Resumo de Sociologia - Racismo

Conheça as origens e formas como ele se expressa


O racismo é um sistema de opressão criado a partir da ideia de que existem diferentes raças humanas. Essa classificação biológica se deu associada a valores ideológicos, que instituíram qualidades morais, intelectuais, culturais e psicológicas hierarquicamente distintas aos sujeitos pertencentes aos diferentes grupos. Desse modo, enquanto os indivíduos de uma determinada raça eram apontados como intelectualmente desenvolvidos, os de outra eram vistos como animalescos e aptos ao trabalho braçal. 
Biologicamente, a ideia de raça já foi refutada, pois não existem elementos científicos capazes de comprovar distinções a nível racial entre os diferentes grupos humanos. Contudo, nas ciências sociais, o termo continua sendo utilizado como categoria de explicação das desigualdades e violências que a crença biológica criou. Desse modo, o conceito de racismo serve para explicar os estereótipos, interdições, desigualdades e outras violências que ainda hoje são praticados na esfera individual, institucional e estrutural a partir de uma lógica de hierarquização das características fenotípicas. 

As origens do racismo 


Ainda que seja possível observar a existência de preconceito quanto à origem dos povos desde a Antiguidade, quando todo não grego era classificado como bárbaro, é no momento da expansão marítima européia e colonização dos territórios americanos e africanos que verificamos as primeiras manifestações do racismo. Esse período, coincide com o desenvolvimento da antropologia como ciência. E os primeiros estudiosos afirmavam a existências de sociedades primitivas e civilizadas. Segundo essa lógica, todo não europeu era primitivo. 
Essa categorização, serviu, inclusive, como justificativa para o processo de exploração, escravização e morte dos indivíduos que eram considerados inferiores. Com o desenvolvimento das ciências biológicas e da Genética Humana, a partir do século XX, a classificação entre os grupos humanos a partir da ideia de raças passa a ganhar critérios biológicos, o que garante mais credibilidade ao que se constituiria como um sistema de opressão. É a partir desse período que surge a raciologia como pseudociência capaz de explicar a existência de raças humanas e apontar as características inerentes a cada uma delas. 
Outra origem apontada para o racismo são os textos bíblicos. No livro de Gênesis, a diversidade humana é explicada a partir da descendência dos filhos de Noé. De acordo com a história bíblica, ele teria tido três filhos, sendo Jafé o ancestral da raça branca; Sem teria sido o ancestral da raça amarela; e Cam o ancestral da raça negra. Contudo, esse último teve seus descendentes amaldiçoados à escravidão por ter agido mal com o pai. 

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O racismo na história da humanidade 


No contexto brasileiro, o racismo está fortemente ligado à história de exploração dos negros pelos brancos e das desigualdades sociais, violências físicas e simbólicas criadas a partir dela. Essa também é a realidade dos Estados Unidos, que assim como o Brasil foi um país no qual a mão de obra de pessoas negras escravizadas foi utilizada como motor de desenvolvimento econômico desde o período colonial. Contudo, o racismo não se enquadra somente no contexto de opressão contra pessoas negras. 
Ele foi o sistema de opressão que, na história da Alemanha nazista, propiciou a perseguição e morte dos judeus. Vale lembrar que Adolf Hitler advogava a superioridade da raça ariana enquanto atribuía aos judeus e outros grupos minoritários a responsabilidade pelo fracasso da economia alemã. Com isso, se estruturou o holocausto, um dos maiores crimes contra a humanidade internacionalmente reconhecido. 
Na história da África do Sul, verificamos como o racismo também pode ser empregado a partir de um falacioso argumento de respeito à diversidade. Esse foi o argumento que justificou a implementação do , um sistema que instituiu a separação de brancos e negros através da promulgação de leis para esse fim. Mais tarde, conjuntura semelhante seria observado com a promulgação das leis de Jim Crow, que institucionalizaram a segregação racial no sul dos Estados Unidos. 

Os tipos de racismo 


Apesar de haver a possibilidade de pensar o racismo a partir da experiência de outros grupos raciais, é importante observar que esse sistema de opressão apresenta raízes históricas que apresentam consequências estruturais para os grupos racializados ainda nos dias de hoje. Desse modo, é inconcebível pensar na existência de racismo reverso ou racismo antibranco. Contudo, esse sistema de opressão pode ser observado em diferentes níveis a partir da experiência daqueles que são subjugados.
Racismo individual – diz respeito às violências que são estruturadas no nível das relações entre os sujeitos. Aqui ele se manifesta por meio das ofensas verbais, agressões físicas, etc. 
Racismo institucional – aqui estão presentes as desigualdades nos modos como as instituições públicas e privadas se relacionam com os sujeitos. Diz o modo como uma pessoa negra é tratada ao entrar em um shopping center, por exemplo. 
Racismo estrutural – o conceito advoga que o racismo está impregnado em toda a estrutura social. Sendo assim, ele pode ser observado no sistema de justiça, política econômica, acesso à educação, serviços de saúde, infraestrutura de transporte, etc.