Resolver o Simulado VUNESP

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Psicologia

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Jovem deficiente, em situação de curatela, que tem um impedimento de longo prazo de natureza intelectual e sensorial, é trazido para atendimento em um serviço de atenção básica em saúde. Ele precisa submeter-se a um tratamento prolongado, em função de um comprometimento de sua saúde física. Nesse caso, o consentimento prévio, livre e esclarecido para a realização desse tratamento

  • A é desnecessário, porque o jovem é uma pessoa com deficiência.
  • B só precisa ser solicitado ao representante legal desse jovem com deficiência.
  • C precisa ser obtido junto a uma autoridade judicial.
  • D é dispensável, pois a limitação descrita compromete o entendimento da situação.
  • E é indispensável, e a participação do jovem deve ser assegurada no maior grau possível.
2

Um idoso deu entrada em um pronto-atendimento de um hospital geral, inconsciente, trazido por uma ambulância. Ele não estava acompanhado no momento em que chegou ao hospital, porque o atendimento emergencial foi solicitado por desconhecidos. Os exames iniciais identificaram risco de morte e a necessidade de uma intervenção cirúrgica imediata. Nesse caso,

  • A o procedimento pode ser autorizado pelo médico que o atendeu.
  • B a intervenção deverá aguardar a presença e autorização de um familiar do idoso.
  • C o atendimento deverá ser adiado até que o idoso possa autorizar conscientemente a intervenção.
  • D a cirurgia deverá ser autorizada por um curador, porque o idoso está interditado.
  • E a operação pode ser realizada sem autorização, porque envolve risco imediato.
3

De acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), a integralidade

  • A garante à população o acesso imediato às ações e aos serviços públicos em todos os níveis de atenção em saúde.
  • B reafirma a necessidade de se reduzir as disparidades sociais e regionais no que se refere à atenção e recuperação da saúde das comunidades.
  • C preconiza que a atenção em saúde deve levar em consideração as necessidades específicas de grupos de pessoas, ainda que minoritários em relação à população.
  • D gerencia as atribuições dos gestores municipais e estaduais para garantir a eficiência e efetividade das ações de saúde para a população.
  • E reassegura a formação e o funcionamento dos Conselhos de Saúde, impulsionando a participação da população na elaboração de políticas públicas.
4

As oficinas terapêuticas são uma das principais formas de tratamento oferecidas pelos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS. As oficinais terapêuticas propõem uma série de atividades que

  • A devem atender, fundamentalmente, aos interesses determinados pelos técnicos encarregados do serviço para a reabilitação dos usuários.
  • B podem ser definidas de acordo com os interesses dos usuários, das possibilidades dos técnicos ou das necessidades do serviço de saúde.
  • C visam, prioritariamente, a recuperação da capacidade produtiva e a recomposição da renda dos portadores de transtornos mentais.
  • D possibilitam aos portadores de transtornos mentais um contato mais profundo com a sua dinâmica psíquica e com as suas limitações afetivas.
  • E eliminam as angústias dos usuários do serviço, favorecendo sua aderência ao tratamento e às estratégias adotadas para sua recuperação.
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Os Centros de Convivência e Cooperativa foram criados, em 1989, na cidade de São Paulo, como um

  • A meio para atuar nas lacunas identificadas em outras instituições de saúde, com o objetivo de recuperar a cidadania dos portadores de transtornos mentais.
  • B ambiente para conectar as pessoas pelas suas patologias, favorecendo o encontro entre os iguais para o compartilhamento de experiências.
  • C modo para oferecer assistência psiquiátrica e psicológica com caráter mais individualizado aos portadores de transtornos psíquicos.
  • D serviço que tinha como função prioritária na rede de saúde a inclusão dos usuários das unidades em saúde mental no tecido social.
  • E dispositivo para garantir a renda de portadores de transtornos mentais que, devido à sua condição, não conseguem inserção no mercado de trabalho.
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Pesquisas recentes na área da neurobiologia comprovam que tanto a psicoterapia quanto o tratamento em farmacoterapia afetam o cérebro. Essas pesquisas permitem afirmar que

  • A ambos podem ser considerados tratamentos biológicos, em um sentido extremamente real.
  • B a psicoterapia modifica as mesmas estruturas cerebrais alteradas pelo uso da medicação.
  • C a farmacoterapia tem a mesma eficácia da psicoterapia no tratamento dos transtornos mentais.
  • D a psicoterapia pode substituir com sucesso a utilização da medicação no tratamento dos transtornos psíquicos.
  • E tanto a psicoterapia quanto a farmacoterapia são incapazes de atuar no nível simbólico do sofrimento psíquico.
7

Os pacientes borderline, na visão de Otto Kernberg, um dos principais teóricos que abordou esse tipo de organização da personalidade,

  • A perseveram em uma modalidade de pensamento psicótico, independentemente das condições com as quais se deparam no ambiente externo.
  • B utilizam como principal estratégia defensiva a racionalização, o que impede o contato com os afetos reprimidos e com o seu temor de entrar em conflito nos relacionamentos.
  • C exibem capacidade para sublimação somente quando se deparam com situações de pressão no ambiente externo que podem provocar um colapso.
  • D demonstram desconforto em situações de proximidade física e não gostam de se envolver em relacionamentos íntimos, por medo da dependência.
  • E são incapazes de reunir forças do ego para retardar a descarga de impulsos, para modular manifestações afetivas e orientar o comportamento.
8

O atendimento domiciliar em psicologia é uma modalidade de atuação que tem levantado algumas questões relativas à sua natureza e aos problemas éticos que pode envolver. Em um atendimento domiciliar, o psicólogo

  • A pode se envolver nas questões familiares de seus pacientes, que constituem impedimentos para a recuperação do doente.
  • B deve abordar, durante os atendimentos, somente o conteúdo que o paciente trouxer ou as situações que tenha presenciado.
  • C evita qualquer tipo de contato com os familiares do paciente, para garantir a confidencialidade dos dados por ele fornecidos.
  • D comparece à casa do paciente sem a necessidade de estabelecer nenhum horário ou dia fixo, em respeito às limitações do paciente.
  • E estabelece as condições do setting de maneira rígida, uma vez que as condições nas quais o atendimento ocorre são geralmente muito precárias.
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A conduta adotada para encaminhamento de pacientes com transtorno de pânico geralmente associa o uso de medicamentos e a psicoterapia psicodinâmica. Essa conduta é

  • A desaconselhável, porque a medicação impede a mentalização e compromete o entendimento das fantasias agressivas características desse tipo de paciente.
  • B acertada, pois permite que a ansiedade antecipatória desses pacientes seja eliminada, o que favorece a compreensão da angústia de castração característica desse transtorno.
  • C inadequada, uma vez que, eliminados os temores por meio da medicação, é impossível acessar os conteúdos inconscientes que produzem e sustentam as crises de pânico.
  • D adequada, uma vez que os ataques de pânico e a agorafobia podem ser controlados farmacologicamente e a terapia ajuda os pacientes a superarem seus temores.
  • E questionável, pois o controle das crises de pânico e da ansiedade antecipatória desses pacientes torna inócua a interpretação dos conteúdos que provocam a crise.
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A observação lúdica é um recurso utilizado pelo psicólogo, durante a realização de um processo psicodiagnóstico, para conhecer a realidade da criança que foi trazida para o atendimento. É correto afirmar que, durante a observação lúdica, a criança

  • A tem a possibilidade de brincar, em um contexto particular, sem um enquadramento específico e sem explicitação de papéis, o que lhe permite total liberdade expressiva.
  • B ainda não estabeleceu um vínculo transferencial com o terapeuta, por isso, o campo da entrevista organiza-se, basicamente, pelas variáveis da personalidade da criança.
  • C expressa somente um segmento de seu repertório, reatualizando no presente um conjunto de fantasias que irão se sobrepor ao campo de estímulo.
  • D comunica suas fantasias sem a interferência do processo primário, o que facilita a compreensão dos conflitos responsáveis pela sua sintomatologia.
  • E expressa, por meio da linguagem e do uso apropriado dos verbos e das leis de pensamento, a natureza das fantasias que dominam seu mundo interno.
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O psicodiagnóstico é um processo científico que parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis estruturam-se na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não ao longo de cada uma de suas etapas. Durante

  • A o contrato, o psicólogo define, com o paciente ou responsáveis, os tipos de informes necessários, e quem terá acesso aos dados do exame realizado.
  • B o planejamento da bateria de testes, o paciente decide, juntamente com o psicólogo, os recursos e testes mais apropriados para investigar os seus sintomas.
  • C a aplicação de testes psicológicos, o psicólogo precisa eliminar qualquer traço de ansiedade da pessoa avaliada, para obter resultados confiáveis.
  • D a anamnese, o psicólogo deve registrar somente as informações que forem trazidas espontaneamente pela pessoa, que é alvo da avaliação.
  • E a entrevista devolutiva, o psicólogo deve oferecer à pessoa avaliada o seu diagnóstico, seu prognóstico e a classificação nosológica de seu transtorno.
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Quando um terapeuta enfatiza a importância de um clima emocional de apoio no ambiente terapêutico e trabalha para clarificar, ao invés de interpretar, os sentimentos expressados por seus pacientes, ele adota estratégias da

  • A abordagem analítica.
  • B abordagem psicossomática.
  • C abordagem psicodramática.
  • D terapia centrada no cliente.
  • E terapia comportamental.
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O modelo cognitivo para compreensão e intervenção junto aos pacientes com depressão postula três princípios para explicar o substrato psicológico desse transtorno. Esses princípios são:

  • A o evento similar, a alexitimia e a dissonância cognitiva.
  • B a tríade cognitiva, os esquemas e as distorções cognitivas.
  • C a expectativa de fracasso, a instabilidade e o pensamento mágico.
  • D a fobia social, o pensamento negativo e a falta de resiliência.
  • E o deslize mental, a incongruência e o sentimento de inadequação.
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Historicamente, o insight e a compreensão foram sempre considerados os objetivos finais da psicoterapia apoiada nos princípios psicanalíticos. De acordo com a perspectiva de Donald D. Winnicott, o foco do trabalho terapêutico é

  • A o desenvolvimento da autenticidade ou do “verdadeiro self”.
  • B a ampliação da capacidade de mentalização e controle.
  • C a melhoria na qualidade das relações da pessoa com o ambiente.
  • D a reintegração dos objetos perdidos por meio da identificação projetiva.
  • E a supressão do conflito inconsciente e o fortalecimento das defesas.
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Em suas primeiras publicações sobre o desenvolvimento, Jean Piaget apresentou os resultados de suas pesquisas sobre o comportamento linguístico e a lógica que caracteriza a mentalidade particular das crianças. Em um de seus experimentos, ele identificou que crianças entre cinco e seis anos, que têm um irmão ou uma irmã, não conseguem entender que elas próprias também possuem relações fraternas com esse irmão ou essa irmã. Piaget designou tal atitude como

  • A antropomorfismo.
  • B narcisismo.
  • C egocentrismo.
  • D perseveração.
  • E reversibilidade.
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Segundo as concepções de René Spitz, o recém-nascido

  • A conta com uma percepção e uma atividade suficientemente organizadas.
  • B consegue distinguir o ambiente externo do ambiente interno.
  • C exibe a primeira manifestação de ansiedade após o trauma do nascimento.
  • D apresenta atividade mental nas primeiras semanas subsequentes ao parto.
  • E pode expressar reações de quietude e desprazer assim que nasce.
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Segundo o filósofo Karl Popper, tanto a teoria de Karl Marx quanto a teoria de Sigmund Freud são consideradas

  • A científicas, porque se baseiam nos princípios da indução.
  • B pseudociência, porque não são falsificáveis.
  • C positivistas, pois estabelecem relações causais entre fenômenos.
  • D metafísicas, uma vez que respondem às questões basais da natureza humana.
  • E dualistas, porque concebem a mente a partir da interação entre forças antagônicas.
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Em estatística, uma maneira conveniente de descrever um grupo como um todo é achar um número único que represente o que é mais frequente naquele grupo de dados. Em pesquisa social, esse valor é chamado de tendência central. A tendência central que identifica o valor mais frequente, mais típico ou mais comum em uma distribuição é denominada

  • A média harmônica.
  • B mediana.
  • C média ponderada.
  • D moda.
  • E média aritmética.
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Um psicólogo atua no departamento de recursos humanos em uma organização de trabalho. Um dos funcionários dessa organização solicita que ele atenda sua filha adolescente, que já tentou suicídio uma vez. Nesse caso, o psicólogo deve

  • A atender o funcionário em relação ao seu sofrimento, que caracteriza uma situação emergencial e, por isso, demanda atenção diferenciada e terapêutica do psicólogo.
  • B esclarecer ao profissional que as informações por ele prestadas devem ser compartilhadas com os responsáveis pela organização, em função do risco que envolvem.
  • C assumir o atendimento da filha do funcionário, desde que seja em um ambiente com condições apropriadas à natureza do serviço que deverá ser prestado.
  • D esclarecer que não poderá se envolver com a situação, pois a relação que o funcionário quer estabelecer com ele pode interferir negativamente nos objetivos da organização.
  • E oferecer ao funcionário as informações necessárias para o encaminhamento apropriado do caso e assegurar a ele o sigilo sobre as informações reveladas.
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O elemento mais importante para a identificação de um delineamento de pesquisa é o procedimento adotado para a coleta de dados. Se um pesquisador determinou um objeto de estudo, selecionou as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definindo as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto, ele está realizando

  • A um levantamento.
  • B uma pesquisa experimental.
  • C um estudo de caso.
  • D um estudo de campo.
  • E uma pesquisa de ação.

Português

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              Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


      “Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

      – Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.

      – Posso! Mas quem planta sou eu.

      Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:

      – Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?

      Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.

      Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.

      Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:

      – Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.

      E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.

      Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:

      – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.

      Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

                   (Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as formas verbais estão empregadas em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.

  • A Bernardo usualmente intermedia o diálogo entre a população e o poder público no que se refere à arte.
  • B Por meio da arte, os habitantes de Inhotim reaviram a sensação de estar vivo e ter um futuro.
  • C Tanto Lenine quanto Bernardo se propuseram a usar a música como forma de transcendência.
  • D Cortes foram feitos por governantes que não se deteram na reflexão sobre a importância da arte.
  • E A arte deve participar do processo de cura e não ser retomada quando as pessoas se refazerem da tragédia.
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              Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


      “Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

      – Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.

      – Posso! Mas quem planta sou eu.

      Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:

      – Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?

      Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.

      Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.

      Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:

      – Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.

      E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.

      Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:

      – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.

      Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

                   (Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

A frase com a concordância correta, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:

  • A Restam-nos muito pouco tempo para viver, não é mesmo?
  • B Casos e histórias é que animavam a conversa, pausada.
  • C Música, canto, arte, tudo isso são essenciais à vida.
  • D Nesses tempos urgem a revitalização da região de Inhotim.
  • E Assim como ocorreram com outras artes, cortaram gastos com música.
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              Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


      “Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

      – Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.

      – Posso! Mas quem planta sou eu.

      Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:

      – Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?

      Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.

      Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.

      Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:

      – Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.

      E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.

      Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:

      – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.

      Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

                   (Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

Na frase – Tem coisa que não pode cancelar. –, o vocábulo destacado é um pronome relativo, retomando o substantivo “coisa”. Assinale a alternativa em que o vocábulo em destaque também exerce função pronominal, retomando um substantivo.

  • A Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies.
  • B Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia.
  • C Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
  • D No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.
  • E – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos.
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              Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


      “Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

      – Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.

      – Posso! Mas quem planta sou eu.

      Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:

      – Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?

      Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.

      Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.

      Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:

      – Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.

      E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.

      Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:

      – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.

      Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

                   (Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

Com relação ao conteúdo que o antecede no penúltimo parágrafo, o comentário – Tem coisa que não pode cancelar. – exprime uma

  • A justificativa.
  • B ressalva.
  • C síntese.
  • D consequência.
  • E concessão.
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              Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim


      “Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:

      – Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.

      – Posso! Mas quem planta sou eu.

      Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:

      – Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?

      Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.

      Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.

      Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:

      – Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.

      E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.

      Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:

      – Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.

      Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

                   (Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

Uma leitura adequada do texto em sua totalidade permite concluir que o título

  • A chama a atenção para um encontro corriqueiro e de ocorrência sazonal.
  • B expõe uma crítica à indiferença dos artistas citados quanto à beleza natural de Inhotim.
  • C prenuncia um discurso impessoal sobre os atributos naturais de Inhotim.
  • D antecipa um depoimento de cunho intimista, baseado na memória do autor.
  • E destaca o encanto do autor diante da qualidade técnica do show de Lenine.
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      Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos. A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação niveladora da tecnologia que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets puseram a conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.

      O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém imaginaria há 40 anos. Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista daquilo com que devemos nos preocupar: ficamos dependentes e vulneráveis neste novo mundo, com ameaças à segurança e à privacidade. E sobre as desigualdades, ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão rapidamente aprendendo o que precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O conselho do filósofo é que os ricos devem começar a pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos.

* referência ao episódio bíblico em que Davi, aparentemente mais fraco, derrota o gigante Golias.

(Míriam Leitão. História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2015)

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da frase a seguir, quanto ao emprego do sinal indicativo da crase.


O que deve causar preocupação à _______________ ?

  • A todos
  • B você
  • C pessoas
  • D nós
  • E população
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Assinale a alternativa em que a frase – Foram os editores da revista Edge que apresentaram a discussão ao filósofo americano Daniel Dennett. – está corretamente reescrita, tanto no que respeita à regência verbal quanto no que se refere ao emprego e à colocação pronominal, tendo a expressão “a discussão” substituída por um pronome.

  • A Foram os editores da revista Edge que apresentaram-na ao filósofo americano Daniel Dennett.
  • B Foram os editores da revista Edge que a apresentaram ao filósofo americano Daniel Dennett.
  • C Foram os editores da revista Edge que lhe apresentaram ao filósofo americano Daniel Dennett.
  • D Foram os editores da revista Edge que apresentaram-lhe ao filósofo americano Daniel Dennett.
  • E Foram os editores da revista Edge que o apresentaram ao filósofo americano Daniel Dennett.
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      Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos. A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação niveladora da tecnologia que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets puseram a conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.

      O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém imaginaria há 40 anos. Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista daquilo com que devemos nos preocupar: ficamos dependentes e vulneráveis neste novo mundo, com ameaças à segurança e à privacidade. E sobre as desigualdades, ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão rapidamente aprendendo o que precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O conselho do filósofo é que os ricos devem começar a pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos.

* referência ao episódio bíblico em que Davi, aparentemente mais fraco, derrota o gigante Golias.

(Míriam Leitão. História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2015)

O trecho destacado em – ... E citou a lista daquilo com que devemos nos preocupar... (2° parágrafo) – estará corretamente substituído, quanto à regência, conforme a norma-padrão da língua portuguesa, por:

  • A sobre que devemos nos ater
  • B de que devemos estar atentos
  • C a que devemos dar atenção
  • D a que devemos estar cientes
  • E em que devemos estar alertas
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Assinale a alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

  • A Temia-se que a distância entre os países ricos e os países pobres aumentassem.
  • B A verdade é que passou a existir fortunas enormes devido à informática.
  • C Com smartphones e tablets, foi posto nas mãos de bilhões a conectividade.
  • D Milhares de Davis estão aprendendo o que lhes devem ser necessário.
  • E Convém reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos.
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      Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos. A verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação niveladora da tecnologia que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets puseram a conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.

      O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém imaginaria há 40 anos. Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista daquilo com que devemos nos preocupar: ficamos dependentes e vulneráveis neste novo mundo, com ameaças à segurança e à privacidade. E sobre as desigualdades, ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão rapidamente aprendendo o que precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O conselho do filósofo é que os ricos devem começar a pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos.

* referência ao episódio bíblico em que Davi, aparentemente mais fraco, derrota o gigante Golias.

(Míriam Leitão. História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2015)

Preservando-se as relações de sentido estabelecidas no texto, o trecho destacado em – Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. (2° parágrafo) – estará reescrito corretamente, conforme a norma-padrão da língua portuguesa, em:

  • A contudo não for.
  • B embora não seja.
  • C visto não ser.
  • D ainda que é.
  • E como não fosse.

Psicologia

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O trabalho em equipe no âmbito das organizações possibilita a troca de conhecimento e agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e aprender novas tarefas. O trabalho em equipe pode ser descrito como um

  • A check list das habilidades individuais, com a finalidade de estabelecer as obrigações de cada profissional na equipe, bem como as metas de cada um nos projetos departamentais.
  • B conjunto de objetivos estabelecidos com a finalidade de nortear as ações internas e externas de todos os profissionais, de áreas específicas da organização num determinado projeto.
  • C planejamento em grupo com metas estabelecidas por projetos distintos e a relação dos respectivos feedback.
  • D grupo de profissionais de áreas diferentes, que são contratados temporariamente para discutir projetos específicos e elaborar as atribuições individuais de cada colaborador.
  • E conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determinado trabalho, por obrigação, ou não.