Resumo de Sociologia - Sociedade Estratificada

A divisão em camadas hierárquicas caracteriza esse tipo de organização 


Para compreender a ideia expressa pelo termo sociedade estratificada, é fundamental conhecer o conceito de estrato. No Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, encontramos duas definições que nos ajudam nessa missão. A primeira diz que o substantivo masculino se refere a “cada uma das camadas, divisões ou níveis de um sistema organizado”. 
E, na definição específica para o campo da Sociologia, somos informados que o verbete diz respeito a “cada uma das camadas sociais, mais ou menos segregadas entre si, constituída por indivíduos com características socialmente significativas semelhantes, e hierarquicamente sobrepostas”. Com isso, percebemos que falar em sociedade estratificada significa falar de uma organização social marcada pela categorização dos indivíduos em níveis sociais
Desse modo, esse tipo de sociedade se opõe ao sistema socioeconômico que seria atingido através das etapas descritas pelo socialismo científico. E, ao mesmo tempo, é o único tipo de organização social que se tem registro histórico desde a Idade Antiga, já que em todas as sociedades existia hierarquia social e, por conseguinte, desigualdade de acesso ao poder. 

Quais fatores geram a estratificação social?


A desigualdade de acesso aos recursos que determinam o poder que um indivíduo tem dentro de uma determinada sociedade pode ser explicado por diversos fatores, sendo a história um dos principais. A ela se associam os aspectos culturais, políticos, econômicos e sociais. Todos eles são importantes para entender a estratificação da sociedade e o sistema organizativo que ela apresenta. 
É importante ressaltar que o conceito de sociedade estratificada é amplo e, por consequência, define diferentes formas de organização hierarquizada. Em cada contexto, os elementos que explicam a estratificação se organizam de forma diferente, com prevalência de fatores diferentes. No caso do extinto sistema de castas da Índia, por exemplo, a religião (cultura) era o elemento central para compreensão da divisão entre Brahmins, Kshatriyas, Vaishyas e Shudras
Como estão interligados, esses fatores também garantem a manutenção das hierarquias existentes. Em uma sociedade estratificada, os grupos que, historicamente, sempre estiveram em posições de poder, se mantém nesses lugares. E assim acumulam capital financeiro, econômico, político e, muitas vezes, cultural.

Experiências de divisão social 


Ao longo da história, diversas formas de estratificação social estiveram vigentes em diferentes contextos. No Egito Antigo, tínhamos uma organização social que colocava o faraó no topo da hierarquia, seguido dos sacerdotes, nobres, escribas, comerciantes e escravos. Na Grécia Antiga, a estratificação variava de acordo com a pólis observada. Em Atenas, existiam os cidadãos atenienses, os metecos e os escravos. Já em Esparta, a organização social consistia em: esparciatas, periecos e hilotas. 
Nas sociedades antigas, a estratificação impossibilitava a mobilidade dos indivíduos entre as camadas existentes. Além disso, o pertencimento a determinado grupo era definido no momento do nascimento e estabelecia as possibilidades e interdições que o sujeito teria ao longo da vida. Estrutura semelhante existiu na Índia enquanto vigorou o sistema de castas e na Idade Média, no período feudal. 
Vale lembrar que, no feudalismo vigorava o sistema de organização que ficou definido como sociedade estamental. Esse nome tem a ver com o termo pelo qual as camadas sociais existentes naquele período eram chamadas, os estamentos. Naquele período a divisão consistia em: rei, clero, nobreza e servos. 
As hierarquias sociais, desigualdades e limitações ainda se mantém presentes na sociedade moderna. Contudo, dentro do sistema de classes criado pelo capitalismo a ascensão social existe como uma possibilidade que pode ser efetivada por meio da acumulação de capital. 

É possível romper com o modelo de sociedade estratificada? 


Apesar de a estratificação social ser tão presente na história da humanidade, definindo as relações sociais em diversos contextos, é importante lembrar que ela não se trata de um fenômeno natural. Ou seja, a organização hierárquica das sociedades não está associada a atributos intrínsecos às relações humanas. Pelo contrário, ela é construída pela confluência de diversos fatores e continuada para manutenção dos interesses dos grupos no poder. 
Sendo assim, é possível romper com o modelo de sociedade estratificada. Dentro dos estudos da sociologia, o socialismo utópico e o socialismo científico apresentam bases para promoção dessa mudança. Para os utópicos, a construção de uma sociedade em que prevaleça a igualdade entre os indivíduos seria fruto do desenvolvimento intelectual. Razão, progresso e desenvolvimento científico estavam na base da sociedade vislumbrada por esses pensadores. 
Por outro lado, o socialismo científico ou marxismo via no conflito armado, na luta de classes, o único caminho possível para construção de uma sociedade com igual distribuição de recursos e acesso aos bens sociais. 

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