Resumo de História - Revolução Francesa

A Revolução Francesa foi um movimento de insatisfação provocado por camponeses que viviam em situação de desprezo, e parte da nobreza que não aceitava o modelo de política vigente na França.

Ela aconteceu em 17 de junho de 1789, e teve como principal objetivo tornar a sociedade mais justa através da implantação de um Estado Democrático.

Na época, a França estava vivendo um momento muito conturbado. Com a predominância do regime absolutista, os burgueses se viam obrigados a pagar altos impostos para manter os luxos do clero e nobreza.

Naquela época, o país dividia a população em três estados, onde a classe menos favorecida correspondia a maior parte da população.

Primeiro Estado

Formado pelo clero, que correspondia a 2% da população. Apesar de serem minoria, eles ainda eram divididos em alto clero, formado por pessoas de origem nobre como os bispos, abades e cônicos, e o baixo clero, formado por sacerdotes de origem plebeia.

Segundo Estado

A classe nobre representava apenas 2,5% da população. Eles não pagavam impostos e ainda ocupavam cargos públicos.

Essa classe era formada por reis, a família deles e os nobres visitantes do palácio. Os que moravam no Palácio de Versalhes constituíam a Nobreza Cortesã, os nobres que viviam no interior formavam a Nobreza Provincial, já os burgueses que compravam os títulos de nobreza (cargos políticos e administrativos) eram chamados de Nobreza de Toga.

Terceiro Estado

Essa divisão correspondia a 95 % da população, responsável por bancar os gastos do reino francês. 

Era formado por burgueses (comerciantes, banqueiros, advogados, médicos), que embora possuidores de poder econômico conquistado por meio da indústria e comércio, não tinham ascensão social, direitos políticos e a sonhada liberdade econômica.

Como era governando por um rei, o modelo político do país era completamente controlado pela corte.

À Luís XIV, chamado também de Rei Sol, pertencia o poder absoluto. Com isso, todas as áreas como política, economia, justiça e até religião estavam sob o seu controle.

Como iniciou a Revolução Francesa?

Desde o momento de posse do rei Luís XIV a França já enfrentava grandes dificuldades políticas devido às dívidas externas oriundas de antigos reinados e manutenção da corte que era muito luxuosa.

A França, no final do século XVII, era um país com a produção estruturada em um modelo feudal, completamente agrária, enquanto que na Inglaterra, país rival, o país já ensaiava os sinais de uma Revolução Industrial.

Como a burguesia francesa queria acabar com o poder do rei e ainda desenvolver a indústria no país, o seu principal objetivo era excluir as restrições de liberdade de comércio internacional.  Eles viram, portanto, no Liberalismo Econômico a solução para resolver o problema do absolutismo no país.

Além disso, os burgueses exigiam a garantia de seus direitos, já que a classe era responsável pelo sustento do Estado. Paralelo a essa fase, surgia na França o Iluminismo, um movimento que espalhava duras críticas contra as práticas econômicas e mercantilistas, e aos direitos concedidos ao clero.

As instabilidades econômicas só faziam aumentar, formando uma grande insatisfação política. Isso fez com que os burgueses, já cansados da situação, se unissem ao movimento, exigindo reformas urgentes no modelo de gestão do país.

Receoso com o início da Revolução Francesa, o rei resolveu convocar os três estados para uma assembleia. Concomitante a esses acontecimentos havia uma grande onda de falência na produtividade, ocasionando a quebra do comércio nacional, falta de salários e o aumento do desemprego.

Durante a assembleia os burgueses que compreendiam o Terceiro Estado exigiram que as votações fossem realizadas individualmente, pois só assim eles conseguiram normas que os favorecessem. Porém, o Primeiro e Segundo Estado desejavam que as votações fossem por estados.

Insatisfeitos com essa situação, o Terceiro Estado e parte do Segundo Estado (baixo clero) resolvem se separar da assembleia. O rei, no entanto, incapaz de resolver tal situação, pediu para que o Primeiro Estado se unisse aos outros, mas como não obteve sucesso, reuniu o exército para conter algo que considerava uma revolta contra a ordem pública.

No entanto, a população não imaginava que na sala de jogos do salão acontecia uma reunião onde os deputados do Terceiro Estado proclamaram a Assembleia Nacional Constituinte, prometendo ficar juntos até a publicação da Constituição da França.

Com isso, grande parte da população se revoltou e foi até a Bastilha (local usado para encarcerar opositores). Após algumas horas de combate, os burgueses destruíram o local, libertando os presos e massacrando os guardas. A Tomada da Bastilha ficou, então, conhecida como o marco inicial da Revolução Francesa.

Monarquia Constitucional

Com o crescimento das batalhas, muitos camponeses começaram a invadir casas, agredir famílias dos nobres, ocupar propriedades e exigir reformas. Com medo, o rei excluiu o regime feudal dos camponeses, além de suprimir os privilégios tributários dedicados ao clero e a nobreza.

A burguesia, no entanto, preocupada com as bases doutrinárias durante a Revolução Francesa aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e Cidadão no dia 26 de agosto de 1789. Entre os princípios, estava a declaração do lema da Revolução Francesa “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Em setembro de 1791 foram divulgados os primeiros artigos da Constituição da França. Entre eles, vale destacar a monarquia como forma de governo, concentrando o poder nas mãos do rei; permanência da escravidão nas colônias; voto censitário, onde só uma parte poderia votar; nacionalização dos bens eclesiásticos, etc.

Queda da Monarquia

Durante a Revolução Francesa, os próprios revolucionários estavam divididos. De uma lados os girondinos, representantes da alta burguesia que defendiam atitudes moderadas, e do outro os jacobinos, representantes da média e baixa burguesia, tendo como líder Maximilien Robespierre.

De 1792 a 1794 foi o período em que a França viveu o seu momento de terror. A publicação das novas regras na Constituição mexeu com os sentimentos das pessoas.

A instituição do voto não universal e a permanência da escravidão nas colônias espalharam focos de guerras pelo país. Com isso, as pessoas contrárias a Revolução Francesa foram perseguidas e mortas. O próprio rei Luís XVI, inclusive, foi morto na guilhotina, em 1793.

Diretório

Pouco tempo depois, após ser detido, foi a vez de Robespierre ser executado na guilhotina (equipamento usado para decapitar os revolucionários). Diante disso, os girondinos (alta burguesia) assumiram o poder no momento que ficou conhecido como “Diretório”. Essa fase foi de 1794 a 1799.

Eles revogaram todas as medidas que os jacobinos haviam construído e elaboraram uma nova Constituição. Porém, eles não eram tão aceitos pela população, pois haviam revogado o congelamento dos preços das mercadorias, situação que aumentou a impopularidade.

Na tentativa de restabelecer a situação econômica do país eles pediram apoio ao exército. Com a ajuda do jovem general Napoleão Bonaparte aplicaram o Golpe Brumário 18, que prometia instaurar a paz por alguns anos no país.

Assim, Napoleão Bonaparte conseguiu fazer parte do Diretório e instaurar um governo burguês.

Era Napoleônica

A Revolução Francesa foi o instrumento de transição do feudalismo para o capitalismo na França. Ela promoveu a separação de poderes, criou uma nova Constituição e acabou com os privilégios do Antigo Regime.

Bonaparte, no entanto, aproveitou a sua ascensão para anunciar a dissolução do Parlamento, substituindo o calendário por três cônsules provisórios, dando início a Era Napoleônica.