Simulado para Vestibulares (599f83e7b0a3c)

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Geografia

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A Amazônia brasileira é uma região de grande importância para o país em função de
I. apresentar maior número de representantes no Senado.
II. registrar a maior concentração industrial do país.
III. possuir uma floresta com enorme biodiversidade.
Assinale:

  • A se apenas a afirmativa I estiver correta.
  • B se apenas a afirmativa II estiver correta.
  • C se apenas a afirmativa III estiver correta.
  • D se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
  • E se todas as afirmativas estiverem corretas.
2
Nas últimas décadas, ocorreram importantes transformações na estrutura econômica e social brasileira. Considerando a realidade deste processo, especifque:
 (I)  para causa
(II) para consequência

(       ) as modifcações impostas pela modernização capitalista da economia brasileira.
(       ) a dispersão da economia em regiões e atividades antes alienadas desse processo.
(       ) a transferência de grandes contingentes populacionais de áreas rurais para cidades, concentrando-se particularmente em contextos urbanos metropolitanos.
(       ) os fuxos migratórios refetiram um fenômeno mais amplo de concentração nas áreas de maior industrialização.
(       ) o desenvolvimento de tecnologias sofsticadas dinamizou as atividades industriais, com diversifcação da produção e dos mercados.
Assinale a alternativa CORRETA, na ordem de cima para baixo.

  • A (I) (II) (II) (II) (II).
  • B (I) (I) (II) (II) (II).
  • C (II) (II) (I) (II) (I).
  • D (II) (I) (I) (II) (II).
3
Com 317 anos, o distrito de Bento Rodrigues, na cidade mineira de Mariana, tinha história. O vilarejo de 600 habitantes fez parte da rota da Estrada Real no século XVII e abrigava igrejas e monumentos de relevância cultural. Em 5 de novembro, em apenas onze minutos, um tsunami de 62 milhões de metros cúbicos de lama aniquilou Bento Rodrigues. A onda devastou outros sete distritos de Mariana e contaminou os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. O destino final da lama é o mar do Espírito Santo, onde o Rio Doce tem sua foz. O que causou a tragédia foi o rompimento de uma das barragens no complexo de Alegria, da mineradora Samarco. Disponível em:http://veja.abril.com.br/complemento/brasil/para-que-nao-se-repita/Acesso em: 7 de jan. 2016.
A barragem rompida em Mariana continha rejeito, o resíduo resultante da mineração de ferro, responsável por desencadear os seguintes impactos ambientais, EXCETO:
  • A Acúmulo de sedimentos na calha fluvial.
  • B Alterações nos padrões de qualidade da água.
  • C Mortandade de animais, terrestres e aquáticos.
  • D Diminuição da vazão anual do rio.
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O país passa por uma grave crise econômica caracterizada por uma inflação galopante, câmbio descontrolado e sérios problemas de desabastecimento de bens e produtos básicos.
As filas passaram a fazer parte do cotidiano do país. Falta de leite a farinha de milho – base da receita da arepa, um dos principais alimentos da dieta desse país –, de fralda descartável a pasta de dente, de material escolar a medicamentos.
Há, certamente, mais de uma razão para explicar o índice de desabastecimento, que atinge 75% dos produtos monitorados pelo governo, e é quase certo também que ele exercerá uma influência decisiva nas próximas eleições parlamentares.
Há controle oficial de preços, ameaça a setores produtivos, falta de incentivo à indústria, desconfiança do mercado, ausência de crédito e uma série de questões que afetam as produções de bens e produtos. Nenhum grande país produtor de petróleo sentiu o impacto da fortíssima queda das cotações tanto quanto esse país, onde o petróleo responde por 96% das exportações.
O texto retrata a situação crítica

  • A da Argentina.
  • B do Iraque.
  • C da Líbia.
  • D do México.
  • E da Venezuela.
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Na ocupação da “fronteira” no Brasil – espaço este de intensos conflitos sociais – José de Souza Martins (2009) identifica a denominação desta região de duas formas: uma chamada de “zona pioneira” ou “frente pioneira” (a partir da década de 40) e a outra como “frente de expansão” (a partir da década de 50). Cada termo foi definido por um profissional, sendo o primeiro pelos ________________ e o segundo pelos ________________.

Escolha a alternativa que corresponde corretamente ao preenchimento das lacunas:
  • A Sociólogos – Filósofos.
  • B Geógrafos – Antropólogos.
  • C Historiadores – Geógrafos.
  • D Antropólogos – Sociólogos.
  • E Geógrafos – Sociólogos.
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“A sensação térmica pode chegar a 38°C neste sábado (5) na capital de Rondônia. De acordo com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o tempo deve ser firme em todo o estado no final de semana".

A previsão é de céu claro sem chuvas em todo o centro sul. Já nas demais regiões, incluindo Porto Velho, céu claro a parcialmente nublado com pancadas de chuvas e trovoadas em áreas isoladas, podendo ser acompanhada de rajadas de ventos no período da tarde e noite.

(Fonte: http://g1.globo.com/, 05/09/2015. Acesso em 20/09/2015).

A descrição do tempo apresentada na notícia revela características de temperatura e pluviosidade comuns na região norte do Brasil, onde predomina o clima:

  • A equatorial, com baixa amplitude térmica anual e estações bem diferenciadas em termos de precipitação;
  • B tropical úmido, mesotérmico em termos de temperatura e de pluviosidade irregular;
  • C tropical semiúmido, de baixa amplitude térmica anual e duas estações pluviométricas bem definidas;
  • D equatorial, com pequena variação de temperatura ao longo do ano e total pluviométrico anual elevado;
  • E tropical, com temperaturas médias elevadas ao longo do ano e precipitação distribuída de forma irregular ao longo do ano.
7

Em virtude da influência dos fatores naturais e histórico-sociais, os elementos do espaço agrário brasileiro apresentam muitas variações. No centro-sul, que engloba as regiões Sudeste, Sul e a porção meridional do Centro-Oeste, o aproveitamento da terra é mais intensivo, e as diversas áreas que o compõem estão mais integradas em comparação com os demais espaços agrários do Brasil. A Região Sudeste, particularmente o eixo São Paulo – Rio de Janeiro – Minas Gerais, funciona como centro de comando das atividades agrárias, influenciando intensamente o centro-sul e, em menor escala, o restante do espaço nacional. Isso acontece por diversos motivos, exceto:

  • A a concentração industrial exige grande quantidade e diversidade de matérias-primas.
  • B a concentração de capital permite maiores investimentos para a melhoria das técnicas agrícolas que, por sua vez, são tomadas como exemplo pelos produtores rurais de outras áreas do país.
  • C a concentração populacional e o elevado nível de urbanização fazem do Sudeste o grande mercado de consumo do país, para o qual se volta boa parte das atividades agrárias organizadas com fins comerciais.
  • D as lavouras voltadas para a exportação se desenvolvem e se modernizam cada vez mais – a maior parte delas concentra-se na Região Sudeste e em áreas próximas, como Sul e Centro-Oeste.
  • E a porção meridional do Centro-Oeste é a principal área responsável pela produção agrícola em longa escala da Região Sudeste do Brasil.
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No dia 08 de março deste ano, o voo MH 370 da Malaysia Airlines partiu de Kuala Lampur, capital da Malásia, em direção a Pequim, na China, mas não chegou ao seu destino, pois o avião supostamente desapareceu ao sul do Oceano Índico. Caso o voo tivesse completado seu trajeto, o traçado da rota de Kuala Lampur a Pequim teria seguido, aproximadamente, o rumo

  • A sudeste.
  • B nordeste.
  • C sudoeste.
  • D sul-sudeste.
  • E norte-noroeste.
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Os problemas associados à urbanização brasileira levaram à constituição de movimentos sociais, políticos e culturais que lutam por melhores condições de vida nas cidades do nosso país. São exemplos destes movimentos;

  • A o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra e o movimento dos atingidos por barragens.
  • B o movimento dos trabalhadores sem-teto e o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra
  • C o movimento por igualdade racial e o movimento pela demarcação das terras indígenas.
  • D o movimento hip hop e o movimento dos atingidos por barragens
  • E o movimento dos trabalhadores sem-teto e o movimento hip hop.

História

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No que concerne ao que ocorreu no curso da guerra, eu procurei não confiar nas primeiras informações que me chegavam, procurando reproduzir aquilo que eu mesmo assisti ou as informações que recolhi com toda exatidão possível.

(Tucídides. História da Guerra do Peloponeso, 1990. Adaptado.)

O historiador grego Tucídides viveu na cidade de Atenas durante a Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.), que opôs Atenas e Esparta com seus respectivos aliados. Tucídides sustenta que o historiador precisa

  • A acreditar imediatamente nos depoimentos dos que vivenciaram os acontecimentos.
  • B estar atento às determinações econômicas dos fatos históricos importantes.
  • C relatar fatos do passado político remoto das nações e dos agrupamentos humanos.
  • D narrar os episódios militares do ponto de vista de um dos partidos em luta.
  • E preocupar-se com a justeza e o rigor dos depoimentos e das informações históricas.
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A Segunda Revolução Industrial aconteceu na segunda metade do século XIX e representou um aprimoramento técnico e científico da Primeira Revolução Industrial da segunda metade do século XVIII. Nessa fase, o processo de industrialização atingiu a Alemanha, Bélgica, França e também outros países fora do continente europeu. São características desse momento do processo de mecanização da produção:

I. Os setores industriais predominantes desse período foram o petroquímico, siderúrgico, bélico, naval e automobilístico;

II. Menor presença do Estado na economia e a internacionalização dos processos de produção;

III. Concentração de empresas, exportação de capitais, busca incessantes de matérias-primas e mercados consumidores e a fusão do capital bancário com o capital industrial;

IV. Na Alemanha e na Itália, verificou-se uma simultaneidade entre a expansão industrial e as unificações politicas, consolidadas na década de 1870;

V. Em relação à classe operária, verificou-se o recrudescimento da exploração da mão de obra com a criação de leis cada vez mais restritivas aos direitos dos trabalhadores.

Estão incorretos apenas os itens:

  • A II, III e V
  • B II, IV e V
  • C I, III, IV e V
  • D II e V
  • E II, III e V
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Para alguns autores, o Absolutismo seria um sistema político ancorado no mercantilismo. Por conseguinte, é correto afirmar que as principais características do mercantilismo são
  • A a escassez de riquezas e o absenteísmo do Estado.
  • B a marcante ausência do Estado e o liberalismo econômico.
  • C a essencial presença do Estado e o protecionismo alfandegário
  • D o apego à acumulação de metais e a ausência do Estado na política econômica.
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À medida que as maneiras se refinam, tornam-se distintivas de uma superioridade: não é por acaso que o exemplo parece vir de cima e, logo, é retomado pelas camadas médias da sociedade, desejosas de ascender socialmente. É exibindo os gestos prestigiosos que os burgueses adquirem estatuto nobre. O ser de um homem se confunde com a sua aparência. Quem age como nobre é nobre.

(Adaptado de Renato Janine Ribeiro, A Etiqueta no Antigo Regime. São Paulo: Editora Moderna, 1998, p. 12.)

O texto faz referência à prática da etiqueta na França do século XVIII. Sobre o tema, é correto afirmar que:

  • A A etiqueta era um elemento de distinção social na sociedade de corte e definia os lugares ocupados pelos grupos próximos ao rei.
  • B O jogo das aparências era uma forma de disfarçar os conluios políticos da aristocracia, composta por burgueses e nobres, e negar benefícios ao Terceiro Estado.
  • C Os sans-culottes imitavam as maneiras da nobreza, pois isso era uma forma de adquirir refinamento e tornar-se parte do poder econômico no estado absolutista.
  • D Durante o século XIX, a etiqueta deixou de ser um elemento distintivo de grupos sociais, pois houve a abolição da sociedade de privilégios.
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O excerto a seguir faz parte do parecer de uma comissão da Câmara dos Deputados sobre a lei de 1871, que discutia a escravidão no Brasil.

“Sem educação nem instrução, embebe-se nos vícios mais próprios do homem não civilizado. Convivendo com gente de raça superior, inocula nela os seus maus hábitos. Sem jus ao produto do trabalho, busca no roubo os meios de satisfação dos apetites. Sem laços de família, procede como inimigo ou estranho à sociedade, que o repele. Vaga Vênus arroja aos maiores excessos aquele ardente sangue líbico; e o concubinato em larga escala é tolerado, quando não animado, facultando-se assim aos jovens de ambos os sexos, para espetáculo doméstico, o mais torpe dos exemplos. Finalmente, com as degradantes cenas da servidão, não pode a mais ilustrada das sociedades deixar de corromper-se."
(apud Sidney Chalhoub, Machado de Assis, historiador. 2003)
No trecho, há um argumento

  • A político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
  • B social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais, estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
  • C econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação econômica do país.
  • D cultural, que se consubstancia na impossibilidade da convivência entre homens livres e homens libertos e tenderia a produzir efeitos sociais devastadores, como tensões raciais violentas e permanentes, a exemplo do que já ocorria no sul dos Estados Unidos.
  • E moral, que aponta para os malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios escravos e que esses malefícios terminam por contaminar toda a sociedade, mostrando, em síntese, que os brancos eram muito prejudicados pela ordem escravocrata.
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Podemos afirmar que um dos instrumentos da Contrarre forma, no século XVI, foi

  • A o estímulo à venda de indulgências.
  • B a tradução livre da Bíblia para as línguas nacionais.
  • C a supressão do Tribunal do Santo Ofício.
  • D a extinção da Companhia de Jesus e de outras ordens religiosas.
  • E a criação de uma lista de livros proibidos.
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“Caso tomemos o exemplo do Rio de Janeiro (...), iremos perceber de imediato que se trata de uma região caracterizada por forte concentração de riqueza em poucas mãos. Os círculos dos mais ricos – 14% das pessoas – chegaram a ter três quartos da riqueza inventariada. (...) Entre fins do século XVIII e a primeira metade do século XIX, eles chegaram a dominar 95% dos valores transacionados nos empréstimos (...).

Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo formado pelos negociantes de grande envergadura, cujas fortunas foram constituídas por meio do comércio transoceânico e no comércio colonial de longa distância. (...)
Uma vez acumuladas tais fortunas, verifica-se que parte desses homens de negócios (ou seus filhos) abandonava o comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas que vivem de rendas, como, por exemplo, do aluguel de imóveis urbanos) ou em grandes senhores de terras e de escravos. Curiosamente, ao fazerem isso, estavam perdendo dinheiro, já que os ganhos do tráfico atlântico de escravos (19% por viagem) eram superiores aos lucros da plantation (de 5% a 10% ao ano).
O que havia por trás de um movimento de reconversão em si mesmo inusitado?"
(João Fragoso et al., A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX). 1998) Esse “movimento de reconversão" pode ser explicado

  • A pelos extorsivos impostos cobrados aos traficantes de escravos e aos comerciantes em geral e pelas restrições de oferta de títulos de nobreza para os homens que não tivessem grandes propriedades fundiárias.
  • B pela radical transformação da economia colonial desde meados do século XVIII, que permitiu uma acumulação de capital maior na atividade manufatureira, e pela decadência da produção aurífera, em Minas Gerais e em Goiás.
  • C por um considerável ideal aristocratizante de uma parcela da elite colonial brasileira, que almejava um afastamento relativo do mundo do trabalho, e pela busca de maiores garantias para o patrimônio constituído por meio do comércio.
  • D pela legislação presente nas Ordenações Filipinas, que estabelecia uma hierarquia social a partir da origem principal da riqueza e pelas restrições ao tráfico de escravos, instituídas a partir de 1810.
  • E pela proibição dos comerciantes em participar das Câmaras Municipais, como eleitores e como elegíveis, e pela condenação feita pela Igreja Católica contra os ganhos obtidos por meio de lucros gananciosos e de juros altos.
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INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere as afirmações abaixo sobre a crise do Antigo Sistema Colonial e a Independência do Brasil (1822).

I. O movimento intelectual chamado de Iluminismo teve grande influência na crise do Antigo Sistema Colonial, pois, além de criticar as bases do Antigo Regime, como o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza, condenava também o sistema colonial e o monopólio comercial.
II. Os conflitos na Europa decorrentes da expansão do império napoleônico estiveram na base desse processo, na medida em que Napoleão, tentando bloquear o acesso da Inglaterra ao mercado colonial ibérico, invadiu Espanha e Portugal, precipitando, assim, o processo de independência da América.
III. A vinda da corte portuguesa para o Brasil é considerada como um fator que retardou o processo de independência brasileiro, pois a presença do monarca lusitano na América estreitou ainda mais os laços entre Brasil e Portugal, tornando o primeiro ainda mais dependente do segundo.
IV. A Independência do Brasil foi marcada por um forte conflito entre o novo país e a sua antiga metrópole euro-peia, devido à rejeição das elites político-econômicas da antiga colônia portuguesa ao modelo agroexportador implantado pela coroa lusitana, baseado na grande propriedade da terra e na mão de obra escrava.

Estão corretas apenas as afirmativas
  • A I e II.
  • B I e III.
  • C II e IV.
  • D I, II e III.
  • E II, III e IV.
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A proclamação da República não é um ato fortuito, nem obra do acaso, como chegaram a insinuar os monarquistas; não é tampouco o fruto inesperado de uma parada militar. Os militares não foram meros instrumentos dos civis, nem foi um ato de indisciplina que os levou a liderar o movimento da manhã de 15 de novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns deles tinham sólidas convicções republicanas e já vinham conspirando há algum tempo [...]. Imbuídos de ideias republicanas, estavam convencidos de que resolveriam os problemas brasileiros liquidando a Monarquia e instalando a República

O texto identifica a proclamação da República como resultado

  • A da unidade dos militares, que agiram de forma coerente e constante na luta contra o poder civil que prevalecia durante o Império.
  • B da fragilidade do comando exercido pelo Imperador frente às rebeliões republicanas que agitaram o país nas últimas décadas do Império.
  • C de um projeto militar de assumir o comando do Estado brasileiro e implantar uma ditadura armada, afastando os civis da vida política.
  • D da disseminação de ideais republicanos e salvacionistas nos meios militares, que articularam a ação de derrubada da Monarquia.
  • E de uma conspiração de civis, que recorreram aos militares para derrubar a Monarquia e assumir o controle do Estado brasileiro
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“As teorias e práticas mercantilistas estão inseridas no contexto da transição do Feudalismo para o Capitalismo, possuindo ainda características marcantes das estruturas econômicas feudais e já diversos fatores que serão mais tarde identificados com características capitalistas, não sendo nenhum dos dois sistemas, no entanto. O termo mercantilismo define os aspectos econômicos desse processo de transição. Se o mercantilismo tem sua contraparte política no Estado absoluto, no campo social tem relação com a estrutura social comumente conhecida como sociedade do Antigo Regime.” (SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel Henrique. “Dicionário de conceitos históricos”. São Paulo : Contexto, 2009, p. 283-284).

Das práticas apresentadas abaixo, qual não pode ser identificada como pertencente ao mercantilismo:

  • A Metalismo.
  • B Protecionismo alfandegário.
  • C Incentivo às manufaturas.
  • D Balança comercial favorável.
  • E Liberalismo econômico.

Português

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Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a[vidraça do carro*,vendo o subúrbio passar.O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.A noite come o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luta, se esforça,até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais e à noite só existe a tristeza do Brasil.

Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade

  • A "gosto" e "repontam".
  • B "condensa" e "esforça".
  • C "vou" e "existe".
  • D "têm" e "devolve"
  • E "reage" e "luta".

Literatura

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INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o poema A cavalgada, de Raimundo Correia.

A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...

O texto do crítico Sergius Gonzaga refere-se a características da obra de Raimundo Correia, também perceptíveis no poema da questão.

“Raimundo Correia é um dos poetas mais ligados aos padrões do movimento __________. Alguns críticos valorizam nele o __________, muitas vezes acrescido de uma __________ que __________”.

(GONZAGA, Sergius. Curso de Literatura Brasileira. Adaptado.)

A alternativa que completa as lacunas do excerto adequadamente é:
  • A simbolista – grande potencial para a construção de imagens – euforia – dá vida ao culto à forma
  • B parnasiano – sentimentalismo nos conflitos humanos – subjetividade – subverte o mero culto à forma
  • C romântico – pendor à idealização da natureza – força – espiritualiza o humano
  • D simbolista – poder sugestivo da construção simbólica – musicalidade – valoriza a forma e o conteúdo
  • E parnasiano – sentido plástico de suas descrições da natureza – melancolia – humaniza a paisagem
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Leia o poema Momento num café, de Manuel Bandeira, e analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e [demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem [finalidade Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta.
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida. ( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira. ( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe. ( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo. ( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

  • A F – F – V – V – V
  • B F – V – F – F – V
  • C V – F – V – V – F
  • D V – V – F – F – V
  • E V – V – F – F – F

Português

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INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere o seguinte excerto do texto Silêncio, de Clarice Lispector, e as afirmativas que seguem.

É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. (...) Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece. O coração bate ao reconhecê-lo. Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. (...) Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror – o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio. Que se espere. Não o fim do silêncio, mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora. Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo – de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia – ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.

I. A autora sugere a dificuldade do homem de ficar em silêncio.
II. Alguns de nossos sentidos tornam-se mais aguçados em momentos de absoluto silêncio.
III. A autora aponta que a fuga para a cidade é a forma de, afinal, vencer o silêncio.
IV. Em determinada passagem, a narradora personifica o silêncio.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
  • A I, apenas.
  • B II e III, apenas.
  • C III e IV, apenas.
  • D I, II e IV, apenas.
  • E I, II, III e IV.

Literatura

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Instrução: Leia o texto para responder às questões.

Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado
abaixo. Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O
diplomata ajusta, com um copo de champagne na mão, os
mais intrincados negócios; todos murmuram, e não há quem
deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos minuetes e
das cantigas do seu tempo, e o moço goza todos os regalos da
sua época; as moças são no sarau como as estrelas no céu;
estão no seu elemento: aqui uma, cantando suave cavatina,
eleva-se vaidosa nas asas dos aplausos, por entre os quais
surde, às vezes, um bravíssimo inopinado, que solta de lá
da sala do jogo o parceiro que acaba de ganhar sua partida
no écarté, mesmo na ocasião em que a moça se espicha
completamente, desafinando um sustenido; daí a pouco vão
outras, pelos braços de seus pares, se deslizando pela sala e
marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer
de nossos batalhões da Guarda Nacional, ao mesmo tempo
que conversam sempre sobre objetos inocentes que movem
olhaduras e risadinhas apreciáveis. Outras criticam de uma
gorducha vovó, que ensaca nos bolsos meia bandeja de doces
que veio para o chá, e que ela leva aos pequenos que, diz,
lhe ficaram em casa. Ali vê-se um ataviado dandy que dirige
mil finezas a uma senhora idosa, tendo os olhos pregados
na sinhá, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau não é
essencial ter cabeça nem boca, porque, para alguns é regra,
durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos.
E o mais é que nós estamos num sarau. Inúmeros batéis
conduziram da corte para a ilha de... senhoras e senhores,
recomendáveis por caráter e qualidades; alegre, numerosa e
escolhida sociedade enche a grande casa, que brilha e mostra
em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.
Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que
com aturado empenho se esforçam para ver qual delas vence
em graças, encantos e donaires, certo sobrepuja a travessa
Moreninha, princesa daquela festa.
(Joaquim Manuel de Macedo. A Moreninha, 1997.)

Levando em conta o contexto em que floresceu a literatura romântica, as informações textuais refletem, com

  • A ufanismo, uma vida social de bem-aventurança.
  • B desprezo, a cultura de uma sociedade poderosa.
  • C entusiasmo, uma sociedade frívola e hipócrita.
  • D nostalgia, os valores de uma sociedade decadente.
  • E amenidade, uma visão otimista da realidade social.

Português

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A cavalgada, de Raimundo Correia.

A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...

Inefável em

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmações sobre os poemas das duas questões anteriores e numere os parênteses, de acordo com o seguinte código:

1. Caracteriza apenas o poema A Cavalgada.
2. Caracteriza apenas o poema Inefável.
3. Caracteriza os dois poemas.
4. Não caracteriza nenhum dos poemas.

( ) Soneto com versos livres.
( ) Apresentação de rimas interpoladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes.
( ) Apresentação de cena com forte caráter descritivo.
( ) Presença de uma série de figuras de linguagem, especialmente metáforas e comparações.

O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
  • A 4 – 1 – 3 – 2
  • B 3 – 1 – 2 – 3
  • C 3 – 4 – 1 – 2
  • D 4 – 3 – 1 – 2
  • E 4 – 4 – 2 – 1
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                     Poema tirado de uma notícia de jornal

         João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da

                                                     [Babilônia num barracão sem número.

         Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

         Bebeu

         Cantou

         Dançou

         Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

                                                            Manuel Bandeira. Libertinagem.  

Nesse poema de Bandeira, manifesta-se com bastante ênfase um aspecto temático amplamente considerado pela crítica como um dos mais característicos da poesia do autor, considerada em seu conjunto. Trata-se da

  • A profunda nostalgia em relação às coisas e pessoas já desaparecidas (tema do “ubi sunt”).
  • B colisão entre a máxima efusão vital e a morte.
  • C figuração dramática da pobreza, para fins de militância política de esquerda.
  • D preferência pelos aspectos mais típicos e exóticos das personagens, destinados a produzir o pitoresco e a cor local.
  • E Exploração modernizada do tema classicista do “carpe diem” (aproveita o dia).

Literatura

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A Carta de Caminha a D. Manuel, tida para a nossa história como uma autêntica certidão de nascimento, insere-se no gênero literatura de viagens. NÃO é um trecho da Carta o que se apresenta em:

  • A “A feição deles é serem pardos maneiras d’avermelhados de bons rostos e bons narizes bem feitos”
  • B “Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar, dar-se á nela tudo por bem das águas que tem [...]”
  • C “As Armas e os barões assinalados / Que, da Ocidental praia Lusitana, / Por mares nunca de antes navegados, / Passaram ainda além da Taprobana [...]”.
  • D “O capitão quando eles vieram estava assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estado e bem vestido com um colar d’ouro mui grande ao pescoço”.
  • E “Nela até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muito bons ares assim frios e temperados como os de Entre-Doiro-e-Minho”.
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    - A excelentíssima, declarou Seu Ribeiro, entende de escrituração.   

    Seu Ribeiro morava aqui, trabalhava comigo, mas não gostava de mim. Creio que não gostava de ninguém. Tudo nele se voltava para o lugarejo que se transformou em cidade e que tinha, há meio século, bolandeira, terços, candeias de azeite e adivinhações em noites de São João. Com mais de setenta anos, andava a pé, de preferência pelas veredas. E só falava ao telefone constrangido. Odiava a época em que vivia, mas tirava-se de dificuldades empregando uns modos cerimoniosos e expressões que hoje não se usam. O reduzido calor que ainda guardava servia para aquecer aqueles livros grossos, de cantos e lombadas de couro. Escrevia neles com amor lançamentos complicados, e gastava quinze minutos para abrir um título, em letras grandes e curvas, um pouco trêmulas, as iniciais cheias de enfeites. 

  - Entende muito, continuou. E embora eu não concorde integralmente com o método que preconiza, reconheço que poderá, querendo, encarregar-se da escrita.

  - Obrigada.

  - Não há de quê. A excelentíssima conhece a matéria e tem caligrafia. Eu sou uma ruína. Qualquer dia destes ... 

Graciliano Ramos, São Bernardo. 

As informações contidas no texto, consideradas no contexto de São Bernardo, indicam como importante coordenada histórico-social dessa obra o processo de

  • A modernização do Brasil, compreendido entre o final do 2º Reinado e o final da década de 1920.
  • B decadência cultural do País, determinado pela marginalização das elites católicas tradicionais.
  • C regressão político-institucional deflagrado pela decretação do Estado Novo, na década de 1930.
  • D burocratização das relações de trabalho imposta pela ditadura varguista.
  • E urbanização provocado pela acelerada industrialização do País, no final do Séc. XIX.

Português

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Texto 1

                            A arte de envelhecer

                                                                                               Dráuzio Varella

[1º§]Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilégio de chegar aos 90 em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante.

[2º§]O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção: o feto de seis meses é muito mais velho do que o embrião de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual nós somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em nichos ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.

[3º§]Da mesma forma como ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos de aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias, o menino de sete anos trabalhava na roça e as meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de chegar a essa idade.

[4º§]A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos, sem abrir mão do direito de reclamar da comida à mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós tinham filhos para criar.

[5º§]A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária tem o efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim.

[6º§]A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém sabe-se lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em média 30 anos. No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer nos países da Europa mais desenvolvida não passava dos 40 anos.

[7º§]A mortalidade infantil era altíssima; epidemias de peste negra, varíola, malária, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravidão, dores sem analgesia e a onipresença da mais temível das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era tão alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouquíssimos conhecerão.

[8º§]Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos 80. Se assim for, é preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para aqueles que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo.

[9º§]Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude é torná-la experiência medíocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos desnecessários e as burradas que fizemos nessa época. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem "cabeça de jovem". É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.

[10º§]Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente.

                  Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 23/01/2016. Texto adaptado.

No trecho: “Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual nós somos inigualáveis: a adaptação.”, a palavra grifada pode ser substituída, sem perdas semânticas, por

  • A fugacidade.
  • B efemeridade.
  • C intermitência.
  • D transitoriedade.
  • E inevitabilidade.
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A BELEZA E A ARTE NÃO CONSTITUEM NENHUMA GARANTIA MORAL
Contardo Calligaris
Gostei muito de “Francofonia”, de Aleksandr Sokurov. Um jeito de resumir o filme é este: nossa civilização é um navio cargueiro avançando num mar hostil, levando contêineres repletos dos objetos expostos nos grandes museus do mundo.
Será que o esplendor do passado facilita nossa navegação pela tempestade de cada dia? Será que, carregados de tantas coisas que nos parecem belas, seremos capazes de produzir menos feiura? Ou, ao contrário, os restos do passado tornam nosso navio menos estável, de forma que se precisará jogar algo ao mar para evitar o naufrágio?
Essa discussão já aconteceu. Na França de 1792, em plena Revolução, a Assembleia emitiu um decreto pelo qual não era admissível expor o povo francês à visão de “monumentos elevados ao orgulho, ao preconceito e à tirania” – melhor seria destruí-los. Nascia assim o dito vandalismo revolucionário – que continua.
Os guardas vermelhos da Revolução Cultural devastaram os monumentos históricos da China. O Talibã destruiu os Budas de Bamiyan (séculos 4 e 5). Em Palmira, Síria, o Estado Islâmico destruiu os restos do templo de Bel (de quase 2.000 anos atrás). A ideia é a seguinte: se preservarmos os monumentos das antigas ideias, nunca teremos a força de nos inventarmos de maneira radicalmente livre.
Na mesma Assembleia francesa de 1792, também surgiu a ideia de que não era preciso destruir as obras, elas podiam ser conservadas como patrimônio “artístico” ou “cultural” – ou seja, esquecendo sua significação religiosa, política e ideológica.
Sentado no escuro do cinema, penso que nós não somos o navio, somos os contêineres que ele carrega: um emaranhado de esperanças, saberes, intuições, dúvidas, lamentos, heranças, obrigações e gostos. Tudo dito belamente: talvez o belo artístico surja quando alguém consegue sintetizar a nossa complexidade num enigma, como o sorriso de “Mona Lisa”.
Os vândalos dirão que a arte não tem o poder de redimir ou apagar a ignomínia moral. Eles têm razão: a estátua de um deus sanguinário pode ser bela sem ser verdadeira nem boa. Será que é possível apreciá-la sem riscos morais?
Não sei bem o que é o belo e o que é arte. Mas, certamente, nenhum dos dois garante nada.
Por exemplo, gosto muito de um quadro de Arnold Böcklin, “A Ilha dos Mortos”, obra imensamente popular entre o século 19 e 20, que me evoca o cemitério de Veneza, que é, justamente, uma ilha, San Michele. Agora, Hitler tinha, em sua coleção particular, a terceira versão de “A Ilha dos Mortos”, a melhor entre as cinco que Böcklin pintou. Essa proximidade com Hitler só não me atormenta porque “A Ilha dos Mortos” era também um dos quadros preferidos de Freud (que chegou a sonhar com ele).
Outro exemplo: Hitler pintava, sobretudo aquarelas, que retratam edifícios austeros e solitários, e que não são ruins; talvez comprasse uma, se me fosse oferecida por um jovem artista pelas ruas de Viena. Para mim, as aquarelas de Hitler são melhores do que as de Churchill. Pela pior razão: há, nelas, uma espécie de pressentimento trágico de que o mundo se dirigia para um banho de sangue.
É uma pena a arte não ser um critério moral. Seria fácil se as pessoas que desprezamos tivessem gostos estéticos opostos aos nossos. Mas, nada feito.
Os nazistas queimavam a “arte degenerada”, mas só da boca para fora. Na privacidade de suas casas, eles penduraram milhares de obras “degeneradas” que tinham pretensamente destruído. Em Auschwitz, nas festinhas clandestinas só para SS, os nazistas pediam que a banda dos presos tocasse suingue e jazz – oficialmente proibidos.
Para Sokurov, o museu dos museus é o Louvre. Para mim, sempre foi a Accademia, em Veneza. A cada vez que volto para lá, desde a infância, medito na frente de três quadros, um dos quais é “A Tempestade”, do Giorgione. Com o tempo, o maior enigma do quadro se tornou, para mim, a paisagem de fundo, deserta e inquietante. Pintado em 1508, “A Tempestade” inaugura dois séculos que produziram mais beleza do que qualquer outro período de nossa história. Mas aquele fundo, mais tétrico que uma aquarela de Hitler, lembra-me que os dois séculos da beleza também foram um triunfo de guerra, peste e morte – Europa afora.
É isto mesmo: infelizmente, a arte não salva.
Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2016/08/1806530-a-beleza-e-a-arte-nao-constituem-nenhuma-garantia-moral.shtml
No texto apresentado, evidencia-se que
  • A como a arte não se constitui enquanto um critério de separação em relação a uma moral boa e uma ruim, é correto o posicionamento defendido pelo decreto emitido na França em 1792 que impunha a destruição de monumentos construídos sobre ideais moralmente ruins.
  • B a beleza humana não constitui uma garantia de moral, o que se comprova facilmente pelos inúmeros exemplos de vandalismos e tiranias praticadas por pessoas que foram consideradas esteticamente belas, como é o caso de Hitler.
  • C apesar de a arte e a beleza não constituírem uma garantia de moral é possível por meio dos gostos estéticos opostos separar pessoas constituídas de concepções morais diferentes.
  • D a arte e a beleza que não constituem uma garantia de moral são aquelas expressas apenas em obras pictóricas, como no quadro “A Ilha dos Mortos” e nas pinturas de Hitler.
  • E a arte não se constitui enquanto um critério de separação em relação a uma moral boa ou ruim. Por esse motivo, ao legado artístico que recebemos historicamente, podem estar atreladas condutas de orgulho, preconceito e tirania.
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Na expressão: “... e sempre conseguia colher alguns peixes para o seu sustento.”, o termo grifado é
  • A um substantivo.
  • B um adjetivo.
  • C um verbo.
  • D um advérbio.
  • E um numeral.
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Texto 1

Pessoas que têm pesadelos são mais criativas, diz estudo


É hora de repensar o papel do pesadelo na nossa sociedade


A origem etimológica da palavra “pesadelo” diz muito sobre o sentimento que temos ao despertar de um sonho apavorante. Em português, é derivada da palavra “pesado”, ou seja, remete àquela sensação de peso sobre o peito que só um pesadelo dos bons pode causar. Em inglês, a origem da palavra é ainda mais interessante: é uma conjunção de “night” (noite) e “mare”, que faz referência a espíritos malignos que, para os antigos, possuíam as pessoas durante o sono. Por muito tempo, foi assim que a ciência encarou os pesadelos: como algo negativo, assombroso e estranho criado pelo cérebro. Mas estudos recentes vêm mostrando que é hora de repensar o papel dos pesadelos na nossa sociedade.

Em um estudo recente publicado na New Scientist, a pesquisadora Michelle Carr, que estuda sonhos na Universidade de Montreal, explica que existem duas teorias dominantes para o surgimento dos pesadelos. Uma é que eles são uma reação a experiências negativas que acontecem enquanto estamos acordados. A outra é a “teoria de simulação de risco”, a ideia de que usamos os pesadelos para “treinar” adversidades, de forma que estejamos mais preparados quando coisas ruins realmente acontecerem. Seja como for, os pesadelos trazem realmente alguns benefícios reais. Um estudo de 2013, por exemplo, descobriu que pessoas que sofrem com pesadelos de forma recorrente são, em geral, mais empáticas. Elas também demonstraram mais tendência a bocejar quando outra pessoa boceja na frente delas, o que é um indicador de empatia.

Além disso, Carr descobriu que pessoas que têm pesadelos constantes costumam pensar mais “fora da caixa” em tarefas de associação de palavras. Essa é mais uma pesquisa que relaciona sonhos ruins à criatividade; durante os anos 80, o pesquisador do sono Ernest Hartmann, que trabalhou como psiquiatra em uma universidade de medicina em Boston, descobriu que pessoas que buscavam ajuda para ter noites mais tranquilas não eram necessariamente mais assustadiças ou ansiosas, mas tinham maior sensibilidade emocional em geral. Segundo o Science of Us, ele concluiu que sensibilidade é a força motriz por trás de sonhos intensos. Uma sensibilidade mais alta a ameaças ou medo durante o dia pode resultar em sonhos ruins, enquanto paixão e empolgação causarão sonhos mais felizes. E ambos os casos acabam criando impacto na vida real, seja aumentando níveis de estresse após um pesadelo ou criando laços sociais mais fortes após um sonho positivo com alguém que você conhece.

Mas os efeitos vão além. O estudo de Hartmann aponta que a sensibilidade influencia percepções e pensamentos acordados. Pessoas que têm muitos pesadelos passam a ter pensamentos mais parecidos com sonhos, fazendo conexões inesperadas. É aí que entra a criatividade: estudos anteriores mostram que essas pessoas têm mais aptidão para a criatividade e a expressão artística. Para comprovar isso, Carr realizou o teste com uma série de voluntários, entre eles uma pintora e um músico. Batata: ambos tiraram notas altas no teste de criatividade e, curiosamente, revelaram que sonham constantemente. Para Carr, “a riqueza da imaginação não fica confinada ao sono, mas permeia o pensamento e os sonhos acordados”.

Outra conclusão de Carr é que pessoas que têm mais pesadelos acabam tendo mais sonhos positivos que a média geral. Seria uma compensação do cérebro? Só mais pesquisa dirá.

Retirado e adaptado de: <http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/05/pessoas-que-tem-pesadelos-sao-mais-criativas-diz-estudo. html>.

De acordo com o texto 1, assinale a alternativa correta.
  • A Uma das razões de as pessoas que têm muitos pesadelos apresentarem mais aptidão para a criatividade é que elas passam a ter pensamentos mais parecidos com sonhos, fazendo conexões inesperadas.
  • B Segundo Ernest Hartmann, as pessoas que buscam ajuda sempre são mais assustadiças, porque têm maior sensibilidade emocional.
  • C A pesquisadora Michelle Carr afirma que existe apenas uma teoria dominante para o surgimento dos pesadelos: eles são uma reação negativa do que acontece conosco durante o dia.
  • D Apesar de a riqueza da imaginação ficar confinada ao sono, ela permeia o pensamento e os sonhos acordados.
  • E Carr afirma que as pessoas que têm pesadelos têm mais sonhos positivos e isso se deve a uma compensação do cérebro.
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Assinale a alternativa que apresenta erro de concordância nominal:

  • A A Prefeitura não se responsabiliza pelos muros e caixas de luz derrubados por motoristas imprudentes.
  • B Ao meio-dia e meio vamos à TV tornar público nossas insatisfações com tais desvios.
  • C Decidiram rever o estudo, dadas as divergências entre os colegas.
  • D Ele dizia que tomava dois gramas diários de vitamina C.
  • E Considerou desnecessários tantos conselhos.
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                POR QUE VOCÊ TAMBÉM DEVE IR AO CINEMA (E

                          A OUTROS PROGRAMAS) SOZINHO

                                  Não tenha medo da solidão

      Você costuma ir ao cinema sozinho? E a shows? Que tal um jantar em um restaurante – mas #foreveralone? Existem aqueles que responderiam sim, sem hesitar. Agora há outras pessoas que entram em pânico só de pensar em se sentar em meio a gente que, ao contrário delas, estão acompanhadas.

      Mas uma pesquisa publicada no Journal of Consumer Research sugere que todas essas pessoas que acham que se sentiriam constrangidas jantando ou indo ao cinema sozinhas podem estar erradas. Estaríamos simplesmente perdendo a oportunidade de fazer uma atividade legal por medo.

      A pesquisa, feita por cientistas das universidades de Maryland e Georgetown, reuniu dados em cinco experimentos. Quatro deles foram questionários em que voluntários deveriam responder se preferiam fazer determinadas atividades sozinhos ou em grupos e o quinto foi uma tentativa real de tirar as pessoas de sua zona de conforto.

      Os resultados mostraram que pessoas preferem fazer atividades práticas sozinhas e atividades hedônicas (as voltadas ao prazer e à diversão) acompanhadas. O motivo, quase unanimidade, é o medo de que outras pessoas achem, ao ver alguém sozinho no cinema, por exemplo, que essa pessoa não tem amigos para acompanhá-la.

      Mas a boa notícia (além do fato de que essa preocupação não tem nada a ver) é que existem formas de fazer as pessoas se sentirem mais confortáveis ao realizar uma atividade hedônica sozinhas. A pesquisa apontou que pessoas se sentiam menos desconfortáveis em estar sozinhas em um café, por exemplo, se estivessem lendo um livro – o que dá a ilusão de um propósito a elas.

      Isso soa bobo, convenhamos, até para quem tem medo de ser visto sozinho. Afinal, por que outra pessoa se importaria com alguém sem companhia em um café/jantar/cinema? E por que o livro ou o jornal ou a revista [...] magicamente protegeria desse julgamento? [...] Então na última parte da pesquisa, os cientistas tentaram entender melhor esse mecanismo. Estudantes foram separados em pequenos grupos, ou sozinhos, e foram encarregados de visitar uma galeria de arte por 10 minutos.

      Os participantes deveriam dizer, antes, o quanto achavam que se divertiriam e, depois da visita, dar uma nota para a experiência. Como esperado, pessoas que estavam sozinhas disseram ter expectativas menores para a visita, mas o resultado final foi bem diferente das previsões. Tanto as pessoas em grupo quanto as desacompanhadas tiveram experiências similares na galeria, mostrando que, apesar das expectativas baixas, é possível, sim, se divertir sozinho.

      Agora os cientistas querem analisar a recepção de pessoas que veem outras sozinhas. Será que o julgamento realmente acontece?

      De qualquer forma, os pesquisadores acham importante ressaltar que esse medo de “parecer sem amigos” deve ser superado mesmo por quem realmente tem poucos amigos. Afinal, sair é uma forma de conhecer pessoas – e de não entrar em um ciclo vicioso de não sair por não ter amigos e não fazer amigos por não sair de casa.

Adaptado de:<http://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2015/07/por-que-voce-tambem-deve-ir-ao-cinema-e-outros-programas-sozinho.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_ campaign=post>. Acesso em: 17 out. 2016.

Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta uma figura de estilo presente em “[...] só de pensar em se sentar em meio a gente que, ao contrário delas, estão acompanhadas.”?
  • A Sinestesia.
  • B Silepse de número.
  • C Silepse de gênero.
  • D Eufemismo.
  • E Prosopopeia.
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A independência dos Estados Unidos resultou na criação da primeira democracia republicana da história moderna. Ao se separar da monárquica e conservadora Inglaterra, 13 anos antes da queda da Bastilha, os americanos criaram o laboratório onde seriam testadas com sucesso as ideias que os filósofos iluministas haviam desenvolvido nas décadas anteriores. É preciso lembrar que, até então, todo o poder emanava do rei e em seu nome era exercido. Pensadores como David Hume, John Locke e Montesquieu sustentavam, no entanto, que era possível limitar o poder dos reis ou até mesmo governar sem eles. O iluminismo preconizava uma nova era, em que a razão, a liberdade de expressão e de culto e os direitos individuais predominariam sobre os direitos divinos invocados pelos reis e pela nobreza para manter os seus privilégios.

Durante muito tempo tudo isso funcionou apenas como teoria, intensamente discutida nos cafés parisienses. Até então, democracia e república eram conceitos testados por breves períodos na Antiguidade. Seria possível aplicar essa teoria ao mundo moderno para governar sociedades maiores e mais complexas? Coube aos norte-americanos demonstrar que era possível inverter a pirâmide do poder. A partir dali, todo o poder emanaria do povo (por meio de eleições).

O paradigma da nova era aparecia logo na certidão de nascimento dos Estados Unidos. Redigida pelo futuro presidente Thomas Jefferson, a declaração de independência americana anunciava que “todos os homens nascem iguais" e com alguns direitos inalienáveis, incluindo a vida, a liberdade e a busca da felicidade. O texto de Jefferson serviria de inspiração para que o marquês de Lafayette, nobre francês que havia lutado ao lado dos americanos na guerra da independência, escrevesse a famosa Declaração Universal dos Direitos do Homem. Proclamada pelos revolucionários franceses, seria adotada, um século e meio mais tarde, com algumas adaptações, como a carta de princípios das Nações Unidas.

(Adaptado de: GOMES, Laurentino. 1822. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2010, p.48)

... os direitos individuais predominariam sobre os direitos divinos... (1° parágrafo)

O segmento que exerce a mesma função sintática do sublinhado acima está em:

  • A ... intensamente discutida nos cafés parisienses.
  • B ... todo o poder emanava do rei...
  • C ... criaram o laboratório onde seriam testadas com sucesso as ideias...
  • D ... nobre francês que havia lutado ao lado dos americanos...
  • E O paradigma da nova era aparecia logo na certidão...
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Unesco: mundo precisará mudar consumo para garantir
abastecimento de água
20/03/15

Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, “mas não sem uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento". Segundo o documento, a crise global de água é de governança, muito mais do que de disponibilidade do recurso, e um padrão de consumo mundial sustentável ainda está distante.
De acordo com a organização, nas últimas décadas o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população e a estimativa é que a demanda cresça ainda 55% até 2050. Mantendo os atuais padrões de consumo, em 2030 o mundo enfrentará um déficit no abastecimento de água de 40%. Os dados estão no Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015 – Água para um Mundo Sustentável.
O relatório atribui a vários fatores a possível falta de água, entre eles, a intensa urbanização, as práticas agrícolas inadequadas e a poluição, que prejudica a oferta de água limpa no mundo. A organização estima que 20% dos aquíferos estejam explorados acima de sua capacidade. Os aquíferos, que concentram água no subterrâneo e abastecem nascentes e rios, são responsáveis atualmente por fornecer água potável à metade da população mundial e é de onde provêm 43% da água usada na irrigação.
Os desafios futuros serão muitos. O crescimento da população está estimado em 80 milhões de pessoas por ano, com estimativa de chegar a 9,1 bilhões em 2050, sendo 6,3 bilhões em áreas urbanas. A agricultura deverá produzir 60% a mais no mundo e 100% a mais nos países em desenvolvimento até 2050. A demanda por água na indústria manufatureira deverá quadruplicar no período de 2000 a 2050.
Segundo a oficial de Ciências Naturais da Unesco na Itália, Angela Ortigara, integrante do Programa Mundial de Avaliação da Água (cuja sigla em inglês é WWAP) e que participou da elaboração do relatório, a intenção do documento é alertar os governos para que incentivem o consumo sustentável e evitem uma grave crise de abastecimento no futuro. “Uma das questões que os países já estão se esforçando para melhorar é a governança da água. É importante melhorar a transparência nas decisões e também tomar medidas de maneira integrada com os diferentes setores que utilizam a água. A população deve sentir que faz parte da solução."
Cada país enfrenta uma situação específica. De maneira geral, a Unesco recomenda mudanças na administração pública, no investimento em infraestrutura e em educação. “Grande parte dos problemas que os países enfrentam, além de passar por governança e infraestrutura, passa por padrões de consumo, que só a longo prazo conseguiremos mudar, e a educação é a ferramenta para isso", diz o coordenador de Ciências Naturais da Unesco no Brasil, Ary Mergulhão.
No Brasil, a preocupação com a falta de água ganhou destaque com a crise hídrica no Sudeste. Antes disso, o país já enfrentava problemas de abastecimento, por exemplo no Nordeste. Ary Mergulhão diz que o Brasil tem reserva de água importante, mas deve investir em um diagnóstico para saber como está em termos de política de consumo, atenção à população e planejamento. “É um trabalho contínuo. Não quer dizer que o país que tem mais ou menos recursos pode relaxar. Todos têm que se preocupar com a situação.
O relatório será mundialmente lançado hoje (20) em Nova Délhi, na Índia, antes do Dia Mundial da Água (22). O documento foi escrito pelo WWAP e produzido em colaboração com as 31 agências do sistema das Nações Unidas e 37 parceiros internacionais da ONU-Água. A intenção é que a questão hídrica seja um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vêm sendo discutidos desde 2013, seguindo orientação da Conferência Rio+20 e que deverão nortear as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos.

ver_noticia/5215/controler:noticias
Qual das palavras a seguir NÃO apresenta dígrafo?
  • A Prazo.
  • B Crescimento.
  • C Grande.
  • D Ferramenta.
  • E Questões.
37

Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

Questão de ênfase

A ênfase é um modo suspeito de expressão. Se há casos em que ela se torna indispensável, como nas tragédias ou na comicidade extrema, na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo, do lateral que aspira ao centro, do insignificante que se pretende substancial. É a fala em voz gritada, o gargalhar sistemático, a cadeia de interjeições, a produção de caretas, o insistente franzir do cenho, o repetitivo arquear de sobrancelhas, a pronúncia caprichosa de palavras e frases que se querem sentenciosas e inesquecíveis.
Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações, na sistemática caixa alta, nos grafismos espaçosos. Na expressão oral, a ênfase compromete a verdade de um sentimento já de si enfático: despeja risadas antecipando o final da própria piada, força o tom compungido antes de dar a má notícia e se marca no uso indiscriminado de termos como “com certeza" e “literalmente", por exemplo: “Esse aluno está literalmente dando o sangue na prova de Física." Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada.
A ênfase também parece desconfiar do alcance de nossa percepção usual, e nos acusa, se reclamamos do enfático. Este sempre acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero, e nos atribui insensibilidade se não o admiramos. Em suma: o enfático é um chato que se vê a si mesmo como um superlativo. Machado de Assis, por exemplo, não suportava gente que dissesse “Morro por doce de abóbora!". Por sua vez, o poeta Manuel Bandeira enaltecia a “paixão dos suicidas que se matam sem explicação". Já o enfático vive exclamando o quão decisivo é ele ser muito mais vital do que todos os outros seres humanos.

(Augusto Tolentino, inédito)
A clareza e a correção da frase original não resultam prejudicadas com a nova redação que se indica em:
  • A Se há casos em que ela se torna indispensável = desde que hajam casos em que ela seja inevitável.
  • B na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo = muitas das vezes cuida de ser profundo o que se constrói de superficial.
  • C Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações = o emprego de exclamações adotam como efeito a acusação de uma ênfase.
  • D Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada = a serem enfáticos, a teatralização sem critério marcam-se nesses gestos.
  • E acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero = cuida que nos cativará com o excesso de sua ênfase.
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Texto 2 – Guerra e Mídia

O século XX foi marcado por grandes guerras de repercussão mundial em razão de seu alcance e do número de países envolvidos. Já o século XXI apresenta guerras locais ou regionais, mas que de certa forma se tornam mundiais pelo número de espectadores. Isso se dá graças à tecnologia de informação, que envolve direta ou indiretamente cidadãos de quase todo o mundo. A guerra on-line como ocorre hoje, ou seja, transmitida em tempo real, mobiliza as pessoas e se torna assunto de conversas, tema de programas transmitidos na televisão, objeto de comentaristas e especialistas de diferentes áreas. Enfim, a guerra “do outro" passa a ser a guerra de todos. (Renato Mocellin).

A opção abaixo em que as duas palavras estão em desacordo, em termos de classes gramaticais, com as demais é:

  • A grandes guerras;
  • B repercussão mundial;
  • C tempo real;
  • D países envolvidos;
  • E certa forma.

Sociologia

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Hannah Arendt, em “A Condição Humana”, aponta que os modos pelos quais os seres humanos se manifestam uns aos outros, não como meros objetos físicos, mas enquanto homens, são:

  • A ação e discurso
  • B arte e linguagem
  • C liberdade e expressão
  • D trabalho e discurso
  • E ação e liberdade
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Jean Jacques Rousseau apresenta uma contribuição singular para o debate em torno do conceito contemporâneo de democracia a partir dos conceitos de vontade geral e vontade de todos. A esse respeito, marque V para as alternativas VERDADEIRAS e F para as alternativas FALSAS.

( ) A vontade de todos se alinha ao conceito contemporâneo de democracia ao considerar a convergência social a partir do diálogo entre as partes.

( ) A vontade geral é tão somente a soma das vontades individuais, por isso não há alinhamento com o conceito contemporâneo de democracia.

( ) A vontade geral e a vontade de todos, cada uma com suas características peculiares, são sinônimos na teoria expressa por Rousseau, e ambas se alinham ao conceito contemporâneo de democracia.

( ) A vontade de todos é tão somente a soma das vontades individuais e, por isso, para Rousseau, representa o interesse comum.

A sequência CORRETA é:

  • A V, V, F, V
  • B V, V, F, F
  • C V, F, F, F
  • D F, F, F, F
  • E F, V, V, F
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV) reuniu representantes de comissões estaduais e de várias instituições para apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com quatro organizações. O coordenador da CNV estima que, até o momento, a comissão examinou, “por baixo”, cerca de 30 milhões de páginas de documentos e fez centenas de entrevistas.

Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).


A notícia descreve uma iniciativa do Estado que resultou da ação de diversos movimentos sociais no Brasil diante de eventos ocorridos entre 1964 e 1988. O objetivo dessa iniciativa é

  • A anular a anistia concedida aos chefes militares.
  • B rever as condenações judiciais aos presos políticos.
  • C perdoar os crimes atribuídos aos militantes esquerdistas.
  • D comprovar o apoio da sociedade aos golpistas anticomunistas.
  • E esclarecer as circunstâncias de violações aos direitos humanos.
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Gilberto Velho, em seu livro “Individualismo e Cultura”, aponta, no capítulo que trata da visão de mundo e estilo de vida em camadas médias urbanas, que representações e prática são dimensões de vida social e não se pode pensar em uma sem a outra, desde que se entenda a cultura como:

  • A realidade material
  • B ideologia
  • C expressão simbólica
  • D dimensão individualizante
  • E dimensão hierarquizada
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Investigando as origens e fundamentos da sociologia, Robert Nisbet interroga-se acerca dos parâmetros constitutivos da sociologia da seguinte maneira: “quais são as ideias-elementos essenciais da sociologia, aquelas que, mais do que quaisquer outras, distinguem a sociologia frente às demais ciências sociais?”. Sua resposta lista cinco características: de Tönnies, ele toma a ideia de comunidade; de Weber, ele se apropria dos conceitos de autoridade e status; de Durkheim, ele incorpora a apreciação concernente ao sagrado; e de Marx, ele toma o conceito de:
  • A alienação.
  • B fetichismo.
  • C ideologia.
  • D capital.
  • E dominação.
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De acordo com Norbert Elias (1994), o processo de transição de um modo de pensar mais autônomo, ao menos no tocante aos eventos naturais, esteve intimamente ligado ao avanço mais generalizado da individualização nos séculos XV, XVI e XVII.

Sobre o conceito de processo de individualização, julgue os itens abaixo.

I) A individualização é um processo contínuo e não planejado, construído nos avanços e recuos do processo civilizador individual, no qual todos os indivíduos, como fruto de um processo civilizador social em construção a longo tempo, são automaticamente ingressos desde a mais tenra infância, em maior ou menor grau e sucesso.

II) O processo de individualização se diferencia do processo de civilização, visto que este último faz parte de uma crescente interação com as atividades sociais, sem qualquer relação com as atividades psíquicas dos indivíduos no interior das configurações.

III) O conceito de individualização está intimamente ligado com o de autocontrole, que é o processo que vai da exteriorização à interiorização. O indivíduo interioriza os sentimentos, paixões, emoções, controles e representações produzidas nas relações sociais e em suas atividades mentais, e depois ele exterioriza suas representações através de comportamentos, hábitos e relações de poder.

IV) A ideia de individualização torna-se mais visível ao passo que a história humana avança, demonstrando que a humanidade, o indivíduo e a sociedade são processos sem início e fim à vista. Nessa história, torna-se perceptível a transferência cada vez maior de funções relativas à proteção e ao controle do indivíduo, previamente exercidas por pequenos grupos tradicionais e consanguíneos (tribo, feudo, igreja etc.), para os grupos densamente habitados, como podemos perceber na configuração dos Estados modernos altamente complexos e urbanizados.

V) Na individualização existe um indivíduo biológico e individuado socialmente, que busca ser controlador das forças naturais. Desde os primeiros dias da humanidade até o século XXI, não foram somente as estruturas sociais e as condições materiais de existência que mudaram. O biológico parece mais ‘sólido’ e ‘resistente’, as forças naturais não-humanas parecem ser cada vez mais ‘controladas’ e ‘previstas’, enquanto o social parece mais ‘controlador’, ‘mutável’ e ‘vulnerável’ às mudanças ao longo da história humana.

Assinale a alternativa que apresenta apenas sentenças CORRETAS.

  • A I, III, IV e V
  • B I, II, III e IV
  • C III, IV e V
  • D I, IV e V
  • E I, II, IV e V
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Os conceitos de alienação e educação estão intimamente relacionados para Marx. A esse respeito marque a alternativa CORRETA:

  • A A educação está comprometida com a superação da alienação proposta pelo sistema capitalista.
  • B A alienação é o processo pelo qual os seres humanos perdem a conexão entre essência e aparência. A perpetuação da separação entre o homem e o mundo deve ser o princípio geral da educação transformadora, ao romper com as amarras da exploração do trabalho.
  • C A educação está comprometida com a superação do processo de exploração do capital sobre o fruto do trabalho proletário.
  • D A alienação se manifesta na sociedade capitalista de tal forma que promove a desconexão e o afastamento entre essência e aparência. Por meio da divisão capitalista do trabalho, há uma negação da unidade do homem na sua relação com os demais e com a natureza.
  • E A educação simplesmente adequa as demandas capitalistas à qualificação de mão-de-obra.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos

Artigo 1º Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Artigo 2º Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3º Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4º Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Com base na figura, no texto e nos conhecimentos sobre os valores humanos, a ética e a moral, considere as afirmativas a seguir:

I - Em determinado país que não possui leis contra a exploração do trabalho infantil, se uma empresa utilizar-se desta prática, estará sendo ética, por estar amparada juridicamente, mas não estará sendo moralmente correta.

II - Em países que possuem leis claras contra a exploração do trabalho infantil, se alguém utilizar-se desta forma de labuta para obter lucros, estará isento de moral e de ética.

III - O fato de um País possuir leis que condenam o trabalho infantil caracteriza um dos elementos da moral desse País e relaciona-se com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Assinale a alternativa correta:

  • A Apenas as afirmativas I e II são corretas.
  • B Apenas as afirmativas II e III são corretas.
  • C As afirmativas I, II e III são corretas.
  • D Apenas a afirmativa I é correta.
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Em “Educação e Sociologia”, Durkein aponta que a ação exercida pela sociedade por meio da educação não tem por objeto, ou por efeito, comprimir o indivíduo, amesquinhá-lo, desnaturá-lo, mas, ao contrário, torná-lo criatura verdadeiramente humana. Por essa razão, Durkein afima existir entre indivíduos e sociedade uma relação de:

  • A supremacia
  • B independência
  • C antagonismo
  • D dependência
  • E estranhamento
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As transformações por que passou o mundo do trabalho na era moderna se tornaram objeto de grande interesse da Sociologia. NÃO figura entre essas transformações:

  • A a divisão altamente complexa do trabalho
  • B a separação entre o local de trabalho e o lar.
  • C o controle absoluto do trabalhador sobre as diferentes etapas do processo produtivo
  • D a produção em massa, como substituta do trabalho manual ou artesanal de pequena escala.
  • E a interdependência econômica entre setores produtivos distintos