Resolver o Simulado FUNDATEC - Nível Superior

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Português

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Evolução transforma fiscalização ‘in loco’ em controle por rastreamento e verificação de autenticidade

Identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias, controles massivos dos mercados e contribuintes. Termos até há pouco vivenciados apenas no mundo dos filmes e no sonho de muitos auditores-fiscais da Receita Estadual, já são rotina no dia a dia da Secretaria da Fazenda do RS. A nova forma de atuação, ancorada no Posto Fiscal Virtual da Receita Estadual, ativado no final de 2012, utiliza ao máximo a tecnologia disponível hoje no mercado, possibilitando, com base em análise de risco de operações, um controle eficaz e econômico do trânsito de mercadorias no Estado. Com o sistema, a aleatoriedade da escolha de veículos que possam apresentar irregularidades está superada a partir da análise da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): a fiscalização é feita junto aos contribuintes que efetivamente apresentem risco de ter problemas reais.

Entusiasta do sistema, o supervisor do Posto Fiscal Virtual, em Porto Alegre define o processo como seletivo, econômico e inteligente. “Esse é o futuro. No mundo, cada vez mais, a tecnologia substitui a ação humana, que, por mais atuante que possa ser, tem limitações de tempo, esforço e capacidade pessoal”, afirma o auditor-fiscal. O processamento eletrônico, destaca, veio para ficar, e isso está ocorrendo em todo o mundo. “No Chile, temos a fatura eletrônica, que é muito bem-sucedida. Aqui temos a Nota Fiscal Eletrônica, um sucesso crescente, que quase todos os Estados do país já adotam. É um rumo sem volta. Este é o caminho”, garante.

Deve-se lembrar, ainda, que a fiscalização direta, física, no trânsito, sempre foi forte no Nordeste e em alguns pontos do país. Na atualidade, entretanto, o Rio de Janeiro já cortou os postos pela metade. No Espírito Santo, no Pará, em Santa Catarina e em São Paulo, eles foram fechados. “Manter essas estruturas é pesado, exige investimentos constantes na manutenção, e os valores das autuações não compensam os custos”, opina. Desde o início da década passada, os diversos governos que se alternaram no Estado vêm fechando postos fiscais, e nem por isso a arrecadação caiu; pelo contrário, vem aumentando consideravelmente. Em contrapartida, a tecnologia, o manifesto eletrônico de cargas e a visão computacional resultam em custos menores e uma visão mais abrangente da situação do contribuinte. A presença física nos postos de trânsito se torna necessária em alguns casos específicos, mas não como regra, como é o caso da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, que utiliza células de inteligência situadas em regiões determinadas do Estado para rastreamento e fiscalização. “A percepção de risco está mantida. Não há que se atacar esse ponto. Detectamos uma atividade, um veículo com erro na nota eletrônica e imediatamente o contribuinte é comunicado e deve se explicar”, explica o supervisor.

Outro ponto relevante merece destaque quando se fala em fiscalização via monitoramento eletrônico do contribuinte: a segurança da operação. A velocidade dos movimentos econômicos e das empresas, que realizam operações com uma rapidez impensada tempos atrás, não pode conviver com uma fiscalização tímida, feita na era do papel. Identificar padrões de sonegação e, a partir daí, desencadear ações planificadas permite um gerenciamento com custos reduzidos e com segurança jurídica para o Estado e para o contribuinte. Segundo o auditor-fiscal, “a tecnologia está em todo lugar. Temos que utilizá-la”.

Uma das tecnologias que impacta a fiscalização de trânsito de mercadorias no momento é o Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias, nominado “Brasil-ID”. O sistema se baseia no emprego da tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) e outros softwares para realizar, dentro de um padrão único, a identificação, o rastreamento e autenticação de mercadorias em produção e circulação pelo país. Criado através de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Receita Federal e Secretarias de Fazenda de vários Estados, o sistema visa padronizar, unificar, interagir, integrar, simplificar, desburocratizar e acelerar o processo de produção, logística e fiscalização de mercadorias pelo país.

O Brasil-ID está sendo implantado no Posto Fiscal Virtual da Receita Estadual e representa o futuro da fiscalização de trânsito. “Da mesma forma que, através de um chip no sistema Sinal Verde, no qual o usuário coloca um pequeno circuito eletrônico no seu carro e passa por cancelas de pedágios sem se preocupar com os tickets e dinheiro, a fiscalização colocará esse equipamento em caminhões e produtos e poderá acompanhar a saída da carga da distribuidora, a sua chegada no ponto de venda e tudo o que estiver relacionado com essa atividade econômica que interesse à fiscalização”, visualiza o auditor-fiscal.

Analise as assertivas que são feitas sobre os processos de argumentação.

I. Ao citar que ‘termos como identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias eram itens presentes apenas em filmes’, o autor do texto estabelece um argumento histórico, distinguindo os séculos no Rio Grande do Sul.

II. No texto, a opinião do supervisor do Posto Fiscal Virtual sobre a Nota Fiscal Eletrônica, no segundo parágrafo, apresenta um argumento de autoridade.

III. Há argumentos de comparação, no momento em que se cita o caso de outros locais do Brasil em que a fiscalização direta não foi bem-sucedida.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas III.
  • D Apenas I e III.
  • E I, II e III.
2

— Você pensou bem no que vai fazer, Paulo?

— Pensei. Já estou decidido. Agora não volto atrás.

— Olhe lá, hein, rapaz... Paulo está ao mesmo tempo comovido e surpreso com os três amigos. Assim que souberam do seu divórcio iminente, correram para visitá-lo no hotel. A solidariedade lhe faz bem. Mas não entende aquela insistência deles em dissuadi-lo. Afinal, todos sabiam que ele não andava muito contente com seu relacionamento.

— Pense um pouco mais, Paulo. Reflita. Essas decisões súbitas...

— Mas que súbitas? Estamos praticamente separados há um ano!

— Dê outra chance ao seu casamento, Paulo.

— A Margarida é uma ótima mulher.

— Espera um pouquinho. Você mesmo deixou de frequentar nossa casa por causa da Margarida, depois que ela chamou vocês de bêbados e quase expulsou todo mundo.

— E fez muito bem. Nós estávamos bêbados e tínhamos que ser expulsos.

— Outra coisa, Paulo. O divórcio. Sei lá.

— Eu não entendo mais nada. Você sempre defendeu o divórcio!

— É. Mas quando acontece com um amigo...

— Olha, Paulo. Eu não sou moralista. Mas acho a família uma coisa importantíssima. Acho que a família merece qualquer sacrifício.

— Pense nas crianças, Paulo. No trauma.

— Mas nós não temos filhos!

— Nos filhos dos outros, então. No mau exemplo.

— Mas isto é um absurdo! Vocês estão falando como se fosse o fim do mundo. Hoje, o divórcio é uma coisa comum. Não vai mudar nada.

— Como, não muda nada?

— Muda tudo!

— Você não sabe o que está dizendo, Paulo! Muda tudo.

— Muda o quê?

— Bom, pra começar, você não vai poder mais frequentar as nossas casas.

— As mulheres não vão tolerar.

— Você se transformará num pária social, Paulo.

— Como é que é?!

— Fora de brincadeira. Um reprobo.

— Puxa. Eu nunca pensei que vocês...

— Pense bem, Paulo. Dê tempo ao tempo.

— Deixe pra decidir depois. Passado o verão.

— Reflita, Paulo. É uma decisão seriíssima. Deixe para mais tarde.

— Está bem. Se vocês insistem... Na saída, os três amigos conversam:

— Será que ele se convenceu?

— Acho que sim. Pelo menos vai adiar.

— E no “solteiros contra casados” da praia, neste ano, ainda teremos ele no gol.

— Também, a ideia dele. Largar o gol dos casados logo agora. Em cima da hora. Quando não dava mais para arranjar substituto.

— Os casados nunca terão um goleiro como ele.

— Se insistirmos bastante, ele desiste definitivamente do divórcio.

— Vai aguentar a Margarida pelo resto da vida.

— Pelo time dos casados, qualquer sacrifício serve.

— Me diz uma coisa. Como divorciado, ele podia jogar no time dos solteiros?

— Podia. — Impensável.

— É.

— Outra coisa.

— Fala.

— Não é reprobo. É réprobo. Acento no “e”.

— Mas funcionou, não funcionou?

Assinale a alternativa que apresenta a versão INCORRETA de uma das falas dos amigos de Paulo, caso estivesse escrita em discurso indireto.

  • A O amigo de Paulo perguntou a ele se ele tinha pensado bem no que iria fazer (linha 01).
  • B O amigo de Paulo pediu para que Paulo desse outra chance ao seu casamento (linha 10).
  • C O amigo de Paulo disse que Margarida era uma ótima mulher (linha 11).
  • D O amigo de Paulo disse que os casados nunca teriam um goleiro como ele (linha 45).
  • E O amigo de Paulo disse que se insistirmos bastante, ele desiste definitivamente do divórcio (linha 46).
3

Regulação de Estado, Sustentabilidade e o Direito Fundamental à Boa Administração Pública

Mais do que nunca, a regulação deve ser vista como tarefa do Estado Constitucional (não contraposto à sociedade), mais do que governativa, no rumo de nova ordem regulatória que transcenda o episódico e o transitório, ou seja, o estritamente governamental ou o primado dos interesses partidários e dos manipuladores de mercado. As autarquias reguladoras são – ou deveriam ser, interdependentes e, a despeito de não poderem efetuar a definição da política setorial, podem corrigir falhas de mercado e de governo na execução ou conformação sistemática dessas políticas. Não há função mais significativa dessas autarquias reguladoras senão a de defender a preponderância dos princípios, objetivos e direitos fundamentais, nas relações atinentes à delegação de serviços universais ou nas atividades econômicas de relevância coletiva. Cumpre-lhes, pois, evitar o equívoco comum do facciosismo ou do unilateralismo, no exercício da discricionariedade administrativa. Ao se dar conta do seu papel sistêmico, resolverá com maior facilidade os potenciais conflitos e os custos associados, evitando (sem pretender sufocar) as demandas judiciais e o próprio recurso à arbitragem privada. Assim, a função mediadora e solvedora de conflitos assume feição precípua e inerentemente regulatória.

Por todo o exposto, o “Estado Regulador” (que, na ótica esposada, disciplina, na esfera administrativa, os serviços públicos delegados e as atividades econômicas de relevante interesse coletivo) possuem o dever de cabal observância da rede de princípios, objetivos e direitos fundamentais, acima das regras, especialmente do princípio constitucional da sustentabilidade (social, ambiental, econômica, ética e jurídico-política). Somente desse modo, a regulação estatal alcançará a condição de redutora consciente (direta ou oblíqua) dos custos de transação. Quer dizer, as autarquias reguladoras precisam, vez por todas, começar a atuar como guardiãs sistemáticas dos interesses legítimos das gerações presentes e futuras, com prevenção e precaução. Com efeito, a regulação promotora do desenvolvimento sustentável, em suas várias dimensões, tem de incorporar parâmetros desse jaez - algo que acontece de maneira incipiente, mas que precisa ser francamente incentivado com a adoção de critérios mensuráveis de sustentabilidade.

De fato, a regulação é indeclinável função tipicamente estatal que, acima de tudo, precisa cultuar a sustentabilidade, a eficácia, a eficiência e a probidade no âmbito do setor regulado, incorporando, em definitivo, a cultura do pleno respeito ao imperativo do desenvolvimento sustentável, que reclama o resoluto combate à falta de equidade intertemporal.

Eis, em suma, as propostas vocacionadas a renovar o modelo brasileiro de regulação, de maneira a fazê-lo consentâneo com a consolidação do novo paradigma de Direito Administrativo, no intuito de fazer frente aos pleitos do Século XXI, às voltas com a preocupante crise (des)regulatória mundial. Força para já concretizar a regulação de Estado Constitucional, endereçada ao longo do prazo, cooperativa, sistêmica, autônoma, independente e em rede. Uma regulação para as presentes e futuras gerações. Sim, regulação intertemporal, que rompa os grilhões e os gargalos burocráticos, as redundâncias excessivas e as omissões sombrias. Não se trata de impor limites exacerbados à inovação ou à sofisticação dos mercados, mas de coibir a fraude, a desinformação e as manipulações espúrias. O certo é que nada se apresenta mais crucial, no curso da presente crise ético-jurídica mundial, do que redefinir material e formalmente, o modelo regulatório, sem o desatino ingênuo das mudanças abruptas, todavia sempre com o efetivo compromisso ético com a eficácia crescente do direito fundamental à boa administração pública.

Analise as relações entre as frases abaixo, retiradas do texto, e as pressuposições que são feitas.

I. “Não há função mais significativa [...] senão a de defender” (l.06-07) – existem outras funções além da de defesa.

II. “a preponderância dos princípios, objetivos e direitos fundamentais” (l.07-08) – há outros elementos que não possuem a mesma importância.

III. “as autarquias reguladoras precisam, vez por todas, começar a atuar como guardiãs sistemáticas” (l.19-20) – as autarquias reguladoras sempre atuaram como guardiãs sistemáticas.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas III.
  • D Apenas I e II.
  • E I, II e III.
4

Administração Tributária e Justiça Fiscal

Todos os órgãos ou agências tributárias têm a obrigação de assegurar o maior nível possível de cumprimento das diferentes leis e regulamentos dentro de sua área de atuação, pois isso é um elemento essencial para maximizar a arrecadação. Para assegurar o máximo cumprimento, a entidade arrecadadora deve buscar influenciar o comportamento do contribuinte.

A ideia de mudar, ou pelo menos, influenciar significativamente o comportamento do contribuinte não é nova para as administrações tributárias. Quase todas dispõem de algum programa de atendimento ao contribuinte, além de atividades para evitar que este descumpra as normas tributárias. Mas, cada vez mais, as administrações tributárias buscam entender melhor o que motiva o cumprimento tributário, pois um maior conhecimento do comportamento do contribuinte permite desenhar melhores estratégias para aumentar a efetividade da tributação.

Para o Fisco, a maneira como se administram os tributos tem implicações importantes sobre seu nível de eficiência e eficácia. O comportamento do contribuinte, que é o sujeito do imposto e, portanto, o oponente (mas não inimigo) do Fisco, deve orientar sua atuação. Alguns fatores são decisivos em uma estratégia de asseverar o comportamento do contribuinte em direção ao cumprimento da contribuição, quais sejam: a) dissuasão; b) valores; c) fatores econômicos; d) oportunidade; e e) justiça e confiança.

A dissuasão, resultante de auditorias, multas, risco de prisão e outras formas mais ou menos severas de punição, constitui a primeira resposta quando se fala em maneiras de obrigar um contribuinte a pagar seus impostos. No entanto, a prática e os estudos acadêmicos, especialmente na área de psicologia e economia, apresentam evidências contraditórias sobre o verdadeiro poder da dissuasão. De fato, existem argumentos _____ medidas punitivas eventuais, como multas elevadas, podem até encorajar o contribuinte ____ não cumprimento em anos subsequentes. De qualquer forma, para os sonegadores contumazes, um trabalho de dissuasão permanente provavelmente é necessário.

Os valores sociais, morais e éticos podem ter uma importância grande para dar maior ou menor dimensão às atividades de dissuasão. Penalidades não financeiras, mas que atingem ___ reputação ou __ marca de uma empresa, podem ter efeito muito mais significativo _______ o custo pecuniário.

O nível da atividade econômica, seja de uma maneira geral ou do segmento específico ______ pertence uma empresa/contribuinte, certamente constitui fator que influencia o nível de cumprimento. O importante é que a administração tributária acompanhe isso e mantenha uma visão pragmática sobre a questão. Endurecer com empresas em clara dificuldade financeira dificilmente resultará em maior arrecadação, e a visão de longo prazo deve prevalecer, não apenas o que ocorre em um exercício em particular. Não se deve matar as “galinhas dos ovos de ouro”. Por outro lado, a evasão ou a inadimplência não podem tornar-se uma forma conveniente de financiamento das empresas em época de crise.

Existe um dito popular que diz que a “ocasião é que faz o ladrão”. A administração tributária deve se esmerar em limitar as oportunidades que o contribuinte possa ter para evadir ou sonegar, mas também deve trabalhar intensamente para facilitar o cumprimento voluntário das obrigações tributárias. É claro que técnicas de retenção ou substituição tributária são importantes para minimizar o comportamento de não cumprimento, mas, na realidade, existem também muitos contribuintes “preguiçosos” que passam a contribuir de forma regular quando o processo de apuração e pagamento dos tributos é facilitado. Todo administrador tributário também sabe que existem muitos casos em que não há intenção de evasão, decorrentes do pouco conhecimento da legislação ou de normas mal escritas, pouco claras, por vezes, interpretadas de maneira variada. Facilitar o cumprimento das obrigações tributárias é tão importante como “fechar o cerco” para evitar possibilidades de evasão.

Por último, mas não menos importante, alguns estudos acadêmicos, a prática e a história nos mostram que a equidade praticada pelo Fisco em representação do Estado tem papel fundamental no comportamento do contribuinte. A percepção de justiça por parte do contribuinte, seja na forma de pagar o tributo, seja na maneira como ele se relaciona com a administração tributária, é um elemento importante na aceitação do tributo e, portanto, na sua disposição de cumprir com a obrigação de pagá-lo. A percepção de justiça ou equidade é, sem dúvida, importante, mas não é o único elemento desejável, seja de um tributo ou da relação entre a administração tributária e o contribuinte.

Observe as palavras abaixo, retiradas do texto:

· são (l.13). · cumprimento (l.14).
· influencia (l.27). · intenção (l.39).

Analise as afirmações abaixo:

I. Apenas uma palavra possui outra homônima.
II. Duas palavras possuem parônimos.
III. Em apenas uma palavra é possível inserir um acento circunflexo e obter outra palavra da língua portuguesa.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas III.
  • D Apenas I e II.
  • E I, II e III.
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Qual a situação política ................... se defrontava Jango com a retomada do regime presidencialista, com o fim do parlamentarismo em 1963? O fundamental é que a política de compromisso se tornava cada vez mais difícil. De cada extremo do espectro, grupos radicais insistiam em soluções antidemocráticas, compartilhando a crença de que cada um estava em condições de ganhar mais com o desmoronamento da democracia.

À direita, o grupo mais importante era o dos antigetulistas tradicionais. Chocados pela súbita renúncia de Jânio em 1961, mas impossibilitados de impedir a posse de Jango, caíram num desespero que lembrava seu mal-estar após a eleição de Juscelino em 1955. Estavam, no entanto, melhor organizados e mais decididos. As manobras populistas de Jango, em 1962, para obter a antecipação do plebiscito sobre o regime de governo .................... de que estavam tratando com o mesmo Jango .................. renúncia os coronéis forçaram em 1954. Em princípios de 1962, começaram a conspirar para derrubar o presidente. Entre seus líderes militares estavam o marechal Odílio Denys e o almirante Sílvio Heck, ex-ministros de Jânio. O principal chefe civil era Júlio de Mesquita Filho, proprietário do influente jornal O Estado de S. Paulo.

Os radicais anti-Jango dispunham de uma conhecida reserva de doutrinas antidemocráticas. Como em 1950 e em 1955, alegavam que não se podia confiar no eleitorado brasileiro. Somente sob uma cuidadosa tutela poderia ser impedido de cair nas malhas de políticos “demagógicos” novamente. A moralidade e o anticomunismo eram suas palavras de ordem. Contavam, ainda, com o apoio de um bem financiado movimento de homens de negócio paulistas, que tinha como centro o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), fundado em 1961.

À esquerda, os radicalizantes tentavam capitalizar qualquer crise política ........ fim de provocar uma abrupta transferência de poder. Seu propósito era influenciar a opinião pública, até o ponto em que os árbitros estabelecidos do poder fossem desacreditados ou vencidos. A esquerda radical incluía grupos operários como o Pacto Sindical de Unidade de Ação (PUA) e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), e organizações populares como as Ligas Camponesas e a União Nacional de Estudantes (UNE). O Partido Comunista Brasileiro trabalhava para forçar um governo mais “nacionalista e democrático”, dentro da estrutura existente. O líder político mais preeminente da esquerda radical era Leonel Brizola, agora deputado federal pelo PTB da Guanabara. Brizola era dado ao uso de linguagem violenta contra os inimigos; frequentemente ameaçava recorrer à ação extraparlamentar – por exemplo, incentivar greves generalizadas, como na crise de 1962 – para obter concessões do Congresso. É importante notar aqui a ênfase nos métodos diretos para combater “golpistas”, “entreguistas” e “reacionários”. Nenhum desses grupos de esquerda era francamente revolucionário por volta de fins de 1962; mas todos tinham sérias dúvidas quanto ......... possibilidade de satisfazer seus desejos de mudanças radicais dentro da estrutura constitucional existente.

A despeito do crescimento da opinião extremista, em princípios de 1963 a maioria dos brasileiros ainda se encontrava no centro. Pró-democráticos, preferiam uma economia mista que utilizasse o capital estrangeiro sob cuidadoso controle nacional. A opinião do centro aceitava ampliar o sistema político, mas somente com cautela. Sua base social era primordialmente liberal, mas também reconhecia a necessidade da industrialização, conquanto resistisse ........ qualquer ideologia definida com relação ao processo de industrialização. Contudo, estes pontos-de-vista cautelosos não eram claramente formulados, e na verdade continham seu próprio espectro de opinião — desde a “esquerda positiva” até os “industrialistas esclarecidos”.


Assinale a alternativa que contém um acontecimento histórico que NÃO ocorreu no período de 1962-1963, segundo o texto.

  • A Manobras de Jango para obter a aprovação do plebiscito sobre o regime de governo.
  • B Ação extraparlamentar da esquerda radical para obter concessões do Congresso.
  • C Retorno do regime presidencialista de governo.
  • D Obtenção da renúncia de Jango por parte de militares.
  • E Início da conspiração de direita cujo objetivo era a derrubada de Jango da presidência.
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Evolução transforma fiscalização ‘in loco’ em controle por rastreamento e verificação de autenticidade

Identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias, controles massivos dos mercados e contribuintes. Termos até há pouco vivenciados apenas no mundo dos filmes e no sonho de muitos auditores-fiscais da Receita Estadual, já são rotina no dia a dia da Secretaria da Fazenda do RS. A nova forma de atuação, ancorada no Posto Fiscal Virtual da Receita Estadual, ativado no final de 2012, utiliza ao máximo a tecnologia disponível hoje no mercado, possibilitando, com base em análise de risco de operações, um controle eficaz e econômico do trânsito de mercadorias no Estado. Com o sistema, a aleatoriedade da escolha de veículos que possam apresentar irregularidades está superada a partir da análise da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): a fiscalização é feita junto aos contribuintes que efetivamente apresentem risco de ter problemas reais.

Entusiasta do sistema, o supervisor do Posto Fiscal Virtual, em Porto Alegre define o processo como seletivo, econômico e inteligente. “Esse é o futuro. No mundo, cada vez mais, a tecnologia substitui a ação humana, que, por mais atuante que possa ser, tem limitações de tempo, esforço e capacidade pessoal”, afirma o auditor-fiscal. O processamento eletrônico, destaca, veio para ficar, e isso está ocorrendo em todo o mundo. “No Chile, temos a fatura eletrônica, que é muito bem-sucedida. Aqui temos a Nota Fiscal Eletrônica, um sucesso crescente, que quase todos os Estados do país já adotam. É um rumo sem volta. Este é o caminho”, garante.

Deve-se lembrar, ainda, que a fiscalização direta, física, no trânsito, sempre foi forte no Nordeste e em alguns pontos do país. Na atualidade, entretanto, o Rio de Janeiro já cortou os postos pela metade. No Espírito Santo, no Pará, em Santa Catarina e em São Paulo, eles foram fechados. “Manter essas estruturas é pesado, exige investimentos constantes na manutenção, e os valores das autuações não compensam os custos”, opina. Desde o início da década passada, os diversos governos que se alternaram no Estado vêm fechando postos fiscais, e nem por isso a arrecadação caiu; pelo contrário, vem aumentando consideravelmente. Em contrapartida, a tecnologia, o manifesto eletrônico de cargas e a visão computacional resultam em custos menores e uma visão mais abrangente da situação do contribuinte. A presença física nos postos de trânsito se torna necessária em alguns casos específicos, mas não como regra, como é o caso da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, que utiliza células de inteligência situadas em regiões determinadas do Estado para rastreamento e fiscalização. “A percepção de risco está mantida. Não há que se atacar esse ponto. Detectamos uma atividade, um veículo com erro na nota eletrônica e imediatamente o contribuinte é comunicado e deve se explicar”, explica o supervisor.

Outro ponto relevante merece destaque quando se fala em fiscalização via monitoramento eletrônico do contribuinte: a segurança da operação. A velocidade dos movimentos econômicos e das empresas, que realizam operações com uma rapidez impensada tempos atrás, não pode conviver com uma fiscalização tímida, feita na era do papel. Identificar padrões de sonegação e, a partir daí, desencadear ações planificadas permite um gerenciamento com custos reduzidos e com segurança jurídica para o Estado e para o contribuinte. Segundo o auditor-fiscal, “a tecnologia está em todo lugar. Temos que utilizá-la”.

Uma das tecnologias que impacta a fiscalização de trânsito de mercadorias no momento é o Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias, nominado “Brasil-ID”. O sistema se baseia no emprego da tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) e outros softwares para realizar, dentro de um padrão único, a identificação, o rastreamento e autenticação de mercadorias em produção e circulação pelo país. Criado através de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Receita Federal e Secretarias de Fazenda de vários Estados, o sistema visa padronizar, unificar, interagir, integrar, simplificar, desburocratizar e acelerar o processo de produção, logística e fiscalização de mercadorias pelo país.

O Brasil-ID está sendo implantado no Posto Fiscal Virtual da Receita Estadual e representa o futuro da fiscalização de trânsito. “Da mesma forma que, através de um chip no sistema Sinal Verde, no qual o usuário coloca um pequeno circuito eletrônico no seu carro e passa por cancelas de pedágios sem se preocupar com os tickets e dinheiro, a fiscalização colocará esse equipamento em caminhões e produtos e poderá acompanhar a saída da carga da distribuidora, a sua chegada no ponto de venda e tudo o que estiver relacionado com essa atividade econômica que interesse à fiscalização”, visualiza o auditor-fiscal.

Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando a interpretação de texto ao erro que está sendo cometido.

Coluna 1

1. Erro de extrapolação – ideias que não estão no texto são adicionadas.
2. Erro de redução – valorização de apenas um aspecto do texto em detrimento do conjunto de ideias expressas.
3. Erro de contradição – ideias contrárias às do texto, com conclusões equivocadas.

Coluna 2

( ) A manutenção de estruturas de fiscalização não é, de maneira alguma, onerosa para o Estado.

( ) O “Brasil-ID” foi criado através de um acordo de cooperação técnica em 2009, visando especificar, analisar, projetar, dimensionar e desenvolver softwares básicos de gestão nacional e centralizada de dados e transações.

( ) A fiscalização de pedágios através de chips eletrônicos é uma das aplicações do sistema Sinal Verde.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

  • A 1 – 2 – 3.
  • B 1 – 3 – 2.
  • C 2 – 1 – 3
  • D 3 – 2 – 1.
  • E 3 – 1 – 2.
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Deixe para depois

Ufa! O relatório da empresa fechou, o jantar passou, as crianças já dormiram, o mês acabou. E agora, José? Você que vive de planos, que faz resoluções, que não pode parar, está preparado para recomeçar tudo de novo? ________ é assim mesmo: um mês acaba e logo ........... outro. E a agenda em cima da mesa cheia de dias para serem preenchidos com afazeres e metas. Mal dá tempo de colocar os pensamentos no lugar, ajustar o GPS e recalcular a rota. Vamos vivendo sem tempo para paradas.

Não sei se a sua impressão é a mesma que a minha, mas os dias se tornaram ainda mais cheios ultimamente. As tarefas se empilham com mais facilidade que a louça na pia. E os dias acabam com aquela sensação de que muita coisa ficou para trás, por mais que você faça. Daí me ......... à memória meus tempos de infância jogando videogame. Não importa quantos adversários você consiga dar cabo, sempre surgem outros: dos becos, do teto, do cantinho da tela. Quanto mais você avança de fase, mais inimigos aparecem.

Esse sentimento generalizado de que a matemática das tarefas tem uma lógica diferente da aritmética do nosso tempo está levando a sociedade a uma espécie de transe da urgência. Com os celulares (sempre à mão), nunca desconectamos. Trabalhamos na mesa do restaurante respondendo ao email, pensamos nas compras do supermercado ao levar o filho no parquinho, fazemos ligações nos trajetos para otimizar o tempo do trânsito. A ansiedade de tudo “pra ontem” fez surgir um padrão de comportamento que a psicologia ......... investigado e identificado como precrastinação. Ao contrário dos que sofrem da procrastinação (o ímpeto de deixar tudo pra depois), os precrastinadores realizam uma tarefa tão logo a recebem.

Anna Scofano, consultora empresarial, conta que, em palestras em empresas e no atendimento de executivos, tem visto muita gente vivendo uma angústia enorme de querer fazer tudo ao mesmo tempo e agora. “Está cada vez mais complicado administrar as horas _______ as mensagens não param. Pode-se estar em casa ou no trabalho, não há mais um momento de ócio”, afirma. A tecnologia ganhou um papel importante nesse mau-estar da civilização, por assim dizer, já que ela ainda não é gerenciada de forma inteligente pelas pessoas, segundo a consultora. “Tudo o que toma tempo demais na nossa vida precisa ser repensado, principalmente se nos afasta da nossa ligação conosco”. Uma questão de expectativa. A chave, aliás, não está somente em saber gerenciar o tempo, esse elefante branco que nos segue o tempo todo, de casa para o trabalho, para conseguir restabelecer as prioridades. Mas principalmente gerenciar nossas expectativas em relação a elas, ______ a questão do tempo ....... mais eco nas nossas vontades e projeções do que no relógio em si. Essencialmente, sempre encontramos espaço para aquilo que realmente queremos: ir ao curso de idiomas, estudar italiano, marcar o exame que o médico pediu. O imprescindível das nossas expectativas com relação às tarefas a serem cumpridas está em não deixar que elas nos gerem ansiedade demais – seja por querer tratá-las de imediato, seja por postergá-las até o último minuto. Nem os procrastinadores nem os precrastinadores estão livres dessa sensação. E, para o professor John Perry, a raíz desse sentimento está na nossa busca pelo perfeccionismo.

“Para mim, procrastinar sempre foi uma maneira de me dar permissão para fazer de forma não tão perfeita tarefas que exigem um trabalho perfeito”, diz. Com muito prazo, era possível para ele se preparar para análises longas e acadêmicas de textos e mais textos. Mas com o prazo iminente da entrega, não havia tempo para o perfeito, apenas para o adequado. Nos precrastinadores, esse sentido é oposto, mas não menos determinante: querem começar a tarefa antes para deixá-la impecável. Mas o que ronda essa intenção é o medo de “não dar conta do recado”. “O que alguém precisa fazer para controlar as próprias fantasias perfeccionistas é o que eu chamo de triagem de tarefas. Para muitas delas, funcionará melhor se você começar planejando um trabalho adequado – talvez até um pouco melhor que adequado – mas não perfeito”, ele diz.

O perfeccionismo gera uma ansiedade que nos paralisa ou que nos faz sair correndo. Nenhuma das duas vai ajudar a realizar as coisas que você precisa realizar. “Isso nos dá segurança para arregaçar as mangas e fazer o que precisa ser feito agora”. Ou, pelo menos, começar amanhã.

Considerando o contexto de ocorrências e o correto uso do porquê, as lacunas das linhas 03, 23 e 31 devem ser preenchidas, respectivamente, por:

  • A Por que – porque – por que
  • B Por que – por que – porque
  • C Porque – porquê – por que
  • D Porque – porque – porque
  • E Porquê – por que – por que
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Qual a situação política ................... se defrontava Jango com a retomada do regime presidencialista, com o fim do parlamentarismo em 1963? O fundamental é que a política de compromisso se tornava cada vez mais difícil. De cada extremo do espectro, grupos radicais insistiam em soluções antidemocráticas, compartilhando a crença de que cada um estava em condições de ganhar mais com o desmoronamento da democracia.

À direita, o grupo mais importante era o dos antigetulistas tradicionais. Chocados pela súbita renúncia de Jânio em 1961, mas impossibilitados de impedir a posse de Jango, caíram num desespero que lembrava seu mal-estar após a eleição de Juscelino em 1955. Estavam, no entanto, melhor organizados e mais decididos. As manobras populistas de Jango, em 1962, para obter a antecipação do plebiscito sobre o regime de governo .................... de que estavam tratando com o mesmo Jango .................. renúncia os coronéis forçaram em 1954. Em princípios de 1962, começaram a conspirar para derrubar o presidente. Entre seus líderes militares estavam o marechal Odílio Denys e o almirante Sílvio Heck, ex-ministros de Jânio. O principal chefe civil era Júlio de Mesquita Filho, proprietário do influente jornal O Estado de S. Paulo.

Os radicais anti-Jango dispunham de uma conhecida reserva de doutrinas antidemocráticas. Como em 1950 e em 1955, alegavam que não se podia confiar no eleitorado brasileiro. Somente sob uma cuidadosa tutela poderia ser impedido de cair nas malhas de políticos “demagógicos” novamente. A moralidade e o anticomunismo eram suas palavras de ordem. Contavam, ainda, com o apoio de um bem financiado movimento de homens de negócio paulistas, que tinha como centro o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), fundado em 1961.

À esquerda, os radicalizantes tentavam capitalizar qualquer crise política ........ fim de provocar uma abrupta transferência de poder. Seu propósito era influenciar a opinião pública, até o ponto em que os árbitros estabelecidos do poder fossem desacreditados ou vencidos. A esquerda radical incluía grupos operários como o Pacto Sindical de Unidade de Ação (PUA) e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), e organizações populares como as Ligas Camponesas e a União Nacional de Estudantes (UNE). O Partido Comunista Brasileiro trabalhava para forçar um governo mais “nacionalista e democrático”, dentro da estrutura existente. O líder político mais preeminente da esquerda radical era Leonel Brizola, agora deputado federal pelo PTB da Guanabara. Brizola era dado ao uso de linguagem violenta contra os inimigos; frequentemente ameaçava recorrer à ação extraparlamentar – por exemplo, incentivar greves generalizadas, como na crise de 1962 – para obter concessões do Congresso. É importante notar aqui a ênfase nos métodos diretos para combater “golpistas”, “entreguistas” e “reacionários”. Nenhum desses grupos de esquerda era francamente revolucionário por volta de fins de 1962; mas todos tinham sérias dúvidas quanto ......... possibilidade de satisfazer seus desejos de mudanças radicais dentro da estrutura constitucional existente.

A despeito do crescimento da opinião extremista, em princípios de 1963 a maioria dos brasileiros ainda se encontrava no centro. Pró-democráticos, preferiam uma economia mista que utilizasse o capital estrangeiro sob cuidadoso controle nacional. A opinião do centro aceitava ampliar o sistema político, mas somente com cautela. Sua base social era primordialmente liberal, mas também reconhecia a necessidade da industrialização, conquanto resistisse ........ qualquer ideologia definida com relação ao processo de industrialização. Contudo, estes pontos-de-vista cautelosos não eram claramente formulados, e na verdade continham seu próprio espectro de opinião — desde a “esquerda positiva” até os “industrialistas esclarecidos”.


As alternativas abaixo apresentam substituições para os segmentos cada um estava (l.04), não se podia (l.16) e conquanto resistisse (l.39), respectivamente. Assinale a alternativa que contém as substituições adequadas ao sentido do texto.

  • A todos os lados estavam – não era possível – mesmo resistindo
  • B seu próprio lado estava – não podiam – até mesmo resistindo
  • C seu próprio lado estava – não era possível – mesmo resistindo
  • D todos os lados estavam – não podiam – mesmo resistindo
  • E seu próprio lado estava – não podiam – até mesmo resistindo
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Qual a situação política ................... se defrontava Jango com a retomada do regime presidencialista, com o fim do parlamentarismo em 1963? O fundamental é que a política de compromisso se tornava cada vez mais difícil. De cada extremo do espectro, grupos radicais insistiam em soluções antidemocráticas, compartilhando a crença de que cada um estava em condições de ganhar mais com o desmoronamento da democracia.

À direita, o grupo mais importante era o dos antigetulistas tradicionais. Chocados pela súbita renúncia de Jânio em 1961, mas impossibilitados de impedir a posse de Jango, caíram num desespero que lembrava seu mal-estar após a eleição de Juscelino em 1955. Estavam, no entanto, melhor organizados e mais decididos. As manobras populistas de Jango, em 1962, para obter a antecipação do plebiscito sobre o regime de governo .................... de que estavam tratando com o mesmo Jango .................. renúncia os coronéis forçaram em 1954. Em princípios de 1962, começaram a conspirar para derrubar o presidente. Entre seus líderes militares estavam o marechal Odílio Denys e o almirante Sílvio Heck, ex-ministros de Jânio. O principal chefe civil era Júlio de Mesquita Filho, proprietário do influente jornal O Estado de S. Paulo.

Os radicais anti-Jango dispunham de uma conhecida reserva de doutrinas antidemocráticas. Como em 1950 e em 1955, alegavam que não se podia confiar no eleitorado brasileiro. Somente sob uma cuidadosa tutela poderia ser impedido de cair nas malhas de políticos “demagógicos” novamente. A moralidade e o anticomunismo eram suas palavras de ordem. Contavam, ainda, com o apoio de um bem financiado movimento de homens de negócio paulistas, que tinha como centro o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), fundado em 1961.

À esquerda, os radicalizantes tentavam capitalizar qualquer crise política ........ fim de provocar uma abrupta transferência de poder. Seu propósito era influenciar a opinião pública, até o ponto em que os árbitros estabelecidos do poder fossem desacreditados ou vencidos. A esquerda radical incluía grupos operários como o Pacto Sindical de Unidade de Ação (PUA) e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), e organizações populares como as Ligas Camponesas e a União Nacional de Estudantes (UNE). O Partido Comunista Brasileiro trabalhava para forçar um governo mais “nacionalista e democrático”, dentro da estrutura existente. O líder político mais preeminente da esquerda radical era Leonel Brizola, agora deputado federal pelo PTB da Guanabara. Brizola era dado ao uso de linguagem violenta contra os inimigos; frequentemente ameaçava recorrer à ação extraparlamentar – por exemplo, incentivar greves generalizadas, como na crise de 1962 – para obter concessões do Congresso. É importante notar aqui a ênfase nos métodos diretos para combater “golpistas”, “entreguistas” e “reacionários”. Nenhum desses grupos de esquerda era francamente revolucionário por volta de fins de 1962; mas todos tinham sérias dúvidas quanto ......... possibilidade de satisfazer seus desejos de mudanças radicais dentro da estrutura constitucional existente.

A despeito do crescimento da opinião extremista, em princípios de 1963 a maioria dos brasileiros ainda se encontrava no centro. Pró-democráticos, preferiam uma economia mista que utilizasse o capital estrangeiro sob cuidadoso controle nacional. A opinião do centro aceitava ampliar o sistema político, mas somente com cautela. Sua base social era primordialmente liberal, mas também reconhecia a necessidade da industrialização, conquanto resistisse ........ qualquer ideologia definida com relação ao processo de industrialização. Contudo, estes pontos-de-vista cautelosos não eram claramente formulados, e na verdade continham seu próprio espectro de opinião — desde a “esquerda positiva” até os “industrialistas esclarecidos”.


As alternativas abaixo apresentam relações de referência entre um elemento anafórico e aquilo a que se refere no texto. Qual alternativa contém a relação correta?

  • A sujeito oculto de começaram a conspirar (l.11) – coronéis (l.11)
  • B sujeito oculto de poderia ser impedido (l.17) – sujeito de não se podia confiar (l.16)
  • C suas (l.18) – políticos “demagógicos” (l.17)
  • D sua (l.38) – sistema político (l.37)
  • E seu próprio (l.41) – pontos de vista cautelosos (l.40)
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Evolução transforma fiscalização ‘in loco’ em controle por rastreamento e verificação de autenticidade

Identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias, controles massivos dos mercados e contribuintes. Termos até há pouco vivenciados apenas no mundo dos filmes e no sonho de muitos auditores-fiscais da Receita Estadual, já são rotina no dia a dia da Secretaria da Fazenda do RS. A nova forma de atuação, ancorada no Posto Fiscal Virtual da Receita Estadual, ativado no final de 2012, utiliza ao máximo a tecnologia disponível hoje no mercado, possibilitando, com base em análise de risco de operações, um controle eficaz e econômico do trânsito de mercadorias no Estado. Com o sistema, a aleatoriedade da escolha de veículos que possam apresentar irregularidades está superada a partir da análise da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): a fiscalização é feita junto aos contribuintes que efetivamente apresentem risco de ter problemas reais.

Entusiasta do sistema, o supervisor do Posto Fiscal Virtual, em Porto Alegre define o processo como seletivo, econômico e inteligente. “Esse é o futuro. No mundo, cada vez mais, a tecnologia substitui a ação humana, que, por mais atuante que possa ser, tem limitações de tempo, esforço e capacidade pessoal”, afirma o auditor-fiscal. O processamento eletrônico, destaca, veio para ficar, e isso está ocorrendo em todo o mundo. “No Chile, temos a fatura eletrônica, que é muito bem-sucedida. Aqui temos a Nota Fiscal Eletrônica, um sucesso crescente, que quase todos os Estados do país já adotam. É um rumo sem volta. Este é o caminho”, garante.

Deve-se lembrar, ainda, que a fiscalização direta, física, no trânsito, sempre foi forte no Nordeste e em alguns pontos do país. Na atualidade, entretanto, o Rio de Janeiro já cortou os postos pela metade. No Espírito Santo, no Pará, em Santa Catarina e em São Paulo, eles foram fechados. “Manter essas estruturas é pesado, exige investimentos constantes na manutenção, e os valores das autuações não compensam os custos”, opina. Desde o início da década passada, os diversos governos que se alternaram no Estado vêm fechando postos fiscais, e nem por isso a arrecadação caiu; pelo contrário, vem aumentando consideravelmente. Em contrapartida, a tecnologia, o manifesto eletrônico de cargas e a visão computacional resultam em custos menores e uma visão mais abrangente da situação do contribuinte. A presença física nos postos de trânsito se torna necessária em alguns casos específicos, mas não como regra, como é o caso da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, que utiliza células de inteligência situadas em regiões determinadas do Estado para rastreamento e fiscalização. “A percepção de risco está mantida. Não há que se atacar esse ponto. Detectamos uma atividade, um veículo com erro na nota eletrônica e imediatamente o contribuinte é comunicado e deve se explicar”, explica o supervisor.

Outro ponto relevante merece destaque quando se fala em fiscalização via monitoramento eletrônico do contribuinte: a segurança da operação. A velocidade dos movimentos econômicos e das empresas, que realizam operações com uma rapidez impensada tempos atrás, não pode conviver com uma fiscalização tímida, feita na era do papel. Identificar padrões de sonegação e, a partir daí, desencadear ações planificadas permite um gerenciamento com custos reduzidos e com segurança jurídica para o Estado e para o contribuinte. Segundo o auditor-fiscal, “a tecnologia está em todo lugar. Temos que utilizá-la”.

Uma das tecnologias que impacta a fiscalização de trânsito de mercadorias no momento é o Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias, nominado “Brasil-ID”. O sistema se baseia no emprego da tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) e outros softwares para realizar, dentro de um padrão único, a identificação, o rastreamento e autenticação de mercadorias em produção e circulação pelo país. Criado através de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Receita Federal e Secretarias de Fazenda de vários Estados, o sistema visa padronizar, unificar, interagir, integrar, simplificar, desburocratizar e acelerar o processo de produção, logística e fiscalização de mercadorias pelo país.

O Brasil-ID está sendo implantado no Posto Fiscal Virtual da Receita Estadual e representa o futuro da fiscalização de trânsito. “Da mesma forma que, através de um chip no sistema Sinal Verde, no qual o usuário coloca um pequeno circuito eletrônico no seu carro e passa por cancelas de pedágios sem se preocupar com os tickets e dinheiro, a fiscalização colocará esse equipamento em caminhões e produtos e poderá acompanhar a saída da carga da distribuidora, a sua chegada no ponto de venda e tudo o que estiver relacionado com essa atividade econômica que interesse à fiscalização”, visualiza o auditor-fiscal.

Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação gráfica.

I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ (l.25) seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’ (l.41) e ‘país’ (l.40) não é a mesma.
III. Na palavra ‘daí’ (l.33), há um ditongo decrescente.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ (l.21) para diferenciá- la, em situação de uso, quanto à flexão de número.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I e III.
  • B Apenas II e IV.
  • C Apenas I, II e IV.
  • D Apenas II, III e IV.
  • E I, II, III e IV

Direito Administrativo

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A expressão agentes públicos indica as pessoas que exercem funções públicas como prepostos do Estado. Analise as seguintes assertivas sobre os agentes públicos:

I. A função de agente público poderá ser transitória ou definitiva, mas sempre estará vinculada a presença de alguma espécie de remuneração.

II. A Administração Pública poderá contar com agentes particulares, colaboradores no exercício da atividade administrativa, mas eles não poderão ser considerados como agentes públicos.

III. Os agentes políticos representam uma categoria de agentes públicos.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I
  • B Apenas II.
  • C Apenas III.
  • D Apenas I e II.
  • E Apenas II e III.
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De acordo com a Lei do Processo Administrativo Federal, é correto afirmar que:

  • A A reformatio in pejus é vedada nos processos administrativos em geral.
  • B A reformatio in pejus é permitida nas revisões de processos administrativos sancionadores.
  • C A reformatio in pejus é permitida desde que respeitado o contraditório, não sendo admitida nas revisões de processos administrativos sancionadores.
  • D A reformatio in pejus é admitida em razão do princípio da supremacia do interesse público.
  • E A reformatio in pejus é admitida em razão do princípio da autotutela administrativa, independentemente da matéria envolvida.
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De acordo com a Lei nº 12.846/13, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, é correto afirmar que:

  • A A responsabilidade administrativa e civil das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administração Pública é sempre subjetiva.
  • B Os dirigentes ou administradores só serão responsabilizados na medida da sua culpabilidade.
  • C A existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades, e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, excluem a sua responsabilidade nos âmbitos civil e administrativo.
  • D Dentre as sanções aplicáveis pela Administração Pública às pessoas jurídicas estão a suspensão ou interdição parcial de suas atividades, e a sua dissolução compulsória.
  • E As infrações nela previstas são imprescritíveis.
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Assinale a alternativa correta.

  • A Agentes políticos são agentes públicos de status constitucional, nada obstante também constituam espécie de servidores públicos em sentido estrito.
  • B "Função de confiança", do ponto de vista estritamente técnico-jurídico, constitui expressão sinônima de "cargo em comissão".
  • C Os empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista, nada obstante estejam submetidos ao direito trabalhista comum ou ordinário ("regime celetista") por força expressa de norma constitucional (art. 173, § 1o , II, CF 1988), vinculam-se ao regime de previdência pública, ou seja, regime igual ao dos servidores públicos ocupantes de cargos (art. 40, CF 1988), e não do regime geral de previdência social.
  • D A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito da sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
  • E Sob uma perspectiva estritamente técnico- jurídica, atividades temporárias de direção, chefia ou assessoramento e atividades para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público não podem ser consideradas funções públicas.
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Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a alternativa correta.

  • A Na desapropriação, por interesse social para fins de reforma agrária, a indenização prévia e justa, em títulos da dívida agrária, somente abrange as benfeitorias úteis.
  • B A requisição, em qualquer das hipóteses, não é indenizável.
  • C A servidão administrativa, por suas características, determina que a indenização paga ao proprietário do imóvel corresponda ao valor total do bem.
  • D Os bens públicos não contemplam a hipótese de tombamento.
  • E A caducidade da declaração de utilidade pública em uma desapropriação resulta do decurso do tempo sem o Poder Público desencadear atos concretos para torná-la uma realidade.
16

Assinale a alternativa INCORRETA.

  • A O ato administrativo discricionário é aquele que se caracteriza por um âmbito de livre mérito, preenchido pela oportunidade e conveniência do agente administrativo, conforme as circunstâncias do caso concreto, podendo existir esse âmbito de mérito nos elementos objeto, forma e motivo do ato administrativo.
  • B O poder hierárquico tem por objetivo não somente ordenar, mas também coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública.
  • C O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não se confunde.
  • D Tradicionalmente são arrolados, pela doutrina brasileira, como atributos do poder de polícia estatal, a discricionariedade, a auto- executoriedade e a coercibilidade.
  • E No direito administrativo brasileiro, o poder regulamentar de expedir decretos e regulamentos para fiel execução de leis é privativo do Presidente da República.
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Nos contratos administrativos, o fato do príncipe

  • A enseja reequilíbrio econômico-financeiro do contrato somente quando originário do mesmo ente federativo contratante.
  • B enseja indenização ao contratado por meio de providência adotada ao final do contrato.
  • C enseja reequilíbrio econômico-financeiro do contrato por meio de providência concomitante ou adotada logo em seguida a sua ocorrência.
  • D não enseja direito à indenização em virtude da validade jurídica da medida adotada.
  • E não enseja direito à indenização ou reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, tendo em vista que não existe direito adquirido oponível a atos futuros do Poder Público.
18

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário, é o da:

  • A Presunção de legalidade.
  • B Tipicidade.
  • C Imperatividade.
  • D Autoexecutoriedade.
  • E Presunção de legitimidade.
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Quanto às questões gerais de improbidade, analise as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) A ilegalidade por inobservância da Lei de Responsabilidade Fiscal já constitui, por si só, ato ímprobo, pois, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, a responsabilidade do agente público é objetiva neste caso. ( ) No tema da improbidade, há posição doutrinária isolada que entende que, para a verificação da improbidade administrativa (que é ilícito não penal), entram em consideração elementos de ordem normativa e subjetiva, isto é, dolo e culpa. Assim, a intolerável incompetência administrativa é erro passível de censura no campo da Lei de Improbidade. ( ) A Lei de Improbidade não atinge pessoa que exerce função pública temporariamente e sem remuneração. ( ) A ação de improbidade administrativa pode ser proposta por qualquer pessoa, por meio representação escrita ou assinada a termo dirigida à autoridade administrativa competente. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

  • A F – F – V – F.
  • B V – V – V – F.
  • C F – V – F – V.
  • D V – F – F – F.
  • E F – V – V – V.
20

Sobre o regime jurídico das licitações, assinale a alternativa correta.

  • A A licitação tem por objetivos selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, respeitar o princípio da isonomia e promover o desenvolvimento nacional sustentável.
  • B As modalidades de licitação podem ser combinadas ou fundidas, conforme critérios discricionários da Administração Pública.
  • C O pregão é a modalidade de licitação destinada à contratação de bens e serviços de pequeno valor, nos termos da lei.
  • D O concurso é a modalidade de licitação destinada à seleção de servidores públicos.
  • E O leilão é a modalidade de licitação destinada à venda de ações de empresas estatais em bolsa de valores.

Direito Constitucional

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No que se refere à ação popular e à ação civil pública, a Constituição Federal de 1988:

  • A Equiparou o objeto da ação popular ao objeto da ação civil pública, visando à proteção de todo e qualquer direito difuso e coletivo.
  • B Ampliou o objeto da ação popular para também tutelar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, estendendo ainda o objeto da ação civil pública para a proteção de todo e qualquer direito difuso ou coletivo.
  • C Ampliou o objeto da ação popular para também tutelar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, restringindo o objeto da ação civil pública para atos de improbidade administrativa.
  • D Manteve o objeto da ação popular e o objeto da ação civil pública para a proteção exclusiva do patrimônio público e social.
  • E Ampliou o objeto da ação civil pública para também tutelar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, estendendo ainda o objeto da ação popular para a proteção de todo e qualquer direito difuso ou coletivo.
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De acordo com a doutrina de Pedro Lenza, na obra Direito Constitucional Esquematizado, a Constituição Federal atual pode ser classificada como :

  • A promulgada, escrita, analítica e formal.
  • B promulgada, consuetudinária, analítica e formal.
  • C promulgada, escrita, analítica e material.
  • D outorgada, escrita, analítica e material.
  • E outorgada, escrita, analítica e formal.
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O Governador do Estado poderá delegar ao Vice-Governador e aos Secretários de Estado, bem como ao Procurador-Geral do Estado, as seguintes atribuições:

I. Dispor sobre a organização e o funcionamento da administração estadual.

II. Prover os cargos do Poder Executivo, na forma da lei.

III. Prestar, por escrito e no prazo de trinta dias, as informações que a Assembleia solicitar a respeito dos serviços a cargo do Poder Executivo.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I
  • B Apenas I e II.
  • C Apenas I e III
  • D Apenas II e III.
  • E I, II e III.
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Ao tratar do alcance da liberdade de expressão em relação ao chamado “discurso do ódio” (hate speech), o STF sustentou que:

  • A O direito à liberdade de expressão é um direito relativo, objeto de ponderação, à luz dos princípios da dignidade humana, proporcionalidade e razoabilidade, não podendo acolher a incitação ao ódio racial ou religioso.
  • B O direito à liberdade de expressão é insuscetível de ponderação, em decorrência do regime democrático.
  • C O direito à liberdade de expressão é insuscetível de ponderação, em decorrência da cláusula pétrea relativa a direitos e garantias individuais.
  • D O direito à liberdade de expressão é insuscetível de ponderação, salvo nas hipóteses de estado de sítio e estado de defesa.
  • E O direito à liberdade de expressão é um direito relativo, objeto de ponderação, à luz dos princípios da dignidade humana, proporcionalidade e razoabilidade, sendo admissível a incitação ao ódio, na hipótese de emergência pública.
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Sobre a organização do Estado, prevista na Constituição da República Federativa do Brasil, assinale a alternativa correta.

  • A As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei, são bens pertencentes aos Estados-Membros.
  • B Os potenciais de energia hidráulica são bens pertencentes aos Municípios.
  • C Compete privativamente aos Estados-Membros legislar sobre trânsito e transporte.
  • D Compete privativamente à União proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.
  • E A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
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Alexandre de Moraes, em sua obra Direito Constitucional, Ed. Atlas (2011), acompanhando a doutrina predominante, classifica as constituições em diversas espécies, considerando a sua estabilidade. Dentre elas, apresenta a forma designada de “constituição rígida”, cuja definição apresentada pelo referido autor é a expressa na alternativa

  • A É aquela que não admite qualquer forma de alteração.
  • B Exige procedimentos e formas mais complexos para a sua modificação, em relação àqueles utilizados para a modificação de outras espécies normativas.
  • C É aquela que somente pode ser modificada após o transcurso de certo período de tempo.
  • D Somente pode ser modificada por iniciativa do Poder Executivo.
  • E Exige, para a sua modificação, a aprovação da totalidade dos membros do legislativo.
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O artigo 40 da Constituição Federal assegura:

I. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, o regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

II. O regime jurídico único e plano de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

III. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, as escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, onde a participação nos cursos que se constituirá em um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas I e II.
  • D Apenas I e III.
  • E Apenas II e III.
28

Segundo a Constituição da República, incumbe ao Poder Público, para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado:

I. Definir, em todas as unidades da Federação, através de lei, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, vedadas sua alteração e supressão, bem como qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

II. Exigir, na forma estabelecida em lei, a elaboração de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente.

III. Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade, salvo se, neste último caso, qualificarem-se como atividade desportiva, prática cultural ou expressão folclórica.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I .
  • B Apenas II .
  • C Apenas III .
  • D Apenas I e II .
  • E Apenas I e III
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A concessão de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade de competência do Supremo Tribunal Federal terá efeito:

  • A ex nunc, salvo se o tribunal entender que deva conceder eficácia retroativa.
  • B ex nunc, sendo vedado ao tribunal conceder eficácia retroativa.
  • C ex tunc, salvo se o tribunal entender que deva conceder eficácia retroativa.
  • D ex tunc, sendo vedado ao tribunal conceder eficácia retroativa.
  • E ex tunc ou ex nunc, de acordo com a natureza da norma considerada inconstitucional.
30

É promulgada Emenda à Constituição alterando a técnica de repartição de competências entre os entes federados, com a finalidade de instituir poderes remanescentes ou residuais à União e poderes enumerados aos Estados. Essa proposta:

  • A Não é passível de controle da constitucionalidade, pois a Emenda à Constituição tem hierarquia constitucional.
  • B É passível de controle da constitucionalidade, ao violar a forma federativa de Estado, pois concentra poderes na União.
  • C Não é passível de controle da constitucionalidade, pois a União é hierarquicamente superior aos Estados, estando em consonância com a forma federativa de Estado.
  • D É passível de controle da constitucionalidade apenas se contemplar vício de natureza formal, pois o Poder Constituinte Derivado pode alterar a forma federativa de Estado.
  • E Não é passível de controle da constitucionalidade, pois objetiva a descentralização política do poder do Estado no plano geográfico espacial.