Resolver o Simulado Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) - CONSULPLAN

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Português

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O auge da vida democrática é o momento do voto. A democracia, regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da igualdade, em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que existe. Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar ético. As formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as legítimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras. Uma ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.
[...]
O mínimo, numa democracia, é ter dois lados opostos, divergentes, mas, respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto, tentarei impedir “o mal” até mesmo de concorrer. Assim, foi a perseguição ao comunismo, no Brasil, mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada. Assim foi a perseguição aos partidos liberais nos regimes comunistas. [...]
Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito. Queremos, de todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E, entre os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. [...] É preciso grandeza de espírito para sair dessa incapacidade de pensar o que desejamos construir. Porque propor a Política é formular o futuro.
(Ribeiro, Renato Janine. Filosofia. Setembro de 2012. Adaptado.)



Em “... se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto, tentarei impedir ‘o mal’ até mesmo de concorrer.”, os termos destacados produzem efeitos de sentido que traduzem, respectivamente,

  • A ressalva e acréscimo.
  • B ressalva e explicação.
  • C condição e conclusão.
  • D condição e explicação.
  • E conformidade e conclusão.
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Muita gente pensa que as palavras têm um sentido fixo e verdadeiro. Entre os defensores dessa tese, os mais sofisticados argumentam em nome de um sentido antigo, supostamente originário. Não deixa de estar implícita nessa tese uma generalização dela, segundo a qual antigamente tudo era melhor (do paraíso antes da queda às línguas antes de Babel). Entretanto, o que melhor se pode saber sobre as línguas decorre da observação cotidiana do que fazem com ela os falantes. E o que os falantes mais fazem com ela é puxá-la para seu lado.

Se se quer entender minimamente uma língua, talvez o melhor caminho seja olhá-la com olhos de sociólogo (em vez de consultar uma gramática ou um dicionário): e o que primeiro se vê é que ela não é (nenhuma delas) uniforme – assim como não o é nenhuma sociedade.
É mais comum que se observe a heterogeneidade de uma língua com base na diversidade de sotaques e de construções gramaticais (de que \'nós vamos\' / \'nós vai\' pode ser uma espécie de símbolo). Mas há tanta variedade de sentidos quanto de pronúncias ou de concordâncias verbais e nominais.
Muitos pensam que, assim, nunca nos entenderemos. Mas é óbvio que não. Se nos entendêssemos, por que existiria a história de Babel?

POSSENTI, Sírio. Disputa de sentidos. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/d...> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.

“Entre os defensores dessa tese, os mais sofisticados argumentam em nome de um sentido antigo, supostamente originário."

A palavra destacada confere a esse trecho

  • A uma conclusão em relação às hipóteses sobre as línguas, porque a tese defendida é plausível.
  • B uma dúvida sobre a confiabilidade do adjetivo atribuído, já que o autor sugere que não exista um sentido natural.
  • C uma proposição quanto à origem das palavras, pois a sofisticação dos defensores dá crédito à afirmação.
  • D uma possibilidade de explicação sobre a língua, uma vez que não há consenso quanto às línguas antigas.
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Muita gente pensa que as palavras têm um sentido fixo e verdadeiro. Entre os defensores dessa tese, os mais sofisticados argumentam em nome de um sentido antigo, supostamente originário. Não deixa de estar implícita nessa tese uma generalização dela, segundo a qual antigamente tudo era melhor (do paraíso antes da queda às línguas antes de Babel). Entretanto, o que melhor se pode saber sobre as línguas decorre da observação cotidiana do que fazem com ela os falantes. E o que os falantes mais fazem com ela é puxá-la para seu lado.

Se se quer entender minimamente uma língua, talvez o melhor caminho seja olhá-la com olhos de sociólogo (em vez de consultar uma gramática ou um dicionário): e o que primeiro se vê é que ela não é (nenhuma delas) uniforme – assim como não o é nenhuma sociedade.
É mais comum que se observe a heterogeneidade de uma língua com base na diversidade de sotaques e de construções gramaticais (de que \'nós vamos\' / \'nós vai\' pode ser uma espécie de símbolo). Mas há tanta variedade de sentidos quanto de pronúncias ou de concordâncias verbais e nominais.
Muitos pensam que, assim, nunca nos entenderemos. Mas é óbvio que não. Se nos entendêssemos, por que existiria a história de Babel?

POSSENTI, Sírio. Disputa de sentidos. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/d...> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.

A expressão “puxá-la para seu lado" possui, no texto, o sentido de

  • A aproveitá-la como se acha melhor, pois a comunicação independe da variante.
  • B fazê-la uma aliada para enfrentar as situações de uso formal da linguagem.
  • C omitir-se do uso padrão da linguagem, utilizando-a de maneira aleatória.
  • D utilizá-la segundo as necessidades linguísticas do dia a dia do usuário.
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Trem das onze


Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã.
Além disso, mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar.


(Adoniran Barbosa. Disponível em: http://letras.mus.br/adoniran-barbosa/.)


Em “Minha mãe não dorme” e “Tenho minha casa para olhar” os termos em destaque estabelecem um vínculo entre o emissor e o elemento por ele antecedido. Acerca de tal relação identifica-se um(a)
  • A vínculo afetivo seguido de um vínculo de uso.
  • B vínculo de parentesco seguido de um vínculo de posse.
  • C determinação vinculativa idêntica para as duas ocorrências.
  • D vínculo de origem na primeira ocorrência e na segunda, de posse.
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Recomeço: a vida dos refugiados sírios em São Paulo

Em março deste ano, cinco meses antes da imagem do corpo do menino Aylan Kurdi, de três anos, estirado nas areias da praia de Bodrum dar um tapa na cara da humanidade, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, o português Antônio Guterres, classificou a guerra civil da Síria como “a pior crise humanitária da nossa era" – ou pelo menos a mais grave pós‐Segunda Guerra. Em quatro anos e meio, o conflito insano que destruiu o país árabe deixou mais de 250.000 mortos e espalhou 4 milhões de refugiados pelo mundo – 25% deles menores de idade. Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico rumo às Américas, a maioria desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. No Brasil, o primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos, a 10 quilômetros de onde aterrissaram, em busca de abrigo.

Foi esse o caminho percorrido no ano passado por Marah Khamis, de 23 anos, ao lado do marido, dos pais e de três irmãs, que deixaram Damasco depois que um familiar desenvolveu um câncer em consequência de uma bomba química. Os bens foram convertidos em passagens aéreas para o Brasil. Desembarcaram com poucas malas e economias suficientes para algumas semanas. O único endereço em mente era a mesquita de Guarulhos, onde foram acolhidos e se juntaram a cerca de 150 conterrâneos que seguiram o mesmo itinerário – hoje, o país contabiliza 2.077 refugiados sírios, segundo a ONU.

Uma tragédia também foi o motivo que trouxe ao Brasil a síria Fateh Saymeh, de 29 anos, o marido, Mohamed Saymeh, e as duas filhas de cinco anos. “Minha casa explodiu na minha frente", lembra Fateh, de fala calma e serena ante as memórias da guerra. A indignação fica por conta do marido, que assumiu uma dura rotina para sustentar a família. Saymeh é funcionário de um restaurante das 9h às 18h, o que lhe rende 1.000 reais por mês – dinheiro que tem como destino o aluguel da casa. Para complementar a renda, ele trabalha na Feira da Madrugada, no Brás. Embora ainda não consiga se comunicar em português, ele já aprendeu a pronunciar as únicas palavras que definem sua realidade – e a de milhares de brasileiros: “Muito cansado".

(Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/recomeco‐a‐vida‐dos‐refugiados‐sirios‐em‐sao‐paulo. Acesso em: setembro de 2015.)
Acerca da inserção, no 1º período do texto, da informação “[...] cinco meses antes da imagem do corpo do menino Aylan Kurdi, de três anos, estirado nas areias da praia de Bodrum dar um tapa na cara da humanidade,[...]" é possível reconhecer como intenção do discurso, principalmente, que
  • A as crises humanitárias precisam ser enfrentadas sem que haja quaisquer restrições políticas ou econômicas.
  • B mesmo diante de tragédias terríveis, a humanidade sempre pode se reerguer, ainda que o nível de tais tragédias venha a se agravar.
  • C mesmo antes do fato trágico citado em relação ao menino Aylan Kurdi, a guerra civil da Síria já havia sido classificada como “a pior crise humanitária", mostrando o agravamento do que já era considerado trágico.
  • D é traçado um paralelo entre o fato ocorrido entre a vida dos refugiados sírios em São Paulo e o fato trágico registrado no trecho em destaque, possibilitando ao leitor o entendimento de que há uma relação de causa e consequência estabelecida.
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Um programa mínimo

Um dos principais problemas escolares (e talvez culturais) do Brasil é o ensino de língua na escola. Exames mostram que se lê e se escreve com alguma precariedade. Testes não cessam de mostrar uma série de problemas. Às vezes, são problemas falsos, ou menores, como certos desvios de grafia e de gramática que até os profissionais da escrita cometem (e que os revisores limpam). A ênfase nesses detalhes ajuda a emperrar projetos interessantes. Tais problemas às vezes são considerados graves por ignorância do que são os problemas graves. Mas, como são os únicos conhecidos...

Em diversas áreas, como a agricultura e a indústria, todos sabem que o desenvolvimento científico é crucial para seu sucesso (basta ver o que a Embrapa fez e faz).

No entanto, na área do ensino de língua, não só o que se sabe sobre línguas e sobre seu aprendizado é pouco levado em conta, como chega a ocorrer o contrário: as informações científicas são consideradas uma ameaça.

Levando em conta o que se sabe, poder-se-ia desenhar um programa mínimo para a escola brasileira, no qual eu esboçaria o seguinte plano:

1. Uma decisão não ligada à questão do ensino de português, mas que é condição essencial de seu sucesso é que os alunos permaneçam na escola pelo menos durante oito anos.

2. A segunda preliminar é não lamentar que a realidade seja como é. É provavelmente verdade que seria bom que fosse outra, mas nada é mais prejudicial a um projeto do que escamotear problemas. Explicitando: não adianta lamentar que os alunos falem como falam e, portanto, que seu saber linguístico esteja mais ou menos distanciado do padrão que se quer atingir.

3. Uma consequência desse item é que a escola precisa conhecer como fala sua clientela. Em termos práticos, isso significa que é necessário elaborar (os professores podem perfeitamente fazer isso) uma descrição mínima do português tal como é falado em cada circunscrição escolar: descrever os traços mais salientes da fonologia e/ou da pronúncia local (por exemplo, se há variações como “bicicleta / bicicreta", “alho / aio", “menino / mininu", “louro / loro", “feito / feitcho" etc.), da morfologia (qual é a flexão verbal realmente empregada, por exemplo) e de alguns aspectos da sintaxe (há ou não variações como “os meninos / os menino", “viu-me / me viu / viu eu" etc.) e de léxico (em que medida regionalismos ou gírias caracterizam de fato – insisto nisso: de fato – a fala da região). Em suma: saber de onde a escola pode partir. Nem se devem esconder os fatos, por vergonha e preconceito, nem se devem inventar falsos problemas – o que é muito frequente.

Claro, não mencionei as duas tarefas mais fundamentais da escola: ler muito e escrever muito. O que foi dito acima é apenas para limpar o terreno, cheio de preconceitos e de desinformação.

POSSENTI, Sírio. Um programa mínimo. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:

<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/um-programa-minimo> .

Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.



O autor defende a tese de que

  • A a ênfase do ensino deve recair sobre o conhecimento normativo da língua portuguesa e sobre as informações científicas.
  • B as avaliações revelam precariedade na leitura por parte dos alunos que desconhecem regras gramaticais.
  • C o desvio ortográfico é apenas reflexo da língua falada pelos estudantes e deve ser respeitado na escola.
  • D os erros a que se atribui maior importância são problemas falsos que demonstram desconhecimento dos reais.
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"Lamentavelmente vamos ficando poucos os que ainda nos aproximamos do livro com paixão ansiosa. Trata-se de uma verdadeira aventura amorosa abrir um novo livro, virar suas páginas, tocar seu papel e sentir-lhe a consistência, cheirá-lo e finalmente mergulhar em seu conteúdo, absorvendo ávida e deliciosamente as palavras mágicas que nos fazem viajar, sofrer, chorar, rir, amar, refletir, rezar..." (www.jb.com.br/maria-clara-lucchetti-bingemer 20/02/2014)

Assinale o item em que o pronome "não" está empregado com o mesmo sentido que apresenta em “sentir-lhe a consciência".
  • A A atitude do rapaz não mais me saiu da minha cabeça o dia inteiro.
  • B Permite o senhor que eu lhe copie os exemplos dados?
  • C A dúvida levou-me a seguir seus passos.
  • D Tiraram-te a tranquilidade minhas histórias de fantasmas?
  • E Ouvindo o poema, o marido lembrou-se de sua esposa.
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As verdades da razão

Raciocinar não é algo que aprendemos na solidão, mas algo que inventamos ao nos comunicar e nos confrontar com os semelhantes: toda razão é fundamentalmente conversação. “Conversar” não é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando. Só se conversa - sobretudo só se discute - entre iguais. Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia, junto com as instituições políticas da democracia. Ninguém pode discutir com Assurbanipal ou com Nero, e ninguém pode conversar abertamente em uma sociedade em que existem castas sociais inamovíveis. [...] Afinal de contas, a disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros como se também fossem filósofos: oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e construindo a verdade, sempre em dúvida, a partir do encontro entre umas e outras.
[...] Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua vez a aceitem ou refutem, não simplesmente para que saibam “onde estamos e quem somos”. E é claro que nem todas as opiniões são igualmente válidas: valem mais as que têm melhores argumentos a seu favor e as que melhor resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam colocadas.
[...] A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós para resolver nossas disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só temos que ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações como também - e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda - devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, venham de quem vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é sempre resultado, não ponto de partida: e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. Não como afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva através das múltiplas subjetividades.


(Fernando Savater. “As verdades da razão”. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.)


A partir de mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes do texto, identifique a referenciação corretamente estabelecida quanto ao destacado em “– e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda –” (3º§).
  • A A capacidade de exercer a razão em nossas argumentações.
  • B O exemplo dado de comparação entre razão e árbitro semidivino.
  • C A consciência de que a razão não está situada como um árbitro semidivino.
  • D O desenvolvimento da capacidade de sermos convencidos pelas melhores razões.
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Assinale o item em que, sem alterar o sentido original do texto, se encontra um conectivo que não poderia substituir a palavra “feito” em “Caía a tarde feito um viaduto / E um bêbado trajando luto/ me lembrou Carlitos”(Aldir Blanc):
  • A que nem.
  • B assim.
  • C qual.
  • D como.
  • E igual.
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TEXTO 3

BANDEIRA BRANCA, BANDEIRAS VERDES
Ana Maria Machado

Para mim, pensar em águas é pensar em mata. Nasci no bairro carioca de Santa Teresa, encravado na Floresta da Tijuca. Cresci íntima da Mata Atlântica na serra fluminense (meus avós paternos moravam em Petrópolis) e no vale do Rio Doce (meus avós maternos eram capixabas). Não consigo deixar de ligar arvoredo e umidade, fios d\'água, cachoeirinhas. Ou de relacionar falta de chuva com falta de mata.
Não sou técnica no assunto, mas diante da seca que nos assola, é inevitável examinar o desequilíbrio climático relacionado a fatores ambientais. Então tento me informar. Descubro que o desmatamento voltou a crescer no Brasil após ter caído durante dez anos. Leio que a polícia descobriu que grande parte dos incêndios na serra fluminense tem origem proposital — sejam criminosos para especulação imobiliária, sejam ignorantes para fazer pastagem ou roçado. Têm a ver com modelos econômicos perversos e educação inexistente.
A redução da proteção às matas ciliares deixa rastros: rio precisa ter corredor de árvores às suas margens. A largura desse corredor não pode ser objeto de troca em votações no Congresso. É muito bom ter campos plantados, produzindo e exportando alimento. Mas há que se atentar para a proteção do delicado equilíbrio ecológico do cerrado, onde nasce grande parte dos riachos que irão formar as principais bacias brasileiras — a amazônica correndo para o norte, a do Prata para o sul, a do São Francisco que atravessa Minas e Bahia em busca do nordeste.
Os jornais dão notícia de um horror inimaginável: na atual estiagem, secou uma nascente do São
Francisco — tradicionalmente chamado Rio da Unidade Nacional. A causa não é a inexistência de unidade nacional. Mas de umidade natural. O pesadelo está ligado à falta de consciência ambiental. Não há por que evitar o termo “racionamento" por sua conotação negativa ou só se preocupar com os
vazamentos de depoimentos sobre corrupção, e esquecer os dos canos que desperdiçam água. Há que olhar a situação de frente. Poupar água, incentivar seu reúso. Planejar a recuperação de rios, ter projetos de fortalecimento das bacias. Se a hora é de fazer pontes, que sejam sobre as águas e não sobre leitos secos.


O Globo, 01, nov.2014

TEXTO 5

Guimarães Rosa

[...] Dava alegria, a gente ver o regato botar espuma e oferecer suas claras friagens, e a gente pensar no que era o valor daquilo. Um riachinho xexe, puro, ensombrado, determinado no fino, com rogojeio e suazinha algazarra – ah, esse não se economizava: de primeira, a água, pra se beber. Então, deduziram de fazer a Casa ali, traçando de se ajustar com a beira dele, num encosto fácil, com piso de lajes, a porta-da-cozinha, a bom de tudo que se carecia. Porém, estrito ao cabo de um ano de lá se estar, e quando menos esperassem, o riachinho cessou.
Foi no meio duma noite, indo para a madrugada, todos estavam dormindo. Mas cada um sentiu, de repente, no coração, o estalo do silenciozinho que ele fez, a pontuda falta da toada, do barulhinho. Acordaram, se falaram. Até as crianças. Até os cachorros latiram. Aí, todos se levantaram, caçaram o
quintal, saíram com luz, para espiar o que não havia. Foram pela porta-da-cozinha. Manuelzão adiante, os cachorros sempre latindo. – “Ele perdeu o chio..." Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s\'embora, o riachinho de todos. Chegado na beirada, Manuelzão entrou, ainda molhou os pés, no fresco lameal. Manuelzão, segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fapo d\'água escorrer, estilar, cair degrau de altura de palmo a derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão de Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa nos olhos. Ainda esperaram ali, sem sensatez; por fim se avistou no céu a estrela-d\'alva. O riacho soluço se estancara, sem resto e talvez para sempre. Secara-se a lagrimal, sua boquinha serrana. Era como se um menino sozinho tivesse morrido.

ROSA, Guimarães.Corpo de baile. 3.ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2010, p. 169-170.

Nos textos 3 e 5 são expostas reações decorrentes da seca de uma nascente do São Francisco e de um riachinho.
Indique que sentimentos envolvem essas reações, nos textos 3 e 5, respectivamente:

  • A surpresa / curiosidade.
  • B medo / saudade.
  • C indignação / tristeza.
  • D preocupação / dúvida.
  • E angústia / resignação.
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As verdades da razão

Raciocinar não é algo que aprendemos na solidão, mas algo que inventamos ao nos comunicar e nos confrontar com os semelhantes: toda razão é fundamentalmente conversação. “Conversar” não é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando. Só se conversa - sobretudo só se discute - entre iguais. Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia, junto com as instituições políticas da democracia. Ninguém pode discutir com Assurbanipal ou com Nero, e ninguém pode conversar abertamente em uma sociedade em que existem castas sociais inamovíveis. [...] Afinal de contas, a disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros como se também fossem filósofos: oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e construindo a verdade, sempre em dúvida, a partir do encontro entre umas e outras.
[...]Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua vez a aceitem ou refutem, não simplesmente para que saibam “onde estamos e quem somos”. E é claro que nem todas as opiniões são igualmente válidas: valem mais as que têm melhores argumentos a seu favor e as que melhor resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam colocadas.
[... ]A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós para resolver nossas disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só temos que ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações como também - e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda - devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, venham de quem vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é sempre resultado, não ponto de partida: e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. Não como afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva através das múltiplas subjetividades.

(Fernando Savater. “As verdades da razão”. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.)


“A  razão  não  está  situada  como  um  árbitro  semidivino  acima  de  nós  para  resolver  nossas  disputas;  ela  funciona  dentro de nós e entre nós.” (3º§).   Nessa  frase,  o  autor  utiliza  a  ________________  de  uma  ________________  entre  dois  elementos  distintos:  ________________ e ________________ para tornar mais clara a ideia sobre ________________. Assinale a alternativa  que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
  • A afirmação / analogia / razão / disputas / razão
  • B intercalação / comparação / razão / emoção / verdade
  • C negação / comparação / razão / árbitro semidivino / razão
  • D comparação / situação / dentro de nós / entre nós / verdade
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O lugar mais frio da Terra

Bem-vindo à minúscula aldeia da República de Sakha,

na Rússia, que ocupa um lugar inquestionável nos

livros de recordes


Para a maioria, a cidadezinha de Oimiakon não estaria no alto da lista de destinos turísticos. É a região com povoamento permanente mais fria da Terra, localizada a algumas centenas de quilômetros do Círculo Polar Ártico, na tundra russa. Mas, para o fotógrafo neozelandês Amos Chapple, foi uma oportunidade que ele não podia recusar.

Chapple trabalhava como professor de inglês na Rússia para financiar suas fotografias de viagens, e a ida a Oimiakon seria a oportunidade de embarcar num projeto fotográfico inigualável. Para chegar à aldeia que, em 1933, bateu o recorde de lugar mais frio da Terra, com a temperatura de –67,7 ºC, Chapple teria primeiro de ir a Iakutsk, capital da região, a seis fusos horários de Moscou.

Em Iakutsk, a temperatura em janeiro cai a cerca de –40 ºC, mas a cidade é um lugar com economia vibrante, povoada principalmente graças à abundância de recursos naturais: há diamantes, petróleo e gás. Oimiakon fica a 927 quilômetros de Iakutsk. Para chegar lá, Chapple teve de viajar dois dias, com uma combinação de caronas e vans.

Em certo momento, ele se viu perdido num posto de gasolina. “Passei dois dias comendo carne de rena”, diz Chapple, recordando a pequena casa de chá, ironicamente chamada Café Cuba, que nesse período só servia essa única opção de prato. “Rena é a carne mais comum da tundra.”

Os habitantes da região mais fria da Terra não comem só rena, mas sua dieta inclui muita carne. Chapple também comeu um prato de macarrão e nacos congelados de sangue de cavalo, além de uma especialidade de Iakutsk: peixe congelado raspado em lascas finíssimas. “Lembra sashimi congelado e é divino”, diz ele. “A textura do peixe congelado com as pontinhas quentes é muito especial e deliciosa.”

Quando chegou a Oimiakon, cuja população oscila em torno de 500 habitantes permanentes, Chapple se espantou ao ver que a cidade estava vazia. “Simplesmente não havia ninguém nas ruas. Eu esperava que tivessem se acostumado com o frio e que houvesse uma vida cotidiana em andamento, mas em vez disso todo mundo tratava o frio com muita cautela”, diz ele. “Parecia extremamente desolado. Não era, mas tudo acontecia em ambiente fechado, e eu não era bemvindo nos ambientes fechados.”

Nas horas que Chapple passou perambulando pelas ruas da aldeia, seus principais companheiros foram os cachorros de rua ou os bêbados (o alcoolismo é excessivo em Oimiakon). Ainda assim, a vida na aldeia continua. As escolas só fecham quando a temperatura cai abaixo de –50 ºC. Os fazendeiros levam suas vacas ao bebedouro da aldeia – uma fonte “térmica” que fica pouco acima do ponto de congelamento – e depois voltam com elas para os estábulos protegidos.

A fonte térmica é o coração da aldeia, sua razão de existir: os criadores de renas visitavam a fonte para hidratar os animais, e retornaram várias vezes até que a aldeia se tornou um povoado permanente (o nome Oimiakon significa, literalmente, “água descongelada”).

Mas morar no lugar habitado mais frio da Terra tem algumas desvantagens específicas. Em geral, os banheiros ficam fora de casa, porque encanamentos são problemáticos em caso de congelamento. Os moradores têm carro, mas precisam deixá-los ligados ao ar livre, às vezes a noite inteira, para que as partes mecânicas não congelem. Mesmo assim, às vezes medidas mais extremas são necessárias.

“Um sujeito com o qual viajei deixou o caminhão ligado a noite toda, mas, mesmo assim, pela manhã o eixo de transmissão estava totalmente congelado. Sem nenhuma cerimônia, ele pegou um maçarico, entrou debaixo do veículo e começou a lamber tudo com o fogo”, diz Chapple. “O maçarico faz parte da caixa de ferramentas [de quem mora em Oimiakon]”.


GEILING, Natasha. O lugar mais frio da Terra. Seleções. 29 jan. 2016. Disponível em:: <http://zip.net/bhs0B9> . Acesso em: 9 mar. 2016 (Adaptação).

Os trechos a seguir foram reescritos corretamente, de acordo com a norma padrão, e sem alteração de seu sentido, EXCETO em:

  • A “É a região com povoamento permanente mais fria da Terra[...].” (1º parágrafo) – É o local com estabelecimento populacional mais gelado da Terra.
  • B “A fonte térmica é o coração da aldeia [...]” (8º parágrafo) – No centro do povoado, está a bica termal.
  • C “[...] Chapple se espantou ao ver que a cidade estava vazia.” (6º parágrafo) – Surpreendeu-se Chapple quando percebeu que a cidade estava vazia.
  • D “Ainda assim, a vida na aldeia continua.” (7º parágrafo) – Segue a rotina da vila, apesar disso.
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O lugar mais frio da Terra

Bem-vindo à minúscula aldeia da República de Sakha,

na Rússia, que ocupa um lugar inquestionável nos

livros de recordes


Para a maioria, a cidadezinha de Oimiakon não estaria no alto da lista de destinos turísticos. É a região com povoamento permanente mais fria da Terra, localizada a algumas centenas de quilômetros do Círculo Polar Ártico, na tundra russa. Mas, para o fotógrafo neozelandês Amos Chapple, foi uma oportunidade que ele não podia recusar.

Chapple trabalhava como professor de inglês na Rússia para financiar suas fotografias de viagens, e a ida a Oimiakon seria a oportunidade de embarcar num projeto fotográfico inigualável. Para chegar à aldeia que, em 1933, bateu o recorde de lugar mais frio da Terra, com a temperatura de –67,7 ºC, Chapple teria primeiro de ir a Iakutsk, capital da região, a seis fusos horários de Moscou.

Em Iakutsk, a temperatura em janeiro cai a cerca de –40 ºC, mas a cidade é um lugar com economia vibrante, povoada principalmente graças à abundância de recursos naturais: há diamantes, petróleo e gás. Oimiakon fica a 927 quilômetros de Iakutsk. Para chegar lá, Chapple teve de viajar dois dias, com uma combinação de caronas e vans.

Em certo momento, ele se viu perdido num posto de gasolina. “Passei dois dias comendo carne de rena”, diz Chapple, recordando a pequena casa de chá, ironicamente chamada Café Cuba, que nesse período só servia essa única opção de prato. “Rena é a carne mais comum da tundra.”

Os habitantes da região mais fria da Terra não comem só rena, mas sua dieta inclui muita carne. Chapple também comeu um prato de macarrão e nacos congelados de sangue de cavalo, além de uma especialidade de Iakutsk: peixe congelado raspado em lascas finíssimas. “Lembra sashimi congelado e é divino”, diz ele. “A textura do peixe congelado com as pontinhas quentes é muito especial e deliciosa.”

Quando chegou a Oimiakon, cuja população oscila em torno de 500 habitantes permanentes, Chapple se espantou ao ver que a cidade estava vazia. “Simplesmente não havia ninguém nas ruas. Eu esperava que tivessem se acostumado com o frio e que houvesse uma vida cotidiana em andamento, mas em vez disso todo mundo tratava o frio com muita cautela”, diz ele. “Parecia extremamente desolado. Não era, mas tudo acontecia em ambiente fechado, e eu não era bemvindo nos ambientes fechados.”

Nas horas que Chapple passou perambulando pelas ruas da aldeia, seus principais companheiros foram os cachorros de rua ou os bêbados (o alcoolismo é excessivo em Oimiakon). Ainda assim, a vida na aldeia continua. As escolas só fecham quando a temperatura cai abaixo de –50 ºC. Os fazendeiros levam suas vacas ao bebedouro da aldeia – uma fonte “térmica” que fica pouco acima do ponto de congelamento – e depois voltam com elas para os estábulos protegidos.

A fonte térmica é o coração da aldeia, sua razão de existir: os criadores de renas visitavam a fonte para hidratar os animais, e retornaram várias vezes até que a aldeia se tornou um povoado permanente (o nome Oimiakon significa, literalmente, “água descongelada”).

Mas morar no lugar habitado mais frio da Terra tem algumas desvantagens específicas. Em geral, os banheiros ficam fora de casa, porque encanamentos são problemáticos em caso de congelamento. Os moradores têm carro, mas precisam deixá-los ligados ao ar livre, às vezes a noite inteira, para que as partes mecânicas não congelem. Mesmo assim, às vezes medidas mais extremas são necessárias.

“Um sujeito com o qual viajei deixou o caminhão ligado a noite toda, mas, mesmo assim, pela manhã o eixo de transmissão estava totalmente congelado. Sem nenhuma cerimônia, ele pegou um maçarico, entrou debaixo do veículo e começou a lamber tudo com o fogo”, diz Chapple. “O maçarico faz parte da caixa de ferramentas [de quem mora em Oimiakon]”.


GEILING, Natasha. O lugar mais frio da Terra. Seleções. 29 jan. 2016. Disponível em:: <http://zip.net/bhs0B9> . Acesso em: 9 mar. 2016 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“[...] recordando a pequena casa de chá, ironicamente chamada Café Cuba [...].”

De acordo com o texto, é possível inferir que o autor usa a expressão destacada porque:

  • A não existe café nas regiões frias visitadas por Chapple em suas viagens.
  • B não se trata de uma cafeteria, mas de uma casa de chá.
  • C Cuba é um lugar de clima quente.
  • D mesmo que a casa de chá sirva café, este não será suficiente para esquentar seu consumidor nesse clima.
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Texto para responder à questão.

                            Magistrado faz sentença em linguagem coloquial para combater “juridiquês”

               Ao decidir que uma das partes deveria indenizar a outra, João Batista Danda disse que o valor a ser
                                                      pago não pode ser “tão pesado que vire um inferno”.

O mundo das leis não precisa ser um universo indecifrável. Para provar isso, um magistrado gaúcho redigiu uma sentença trocando o tom pomposo do Direito pela linguagem do dia a dia. O resultado foi um texto de fácil compreensão e uma repercussão maior do que ele imaginava: virou notícia no meio jurídico — e fora dele.
A ideia surgiu quando João Batista de Matos Danda, então juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, viu‐se completamente perdido em uma conversa com a filha. Por mensagem, a jovem contava sobre um novo emprego, na área do marketing.

— Ela escreveu expressões como “startup”, “incubada”, “transmídia”, “DNA de marca”. Aí, eu perguntei: “minha filha, o que tu estás falando exatamente? Traduz, por favor” — conta Danda, ainda achando graça do papo que não lhe fez sentido.

Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões — desafio que levou com certo exagero em abril passado, quando foi relator no processo em que o pedreiro Lucas de Oliveira pedia vínculo de emprego e indenização por danos morais, após sofrer acidente em uma obra particular, de propriedade de Itamar Carboni.

Danda foi direto na explicação do rolo. “Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. Ele, Itamar, ficou com pena e acabou pagando até o serviço que o operário ainda não tinha terminado”, disse o juiz na sentença.

Lá pelas tantas do acórdão, ao falar do processo de revisão da sentença, o magistrado soltou essa: “para julgar de novo, vou ler as declarações de todos mais uma vez e olhar os documentos. Pode ser que me convença do contrário.
Mas pode ser que não. Vamos ver”.

É um texto tão coloquial que parece não ter nada de mais, certo? Errado. O próprio juiz conta como normalmente essa ideia seria escrita, em um processo “normal”:
— Inconformado com a sentença, que julgou improcedente a ação, recorre o reclamante buscando sua reforma quanto ao vínculo de emprego e indenização por acidente de trabalho. Com contrarrazões sobem os autos a este tribunal. É o relatório. Passo a decidir.
Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais. A reparação, segundo o juiz, “serve para amenizar um pouco o sofrimento de Lucas, mas também serve para Itamar lembrar que tem obrigação de cuidar da segurança daqueles que trabalham na sua casa, mesmo quando não são empregados”.

(Bruna Scirea. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/magistrado‐faz‐sentenca‐em‐linguagem‐coloquial‐paracombater‐juridiques‐4774852.html. Acesso em: 10/2015.)
A reescrita do segmento “Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais”. (9º§) cuja correção linguística encontra‐se preservada pode ser identificada em (desconsidere possíveis alterações de sentido):
  • A Na decisão, Danda defendeu que ainda que não havia vínculo de emprego na situação, o trabalhador poderia receber indenização por danos morais.
  • B Na decisão, Danda defendia que mesmo não havendo vínculo de emprego na situação, o trabalhador não estava impedido de receber indenização por danos morais.
  • C Danda defendeu, na decisão, que não haviam vínculos de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais.
  • D Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, por conseguinte, isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais.
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TEXTO 5

Guimarães Rosa

[...] Dava alegria, a gente ver o regato botar espuma e oferecer suas claras friagens, e a gente pensar no que era o valor daquilo. Um riachinho xexe, puro, ensombrado, determinado no fino, com rogojeio e suazinha algazarra – ah, esse não se economizava: de primeira, a água, pra se beber. Então, deduziram de fazer a Casa ali, traçando de se ajustar com a beira dele, num encosto fácil, com piso de lajes, a porta-da-cozinha, a bom de tudo que se carecia. Porém, estrito ao cabo de um ano de lá se estar, e quando menos esperassem, o riachinho cessou.
Foi no meio duma noite, indo para a madrugada, todos estavam dormindo. Mas cada um sentiu, de repente, no coração, o estalo do silenciozinho que ele fez, a pontuda falta da toada, do barulhinho. Acordaram, se falaram. Até as crianças. Até os cachorros latiram. Aí, todos se levantaram, caçaram o
quintal, saíram com luz, para espiar o que não havia. Foram pela porta-da-cozinha. Manuelzão adiante, os cachorros sempre latindo. – “Ele perdeu o chio..." Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s\'embora, o riachinho de todos. Chegado na beirada, Manuelzão entrou, ainda molhou os pés, no fresco lameal. Manuelzão, segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fapo d\'água escorrer, estilar, cair degrau de altura de palmo a derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão de Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa nos olhos. Ainda esperaram ali, sem sensatez; por fim se avistou no céu a estrela-d\'alva. O riacho soluço se estancara, sem resto e talvez para sempre. Secara-se a lagrimal, sua boquinha serrana. Era como se um menino sozinho tivesse morrido.

ROSA, Guimarães.Corpo de baile. 3.ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2010, p. 169-170.

Por ser um texto literário, o tratamento da linguagem no texto 5 objetiva a estética de um universo mágico, subjetivo. Em “E o que a tocha na mão de Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa nos olhos" ,pode-se considerar a construção de uma figura de linguagem conhecida como:

  • A antítese.
  • B comparação.
  • C eufemismo.
  • D hipérbole.
  • E sinestesia.
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O auge da vida democrática é o momento do voto. A democracia, regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da igualdade, em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que existe. Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar ético. As formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as legítimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras. Uma ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.
[...]
O mínimo, numa democracia, é ter dois lados opostos, divergentes, mas, respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto, tentarei impedir “o mal” até mesmo de concorrer. Assim, foi a perseguição ao comunismo, no Brasil, mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada. Assim foi a perseguição aos partidos liberais nos regimes comunistas. [...]
Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito. Queremos, de todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E, entre os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. [...] É preciso grandeza de espírito para sair dessa incapacidade de pensar o que desejamos construir. Porque propor a Política é formular o futuro.
(Ribeiro, Renato Janine. Filosofia. Setembro de 2012. Adaptado.)



Sobre o uso das vírgulas no trecho “A democracia, regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da igualdade,...”, é correto afirmar, mantendo-se a correção de acordo com a norma culta, que a
  • A substituição da vírgula após “governantes” pelo ponto preserva o valor semântico e a coerência do período.
  • B inserção do sinal de dois pontos após o termo “democracia” permite a retirada das vírgulas de todo o período.
  • C retirada da explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes” permite a manutenção da vírgula após o termo “democracia”.
  • D retirada das vírgulas manteria a coerência textual, enfatizando a explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes”.
  • E substituição pelo duplo travessão manteria a coerência textual delimitando a explicação “regime em que a maioria escolhe os governantes”.
17
Assinale o único item em que o emprego do acento indicativo de crase é facultativo:
  • A “À luz do candeeiro, o drama tem outra face / É como se à letra antiga / outro valor se juntasse.” (Carlos Drummond de Andrade).
  • B “Escrever é dar amparo às orações, poder contemplá-las despertas sobre as linhas do papel.” (Bartolomeu Campos Queirós).
  • C “Macambira adiantou-se até à acácia, sentou-se no banco.” (Coelho Neto).
  • D “À sombra das doces moças em flor, gosto de deitar para descansar.” (Carlos Drummond de Andrade).
  • E “À luz da Lua, / Íamos sós pela floresta amiga, / Onde em perfumes o luar se evola.” (Antonio Nobre).
18

Texto
Novo currículo do ensino médio poderá ser inspiradono Enem

Após a divulgação dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação (MEC) planeja uma modernização do currículo, propondo a integração das diversas disciplinas em grandes áreas. A inspiração deverá vir do próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grandes grupos: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. Essa é a divisão que segue a prova, diferentemente do modelo tradicional por disciplinas como química, português, matemática e biologia.

O debate não é novo: no ano passado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que propõem uma flexibilização do formato atual. O diagnóstico é que o currículo do ensino médio é muito inchado - em média são 13 disciplinas - o que, na avaliação do secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, prejudica a aprendizagem. “O Enem é uma referência importante, mas nãoé o currículo, ele avalia o currículo. Mas ele traz novidades que têm sido bem assimiladas pelas escolas", diz o secretário.

De acordo com Callegari, a ideia é propor uma complementação às diretrizes aprovadas pelo CNE, organizando as diferentes disciplinas em grandes áreas. “O que tem que ficar claro é que não estamos propondo a eliminação de disciplinas, mas a integração articulada dos componentes curriculares do ensino médio nas quatro áreas do conhecimento em vez do fracionamento que ocorre hoje", explica.

Na próxima semana, o ministro Aloizio Mercadante sereúne com os secretários de Educação com o objetivo de discutir os caminhos para articular a mudança. Uma providência já foi tomada para induzir essa modernização dos currículos. Segundo Callegari, a próxima comprade livros didáticos para o ensino médio dará prioridade a obras que estejam organizadas nesse formato. O edital já está sendo preparado. O MEC tem um programa que distribui os livros para todas as escolas e a próxima remessa será para o ano letivo de 2015 - as obras são renovadas a cada três anos.

Para o secretário de Educação do Espírito Santo, Klinger Barbosa Alves, uma das explicações para os maus resultados da etapa em diferentes indicadores, alémdo Ideb, está na própria estrutura organizacional do ensino médio que se baseia na preparação para o vestibular e tem pouca atratividade para o projeto de vida do adolescente.

“A visão de que o ensino médio serve para formar pessoas para ingressar na universidade não se aplica à realidade de muitos. Os jovens têm necessidades econômicas e sociais diferentes. Existe uma pressão para que parte dos jovens ingresse no mercado de trabalho e aí o curso superior entra como uma segunda possibilidade", explica Alves, que é vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).

O secretário do Espírito Santo, um dos estados em que a nota do Ideb caiu de 2009 para 2011, defende um modelo de ensino médio que dialogue com as diferentes necessidades dos estudantes e inclua também a preparação para o mundo do trabalho, já que para muitos o ingresso na universidade pode não estar na lista de prioridades.

Para que a escola possa abranger essa formação diversificada - que inclua a aprendizagem dos componentes curriculares, a articulação com o mundo do trabalhoe a formação cidadã -, Callegari defende que é indispensável a ampliação do número de horas que o estudante permanece na escola, caminhando para o modelo de tempo integral.

“Temos consciência de que os conteúdos e as habilidades que os estudantes precisam desenvolver não cabem mais em um formato estreito de três ou quatrohoras de aula por dia. É assim [com ensino em tempo integral] que os países com um bom nível de qualidade do ensino fazem", diz.

(Disponível em: < http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/novo-curriculo-do-ensino-medio-podera-ser-inspirado-no-enem/>.)

Assinale a alternativa que NÃO está relacionada à posição do vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, acerca dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio na última edição do Ideb.
  • A O aumento da carga horária do aluno na escola como solução cabível
  • B A falta de pertinência do currículo do ensino médio a determinados perfis de estudantes.
  • C A estrutura organizacional curricular, que estabelece uma relação intrínseca entre o ensino médio e o vestibular.
  • D A mudança completa do foco do ensino médio – dovestibular para o mercado de trabalho – como saídapara os entraves enfrentados.
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É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso. Explico-me. Todo sofrimento alheio a preocupa e acende nela o facho da ação, que a torna feliz. Não distingue entre gente e bicho, quando tem de agir, mas, como há inúmeras sociedades (com verbas) para o bem dos homens, e uma só, sem recurso, para o bem dos animais, é nesta última que gosta de militar. Os problemas aparecem-lhe em cardume, e parece que a escolhem de preferência a outras criaturas de menor sensibilidade e iniciativa (...).

(Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.)

Dissertar significa debater um tema, ou seja, apresentar uma tese e encontrar argumentos para defendê-la. Considerando tal pressuposto, é correto afirmar que o ponto de vista assumido no texto defende que

  • A a distinção entre “gente” e “bicho” é inadequada em qualquer situação.
  • B pessoas menos sensíveis são mais suscetíveis a problemas do que as outras.
  • C as ações solidárias, de ajuda ao próximo, são trabalhosas, mas causam satisfação.
  • D todo sofrimento deve ser evitado, não importando tratar-se de “gente” ou “bicho”.
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As verdades da razão

Raciocinar não é algo que aprendemos na solidão, mas algo que inventamos ao nos comunicar e nos confrontar com os semelhantes: toda razão é fundamentalmente conversação. “Conversar” não é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando. Só se conversa - sobretudo só se discute - entre iguais. Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia, junto com as instituições políticas da democracia. Ninguém pode discutir com Assurbanipal ou com Nero, e ninguém pode conversar abertamente em uma sociedade em que existem castas sociais inamovíveis. [...] Afinal de contas, a disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros como se também fossem filósofos: oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e construindo a verdade, sempre em dúvida, a partir do encontro entre umas e outras.
[...]Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua vez a aceitem ou refutem, não simplesmente para que saibam “onde estamos e quem somos”. E é claro que nem todas as opiniões são igualmente válidas: valem mais as que têm melhores argumentos a seu favor e as que melhor resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam colocadas.
[... ]A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós para resolver nossas disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só temos que ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações como também - e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda - devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, venham de quem vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é sempre resultado, não ponto de partida: e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. Não como afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva através das múltiplas subjetividades.

(Fernando Savater. “As verdades da razão”. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.)


Os  termos  destacados  em  “Não  como  afirmação  da  própria  subjetividade, mas  como  caminho  para  alcançar  uma  verdade objetiva através das múltiplas subjetividades.” (3º§) indicam, respectivamente, uma relação de  
  • A ressalva e explicação.
  • B oposição e finalidade.
  • C oposição e explicação.
  • D explicação e finalidade.

Direito Constitucional

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Considerando as disposições constitucionais acerca da remuneração dos servidores públicos, assinale a alternativa correta.

  • A Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
  • B O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, salvo apenas nos casos enumerados em lei complementar.
  • C A vinculação ou equiparação de espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, será permitida apenas nos casos previstos em decreto regulamentar editado por chefe do executivo.
  • D A remuneração e os subsídios dos ocupantes de cargos, funções ou empregos no âmbito da administração indireta, compreendidas as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, em qualquer caso, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
22

É INCORRETO afirmar que a República Federativa do Brasil tem como fundamento

  • A o desenvolvimento nacional.
  • B os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
  • C a cidadania.
  • D o pluralismo político.
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Ronaldo exerce a função de Presidente do Congresso Nacional e pretende fixar os subsídios dos parlamentares. No regime de atribuições do Congresso, tal ato
  • A atrai a ratificação por referendo.
  • B constitui competência exclusiva do Congresso.
  • C depende de sanção do Presidente da República.
  • D compõe ato complexo envolvendo dois poderes.
  • E estabelece limites remuneratórios para a República.
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No tocante ao efeito vinculante nas decisões de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade, é correto afirmar que:

  • A não existe impeditivo constitucional para que o Poder Legislativo edite nova lei com idêntico conteúdo normativo ao do texto objeto da ação direta de inconstitucionalidade.
  • B o Supremo Tribunal Federal está vinculado às suas próprias decisões em sede de ação direta de inconstitucionalidade.
  • C o Poder Legislativo não pode elaborar lei de conteúdo idêntico ao do texto objeto da ação direta de inconstitucionalidade.
  • D o efeito erga omnes e vinculante das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade não alcança o Poder Executivo.
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No concernente à intervenção nos Municípios, assinale a opção correta.

  • A A União poderá intervir em quaisquer municípios que deixarem de pagar, por dois anos consecutivos, sem motivo de força maior, a dívida fundada.
  • B O Estado poderá intervir em município situado em seu território que deixar de pagar, por dois anos consecutivos, sem motivo de força maior, a dívida fundada.
  • C O fato de o prefeito deixar de prestar as contas anuais não dá ensejo à intervenção do Estado no município, pois tal atitude é apenas considerada crime de responsabilidade.
  • D A União poderá intervir em município que não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal em segurança pública.
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Paulo é Deputado Federal e, da tribuna da Câmara dos Deputados, lança afirmações caluniosas contra o empresário José que, imediatamente, apresenta as ações penais e civis cabíveis. Nesse caso, consoante as normas constitucionais,
  • A haverá sanção penal.
  • B ocorre a indenização civil.
  • C aplica-se a imunidade material.
  • D incide a responsabilidade criminal.
  • E caracteriza-se a inviolabilidade formal.
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Considerando as disposições constitucionais a respeito de Orçamento, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A Leis complementares de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.
  • B Cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.
  • C O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
  • D A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
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Na visão de Luís Roberto Barroso na obra “A dignidade da pessoa humana no Direito Constitucional Contemporâneo: a construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial” (2014, pág. 72): “Grosso modo, esta é a minha concepção minimalista: a dignidade da pessoa humana identifica. 1. O valor intrínseco de todos os seres humanos; assim como 2. A autonomia de cada indivíduo; e 3. Limitada por algumas restrições legítimas impostas a ela em nome de valores sociais ou interesses estatais (valor comunitário).” À luz do Texto Constitucional de 1988, a dignidade da pessoa humana classifica-se como:

  • A fundamento da República Federativa do Brasil.
  • B princípio regente da República Federativa do Brasil em suas relações internacionais.
  • C direito fundamental social.
  • D objetivo fundamental da República Federativa do Brasil.
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Considere a seguinte situação hipotética.

No exercício de sua competência concorrente, em matéria ambiental, a União edita norma prescrevendo que as obras feitas próximas aos cursos d'água naturais, perenes e intermitentes, que são considerados áreas de preservação permanente (APP), devem observar uma distância mínima de 30 metros, para os cursos d'água de menos de 10 metros de largura. O Estado de Minas Gerais, também no exercício de sua competência concorrente, regulamenta no mesmo sentido, mas prevê que essa distância mínima para as obras no estado é de 35 metros. O município de Belo Horizonte, então, acompanha a legislação federal, estabelecendo que as obras municipais feitas próximas aos cursos d'água naturais, perenes e intermitentes, que são considerados áreas de preservação permanente (APP), devem observar uma distância mínima de 30 metros, para os cursos d'água de menos de 10 metros de largura.

Em relação à lei municipal, é CORRETO afirmar que a norma:

  • A é inconstitucional, uma vez que o município não possui competência constitucional para regulamentar a matéria.
  • B é constitucional, pois a Constituição garante ao município competência para suplementar a legislação federal e estadual, no que couber, não havendo qualquer vício na norma.
  • C é inconstitucional, uma vez que, no exercício de sua competência suplementar, o município exorbita o regramento estadual que prevê a distância mínima de 35 metros, a qual deveria ter sido observada, já que é mais rígida que a federal.
  • D é constitucional, pois o município possui competência para legislar sobre assuntos de interesse local.
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Acerca das ações constitucionais, é INCORRETO afirmar:

  • A Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena pecuniária.
  • B A ação civil pública é instrumento adequado para a tutela dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
  • C Conceder-se-á mandado de injunção sempre que houver omissão legislativa que impeça ou prejudique a fruição de qualquer direito.
  • D Os partidos políticos têm legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo.
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Considere que o Estado de Minas Gerais tenha apresentado projeto de lei para a criação de cargo público em autarquia, e que, após discutir e deliberar pela aprovação da lei, o governador a tenha sancionado.

Sobre essa situação, é CORRETO afirmar que a lei é:

  • A inconstitucional, porque ela, nesse caso, não exige sanção do governador.
  • B constitucional, porque a sanção do governador supre o vício de iniciativa.
  • C inconstitucional, porque há vício de iniciativa, insanável pela sanção do governador.
  • D constitucional, porque a criação de cargo público acarreta aumento de despesa e, como tal, deve ser analisada por, no mínimo, dois poderes.
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Pedro, servidor público, deseja participar da direção de órgão da Administração Pública Direta, aduzindo que a Constituição Federal, independentemente de lei regula- mentadora, fixa direitos mínimos para o usuário. Dentre as formas de participação previstas na Constituição, consta a
  • A eleição direta dos dirigentes.
  • B nomeação para cargo de direção.
  • C vedação aos candidatos sem qualificação técnica.
  • D indicação de lista tríplice para um cargo de direção.
  • E representação contra o exercício negligente do cargo.
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A partir da orientação jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal em matéria de competência municipal, analise a seguinte situação: determinado Município, com o escopo de oferecer maior segurança aos frequentadores das agências bancárias, editou lei dispondo que esses estabelecimentos deveriam instalar uma série de equipamentos de segurança. Essa lei é:

  • A constitucional, uma vez que todos os entes federados ostentam competência concorrente para legislar sobre segurança pública.
  • B inconstitucional, pois somente a União pode legislar sobre Direito Empresarial e sobre instituições financeiras.
  • C inconstitucional, pois somente a Lei Orgânica do Município poderia estabelecer exigência dessa natureza.
  • D constitucional, uma vez que os municípios detêm competência legislativa para dispor sobre segurança, rapidez e conforto no atendimento de usuários de serviços bancários, por serem tais matérias assuntos de interesse local.
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No que se refere aos direitos e garantias fundamentais constitucionalmente estabelecidos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos.

( ) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos; facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos.

( ) Dentre outras condições expressas na Constituição Federal são condições de elegibilidade, na forma da lei, a nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária.

( ) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

A sequência está correta em

  • A V, V, V, V.
  • B V, F, V, F.
  • C F, F, V, V.
  • D F, F, F, V.
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Sobre os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, marque a alternativa INCORRETA.

  • A Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político são fundamentos da República Federativa do Brasil.
  • B A erradicação da pobreza e a defesa da paz são princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.
  • C Construir uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
  • D A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Noções de Informática

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Considere as imagens sobre a ferramenta Microsoft Office Word 2007 (configuração padrão).

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

É correto afirmar que os dois controles têm, respectivamente, a função de

  • A aumentar/diminuir o zoom do documento e justificar o texto.
  • B mover o documento para a esquerda/direita e inserir quebra de linha.
  • C mover o documento para a esquerda/direita e aumentar/diminuir recuo.
  • D aumentar/diminuir o zoom do documento e definir o espaçamento entre linhas.
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Analise as afirmativas sobre o aplicativo Microsoft PowerPoint 2007 (configuração padrão).
I. No PowerPoint, quando se executam os arquivos com extensão ppsx, estes são abertos em modo de edição.
II. Para alterar a orientação do slide para “Retrato” deve-se acionar o menu Design / Orientação do slide e selecionar a opção Retrato.
III. Para salvar os slides como imagens deve-se clicar no botão Office / Salvar Como e selecionar a opção outros formatos, escolhendo um dos tipos disponíveis de imagem.
IV. Para iniciar a apresentação de slides deve ser pressionada a tecla F4.

Estão corretas apenas as afirmativas
  • A I e II.
  • B I e III.
  • C II e III.
  • D II e IV.
  • E III e IV.
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Na ferramenta Microsoft Office Excel 2007 (configuração padrão), a função CONT.SE tem o objetivo de

  • A calcular quantos valores há na lista de argumentos.
  • B calcular quantos números há na lista de argumentos.
  • C contar o número de células vazias dentro de um intervalo que atende a múltiplos critérios.
  • D calcular o número de células não vazias em um intervalo que corresponde a determinados critérios.
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Considere a planilha produzida com a ferramenta Microsoft Office Excel 2007 (configuração padrão).

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Ao ser inserida na célula C2 a fórmula =POTÊNCIA(A2;2) e utilizada a alça de preenchimento para replicar esta fórmula até a célula C5, serão exibidos os valores correspondentes à potência dos valores apresentados na coluna A, conforme demonstrado na coluna C da imagem apresentada. Pode-se utilizar como fórmulas alternativas para obter o mesmo resultado, EXCETO
:
  • A =A2*A2
  • B =A2^B$4
  • C =(A2*(B$2/B$3))
  • D =POTÊNCIA(A2;(B$2-B$5))
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Na ferramenta Microsoft Office Excel 2003 (configuração padrão), ao clicar com o botão esquerdo do mouse no quadrado do cruzamento do cabeçalho de colunas com o de linhas localizado na parte superior esquerda, toda a planilha será

  • A excluída.
  • B ocultada.
  • C duplicada.
  • D selecionada.
  • E redimensionada.
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Em um editor de textos, como o Microsoft Word ou BrOffice Writer, uma ferramenta que facilita a formatação de textos é a utilização de Estilos. Assinale a opção correta sobre a utilização de Estilos.

  • A É possível aplicar facilmente opções de formatação pré-determinadas, como tipo, cor e tamanho de fonte, alinhamento e espaçamento.
  • B Um Estilo escolhe para o usuário, de forma aleatória, uma fonte e a aplica ao texto selecionando, permitindo que o usuário descubra fontes interessantes dentre as instaladas no computador.
  • C Através do uso de Estilos é possível inserir objetos externos, como imagens, planilhas e arquivos.
  • D Os Estilos são úteis apenas em documentos contendo imagens, pois ajustam automaticamente o texto ao redor de imagens inseridas no documento.
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Você está tentando acessar a internet com o navegador Internet Explorer, mas o navegador apresenta uma mensagem de erro. Ao entrar em contato com o setor de suporte técnico, o atendente lhe aconselha a usar outro navegador instalado no computador. Nesse sentido, qual das opções abaixo é um navegador de internet?
  • A Windows Media player.
  • B Filezilla.
  • C Linux ubuntu.
  • D Safari.
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Relacione as teclas de atalho às respectivas funcionalidades no Sistema Operacional Microsoft Windows 7 (configuração padrão – idioma Português Brasil).

1. Ctrl + X.
2. Ctrl + Z. 3. Alt + Tab.
4. Tecla do logotipo do Windows + D. 5. Ctrl + Shift + Esc.
6. Tecla do logotipo do Windows + L.

A sequência está correta em :

( ) Alterna entre janelas abertas.
( ) Abre o Gerenciador de Tarefas, diretamente, sem etapas intermediárias.
( ) Desfaz uma ação.
( ) Bloqueia o computador ou alterna os usuários.
( ) Recorta um item selecionado.
( ) Recolhe tudo e mostra a área de trabalho.

  • A 2, 4, 6, 1, 5, 3.
  • B 3, 5, 2, 6, 1, 4.
  • C 4, 5, 1, 2, 3, 6.
  • D 5, 4, 3, 2, 1, 6.
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Com relação ao sistema operacional Microsoft Windows 7, indique o local do painel de controle em que está localizada a opção “Desinstalar um programa”.

  • A Programas e Configurações.
  • B Configurações.
  • C Programas e Recursos.
  • D Drivers.
  • E Windows Explorer.
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Sobre a seleção de múltiplos arquivos no Windows 7 (configuração padrão – idioma português Brasil), analise.

I. Para selecionar um grupo de arquivos consecutivos, é necessário clicar no primeiro item, manter a tecla shift pressionada e clicar no último item.
II. Para selecionar vários arquivos não consecutivos, é necessário manter a tecla Ctrl pressionada e clicar em cada um dos itens a serem selecionados.
III. Para limpar uma seleção de arquivos é necessário pressionar as teclas Ctrl + F6.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

  • A I
  • B II
  • C III
  • D I e II.
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Assinale a alternativa que apresenta um programa que pode vir embutido em vírus, spywares ou softwares de procedência duvidosa e cuja função é a de capturar tudo o que é digitado pelo usuário.

  • A Worm.
  • B Spyware.
  • C Trojan.
  • D Spam.
  • E Keylogger.
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No programa de apresentações BrOffice Impress, executando em um computador com sistema operacional Windows, durante a execução de uma apresentação, após a exibição do primeiro slide, se o usuário desejar voltar ao slide anterior, isso pode ser feito de mais de uma maneira diferente.

Neste contexto, analise as seguintes afirmações:

I. Sair da apresentação com a tecla ESC, clicar no slide anterior e pressionar Shift + F5.

II. Utilizando o botão “Seta esquerda” (←) no teclado.

III. Digitar Ctrl + Alt + Del para chamar o gerenciador de tarefas e executar a tarefa “Voltar Slide”.

IV. Clicar com o botão direito do mouse sobre a apresentação e selecionar “Anterior”.

V. Pressionar a barra de espaços no teclado até que o slide anterior seja exibido.

Assinale a alternativa que contém somente fórmulas válidas para executar essa ação.

  • A I, II e III.
  • B I, II e IV.
  • C I, III e IV.
  • D I, II e V.
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Um usuário utiliza o Sistema Operacional Microsoft Windows 7 (configuração padrão) para armazenar diversas planilhas de controle financeiro. Considerando a importância destas informações, deve-se realizar uma cópia de segurança dos arquivos. No Sistema Operacional em questão, tal operação poderá ser realizada através da ferramenta de

  • A Limpeza de Disco
  • B Backup e Restauração
  • C Desfragmentador de Disco.
  • D Gerenciamento de Arquivos.
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Na ferramenta Microsoft Office PowerPoint 2007 (configuração padrão) estão disponíveis inúmeros recursos para a produção de apresentações. Um recurso muito utilizado é a “transição de slides”, que são efeitos que ocorrem no modo de exibição apresentação de slides, quando se move de um slide para o próximo. Este recurso está disponível na guia

  • A Efeitos.
  • B Design.
  • C Animações.
  • D Apresentações.
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As alternativas de Layout de Página denominadas “Retrato” e “Paisagem” referem-se a:

  • A margens.
  • B orientação.
  • C rodapé.
  • D tamanho.

Direito Processual Penal

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Sobre o tema Prisão, Medidas Cautelares e Liberdade Provisória, marque a alternativa correta.

  • A Tício, assistente da acusação, não tem legitimidade para requerer a decretação de prisão preventiva do acusado no processo penal.
  • B Tício, maior de 80 anos de idade, comete um crime e tem prisão preventiva decretada contra si. Pode o juiz substituí-la por prisão domiciliar.
  • C Tício comete um crime de homicídio simples, não hediondo, e pode ter sua prisão temporária decretada pelo prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
  • D Tício comete um crime apenado com reclusão e é preso em flagrante delito. A autoridade policial não pode arbitrar fiança, pois só poderia fazê-la em relação às infrações apenadas com detenção.
  • E Tício comete um crime doloso contra a vida. Ele não poderá ter decretada a monitoração eletrônica como medida cautelar diversa da prisão, pois não existe tal medida no processo penal brasileiro.
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Considere as seguintes situações-problema ocorridas no procedimento ordinário do Processo Penal.

I. Mévio foi condenado pela prática de corrupção ativa e interpôs apelação, mas o MM. Juiz de Direito, em despacho, julgou-a deserta.

II. O MM. Juiz Federal ordenou a suspensão do processo penal, em virtude da questão prejudicial.

III. O MM. Juiz de Direito absolveu sumariamente o réu no procedimento do Tribunal do Júri.

IV. O MM. Juiz de Direito impronunciou o réu no procedimento do Tribunal do Júri.

Contra as decisões acima descritas, são cabíveis os seguintes recursos, respectivamente,

  • A agravo / recurso em sentido estrito / recurso em sentido estrito / apelação.
  • B recurso em sentido estrito / recurso em sentido estrito / apelação / apelação.
  • C recurso em sentido estrito / apelação / recurso em sentido estrito / apelação.
  • D apelação / apelação / recurso em sentido estrito / recurso em sentido estrito.
  • E apelação / recurso em sentido estrito / apelação / recurso em sentido estrito.
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Quanto à Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Tem-se admitido a propositura da ação penal privada subsidiária da pública, em caso de arquivamento do inquérito policial.

( ) Ajuizada a ação subsidiária, o Ministério Público não poderá retomar a ação como parte principal.

( ) Oferecida a queixa subsidiária, o Ministério Público poderá repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva.

( ) Admite-se a ação penal privada subsidiária da pública tanto em crimes de ação penal pública incondicionada, quanto em crimes de ação penal pública condicionada à representação do ofendido.

A sequência está correta em

  • A V, V, V, F
  • B V, F, V, F
  • C V, F, F, V
  • D F, F, V, V
  • E F, V, F, V
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“Tício” foi preso temporariamente por um crime hediondo.
A prisão temporária de “Tício” terá o prazo de ______ dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.


  • A 5
  • B 10
  • C 30
  • D 81
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Quanto à prisão, é correto afirmar:

  • A Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito mesmo quando cessada a permanência.
  • B A prisão preventiva poderá ser decretada mesmo se o juiz verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o fato em qualquer das condições de exclusão da ilicitude.
  • C A fiança não poderá consistir em títulos da dívida pública.
  • D Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação.
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Quanto às partes e ao juiz, assinale a alternativa correta:

  • A Ao órgão do Ministério Público não se estendem as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
  • B A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
  • C O juiz não poderá ordenar, de ofício, produção antecipada de prova antes de iniciada a ação penal.
  • D Não se exigem poderes especiais do procurador para arguir falsidade de documento.
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Quanto à ação penal, assinale a alternativa INCORRETA:

  • A A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
  • B Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
  • C O direito de representação poderá ser exercido por procurador do ofendido, independente de mandato com poderes especiais.
  • D Intentada ação penal subsidiária da pública, o Ministério Público poderá repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva.
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Quanto à prova, é INCORRETO afirmar:

  • A Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
  • B A confissão será divisível e retratável.
  • C À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original.
  • D Admite-se ordem judicial genérica nos mandados de busca.