Resumo de Educação Artística - Romantismo

Romantismo foi um movimento artístico, cultural, literário, político e filosófico que se iniciou na Europa ainda no século XVII.

A origem do romantismo se deu nos países da Itália, Alemanha e Inglaterra, mas foi na França que ganhou destaque. Os artistas franceses foram os responsáveis pela propagação dos ideais românticos que se espalharam pela América, por exemplo.

As principais características do período são: subjetivismo, liberdade de criação e expressão, nacionalismo, medievalismo, amor platônico, individualismo, egocentrismo, dramatização, crítica social, historicismo, tradições populares e etc.

Breve Histórico

Nascido na Europa a partir do século XVII, o Romantismo teve primeira notoriedade na França.

Dois grandes acontecimentos históricos foram importantes para o crescimento do Romantismo em outros países. A partir do século XVIII, a Revolução Industrial, na Inglaterra, mudou o modelo doméstico para modelos de fábricas.

Já Revolução Francesa levou melhoria para a burguesia, consequentemente, incentivou a liberdade política e o individualismo econômico da época.

Esses fatores foram essenciais para a classe literária, que teve seu ápice, passando a ficar bastante conhecida.

A partir daí os escritores e poetas, mais independentes e livres para transmitir seus sentimentos através da poesia, não estavam mais restritos ao modelo dos versos com rimas e versos perfeitos que prevaleciam nas escolas conservadoras. Adotaram, portanto, uma maneira mais dinâmica e simples de escrever.

Eles passaram a falar do amor em um tom mais particular, o individualismo se tornou o aspecto central do romantismo. Também remetiam aos tempos medievais, exaltando os heróis de suas nações, além das tradições populares, enaltecendo o nacionalismo.

As principais obras românticas da Europa foram:

  • “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, de Goethe;
  • “Notre Dame de Paris”, de Victor Hugo;
  • “Os Miseráveis”, de Victor Hugo;
  • “A Dama das Camélas”, de Alexandre Dumas;
  • “Contos e Inocência”, de Willian Blake.

Romantismo em Portugal

O romantismo em Portugal teve início por conta do alvoroço político. Um grande revolta se alastrou por todo país para lutar contra a monarquia absolutista (o rei no centro de tudo) que prevalecia no período. 

D. Pedro I, ao renunciar seu trono por causa do filho, retornou para Portugal para competir o trono com seu irmão D. Miguel. A briga era entre o liberalismo e o absolutismo.  Na disputa, D. Pedro venceu, ocasionando em mudanças sociais e políticas.

Esse cenário de reivindicações políticas e exigências liberais foi crucial para o desenvolvimento do romantismo no país.

O ponto marcante da escola literária em Portugal aconteceu em 1825 com a publicação do poema “Camões”, de Almeida Garret. O autor fez uma tipo de biografia afetuosa dele mesmo.

O romantismo português é fragmentado em três partes principais:

  • Restritos ao Neoclassicismo: existia ainda resquícios do Neoclassicismo (ou Arcadismo), como por exemplo a poesia de Almeida Garret e Alexandre Herculano. Garret foi um dos pioneiros do romantismo em Portugal, muito embora ele não se intitule desse gênero, nem clássico, visto que suas publicações não tinham cunho sentimental exagerado;
  • Começo dos Excessos: os poetas, portanto, declaram-se românticos, deixando para trás as escolas conservadoras como aconteceu com o romantismo europeu. Os autores reconhecidos dessa época são: Soares de Passos e Camilo Castelo Branco. “Noivado no Sepulcro” foi a principal obra de Soares de Passos e retratava temas mais tristes. Castelo Branco foi considerado o autor das novelas com teor apaixonado e exagerado. Era um dos escritores dessa época que vivia da literatura;
  • Traços do Realismo: os poetas começam a utilizar características do Realismo em suas obras, deixando o romantismo para trás.  São João de Deus e Júlio Dinis são poetas de destaque desse momento. João de Deus teve como única produção literária “Campo de Flores”.  Diferente de Castelo Branco, Dinis retrata em suas obras um tom de otimismo e esperança. Seu trabalho mais foi conhecido foi “As Pupilas do Senhor Reitor”.

Romantismo no Brasil: Época da Poesia

No Brasil, o romantismo começou em 1.808 com a chegada da corte portuguesa. Foi a primeira escola literária do país que ganhou mais independência se comparado à literatura europeia. A figura do índio foi usada símbolo do sentimento nacionalista (uma das características marcantes da escola).

O ponto inicial do Romantismo no Brasil é a publicação das obras “Suspiros Poéticos” e “Saudades”, ambas de Gonçalves de Magalhães.

Alguns especialistas pontuam que a prosa brasileira começou, realmente, a partir do romantismo, com o surgimento dos folhetins. Esses folhetins foram o começo do que hoje é conhecido como telenovelas.

No transcorrer da literatura brasileira, esse gênero foi ganhando reconhecimento, passando a ser a principal categoria narrativa. O romance desenrola-se em torno dos acontecimentos que são preparados em uma sequência cronológica. Contém uma linguagem diversificada e livre de acordo com quem escreve.

Há um progresso no tipo de produções dos autores românticos. Ao compará-los no início e final do movimento, nota-se características particularidades de cada fase, ora parecidas, ora divergentes entre si.

Por isso ele divide-se em fases ou gerações. As principais são:

 Primeira Geração: Nacionalista ou Indianista

  • A figura do índio como herói;
  • Marcada pelo enaltecimento das belezas naturais;
  • Sentimentalismo e religiosidade;
  • Principais poetas: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre.

Segunda Geração: Geração “Mal do século” ou Ultrarromântica

  • Traz o “eu”, individualidade, egocentrismo como expressão;
  • Exaltação da morte;
  • Dúvida, desilusão juvenil;
  • Tédio;
  • Amor platônico;
  • Nostalgia, principalmente no período da infância, como fuga da realidade;
  • Poetas de destaque: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Fagundes Varela.

Terceira Geração: Libertária ou Condoreira

  • Traz temas sociais, sobretudo a abolição da escravatura;
  • Linguagem enfática;
  • Poesia social e libertária;
  • Principal poeta: Castro Alves, conhecido popularmente como “o poeta dos escravos” (sua principal obra foi “Navio Negreiro”), Tobias Barreto e Souzândrade.

Romantismo no Brasil: Época da Prosa

A prosa literária brasileira iniciou-se no Romantismo. Com o crescimento de algumas cidades, criou-se um público composto por jovens da alta sociedade que tinham tempo para leitura de romances e folhetins.

Essas pessoas tinham a literatura como distração e prazer, sofriam com as histórias e esperavam o final feliz, que era o que geralmente acontecia. Hoje, o público deu lugar as telenovelas, ainda com a intenção de se distraírem e se sentirem representadas pelos “heróis” das tramas.

As principais características do romance em prosa são:

  • Figura do herói imaginado;
  • A literatura, nesse momento, percebe a necessidade de lucrar, passando a ter um público específico;
  • Nacionalismo;
  • Lembranças usadas para elucidar fatos do presente;
  • Sentimentalismo declarado, valorização das emoções.

Ficou alguma dúvida em relação ao Romantismo? Assista ao vídeo abaixo?

Vertentes do Romance Romântico

Romance Urbano

  • Caracterizado por temas sociais, especialmente ligados a cidade do Rio de Janeiro;
  • Os principais autores desse grupo foram: José de Alencar (“Senhora”); Joaquim Manuel de Macedo (“A Moreninha”); e Manuel Antônio de Almeida (“Memórias de um Sargento de Milícias”).

Romance Sertanejo ou Regionalista

  • Diferente do romance urbano, o sertanejo foca nos temas do povo do interior e seus costumes;
  • Dentre os principais autores estão: José de Alencar (“O Sertanejo”) e Bernardo Guimarães (“A escrava Isaura”.

Romance Histórico

  • Foi nessa vertente que os românticos encontraram uma nova forma de exaltar a sua nação através de fatos e personagens que contribuíram para aquele momento da história.  
  • Os autores de destaque da época foram: José de Alencar (“As Minas de Prata”e “A guerra dos Mascates”) e Franklin Távora (“O Matuto”).

Romance Indianista

Marcado principalmente pelas obras de José de Alencar, o romance indianista traçava a figura do índio como herói, enaltecendo sua valentia, além de exaltar uma preocupação histórica como valorização das próprias origens.

  • Exaltação da paisagem brasileira;
  • Marcado pelos costumes da cultura indígena;
  • Autor de destaque: José de Alencar (“Iracema” e “O Guarani”).

Além da literatura, outras manifestações artísticas também contribuíram com o romantismo, como é o caso das artes plásticas, o teatro e a música.

Artes Plásticas

Os artistas espanhóis Francisco Goya e Eugène Delacroix marcaram o romantismo com suas pinturas. Eles retratavam a natureza, além dos problemas sociais.

Tinham apreço e expunham os sentimentos e emoções em suas obras artísticas. As produções da Alemanha também tiveram ícones, como o escritor, desenhista, escultor e pintor romântico Caspar Friedrich. Já na Inglaterra, John Constable retratava obras com crítica aos fatos urbanos.

Música

A música também foi um importante instrumento de manifestação artística do romantismo, tendo a liberdade de expressão e emoção em suas composições.

Através dela eram retratados importantes temas com apelo popular como o folclore, por exemplo. Neste período é possível destacar músicos de grande reconhecimento, são eles: Ludwig Van Beethoven, Franz Schubert, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e etc.

Teatro

No teatro, um dos grandes dramaturgos conceituados foi Goethe e Friedrich von Schiller.

Dentre as principais características, estão: religiosidade, individualismo, subjetividade, cotidiano, entre outros. Victor Hugo também teve bastante reconhecimento, levando inovações ao teatro. Almeida Garrett foi um dos grandes nomes de referência do teatro português.