Resolver o Simulado Professor - AOCP

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Biologia

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A malária é uma doença cuja infecção humana começa pela picada de um mosquito Anopheles que introduz esporozoítos de Plasmodium por meio de sua saliva. Os esporozoítos são
  • A a fase larval do Plasmodium.
  • B a fase adulta do Plasmodium
  • C o ovo do Plasmodium.
  • D a fase sexuada do Plasmodium
  • E o estágio infectante do Plasmodium.
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Uma criança foi hospitalizada apresentando uma área que evoluiu de eritematosa e endurecida na face para erupção cutânea e edema em torno dos olhos. O médico identificou precocemente que o paciente pode ter sido picado pelo vetor da doença de Chagas, conhecido popularmente como
  • A mosca tsé-tsé.
  • B anófeles.
  • C mosquito prego.
  • D barbeiro
  • E caramujo bionfalária.
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Um paciente foi encaminhado para avaliação com uma hepatoesplenomegalia dramática e grande acúmulo de líquido ascético na cavidade peritoneal. O quadro indica infecção crônica por
  • A Ascaris lumbricoides
  • B Schistosoma mansoni.
  • C Taenia solium
  • D Plasmodium vivax.
  • E Trypanosoma cruzi.
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Uma paciente do sexo feminino, queixandose de dor de cabeça, náuseas e vômitos, foi submetida a uma tomografia computadorizada do cérebro que mostrou lesões. A sorologia confirmou infecção por cisticercose. Como a paciente pode ter adquirido a doença?
  • A Ingerindo carne de porco mal cozida.
  • B Por picada de mosquito vetor.
  • C Por contato sexual com pessoa infectada
  • D Caminhando descalça em áreas contaminadas.
  • E Ingerindo alimentos mal lavados com ovos do parasito.
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Ao longo da evolução, o parasitismo resultou em adaptações que tornaram o parasito cada vez mais dependente de seu hospedeiro. Uma importante adaptação morfológica dos parasitos é a
  • A baixa capacidade reprodutiva.
  • B hipertrofia de órgãos de fixação
  • C hipertrofia do sistema digestório
  • D alta capacidade de resistência fora do hospedeiro.
  • E hipertrofia dos órgãos locomotores.
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Pela classificação dos Agentes Etiológicos com base no Grau de Risco, a espécie Mycobacterium tuberculosis integra o grupo de risco III, juntamente com outros microrganismos capazes de infectar por meio de
  • A aerossóis
  • B transfusão sanguínea.
  • C contato sexual.
  • D vetores invertebrados
  • E ingestão de alimentos crus.
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Os anticorpos são moléculas glicoproteicas que se ligam a antígenos e tem a capacidade de neutralizá-los. No organismo humano, a célula responsável pela produção de anticorpos é
  • A a célula T reguladora.
  • B o linfócito T.
  • C a célula NK.
  • D o linfócito B.
  • E o monócito.
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Em excesso nos corpos de água, o nitrogênio pode causar impactos decorrentes do processo de eutrofização, porém o nitrogênio é considerado importante parâmetro de qualidade de esgotos, já que é indispensável para
  • A o controle microbiano das amostras.
  • B a formação de flóculos nos processos de tratamento.
  • C o controle do pH durante o tratamento do esgoto.
  • D o crescimento dos organismos responsáveis pelo tratamento de esgotos.
  • E a sobrevivência dos peixes, sobretudo em sua forma livre.
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Assinale a alternativa que apresenta a correta explicação da importância de se considerar a temperatura como um parâmetro de qualidade da água.
  • A Elevações na temperatura aumentam a taxa de reações químicas e biológicas.
  • B Para consumo humano a água não pode variar em mais de 10ºC em temperatura.
  • C Elevações na temperatura aumentam a solubilidade de gases como o O2 .
  • D Reduções de temperatura aumentam possibilidade de gerar mal cheiro.
  • E Só é possível fazer análises químicas da água entre 25 e 30ºC.
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O parâmetro químico de qualidade da água que mede a concentração de cátions multimetálicos em solução, originados da dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio, é conhecido como
  • A acidez.
  • B demanda química de oxigênio.
  • C oxigênio dissolvido.
  • D turbidez.
  • E dureza.
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Um técnico de laboratório da CASAN irá coletar amostras que não podem sofrer aeração, pois serão destinadas aos ensaios de oxigênio dissolvido e sulfetos. Essas amostras devem ser coletadas na superfície da água. Para essa coleta, ele utilizará o seguinte equipamento, que é denominado

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • A garrafas de van Dorn e de Niskin.
  • B coletor com braço retrátil.
  • C balde de inox.
  • D armadilha de Schindler-Patalas.
  • E batiscafo.
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No laboratório de controle da qualidade da água e tratamento do esgoto da CASAN, o técnico deve realizar a análise de amostras de esgoto para verificação de sólidos totais e voláteis a altas temperaturas. Para essa verificação, ele utilizará qual equipamento?
  • A Dessecador.
  • B Autoclave.
  • C Mufla.
  • D Fotômetro.
  • E Deionizador.
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A evolução do fenômeno parasitário é marcada pelas adaptações dos parasitas que se tornaram cada vez mais dependentes de seus hospedeiros. Sobre as principais modificações ou adaptações dos parasitas, assinale a alternativa correta.
  • A Para aumentar sua capacidade digestiva, os parasitas da classe Cestoda apresentam hipertrofia do sistema digestivo com longo intestino.
  • B Alguns helmintos desenvolveram órgãos de fixação muito fortes, como lábios e ventosas, que aumentam sua capacidade de sobrevivência no corpo do hospedeiro.
  • C A resistência aos sucos digestivos dos helmintos que parasitam o sistema digestório humano se deve principalmente ao seu espesso e queratinizado sistema tegumentar.
  • D A maioria dos parasitas apresenta baixa capacidade reprodutiva ao longo da vida, já que a taxa de contaminação é alta no interior do corpo do hospedeiro.
  • E Os parasitas sofreram adaptações que permitiram que eles infectassem hospedeiros muito menores que seus tamanhos, causando a morte rápida desses hospedeiros.
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Um parasito heteroxênico é aquele que
  • A parasita espécies de vertebrados muito diferentes.
  • B vive fora de seu habitat normal.
  • C possui hospedeiro intermediário e definitivo.
  • D apresenta alternância de gerações.
  • E é incapaz de viver fora do hospedeiro.
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O parasitismo é uma relação entre duas espécies diferentes, na qual o parasita é o organismo beneficiado enquanto o hospedeiro 
  • A é beneficiado pela proteção que o parasita proporciona contra outros tipos de infecção.
  • B é prejudicado pelo parasita, mas não a ponto, na maioria das vezes, de lhe causar morte.
  • C não é beneficiado e nem prejudicado, sendo também uma relação de comensalismo.
  • D é prejudicado, a ponto da interação levar a morte do hospedeiro em curto intervalo de tempo.
  • E é consumido integralmente pelo parasita, sendo essa relação também chamada predação.
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Por questões éticas, a propagação viral por inoculação de animais é limitada. Uma das estratégias de propagação é o uso de culturas de pequenos fragmentos de tecidos específicos retirados de animais. Este método é conhecido como
  • A inoculação in vivo.
  • B meios de cultura em ágar.
  • C cultivos de explante.
  • D micropropagação vegetativa.
  • E pseudoinoculação animal.
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A micologia é a ciência que estuda os fungos. Sobre a importância dos fungos, assinale a alternativa correta.
  • A Os fungos não são importantes para a atividade enzimática como na produção de enzimas de interesse industrial.
  • B Os fungos não têm ação alguma sobre os alimentos.
  • C Os fungos agem na agricultura como nas micorrizas e biopesticidas.
  • D Os fungos não têm atuação na produção de fármacos.
  • E Os fungos não trazem quaisquer patologias para o organismo dos seres humanos.
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Considerando as características relacionadas a seguir: não sintetizam clorofila, não têm celulose (exceto algumas aquáticas), não armazenam amido, presença de quitina, armazenam glicogênio, são heterotróficos, são ubíquos, eucariotos, são leveduras, filamentosos e alguns dimórficos. Podemos afirmar que o enunciado refere-se a
  • A bactérias.
  • B protozoários.
  • C vírus.
  • D fungos.
  • E parasitas.
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Os vírus são seres que não possuem células, são constituídos por ácido nucleico, que pode ser DNA ou RNA, envolvido por um invólucro proteico denominado capsídeo. Diante desta afirmação, é considerada uma doença viral, EXCETO
  • A gripe.
  • B caxumba.
  • C varíola.
  • D arritmias.
  • E viroses.

Português

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FOTOGRAFIA E AUTOIMAGEM

ELLEN PEDERÇANE

A fotografia há muito é um recurso de memória, seja de cunho coletivo, histórico, registro documental ou pessoal. É memória, testemunho de uma época, de um acontecimento ou apenas recordação de um momento importante de história pessoal/familiar. A cada dia expande seu campo de ação e amplia seus significados, valores e funções. Hoje, um peso que vem ganhando notoriedade é o da autocontemplação. Do indivíduo perdido nesse cotidiano acelerado do século XXI permitindo-se parar e se observar ao ser fotografado.

Com o surgimento da fotografia digital, a proximidade dela com a população ganhou uma nova perspectiva. E seja de forma artística ou comercial, a possibilidade de ser retratado por um profissional é maior hoje do que há 20 anos. E essa proximidade da fotografia com o cidadão comum, entre outros quesitos, tem cumprido esse papel reflexivo: quem somos em meio a toda essa loucura que vivemos. O quanto nos olhamos dentro desse furacão.

Um simples ensaio fotográfico pode mexer seriamente com nossa autoestima. Agora, a fotografia é a cura da baixa-estima? Não é isso. Todavia, uma nova relação consigo mesmo, com seu corpo, com sua imagem é um pontapé importante para esses encontros constantemente adiados entre nós e nós mesmos. Estar “confortável” dentro do corpo que possuímos é um passo importante na caminhada de descoberta das incontáveis belezas que carregamos dentro de nós.

Outro fator interessante que nasce dessa proximidade é a quebra (mesmo que ainda de forma tímida) de padrões. Propagandas, comerciais, cinema, tantas informações que nos dizem como nosso corpo deve ser, deixa tão distante de nós o direito de saber o valor, a beleza e sensualidade que todos carregamos. O crescimento do ensaio boudoir* toca especialmente nesse ponto. São pessoas descobrindo sua beleza, suas nuances, se deliciando por ser quem se é, com suas curvas, sem preocupação com a perfeição. É um ensaio extremamente delicado e de um resultado tão positivo. É um leve grito de resistência num mar de padrões hipócritas. Todos têm de conhecer e reconhecer sua beleza e celebrá-la a qualquer hora. Um ensaio com essas características tem um papel também social, psicológico, um olhar que trata de inserir as pessoas e não as excluir ainda mais.

Um trabalho sensível, delicado, que exige tato do profissional. Uma experiência especial para o retratado e para o fotógrafo. Trabalhar com público e padrões fica mais interessante quando a proposta é ir além do senso comum. Tocar vidas e colaborar, mesmo com uma pequena porcentagem, da relação de autoamor que o retratado vive é apenas incrível. É aquele bônus de fazer um bom trabalho. É o bônus de compreender esses novos papéis da fotografia na atualidade. É aquele bônus de se ter um trabalho humano, atencioso, buscando olhar além do que somos “treinados” a olhar.

* Boudoir: Ensaio fotográfico sensual que mostra a intimidade , muitas vezes, de forma despretensiosa, contribuindo para a melhora da autoestima e da afirmação do corpo.


Retirado e adaptado de: http://obviousmag.org/brincando_com_letras/2017/fotografia-e-autoimagem.html. Acesso em: 13 ago. 2018.

De acordo com a regência verbal e nominal na Língua Portuguesa, considere o trecho a seguir e assinale a alternativa correta: “Um trabalho sensível, delicado, que exige tato do profissional. Uma experiência especial para o retratado e para o fotógrafo. Trabalhar com público e padrões fica mais interessante quando a proposta é ir além do senso comum. Tocar vidas e colaborar [...] é aquele bônus de fazer um bom trabalho [...], buscando olhar além do que somos “treinados” a olhar”.
  • A Todas as preposições no trecho indicam regências nominais.
  • B São exemplos de regência nominal o uso de preposições como “para”, “de” e “com” no trecho.
  • C Há regência verbal na frase “Uma experiência especial para o retratado e para o fotógrafo.”
  • D Em “Um trabalho sensível, delicado, que exige tato do profissional”, não há regência verbal, nem nominal.
  • E É exemplo de uma frase com regência nominal e verbal “Trabalhar com público e padrões fica mais interessante quando a proposta é ir além do senso comum.”
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FOTOGRAFIA E AUTOIMAGEM

ELLEN PEDERÇANE

A fotografia há muito é um recurso de memória, seja de cunho coletivo, histórico, registro documental ou pessoal. É memória, testemunho de uma época, de um acontecimento ou apenas recordação de um momento importante de história pessoal/familiar. A cada dia expande seu campo de ação e amplia seus significados, valores e funções. Hoje, um peso que vem ganhando notoriedade é o da autocontemplação. Do indivíduo perdido nesse cotidiano acelerado do século XXI permitindo-se parar e se observar ao ser fotografado.

Com o surgimento da fotografia digital, a proximidade dela com a população ganhou uma nova perspectiva. E seja de forma artística ou comercial, a possibilidade de ser retratado por um profissional é maior hoje do que há 20 anos. E essa proximidade da fotografia com o cidadão comum, entre outros quesitos, tem cumprido esse papel reflexivo: quem somos em meio a toda essa loucura que vivemos. O quanto nos olhamos dentro desse furacão.

Um simples ensaio fotográfico pode mexer seriamente com nossa autoestima. Agora, a fotografia é a cura da baixa-estima? Não é isso. Todavia, uma nova relação consigo mesmo, com seu corpo, com sua imagem é um pontapé importante para esses encontros constantemente adiados entre nós e nós mesmos. Estar “confortável” dentro do corpo que possuímos é um passo importante na caminhada de descoberta das incontáveis belezas que carregamos dentro de nós.

Outro fator interessante que nasce dessa proximidade é a quebra (mesmo que ainda de forma tímida) de padrões. Propagandas, comerciais, cinema, tantas informações que nos dizem como nosso corpo deve ser, deixa tão distante de nós o direito de saber o valor, a beleza e sensualidade que todos carregamos. O crescimento do ensaio boudoir* toca especialmente nesse ponto. São pessoas descobrindo sua beleza, suas nuances, se deliciando por ser quem se é, com suas curvas, sem preocupação com a perfeição. É um ensaio extremamente delicado e de um resultado tão positivo. É um leve grito de resistência num mar de padrões hipócritas. Todos têm de conhecer e reconhecer sua beleza e celebrá-la a qualquer hora. Um ensaio com essas características tem um papel também social, psicológico, um olhar que trata de inserir as pessoas e não as excluir ainda mais.

Um trabalho sensível, delicado, que exige tato do profissional. Uma experiência especial para o retratado e para o fotógrafo. Trabalhar com público e padrões fica mais interessante quando a proposta é ir além do senso comum. Tocar vidas e colaborar, mesmo com uma pequena porcentagem, da relação de autoamor que o retratado vive é apenas incrível. É aquele bônus de fazer um bom trabalho. É o bônus de compreender esses novos papéis da fotografia na atualidade. É aquele bônus de se ter um trabalho humano, atencioso, buscando olhar além do que somos “treinados” a olhar.

* Boudoir: Ensaio fotográfico sensual que mostra a intimidade , muitas vezes, de forma despretensiosa, contribuindo para a melhora da autoestima e da afirmação do corpo.


Retirado e adaptado de: http://obviousmag.org/brincando_com_letras/2017/fotografia-e-autoimagem.html. Acesso em: 13 ago. 2018.

De acordo com a formação de palavras na Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta.
  • A A palavra “caminhada” é formada pelo prefixo “caminh” + radical “ada”, caracterizando-se como uma derivação prefixal.
  • B A palavra “artística” é formada pelo prefixo “art” + sufixo “istica”, caracterizando-se como uma derivação sufixal.
  • C A palavra “reconhecimento” é formada pelo prefixo “re”+ radical “conhec” + sufixo “imento”, portanto é uma palavra com derivação prefixal e sufixal.
  • D A palavra “incontáveis” é uma palavra formada por dois radicais “incont” + “áveis”, portanto, é uma palavra com composição por justaposição.
  • E A palavra “expande” é formada por prefixo “ex” + radical “pande”, caracterizando-se como uma derivação prefixal.
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                                A indústria do espírito

                                                JORDI SOLER – 23 DEZ 2017 - 21:00


      O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”.

      Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...]

      A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais. [...]

      Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]

      A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.

      Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...]

      Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...]

      Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.

(Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>. Acesso em 27 mar. 2018)

Em relação às funções de “que”, considere o seguinte excerto e assinale a alternativa correta: “Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo [...]”.
  • A Em “que nos diz”, “que” substitui a expressão “a indústria do espírito”.
  • B Em “que não há felicidade”, “que” substitui o verbo “diz”.
  • C Em “maior do que”, “que” pode ser substituído por “qual”.
  • D Em “que sai de dentro de si mesmo”, “que” substitui a palavra “fórmula”.
  • E A fim de evitar a repetição de “que”, esse termo poderia ser substituído por “qual” em “que não há felicidade”.
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                                A indústria do espírito

                                                JORDI SOLER – 23 DEZ 2017 - 21:00


      O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”.

      Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...]

      A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais. [...]

      Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]

      A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.

      Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...]

      Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...]

      Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.

(Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>. Acesso em 27 mar. 2018)

Em relação à acentuação gráfica e à ortografia oficial, assinale a alternativa correta.
  • A Em "A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo [...]", a palavra em destaque poderia ser grafada sem hífen, sem com isso acarretar prejuízo semântico ou sintático.
  • B Em “A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas [...]”, a expressão em destaque não poderia ser grafada com hífen, já que utilizar o hífen acarretaria prejuízo semântico ou sintático.
  • C Em “A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas [...]”, o acento da palavra em destaque é opcional.
  • D Em “[...] o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo [...]”, a palavra em destaque é grafada com “ss” porque significa “cada uma das subdivisões interiores de um estabelecimento”.
  • E A palavra "subscritores" permite duas grafias: “subscritores” e “sub-escritores”.
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                                            Texto II


      [...] Saiu da casa da cartomante aos tropeços e parou no beco escurecido pelo crepúsculo — crepúsculo que é hora de ninguém. Mas ela de olhos ofuscados como se o último final da tarde fosse mancha de sangue e ouro quase negro. Tanta riqueza de atmosfera a recebeu e o primeiro esgar da noite que, sim, sim, era funda e faustosa. Macabéa ficou um pouco aturdida sem saber se atravessaria a rua pois sua vida já estava mudada. E mudada por palavras — desde Moisés se sabe que a palavra é divina. Até para atravessar a rua ela já era outra pessoa. Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em si uma esperança tão violenta como jamais sentira tamanho desespero. Se ela não era mais ela mesma, isso significava uma perda que valia por um ganho. Assim como havia sentença de morte, a cartomante lhe decretara sentença de vida. Tudo de repente era muito e muito e tão amplo que ela sentiu vontade de chorar. Mas não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que morria. Então ao dar o passo de descida da calçada para atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou veloz e guloso: é agora é já, chegou a minha vez! E enorme como um transatlântico o Mercedes amarelo pegou-a — e neste mesmo instante em algum único lugar do mundo um cavalo como resposta empinou-se em gargalhada de relincho.

      Macabéa ao cair ainda teve tempo de ver, antes que o carro fugisse, que já começavam a ser cumpridas as predições de madama Carlota, pois o carro era de alto luxo. Sua queda não era nada, pensou ela, apenas um empurrão. Batera com a cabeça na quina da calçada e ficara caída, a cara mansamente voltada para a sarjeta. E da cabeça um fio de sangue inesperadamente vermelho e rico. O que queria dizer que apesar de tudo ela pertencia a uma resistente raça não teimosa que um dia vai talvez reivindicar o direito ao grito. [...]

(Excerto adaptado e extraído da obra “A Hora da Estrela”. LISPECTOR, Clarice. 23ª edição. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.)

O seguinte excerto “[...] um dia vai talvez reivindicar o direito ao grito.”, ao ser transposto para a voz passiva analítica, terá como resultado:
  • A o direito ao grito vai talvez ser reivindicado.
  • B o direito ao grito será talvez reivindicado.
  • C o direito ao grito talvez reivindicar-se-á.
  • D reivindicará o direito ao grito.
  • E irá talvez reivindicar o direito ao grito.
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                                            Texto I


                              O Aleph e o Hipopótamo I

                                                                                             Leandro Karnal


      O tempo é uma grandeza física. Está por todos os lados e em todos os recônditos de nossas vidas. Dizemos que temos tempo de sobra para algumas coisas ou, às vezes, que não temos tempo para nada. Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens. Tal é o tempo da sala de espera para ser atendido no dentista ou pelo gerente do banco, por exemplo.

      Em compensação, há o tempo que corre, voa, falta. Em nosso mundo pautado pelo estresse, por mais compromissos que a agenda comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela ampulheta é familiar e amarga. O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.

      Vivemos um presente fugidio. Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado, parafraseando o genial historiador Marc Bloch. Não é incomum querermos que o presente dure mais, se estique, para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos.

      Se o presente é esse instante impossível de ser estendido, o passado parece um universo em franca expansão. Quanto mais envelhecemos, como indivíduos e como espécie, mais passado existe, mais parece que devemos nos lembrar, não nos esquecer. Criamos estantes com memorabilia, pastas de computador lotadas de fotos, estocamos papéis e contas já pagas, documentos. Criamos museus, parques, tombamos construções, fazemos estátuas e mostras sobre o passado.

      E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… “Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta”; “Semana que vem nos encontramos, está combinado”; “Apenas um mês e… férias!”; “Daqui a um ano eu me preocupo com isso”. Um cotidiano voltado para um tempo incerto, mas que arquitetamos como algo sólido. E tudo o que é sólido se desmancha no ar, não é mesmo? Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato! [...]

      Saber sobre tudo que possa vir a ocorrer é um grande desejo. Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus. Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda profecia deve ser vaga. “Vejo uma viagem no seu futuro”, afirma a mística intérprete das cartas. Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis. Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.

      Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele ainda é presente, é o sonho de todos os historiadores, desejo maior de todos os que lotam os consultórios de psicólogos e psicanalistas. [...] Ao narrar o que vi e vivi, dependo da memória. Aquilo de que nos lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa vontade ou escolhas. Quando digo: quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me lembrando da situação. Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória. Escamoteados pelo trauma, ficam ali condicionando nossas ações e não ações no presente. [...]

(Adaptado de https://entrelacosdocoracao.com.br/2018/03/o-aleph -e-o-hipopotamo-i/ - Acesso em 26/03/2018)

“O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.”


O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase apresentada está grifado em

  • A “O tempo é uma grandeza física.”.
  • B “Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo [...]”.
  • C “[...] efetivamente estou me lembrando da situação”.
  • D “[...] como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados.”.
  • E “[...] você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro [...]”.
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                                            Texto I


                              O Aleph e o Hipopótamo I

                                                                                             Leandro Karnal


      O tempo é uma grandeza física. Está por todos os lados e em todos os recônditos de nossas vidas. Dizemos que temos tempo de sobra para algumas coisas ou, às vezes, que não temos tempo para nada. Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens. Tal é o tempo da sala de espera para ser atendido no dentista ou pelo gerente do banco, por exemplo.

      Em compensação, há o tempo que corre, voa, falta. Em nosso mundo pautado pelo estresse, por mais compromissos que a agenda comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela ampulheta é familiar e amarga. O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.

      Vivemos um presente fugidio. Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado, parafraseando o genial historiador Marc Bloch. Não é incomum querermos que o presente dure mais, se estique, para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos.

      Se o presente é esse instante impossível de ser estendido, o passado parece um universo em franca expansão. Quanto mais envelhecemos, como indivíduos e como espécie, mais passado existe, mais parece que devemos nos lembrar, não nos esquecer. Criamos estantes com memorabilia, pastas de computador lotadas de fotos, estocamos papéis e contas já pagas, documentos. Criamos museus, parques, tombamos construções, fazemos estátuas e mostras sobre o passado.

      E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… “Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta”; “Semana que vem nos encontramos, está combinado”; “Apenas um mês e… férias!”; “Daqui a um ano eu me preocupo com isso”. Um cotidiano voltado para um tempo incerto, mas que arquitetamos como algo sólido. E tudo o que é sólido se desmancha no ar, não é mesmo? Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato! [...]

      Saber sobre tudo que possa vir a ocorrer é um grande desejo. Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus. Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda profecia deve ser vaga. “Vejo uma viagem no seu futuro”, afirma a mística intérprete das cartas. Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis. Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.

      Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele ainda é presente, é o sonho de todos os historiadores, desejo maior de todos os que lotam os consultórios de psicólogos e psicanalistas. [...] Ao narrar o que vi e vivi, dependo da memória. Aquilo de que nos lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa vontade ou escolhas. Quando digo: quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me lembrando da situação. Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória. Escamoteados pelo trauma, ficam ali condicionando nossas ações e não ações no presente. [...]

(Adaptado de https://entrelacosdocoracao.com.br/2018/03/o-aleph -e-o-hipopotamo-i/ - Acesso em 26/03/2018)

Os advérbios, por meio das circunstâncias que exprimem, contribuem na intenção do falante referente ao que ele deseja expressar, recebendo diferentes classificações quanto a tais circunstâncias. Assinale a alternativa que apresenta corretamente, entre parênteses, a circunstância expressa pelo advérbio em destaque.
  • AMal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado [...]” (negação).
  • B “[...] para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos [...]” (afirmação).
  • CApenas um mês e… férias! [...]” (inclusão).
  • D “[...] perceber o quanto ele ainda é presente [...]” (tempo).
  • E “[...] estocamos papéis e contas pagas, documentos. [...]” (modo).
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                                          Texto I


                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman


      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

O processo de derivação imprópria de palavras compreende a mudança de classe de uma palavra, estendendo-lhe a significação. Assinale a alternativa cujo excerto apresenta tal processo de derivação na palavra em destaque.
  • A “A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível [...]”
  • B “[...] o lugar que ele ocupa na existência [...]”
  • C “[...] todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos [...]”
  • D “Os medos que o poder transforma em mercadoria política e comercial [...]”
  • E “[...] a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno [...]"
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                                          Texto I


                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman


      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

Assinale a alternativa em que o termo “até” apresenta o mesmo valor semântico que recebe na frase “Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo [...]”.
  • A É melhor escondê-lo, pelo menos até conseguirmos um local seguro.
  • B Você pode até tentar, mas não conseguirá se esconder.
  • C Chorei até ficar cansado.
  • D Você pode andar até aqui ou pode chegar mais longe.
  • E O produto custa até quatro vezes mais que seu genérico.
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                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman


      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

Conjunções ou locuções conjuntivas são palavras invariáveis utilizadas para ligar orações ou palavras da mesma oração. As conjunções destacadas nos trechos a seguir estabelecem determinados sentidos, introduzindo uma relação semântica entre as orações. Assinale a alternativa que apresenta, entre parênteses, a interpretação correta da conjunção destacada.
  • A “[...] é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos [...]” (justificativa)
  • B “[...] se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...]” (causa)
  • CSe é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo ‘sem medo’, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável.” (hipótese)
  • D “[...] interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais [...]” (finalidade)
  • EEmbora hoje vivamos imersos em uma ‘cultura do medo’, a nossa consciência de que a morte é inevitável.” (consequência)
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                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman


      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

No excerto “[...] a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura [...]”, a expressão em destaque pode ser substituída, sem gerar prejuízo gramatical, por
  • A por que.
  • B porque.
  • C cujo.
  • D por qual.
  • E porquê.
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                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman


      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

Em relação ao texto I, assinale a alternativa correta.
  • A Em “Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos fiquem incompletos [...]”, todos os elementos em destaque são exigidos pela regência da palavra “consciência”.
  • B Em “Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno [...]” (4º parágrafo), o pronome em destaque faz referência à “consciência de ter que morrer”.
  • C Em “[...] para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo [...]”, o uso da crase é facultativo antes de “fraqueza” e antes de “inimizade”, tendo em vista que tais termos são regidos pela mesma palavra.
  • D Em “[...] todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos [...]”, há um sujeito composto que justifica o uso do acento circunflexo no verbo destacado, marcando a flexão de número.
  • E Em “[...] as nossas capacidades estão bem longe de apagar a ‘mãe de todos os medos’ [...]”, o termo “mãe de todos os medos” está entre aspas para destacar uma citação direta de outrem, trazendo ao texto outras vozes para comprovar o ponto de vista do autor.
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                 Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é

                             preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci


      A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

      Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

      Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

      Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

      Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

      Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

      Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico"). 

      Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

      Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

      Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.


Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.

Em relação ao excerto “[...] é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/ diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança [...]”, é correto afirmar que há, dentre outras, uma oração
  • A subordinada adverbial final.
  • B coordenada conclusiva.
  • C subordinada adverbial consecutiva.
  • D subordinada adverbial causal.
  • E adjetiva explicativa.
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                 Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é

                             preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci


      A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

      Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

      Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

      Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

      Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

      Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

      Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico"). 

      Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

      Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

      Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.


Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.

Referente ao termo destacado em “As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores [...]”, é correto afirmar que se trata de
  • A uma conjunção coordenativa que introduz uma explicação.
  • B um pronome relativo com função de adjunto adnominal.
  • C uma conjunção que interliga sujeito e verbo.
  • D uma preposição que introduz um complemento nominal.
  • E um pronome relativo com função de sujeito.
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                 Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é

                             preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci


      A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

      Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

      Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

      Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

      Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

      Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

      Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico"). 

      Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

      Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

      Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.


Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.

A respeito das palavras abandono, profissional, país e quando, assinale a alternativa correta.
  • A Em quando, há encontro consonantal; em país, há hiato; em profissional, há encontro consonantal e dígrafo; em abandono, há encontro consonantal.
  • B Em profissional, há 2 dígrafos; em abandono, há encontro consonantal; em quando, há ditongo decrescente; em país, há hiato.
  • C Em abandono, há dígrafo; em profissional, há encontro consonantal e dígrafo; em país, há hiato; em quando, há ditongo crescente.
  • D Em país, há ditongo crescente; em quando, há ditongo crescente; em abandono, há encontro consonantal; em profissional, há dígrafo.
  • E Em profissional, há 2 encontros consonantais; em país, há hiato; em quando, há hiato; em abandono, há dígrafo.
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                 Cuidar de idoso não é só cumprir tarefa, é

                             preciso dar carinho e escuta     

                                                                                                 Cláudia Colluci


      A maior taxa de suicídios no Brasil se concentra entre idosos acima de 70 anos, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. São 8,9 mortes por 100 mil pessoas, contra 5,5 por 100 mil entre a população em geral. Pesquisas anteriores já haviam apontado esse grupo etário como o de maior risco. Abandono da família, maior grau de dependência e depressão são alguns dos fatores de risco.

      Em se tratando de idosos, há outras mortes passíveis de prevenção se o país tivesse políticas públicas voltadas para esse fim. Ano passado, uma em cada três pessoas mortas por atropelamento em São Paulo tinha 60 anos ou mais. Pessoas mais velhas perdem reflexos e parte da visão (especialmente a lateral) e da audição por conta da idade.

      Levando em conta que o perfil da população brasileira mudará drasticamente nos próximos anos e que, a partir de 2030, o país terá mais idosos do que crianças, já passou da hora de governos e sociedade em geral encararem com seriedade os cuidados com os nossos velhos, que hoje somam 29,4 milhões (14,3% da população).

      Com a mudança do perfil das famílias (poucos filhos, que trabalham fora e que moram longe dos seus velhos), faltam cuidadores em casa. Também são poucos os que conseguem bancar cuidadores profissionais ou casas de repouso de qualidade. As famílias que têm idosos acamados enfrentam desafios ainda maiores quando não encontram suporte e orientação nos sistemas de saúde.

      Recentemente, estive cuidando do meu pai de 87 anos, que se submeteu à implantação de um marca-passo. Após a alta hospitalar, foi um susto atrás do outro. Primeiro, a pressão arterial disparou (ele já teve dois infartos e carrega quatro stents no coração), depois um dos pontos do corte cirúrgico se rompeu (risco de infecção) e, por último, o braço imobilizado começou a inchar muito (perigo de trombose venosa). Diante da recusa dele em ir ao pronto atendimento, da demora de retorno do médico que o assistiu na cirurgia e sem um serviço de retaguarda do plano de saúde ou do hospital, a sensação de desamparo foi desesperadora. Mas essas situações também trazem lições. A principal é a de que o cuidado não se traduz apenas no cumprimento de tarefas, como fazer o curativo, medir a pressão, ajudar no banho ou preparar a comida. Cuidado envolve, sobretudo, carinho e escuta. É demonstrar que você está junto, que ele não está sozinho em suas dores.

      Meu pai é um homem simples, do campo, que conheceu a enxada aos sete anos de idade. Aos oito, já ordenhava vacas, mas ainda não conhecia um abraço. Foi da professora que ganhou o primeiro. Com o cultivo da terra, formou uma família, educou duas filhas. Lidar com a terra continua sendo a sua terapia diária. É onde encontra forças para enfrentar o luto pelas mortes da minha mãe, de parentes e de amigos. É onde descobre caminhos para as limitações que a idade vai impondo ("não consigo mais cuidar da horta, então vou plantar mandioca").

      Ouvir do médico que só estará liberado para suas atividades normais em três meses foi um baque para o meu velho. Ficou amuado, triste. Em um primeiro momento, dei bronca ("pai, a cirurgia foi um sucesso, custa ter um pouco mais de paciência?"). Depois, ao me colocar no lugar desse octogenário hiperativo, que até dois meses atrás estava trepado em um abacateiro, podando-o, mudei o meu discurso ("vai ser um saco mesmo, pai, mas vamos encontrar coisas que você consiga fazer no dia a dia com o aval do médico"). 

      Sim, envelhecer é um desafio sob vários pontos de vista. Mas pode ficar ainda pior quando os nossos velhos não contam com uma rede de proteção, seja do Estado, da comunidade ou da própria família.

      Os números de suicídio estão aí para ilustrar muito bem esse cenário de abandono, de solidão. Uma das propostas do Ministério da Saúde para prevenir essas mortes é a ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A presença desses serviços está associada à diminuição de 14% do risco de suicídio. Essa medida é prioritária, mas, em se tratando da prevenção de suicídio entre idosos, não é o bastante.

      Mais do que diagnosticar e tratar a depressão, apontada como um dos mais importantes fatores desencadeadores do suicídio, é preciso que políticas públicas e profissionais de saúde ajudem os idosos a prevenir/diminuir dependências para que tenham condições de sair de casa com segurança, sem o risco de morrerem atropelados ou de cair nas calçadas intransitáveis, que ações sociais os auxiliem a ter uma vida de mais interação na comunidade. E, principalmente, que as famílias prestem mais atenção aos seus velhos. Eles merecem chegar com mais dignidade ao final da vida.


Adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/claudiacollucci/ 2017/ 09/1921719-cuidar-de-idoso-nao-e-so-cumprir-tarefa-e-preciso-dar-carinho-e-escuta.shtml 26/09/2017> . Acesso em: 6 dez. 2017.

Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente acentuadas.
  • A Lúcido, tendência, lâmina e mágoa.
  • B Médico, genética, adolescênte e vacína.
  • C Sintôma, pálido, cardiologísta e imagém.
  • D Saúde, heróico, sevéro e medicína.
  • E Centenário, enjôo, supórte e difícil.
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                                                  Insulto, logo existo

                                                                                                Leandro Karnal

                           No momento em que eu apenas uso o rótulo,

                              perco a chance de ver engenho e arte


      A crítica e o contraditório são fundamentais. Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento de paradigmas. Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas. A base da democracia é a liberdade de expressão. Sem oposição, não existe liberdade.

      Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo ponderado é excelente. Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu. Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar (QuandoquebonusdormitatHomerus - ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.

      Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e não em um ataque pessoal. A boa crítica indica aperfeiçoamento. Notamos, no arguidor sincero, uma diminuição da passionalidade. Refulgem argumentos e dados. Mínguam questões subjetivas. Há mais substantivos e menos adjetivos. Não digo o que eu faria ou o que eu sou. Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios. Que argumentos estão bem fundamentados e quais poderiam ser revistos. Objetividade é um campo complexo em filosofia, mas, certamente, alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo.

      Duas coisas ajudam na empreitada. A primeira é conhecimento. Há um mínimo de formação. Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos. Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei. Pouco posso dizer sobre o que escassamente domino. A segunda é a busca da impessoalidade. Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho. Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito ou a que me incomoda pelo simples sucesso da sua existência. Critico o defeito e não a luz. [...]

Disponível em:<https://jomalggn.com.br/noticia/insulto-logo-existo-por-leandro-karnal>  . Acesso em: 11 dez. 2017.

Assinale a alternativa em que o elemento sublinhado é uma conjunção integrante.
  • A "No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte.”
  • B "Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito [...]”.
  • C "Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas.”
  • D "Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar [...]”.
  • E "Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento.”
37

Adultos estacionados na infância - Dênis Athanázio

“Quando meu filho nascer, eu terei que tomar vergonha na cara e mudar o rumo da minha vida. Não serei mais infiel, vou ser mais tolerante com meus familiares, protestarei incansavelmente por um país melhor onde meu herdeiro será o mais novo morador”.

Muitas dessas promessas “éticas” permanecem no discurso e não se realizam na prática e partem do pressuposto de que a Terra toda gira em torno do meu umbigo (e agora do umbigo do meu filho também), com o único objetivo de nos satisfazer o tempo todo.

Freud se preocupou com essa questão. Ele desenvolveu um conceito chamado narcisismo primário para explicar aquela fase da criança onde ela investe toda a sua energia libidinal para si mesma, isto é, só pensa nela e em sua satisfação imediata, como instinto de preservação, proteção. E mesmo sem ter total consciência desse complexo processo, o outro é para ela apenas um meio para se chegar a um fim que, no caso, é servi-la e cuidá-la de todas as formas que contribua para sua satisfação e gozo próprio. Se essa fase for “superada”, a criança vai, aos poucos, percebendo que nem todos os seus desejos serão atendidos e nem no exato momento que elas desejarem.

O problema é que encontramos algumas pessoas no decorrer dos anos que ficaram estacionadas no narcisismo primário e dali nunca mais saíram. São “adultos-crianças” birrentos, de difícil convivência, pois não aguentam nem eles mesmos e não conseguem enxergar o outro.

Freud escreveu que a chegada do filho traz toda aquela carga psíquica do que já fomos um dia na infância, mas a deslocamos para nosso filho, pois não podemos voltar a ser criança. Talvez seja por isso que muitos pais idolatram seus filhos nas redes sociais. Na verdade, sem perceber, os pais estão falando do amor por eles mesmos e não do amor pelos filhos.

Se quisermos ter filhos éticos, talvez devamos praticar a ética antes mesmo de eles existirem. Só quem tenta ser ético sabe a dificuldade e investimento diário que é para sê-lo. Se colocarmos a nossa transformação toda como ser humano nas costas da criança que virá, ela já nascerá com dor nas costas e na alma. É como dar uma feijoada para um recém-nascido digerir. As crianças não deveriam vir com a missão de consertar casamento, de suprir carências ou de juntar pessoas que não querem estar próximas. Elas podem vir para somar e dividir e não para consertar os problemas que cabem aos adultos.

Retirado e adaptado de:<http://obviousmag.org/denis_athanazio/2018/adultos-estacionados-na-infancia.html>.

Em relação à morfologia na Língua Portuguesa, analise as frases a seguir e assinale aquela que apresenta explicação coerente de acordo com a classe de palavra que se encontra e seu emprego no contexto, tendo em vista os termos destacados.
  • A Na frase “As crianças não deveriam vir com a missão de consertar casamento [...]”, o termo destacado é uma preposição que conecta os termos da frase em uma relação de subordinação.
  • B Na frase “Na verdade, sem perceber, os pais estão falando do amor por eles mesmos e não do amor pelos filhos.”, a palavra destacada é um verbo conjugado no tempo futuro do subjuntivo
  • C Em “Ele desenvolveu um conceito chamado narcisismo primário para explicar aquela fase da criança onde ela investe toda a sua energia libidinal para si mesma [...]”, a palavra destacada é um pronome demonstrativo.
  • D frase “Freud escreveu que a chegada do filho traz toda aquela carga psíquica do que já fomos um dia na infância [...]” apresenta uma conjunção subordinativa na palavra destacada.
  • E Na frase “Se quisermos ter filhos éticos, talvez devamos praticar a ética antes mesmo de eles existirem.”, a palavra destacada é uma conjunção coordenativa.
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Adultos estacionados na infância - Dênis Athanázio

“Quando meu filho nascer, eu terei que tomar vergonha na cara e mudar o rumo da minha vida. Não serei mais infiel, vou ser mais tolerante com meus familiares, protestarei incansavelmente por um país melhor onde meu herdeiro será o mais novo morador”.

Muitas dessas promessas “éticas” permanecem no discurso e não se realizam na prática e partem do pressuposto de que a Terra toda gira em torno do meu umbigo (e agora do umbigo do meu filho também), com o único objetivo de nos satisfazer o tempo todo.

Freud se preocupou com essa questão. Ele desenvolveu um conceito chamado narcisismo primário para explicar aquela fase da criança onde ela investe toda a sua energia libidinal para si mesma, isto é, só pensa nela e em sua satisfação imediata, como instinto de preservação, proteção. E mesmo sem ter total consciência desse complexo processo, o outro é para ela apenas um meio para se chegar a um fim que, no caso, é servi-la e cuidá-la de todas as formas que contribua para sua satisfação e gozo próprio. Se essa fase for “superada”, a criança vai, aos poucos, percebendo que nem todos os seus desejos serão atendidos e nem no exato momento que elas desejarem.

O problema é que encontramos algumas pessoas no decorrer dos anos que ficaram estacionadas no narcisismo primário e dali nunca mais saíram. São “adultos-crianças” birrentos, de difícil convivência, pois não aguentam nem eles mesmos e não conseguem enxergar o outro.

Freud escreveu que a chegada do filho traz toda aquela carga psíquica do que já fomos um dia na infância, mas a deslocamos para nosso filho, pois não podemos voltar a ser criança. Talvez seja por isso que muitos pais idolatram seus filhos nas redes sociais. Na verdade, sem perceber, os pais estão falando do amor por eles mesmos e não do amor pelos filhos.

Se quisermos ter filhos éticos, talvez devamos praticar a ética antes mesmo de eles existirem. Só quem tenta ser ético sabe a dificuldade e investimento diário que é para sê-lo. Se colocarmos a nossa transformação toda como ser humano nas costas da criança que virá, ela já nascerá com dor nas costas e na alma. É como dar uma feijoada para um recém-nascido digerir. As crianças não deveriam vir com a missão de consertar casamento, de suprir carências ou de juntar pessoas que não querem estar próximas. Elas podem vir para somar e dividir e não para consertar os problemas que cabem aos adultos.

Retirado e adaptado de:<http://obviousmag.org/denis_athanazio/2018/adultos-estacionados-na-infancia.html>.

De acordo com a concordância verbal e nominal na Língua Portuguesa, analise as frases a seguir e assinale aquela que apresenta a explicação correta.
  • A Na frase “[...] Protestarei incansavelmente por um país melhor onde meu herdeiro será o mais novo morador.”, o verbo destacado está conjugado na 1ª pessoa do plural e está no modo subjuntivo.
  • B Em “Muitas dessas promessas “éticas” permanecem no discurso e não se realizam na prática [...]”, os verbos destacados estão conjugados na 3ª pessoa do plural e estão no modo indicativo.
  • C A frase “Freud se preocupou com essa questão.” apresenta o verbo destacado na 1ª pessoa do singular e no tempo pretérito imperfeito.
  • D Na frase “O problema é que encontramos algumas pessoas no decorrer dos anos que ficaram estacionadas no narcisismo primário e dali nunca mais saíram.”, o verbo destacado está conjugado na 3ª pessoa do plural, no modo imperativo.
  • E Na frase “Quando meu filho nascer, eu terei que tomar vergonha na cara e mudar o rumo da minha vida.”, o verbo destacado está conjugado na 3ª pessoa do singular, no tempo presente do indicativo.
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Adultos estacionados na infância - Dênis Athanázio

“Quando meu filho nascer, eu terei que tomar vergonha na cara e mudar o rumo da minha vida. Não serei mais infiel, vou ser mais tolerante com meus familiares, protestarei incansavelmente por um país melhor onde meu herdeiro será o mais novo morador”.

Muitas dessas promessas “éticas” permanecem no discurso e não se realizam na prática e partem do pressuposto de que a Terra toda gira em torno do meu umbigo (e agora do umbigo do meu filho também), com o único objetivo de nos satisfazer o tempo todo.

Freud se preocupou com essa questão. Ele desenvolveu um conceito chamado narcisismo primário para explicar aquela fase da criança onde ela investe toda a sua energia libidinal para si mesma, isto é, só pensa nela e em sua satisfação imediata, como instinto de preservação, proteção. E mesmo sem ter total consciência desse complexo processo, o outro é para ela apenas um meio para se chegar a um fim que, no caso, é servi-la e cuidá-la de todas as formas que contribua para sua satisfação e gozo próprio. Se essa fase for “superada”, a criança vai, aos poucos, percebendo que nem todos os seus desejos serão atendidos e nem no exato momento que elas desejarem.

O problema é que encontramos algumas pessoas no decorrer dos anos que ficaram estacionadas no narcisismo primário e dali nunca mais saíram. São “adultos-crianças” birrentos, de difícil convivência, pois não aguentam nem eles mesmos e não conseguem enxergar o outro.

Freud escreveu que a chegada do filho traz toda aquela carga psíquica do que já fomos um dia na infância, mas a deslocamos para nosso filho, pois não podemos voltar a ser criança. Talvez seja por isso que muitos pais idolatram seus filhos nas redes sociais. Na verdade, sem perceber, os pais estão falando do amor por eles mesmos e não do amor pelos filhos.

Se quisermos ter filhos éticos, talvez devamos praticar a ética antes mesmo de eles existirem. Só quem tenta ser ético sabe a dificuldade e investimento diário que é para sê-lo. Se colocarmos a nossa transformação toda como ser humano nas costas da criança que virá, ela já nascerá com dor nas costas e na alma. É como dar uma feijoada para um recém-nascido digerir. As crianças não deveriam vir com a missão de consertar casamento, de suprir carências ou de juntar pessoas que não querem estar próximas. Elas podem vir para somar e dividir e não para consertar os problemas que cabem aos adultos.

Retirado e adaptado de:<http://obviousmag.org/denis_athanazio/2018/adultos-estacionados-na-infancia.html>.

Assinale a alternativa que apresenta explicação coerente em relação aos empregos dos sinais de pontuação destacados com sublinhado nas frases a seguir.
  • A Na frase “Quando meu filho nascer, eu terei que tomar vergonha na cara e mudar o rumo da minha vida. ”, as aspas estão marcando uma ironia causada pela expressão contextualizada.
  • B Em “[...] a Terra toda gira em torno do meu umbigo (e agora do umbigo do meu filho também), com o único objetivo de nos satisfazer o tempo todo”, os parênteses destacados foram usados para omitir ou negar informações.
  • C Na frase “Se quisermos ter filhos éticos, talvez devamos praticar a ética antes mesmo de eles existirem.”, a pontuação destacada serve para introduzir uma ideia que virá na sequência.
  • D Em “Não serei mais infiel, vou ser mais tolerante com meus familiares, protestarei incansavelmente por um país melhor onde meu herdeiro será o mais novo morador.”, a pontuação destacada serve para listar ações que são complementares para a mesma finalização de ideias.
  • E Em “São “adultos-crianças” birrentos, de difícil convivência, pois não aguentam nem eles mesmos e não conseguem enxergar o outro.”, as aspas destacadas são para sinalizar a fala de alguém.

Pedagogia

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Em uma empresa, o pedagogo não tem utilizado o feedback como um instrumento de cultura de alto desempenho. Para atender a essa finalidade, o feedback deve
  • A focar na pessoa ou percepções e não nos fatos.
  • B esperar pela avaliação formal.
  • C tratar todas as pessoas igualmente.
  • D construir uma atmosfera de competição e obediência.
  • E motivar o seu interlocutor a dar o melhor de si.
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A responsabilidade social corporativa justifica-se porque
  • A o interesse maior dos negócios é promover e melhorar os negócios.
  • B as ações sociais e as ações éticas são sempre onerosas, mas compensatórias.
  • C a sociedade deve oferecer às organizações a oportunidade de resolver problemas sociais que o governo não tem condições de resolver.
  • D a responsabilidade social é do interesse de apenas alguns parceiros da organização.
  • E como as organizações são dotadas de recursos financeiros e humanos, elas não são as instituições mais adequadas para resolver problemas sociais.
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Uma organização socialmente responsável desempenha qual das seguintes obrigações?
  • A Define apenas objetivos sociais no seu planejamento.
  • B Apresenta relatórios aos membros organizacionais e aos parceiros somente sobre os progressos econômicos relacionados a sua responsabilidade social.
  • C Abandona normas comparativas de outras organizações em seus programas sociais.
  • D Experimenta diferentes abordagens sociais e o retorno dos investimentos em programas sociais.
  • E Busca alcançar apenas objetivos organizacionais.
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É uma prática ineficaz de relações humanas no trabalho
  • A a necessidade de utilizar generalizações interdisciplinares - utilizando psicologia, sociologia etc. - para orientar o administrador quanto às decisões a tomar
  • B a constatação de que a organização não é um sistema social.
  • C a importância da participação do empregado.
  • D o estudo dos papéis sociais que o empregado desempenha na organização.
  • E o trabalho em equipe.
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Em um ambiente de trabalho, para motivar os colaboradores, utilizou-se como estratégia para os funcionários se dedicarem cada vez mais às atividades cartazes nas paredes da sala de reuniões com frases na frente dos nomes dos funcionários relacionadas ao seu desempenho, do tipo: “sou bola murcha” (para aqueles que não foram bem sucedidos), ou ainda “quero perder meu emprego”, entre outras. Sobre esse procedimento, é correto afirmar que
  • A prioriza a competição e tende a fortalecer as crenças sobre o aspecto inato e fixo da inteligência.
  • B é uma forma de motivar intrinsecamente os funcionários.
  • C uma pessoa não se sente gratificada pela realização de uma tarefa de forma eficaz, independente das recompensas ou punições que recebe dos demais por tê-la realizada.
  • D evita o aprofundamento das diferenças entre o grupo.
  • E auxilia na produção de um enorme número de vencedores ante um reduzido número de derrotados.
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De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n° 9.394/96 e suas alterações), acerca da Educação Básica, assinale a alternativa INCORRETA.
  • A A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
  • B A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
  • C A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.
  • D Na educação básica, nos níveis fundamental e médio, o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de noventa por cento do total de horas letivas para aprovação.
  • E O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.
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Assinale a alternativa que apresenta direitos assegurados no texto da Lei 8069/1990- Estatuto da Criança e do Adolescente.
  • A A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
  • B A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela, interdição ou adoção, mediante situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
  • C A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que proíbam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
  • D Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, somente mediante autorização judicial.
  • E O programa social que tenha por base o trabalho socioeducativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente atividade regular remunerada.
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Marcelo tem 08 anos de idade, é um menino alegre e feliz que gosta muito de ir à escola e de brincar com os amigos na vizinhança. Porém ele tem faltado bastante às aulas por motivo de saúde e, nas poucas vezes que tem ido, está sempre abatido em um canto. Não brincou mais com seus amigos e, há alguns meses, tem ido com muita frequência para o hospital com hematomas, arranhões profundos e marcas de queimadura, até já quebrou um braço nesse período. A família relata que ele é muito ativo e cai com muita frequência. De acordo com a Lei 8069/90, qual é o procedimento que a equipe de acolhimento do hospital, diante do histórico de atendimento da criança e de algumas suspeitas da equipe médica sobre a origem dos traumas, deve adotar?
  • A Realizar uma denúncia telefônica apenas à polícia civil e militar, sobre a confirmação dos maus tratos contra a criança.
  • B Notificar formalmente o Conselho Tutelar local ou a polícia civil sobre a confirmação dos maus tratos contra a criança.
  • C Notificar formalmente o Conselho Tutelar local ou autoridade judiciária (caso não haja Conselho Tutelar na cidade) sobre as suspeitas de maus tratos contra a criança.
  • D Denunciar ao Ministério Público os maus tratos, instaurando procedimento policial competente.
  • E Denunciar à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente e ao Ministério Público a confirmação dos maus tratos contra a criança.
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A elaboração de Projetos Pedagógicos é uma das principais funções do Pedagogo no âmbito empresarial. A respeito do conceito de projeto, assinale a alternativa correta.
  • A O projeto é um documento que contém desejos e intenções de se realizar algo. Caracteriza-se por não ser algo pronto e acabado, sendo a avaliação um item constituinte desse documento.
  • B A noção de projeto indica um instrumento pedagógico que não possui alterações ao longo de sua execução.
  • C Projetar significa estudar uma situação já conhecida e, por este motivo, o processo de avaliação não é um item obrigatório.
  • D Projetar significa antecipar ideias com o intuito de preservar a manutenção das práticas estabelecidas na empresa.
  • E A noção de projeto indica a elaboração de um documento burocrático com finalidade de atender as necessidades urgentes de dada situação.
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A respeito do Projeto Pedagógico, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
I. O Projeto Pedagógico de uma empresa constitui-se em processo participativo de decisões para instaurar uma forma de organização do trabalho que desvele conflitos e as contradições no interior da organização.
II. Para a construção do Projeto Pedagógico, é necessário o convencimento de todos os envolvidos no ambiente organizacional para trabalharem em prol de um planejamento estabelecido pela equipe gestora.
III. O Projeto Pedagógico diz respeito à organização do trabalho pedagógico organizacional, indicando uma direção, apresentando a organização, concepção teórica e implementação de ações.
IV. A construção do Projeto Pedagógico exige uma reflexão a cerca de qual é o tipo da educação e sua relação com a sociedade implica refletir sobre o homem a ser formado.
  • A V – F – V – V.
  • B V – V – F – V.
  • C V – V – V – F.
  • D F – F – V – F.
  • E V – F – F – V.
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A ideia de avaliação implica uma ação de julgamento. Avaliar é elaborar um juízo de valor, qualitativo ou quantitativo, sobre uma ação, um processo, um sistema, ou qualquer coisa. Reconhecemos que avaliar o desempenho representa um desafio permanente dada a razão de sua existência para assegurar que as pessoas vão alcançar as metas organizacionais com seu trabalho. Sobre a concepção de Avaliação, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
I. A avaliação deve ser somatória, diagnóstica e contínua. Por este motivo, podemos compreender que ela faz parte do processo educativo e produtivo.
II. A avaliação não pode ter um caráter meramente classificatório, mas sim reflexivo, pois seu resultado pode diagnosticar uma falha.
III. A avaliação possui exclusivamente a função de quantificar.
IV. A avaliação é uma das estratégias necessárias a qualquer tipo de trabalho, no entanto sua função é meramente burocrática.
  • A V – V – V – V.
  • B F – F – F – F.
  • C V – V – F – F.
  • D F – V – V – F.
  • E V – F – V – V.
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Ao longos do anos, o conceito de treinamento muito difundido no meio empresarial foi sendo substituído pelo conceito de Educação coorporativa. Sobre o conceito de educação no século XXI, analise as assertivas assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).
I. A educação formal pode ocorrer em diversos espaços sociais, os quais não precisam necessariamente de ações planejadas, organizadas e sistematizadas.
II. A educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem socialmente. Neste sentido, a prática educativa existe em uma grande variedade de instituições e atividades sociais decorrentes da organização econômica, política e legal de uma sociedade, religião, dos costumes, das formas de convivência humana.
III. A educação pode acorrer em instituições específicas, escolares ou não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma ação consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos globais.
IV. A educação é fenômeno social que se restringe especificamente ao âmbito escolar.
  • A Apenas I, II e IV.
  • B Apenas II.
  • C Apenas I e IV.
  • D Apenas II e III.
  • E Apenas IV.
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Em um grupo, o pedagogo está desenvolvendo a dinâmica: “o exercício do espelho”. Essa dinâmica, na qual se faz a “gravação” repetida de qualidades positivas sobre a pessoa humana, tem como objetivo
  • A a reconquista da autoestima.
  • B fazer o indivíduo ser aceito.
  • C satisfazer a independência.
  • D fazer o indivíduo ser aceito socialmente.
  • E fazer o indivíduo se sentir abrigado fisicamente.
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A formação oferecida pela Pedagogia Empresarial tem como objetivo
  • A oferecer uma formação continuada como sendo uma extensão do Bacharelado.
  • B formar o cidadão responsável e crítico, reforçando o mercado de trabalho exigente que tem como prioridade a competência e o individualismo.
  • C compreender o contexto socioeconômico e produtivo da organização, objetivando situar o trabalho como processo educativo e ético, desenvolvendo metodologias adequadas à utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas práticas educativas, habilitando o aluno para instituir programas de qualificação e requalificação profissional.
  • D educar o aluno para o desenvolvimento de suas habilidades, para suprir o mercado de trabalho no âmbito escolar e formar a mão de obra mais acessível às empresas.
  • E compreender o contexto produtivo sem a mínima compreensão do comportamento humano e suas relações com o meio.
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Para o Pedagogo Empresarial, a construção do conhecimento tem um papel
  • A mecanicista.
  • B pragmático.
  • C sistemático.
  • D técnico.
  • E humanizador.
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O pedagogo deve ser formado para atuar em diferentes áreas, além da docência. O pedagogo empresarial se ocupa de
  • A auxiliar na gestão de conflitos, na seleção e em toda contratação de pessoal.
  • B elaborar o treinamento, a gestão e atuar no setor de produção da empresa.
  • C desenvolver as competência do indivíduo sem o compromisso social e sustentável.
  • D desenvolver conhecimentos, competências, habilidades e atitudes diagnosticadas como indispensáveis/ necessárias à melhoria da produtividade.
  • E elaborar o planejamento estratégico da empresa.
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Sobre o processo de socialização, analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).

I. A socialização ocorre através de três processos: os processos mentais de socialização, os processos afetivos de socialização e os processos condutuais de socialização.

II. Um dos objetivos mais importantes do processo de socialização é que os alunos possam conseguir um nível elevado de conhecimento dos valores morais que regem sua sociedade e se comportem de acordo com eles.

III. A forma como as crianças lidam com as regras, com a justiça e com a moral, independe do seu nível de desenvolvimento.
  • A Apenas II e III.
  • B Apenas I.
  • C Apenas II.
  • D I, II e III.
  • E Apenas I e II.
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Nos estágios das operações concretas, assinale a alternativa INCORRETA.
  • A O pensamento adquire reversibillidade.
  • B As operações lógicas são aplicadas na resolução de problemas.
  • C O desenvolvimento caminha do pensamento pré-lógico à solução dos problemas concretos.
  • D Resolve problemas verbais e problemas hipotéticos complexos.
  • E Início da autonomia.
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Quanto ao uso da linguagem no desenvolvimento, segundo Piaget, assinale a alternativa correta.
  • A A linguagem possibilita à criança evocar um objeto ou acontecimento ausente na comunicação de conceitos.
  • B A formação do pensamento independe, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório-motores.
  • C Acontece antes mesmo da criança alcançar um determinado nível de habilidades mentais.
  • D As operações cognitivas podem ser trabalhadas por meio de treinamento específico feito com o auxílio da linguagem.
  • E O pensamento aparece depois da linguagem.
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Na teoria piagetiana, os estágios de desenvolvimento se caracterizam da seguinte forma:
  • A estágio sensório-motor: reprodução de imagens mentais, uso do pensamento intuitivo, linguagem comunicativa e egocêntrica, atividade simbólica pré-conceitual, pensamento incapaz de descentração.
  • B estágio pré-operatório: o campo da inteligência aplica-se a situações e ações concretas.
  • C estágio operatório concreto - capacidade de classificação, agrupamento,reversibilidade, linguagem socializada; atividades realizadas concretamente sem maior capacidade de abstração.
  • D estágios das operações formais: transição para o modo infantil de pensar
  • E estágio pré-operatório: linguagem como suporte do pensamento conceitual.