A sublimar as linhas de autoridade, tornando inclusive difícil sua identificação, e implantar um organograma mais suave, buscando reduzir a possibilidade de conflito entre superior e subordinado
  • B definir que a subordinação ao presidente será nitidamente hierárquica, porém com uma diretoria com dirigentes responsáveis pelas funções da empresa e que a subordinação dos trabalhadores será ao dirigente que ocupa a função correspondente ao que está em execução
  • C estabelecer que a autoridade maior será vista por dois ângulos diferentes e a sensação de dupla chefia será permanente; os grupos estarão em constantes mutações, com trocas motivadas pelos projetos em execução
  • D identificar que a linha vertical que parte do Conselho de Administração será a linha condutora do organograma; todas as unidades serão dirigidas por esta linha, demonstrando que o poder maior da organização estará nas mãos de seu presidente
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na identificação das doutrinas que abordam a relação entre a Administração e o Estado, a Administração patrimonialista se caracteriza pelas seguintes práticas:

  • A combate o nepotismo e a corrupção
  • B utiliza contrato de gestão e tem controles de procedimentos
  • C não adota procedimentos rígidos e define indicadores de desempenho
  • D não apresenta distinção entre os limites do público e os limites do privado
14

Na excelência da gestão pública, a ferramenta da qualidade que compara indicadores de desempenho do processo, analisando com indicadores de outras instituições reconhecidas como líderes do segmento, é a ferramenta denominada:

  • A Diagrama de causa e efeito
  • B Diagrama de Pareto
  • C Benchmarking
  • D Brainstorming
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O princípio básico da Administração pública que é entendido como o conjunto de regras tiradas do interior da administração, que determina que o agente público deve ser dotado da capacidade de atuar distinguindo o bem do mal, o honesto do desonesto, e não podendo desprezar o elemento ético de sua conduta, é o princípio da:

  • A publicidade
  • B legalidade
  • C moralidade
  • D impessoalidade
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Em uma organização pública, há uma declaração amplamente divulgada como uma estratégia que define seu direcionamento, exposta ao público interno e externo com a seguinte frase: “Ser reconhecido pela sociedade como um órgão de excelência em prestação de informações de interesse do contribuinte, indispensável para a satisfação do cidadão”. Essa declaração da organização é um exemplo de:

  • A missão
  • B meta
  • C visão
  • D valor
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Segundo Max Weber, a burocracia “é a organização eficiente por excelência”, devendo antecipar-se com detalhes como as coisas deverão ser feitas. Nesse contexto, é correto afirmar que são características da Burocracia de Weber:

  • A impessoalidade nas relações e caráter formal das comunicações
  • B especialização da administração e imprevisibilidade do funcionamento
  • C hierarquia da autoridade e grupos informais
  • D ênfase nos aspectos emocionais e meritocracia

Raciocínio Lógico

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Para implantar o ensino a distância, uma escola fez uma pesquisa com todos os seus alunos e foram obtidas as seguintes informações sobre 2 tipos de equipamentos:

• 50% têm notebook; • 65% têm tablet; • 20% têm tablet e também notebook.

Sabendo que nessa escola há exatamente 32 alunos que não têm nenhum desses 2 equipamentos, o número total de alunos dessa escola é igual a:

  • A 500
  • B 540
  • C 640
  • D 680
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Um engenheiro trabalha com 8 equipes diferentes, distribuídas em três níveis conforme a tabela abaixo. 

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Se este engenheiro escolher apenas 3 dessas equipes para realizar uma determinada tarefa, sendo pelo menos uma do nível C, o número total de escolhas distintas que ele poderá fazer é igual a:

  • A 52
  • B 54
  • C 56
  • D 58
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Considere as 4 proposições abaixo.



Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


A única proposição que apresenta o símbolo do quantificador universal está indicada na seguinte opção:

  • A p
  • B q
  • C r
  • D s
21

Uma pessoa comprou uma caixa com 10 garrafas de vinho, sendo 4 portugueses e 6 argentinos. Retirando-se ao acaso duas garrafas dessa caixa, a probabilidade de ambas serem de vinhos portugueses é igual a 4/n. O valor de n é igual a:

  • A 10
  • B 15
  • C 25
  • D 30
22

Considere a sentença “Se Marcela é engenheira, então Lucas é solteiro”.
Uma sentença logicamente equivalente a essa está indicada na seguinte opção:

  • A Marcela é engenheira ou Lucas é solteiro.
  • B Marcela é engenheira ou Lucas não é solteiro.
  • C Se Lucas não é solteiro, então Marcela não é engenheira.
  • D Se Marcela não é engenheira, então Lucas não é solteiro.
23

Observe as expressões abaixo:



4² – 3² = 7

5² – 4² = 9

6² – 5² = 11

.

.

.

9748² – 9747² = t



A sequência (7, 9, 11, ... , t) representa os resultados das diferenças dos quadrados de dois números inteiros consecutivos. O valor de t é igual a:

  • A 19475
  • B 19485
  • C 19495
  • D 19575
24

Sejam Ae B conjuntos definidos da seguinte maneira:

A= { pessoas que moram em São Gonçalo }
B = { pessoas que trabalham em Niterói }

O conjunto A– (A– B) representa o conjunto cujos elementos são pessoas que:

  • A moram em São Gonçalo e trabalham em Niterói
  • B moram em Niterói e trabalham em São Gonçalo
  • C moram em São Gonçalo e não trabalham em Niterói
  • D moram em Niterói e não trabalham em São Gonçalo
25

Em uma empresa na qual trabalham 116 pessoas, sabe-seque:

    • 72 têm ensino médio completo;
    • 64 sabem usar o EXCEL;
    • 35 têm ensino médio completo e sabem usar o EXCEL.

O número de funcionários dessa empresa que não têm ensinomédio completo e não sabem usar o EXCEL é:

  • A 13
  • B 14
  • C 15
  • D 16
26

Júlia dispõe de 8 cores diferentes para pintar a figura representada a seguir, formada por três quadrados.
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Sabe-se que:

• os quadrados A e C devem ser coloridos pela mesma cor; • cada quadrado deve ser totalmente preenchido por uma única cor; • a cor usada no quadrado B deve ser diferente da usada no quadrado A.

O número máximo de pinturas distintas que essa figura pode ter é igual a: 

  • A 64
  • B 56
  • C 32
  • D 24
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Francisco possui em sua carteira x reais e sabe-se que x ≥ 50. A negação de x ≥ 50 está corretamente indicada naseguinte opção:

  • A x = 50
  • B 50
  • C x > 50
  • D x < 50

Português

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TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)

“Isto não é uma história. Isto é história.” (1º parágrafo)

No primeiro parágrafo, a palavra “uma” é omitida na segunda frase.

O uso e a omissão do artigo, em sequência, configuram um recurso linguístico que destaca o seguinte aspecto da narrativa:

  • A descrição generalista da personagem materna
  • B relação entre distância cronológica e geográfica
  • C trabalho ficcional sobre as recordações familiares
  • D tensão entre objetos pessoais e móveis domésticos
29
TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)

No segundo parágrafo, o narrador indica que há uma expectativa em sua busca.
Em relação a essa expectativa, é possível reconhecer um sentimento de:

  • A incredulidade
  • B imparcialidade
  • C insatisfação
  • D indiferença
30
TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)

“(...) quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes (...)” (2º parágrafo)

No trecho, o emprego da vírgula marca uma sequência encadeada pelo seguinte motivo:

  • A formulação de expressões equivalentes
  • B introdução de estruturas comparativas
  • C indicação de consequências previsíveis
  • D atração de conteúdos contrapostos
31
TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)

No segundo parágrafo, a palavra “malversar” pode ser substituída, mantendo o sentido global da frase, por:

  • A ocultar
  • B indispor
  • C concentrar
  • D desperdiçar
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TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)

“Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne”. (2º parágrafo)

Do ponto de vista da argumentação, a expressão introduzida pelos dois-pontos estabelece com o trecho anterior uma relação de:

  • A generalização
  • B comparação
  • C explicação
  • D concessão
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TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)

Um verbo encontra-se vinculado a seu complemento diretamente, sem a presença de uma preposição, em:

  • A ”tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias”
  • B “Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora”
  • C “parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão”
  • D “Não estou em sua casa, a casa dos meus pais”
34
TEXTO II

Arte e cirurgia estética

   A prática da cirurgia estética, tal como vem sendo intensamente exercida na cultura contemporânea, visa a adequar um corpo aos valores exaltados pela cultura. Esta constrói, assim, um lugar estético previamente definido e exalta-o como norma; os que não estiverem adequados a essa construção são marginalizados, estão à margem, isto é, fora do lugar. A experiência subjetiva – negativa – que provocará a demanda pela cirurgia estética é portanto a experiência de uma atopia, de um estar fora do lugar, de um não ter lugar. A cirurgia estética então aparece como o instrumento que a cultura disponibiliza para que as pessoas tornem-se adequadas ao lugar, ponham fim à sensação existencialmente desconfortável da atopia.
  Curiosamente, a precondição subjetiva para uma experiência de arte é muitas vezes também a experiência negativa da atopia. Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes. O que é a experiência da atopia? A criança que tem problemas de saúde e cuja debilidade a impossibilita de participar, normalmente, das atividades corriqueiras das demais crianças, impedindo-a assim de pertencer a um grupo. É o caso do grande pianista Nelson Freire, tal como nos conta o documentário de João Moreira Salles. A saúde frágil cria um pequeno exílio, um outro lugar que, contudo, não pode ainda ser experimentado como lugar: não há nada nele, ele se define apenas negativamente – pela impossibilidade, pelo vazio, pela ausência, por não ser o “verdadeiro” lugar, isto é, o lugar do grupo, da aceitação, da norma.
   E onde está a arte nisso tudo? A arte é exatamente o meio pelo qual, na encruzilhada da atopia, preenche-se o vazio do isolamento dando-lhe um conteúdo e fazendo dele, assim, um espaço – um lugar. A arte é o meio pelo qual o sujeito nomeia a si e ao mundo de uma outra forma. Essa renomeação cria um lugar, na medida em que um mundo renomeado é imediatamente um mundo revalorado. Isso reconfigura todo o espaço, pois é uma determinada estrutura de valoração, normativa, que condena a diferença à atopia.

Francisco Bosco
(Extraído e adaptado de: Banalogias. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)

De acordo com o ponto de vista manifestado no primeiro parágrafo, a demanda por cirurgia estética é caracterizada por:

  • A atitude de contestação à cultura
  • B projeto de adequação a padrões
  • C consciência de experimentação inovadora
  • D valorização de comportamentos singulares
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TEXTO II

Arte e cirurgia estética

   A prática da cirurgia estética, tal como vem sendo intensamente exercida na cultura contemporânea, visa a adequar um corpo aos valores exaltados pela cultura. Esta constrói, assim, um lugar estético previamente definido e exalta-o como norma; os que não estiverem adequados a essa construção são marginalizados, estão à margem, isto é, fora do lugar. A experiência subjetiva – negativa – que provocará a demanda pela cirurgia estética é portanto a experiência de uma atopia, de um estar fora do lugar, de um não ter lugar. A cirurgia estética então aparece como o instrumento que a cultura disponibiliza para que as pessoas tornem-se adequadas ao lugar, ponham fim à sensação existencialmente desconfortável da atopia.
  Curiosamente, a precondição subjetiva para uma experiência de arte é muitas vezes também a experiência negativa da atopia. Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes. O que é a experiência da atopia? A criança que tem problemas de saúde e cuja debilidade a impossibilita de participar, normalmente, das atividades corriqueiras das demais crianças, impedindo-a assim de pertencer a um grupo. É o caso do grande pianista Nelson Freire, tal como nos conta o documentário de João Moreira Salles. A saúde frágil cria um pequeno exílio, um outro lugar que, contudo, não pode ainda ser experimentado como lugar: não há nada nele, ele se define apenas negativamente – pela impossibilidade, pelo vazio, pela ausência, por não ser o “verdadeiro” lugar, isto é, o lugar do grupo, da aceitação, da norma.
   E onde está a arte nisso tudo? A arte é exatamente o meio pelo qual, na encruzilhada da atopia, preenche-se o vazio do isolamento dando-lhe um conteúdo e fazendo dele, assim, um espaço – um lugar. A arte é o meio pelo qual o sujeito nomeia a si e ao mundo de uma outra forma. Essa renomeação cria um lugar, na medida em que um mundo renomeado é imediatamente um mundo revalorado. Isso reconfigura todo o espaço, pois é uma determinada estrutura de valoração, normativa, que condena a diferença à atopia.

Francisco Bosco
(Extraído e adaptado de: Banalogias. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)

A visão construída em torno da arte, no texto, considera sua função de:

  • A impedir a socialização de sujeitos diferentes
  • B possibilitar o aparecimento de novos valores
  • C impor uma dinâmica de isolamento dos artistas
  • D favorecer um comportamento de ocupação dos espaços
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TEXTO II

Arte e cirurgia estética

   A prática da cirurgia estética, tal como vem sendo intensamente exercida na cultura contemporânea, visa a adequar um corpo aos valores exaltados pela cultura. Esta constrói, assim, um lugar estético previamente definido e exalta-o como norma; os que não estiverem adequados a essa construção são marginalizados, estão à margem, isto é, fora do lugar. A experiência subjetiva – negativa – que provocará a demanda pela cirurgia estética é portanto a experiência de uma atopia, de um estar fora do lugar, de um não ter lugar. A cirurgia estética então aparece como o instrumento que a cultura disponibiliza para que as pessoas tornem-se adequadas ao lugar, ponham fim à sensação existencialmente desconfortável da atopia.
  Curiosamente, a precondição subjetiva para uma experiência de arte é muitas vezes também a experiência negativa da atopia. Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes. O que é a experiência da atopia? A criança que tem problemas de saúde e cuja debilidade a impossibilita de participar, normalmente, das atividades corriqueiras das demais crianças, impedindo-a assim de pertencer a um grupo. É o caso do grande pianista Nelson Freire, tal como nos conta o documentário de João Moreira Salles. A saúde frágil cria um pequeno exílio, um outro lugar que, contudo, não pode ainda ser experimentado como lugar: não há nada nele, ele se define apenas negativamente – pela impossibilidade, pelo vazio, pela ausência, por não ser o “verdadeiro” lugar, isto é, o lugar do grupo, da aceitação, da norma.
   E onde está a arte nisso tudo? A arte é exatamente o meio pelo qual, na encruzilhada da atopia, preenche-se o vazio do isolamento dando-lhe um conteúdo e fazendo dele, assim, um espaço – um lugar. A arte é o meio pelo qual o sujeito nomeia a si e ao mundo de uma outra forma. Essa renomeação cria um lugar, na medida em que um mundo renomeado é imediatamente um mundo revalorado. Isso reconfigura todo o espaço, pois é uma determinada estrutura de valoração, normativa, que condena a diferença à atopia.

Francisco Bosco
(Extraído e adaptado de: Banalogias. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)

“Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes”

A relação entre duas partes da frase acima, delimitadas pelo emprego do travessão, pode ser descrita pelo seguinte par de palavras:

  • A causa/consequência
  • B ponderação/explicitação
  • C abstração/especificação
  • D convergência/divergência
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TEXTO II

Arte e cirurgia estética

   A prática da cirurgia estética, tal como vem sendo intensamente exercida na cultura contemporânea, visa a adequar um corpo aos valores exaltados pela cultura. Esta constrói, assim, um lugar estético previamente definido e exalta-o como norma; os que não estiverem adequados a essa construção são marginalizados, estão à margem, isto é, fora do lugar. A experiência subjetiva – negativa – que provocará a demanda pela cirurgia estética é portanto a experiência de uma atopia, de um estar fora do lugar, de um não ter lugar. A cirurgia estética então aparece como o instrumento que a cultura disponibiliza para que as pessoas tornem-se adequadas ao lugar, ponham fim à sensação existencialmente desconfortável da atopia.
  Curiosamente, a precondição subjetiva para uma experiência de arte é muitas vezes também a experiência negativa da atopia. Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes. O que é a experiência da atopia? A criança que tem problemas de saúde e cuja debilidade a impossibilita de participar, normalmente, das atividades corriqueiras das demais crianças, impedindo-a assim de pertencer a um grupo. É o caso do grande pianista Nelson Freire, tal como nos conta o documentário de João Moreira Salles. A saúde frágil cria um pequeno exílio, um outro lugar que, contudo, não pode ainda ser experimentado como lugar: não há nada nele, ele se define apenas negativamente – pela impossibilidade, pelo vazio, pela ausência, por não ser o “verdadeiro” lugar, isto é, o lugar do grupo, da aceitação, da norma.
   E onde está a arte nisso tudo? A arte é exatamente o meio pelo qual, na encruzilhada da atopia, preenche-se o vazio do isolamento dando-lhe um conteúdo e fazendo dele, assim, um espaço – um lugar. A arte é o meio pelo qual o sujeito nomeia a si e ao mundo de uma outra forma. Essa renomeação cria um lugar, na medida em que um mundo renomeado é imediatamente um mundo revalorado. Isso reconfigura todo o espaço, pois é uma determinada estrutura de valoração, normativa, que condena a diferença à atopia.

Francisco Bosco
(Extraído e adaptado de: Banalogias. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)

No segundo parágrafo, a definição de atopia é formulada por meio da seguinte estratégia:

  • A apresentação de exemplos
  • B informação subentendida
  • C contextualização histórica
  • D descrição de personagem

Direito Administrativo

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Taksin Preecha exerce as funções de fiscal sanitário no estado WW e, no uso regular de suas atribuições, recebe denúncia de má conservação de alimentos na mercearia Pocahontas Nemo, que se revela verdadeira. Constatado que existem mercadorias irregularmente armazenadas e com validade vencida, o fiscal apreende os bens e aplica multa. Nesse caso, com o ato de apreensão está sendo realizado um dos atributos do ato administrativo consistente na:

  • A veracidade
  • B legitimidade
  • C autoexecutoriedade
  • D previsibilidade
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Malai Storm é professora de História, atuando no Estado GT, e sugere a aquisição de material para utilização em sua escola com a finalidade de motivar o estudo de sua disciplina. Aprovado o seu pedido, a Secretaria Municipal de Educação inicia o necessário procedimento licitatório. Nos termos da lei de licitações (Lei nº 8.666/93), deve ser realizado o procedimento de:

  • A convite
  • B concurso
  • C leilão
  • D patrocínio
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Amaro Miguel é engenheiro e sócio de uma empresa que realiza obras para diversos municípios. Após submeter-se a procedimento licitatório, a empresa logrou sair vitoriosa para realizar vultosas obras no município XC. Nos termos da Lei nº 8.666/93, deverá ser inicialmente apresentado o projeto:

  • A básico
  • B modal
  • C necessário
  • D utilitário
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Safira Iasmin é servidora pública efetiva do município TT ocupando a função de confiança de gerente de logística da Secretaria Municipal de Obras. Na sua gerência, atuam cerca de cem servidores dos mais variados níveis. Dada a complexidade da administração, atua com quatro subgerências, embora concentre o poder hierárquico. Quando há necessidade, Safira transfere esse poder para um dos subgerentes. Trata-se da denominada:

  • A delegação
  • B renúncia
  • C desistência
  • D incompetência
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Tiago Noah é Secretário Municipal de Administração do município VB e, verificando que determinado ato administrativo padece de vício de nulidade, determina, de ofício, o seu desfazimento. Trata-se da aplicação, no âmbito do controle administrativo, do princípio da:

  • A provocação
  • B inércia
  • C autotutela
  • D extensão
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M. C. Pradel, professora, requereu ao município XCT a expedição de documento contendo informações sobre sua vida funcional, desde a posse até sua última promoção. No documento expedido, constaram várias anotações elogiosas às suas atividades profissionais, bem como uma promoção por merecimento. Sendo documento público em relação aos fatos enunciados, atua o princípio da veracidade que está fundamentado na denominada:

  • A autonomia
  • B certificação
  • C fé pública
  • D exigibilidade
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Pilat é professor vinculado ao município ZZ e realiza concurso para o município TT. Após aprovação, dirige-se ao setor de recursos humanos para tomar posse, onde o responsável exige comprovante de exoneração do órgão anterior. Nos termos da Constituição Federal, quando houver compatibilidade de horários, é permitida a acumulação de dois cargos de:

  • A advogado
  • B promotor
  • C professor
  • D policial
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O agente público Theotônio busca organizar a atividade da Secretaria Municipal de Obras do município LL com o intuito de adequá-la aos modernos parâmetros da administração pública. Um dos eixos da organização consiste em estabelecer parâmetros para os atos de polícia, editando normas que impõem a definição do objeto e de metas. Nos termos das normas do Direito Administrativo, são considerados atos de polícia os de:

  • A legislação
  • B fiscalização
  • C julgamento
  • D consultoria
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Fred pretende promover ação com pedido condenatório do município por ter caído em um bueiro destampado. Houve alerta de vários munícipes quanto ao fato, e a secretaria competente não se pronunciou sobre o assunto. Nos termos da doutrina do Direito Administrativo, a responsabilidade do município decorre da existência de omissão:

  • A específica
  • B natural
  • C generalista
  • D apropriada
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Pablo é admitido, por concurso, no serviço público municipal. Por força da legislação de regência, seu órgão de atuação exige a apresentação de declaração de bens. Nos termos da Lei Federal nº 8.429, de 02 de junho de 1992, o servidor poderá entregar cópia da declaração anual de bens, na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, apresentada à:

  • A Secretaria Estadual de Fazenda
  • B Inspetoria Seccional do Tesouro
  • C Delegacia da Receita Federal
  • D Superintendência da Fiscalização