Resumo de Sociologia - Processo de Socialização

Aprendizagem e interiorização das normas sociais


O processo de socialização remete à forma como os indivíduos assimilam os hábitos, comportamentos, valores e crenças que conduzem a sociedade onde estão inseridos. É durante essa aprendizagem que as maneiras de pensar e agir, os traços culturais e a própria compreensão da realidade são internalizados, compartilhados e possibilitam o entendimento dos símbolos que fazem parte das relações estabelecidas entre os grupos sociais. 
Seja qual for a etnia, situação socioeconômica, educacional ou religiosa, todos os seres humanos estão constantemente em socialização. Isso acontece porque as características comportamentais e culturais de cada grupo (família, escola, trabalho, igreja, etc.) os moldam à medida que são apresentadas ao longo da vida. 

Processo de socialização e a identidade 

O processo de socialização relaciona-se com formação cultural do sujeito. Essa identidade, criada através do contato com códigos, padrões, hábitos e valores, que determina as ações na sociedade e o modo como enxergá-la. O começo da sua construção é na infância, quando os pais passam a ensinar as regras, linguagens e normas apropriadas para a vivência familiar. É a partir desse momento que os primeiros vínculos com o mundo também são estabelecidos. 
Embora a criança tenha seus próprios instintos, é a absorção dos valores e regras que reafirma o pertencimento a um determinado grupo e serve de embasamento para as formas de atuação em cada meio social que transitará no futuro. O modo de pensar, as preferências e os comportamentos herdados da família integram o conjunto de repertórios chamado pelo filósofo Pierre Bourdieu de . 
Para Bourdieu, o é o elo entre a sociedade e o indivíduo. É um elemento específico de uma classe, sendo internalizado subjetivamente pelos seus integrantes. Além disso, dá a eles uma variedade de condutas que poderão ser aplicadas de acordo com as suas relações sociais. 
Apesar da influência coletiva, o processo de socialização não ocorre do mesmo jeito para todos. E o fator decisivo é o papel social, que ordena as responsabilidades, direitos e deveres que o sujeito ou grupo deve assumir pelo fato de ocupar certa posição na sociedade. 
É por esse motivo que, segundo Émile Durkheim, a socialização se dá, na verdade, por meio da coerção. Independente dos desejos ou escolhas individuas, segue-se apenas o que é pré-estabelecido. Quando se nasce em certa sociedade cabe apenas aprender e dar continuidade às suas normas e regras.
Aqueles que não se adequam aos padrões ou desempenham o seu papel conforme o esperado ficam suscetíveis às punições, a exemplo de chacotas, episódios de discriminação e preconceito, ou exclusão social. 

Tipos de socialização

No decorrer da socialização, o indivíduo é inserido em diferentes contextos, resultando em experiências que levam à construção da identidade cultural. Para o sociólogo Anthony Giddens e outros estudiosos, esse processo é motivado por alguns agentes e acontece em duas fases distintas. São elas:
  • Primária – Período de aprendizagem na infância e que ocorre por meio das relações familiares e escolares. Esse é o momento em que os sentimentos, regras e comportamentos são nomeados e trabalhados para que haja uma repetição por parte da criança. Assim como professores e colegas, que contribuem para ampliação desse conhecimento e apresenta um novo ambiente social, os meios de comunicação – especialmente a internet – tornaram-se um dos principais agentes de socialização presentes nesta fase. 
  • Secundária – Etapa em que o indivíduo já foi inserido em diferentes contextos (espaços de trabalho, religiosos, lazer, políticos, etc.) e participou de diversas interações. Os papéis sociais também são estabelecidos, revelando os comportamentos e/ou características que precisam ser seguidos. 
Em ambos os casos, há uma internalização das práticas e visões que fazem parte da sociedade, mas também dos conflitos diante das discordâncias. Mesmo que o meio forneça os hábitos culturais que permitem a atuação do indivíduo, ele também é dotado de individualidades, vontades, opiniões – fatores que o movem ou não para direções inesperadas. 

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