Resumo de Educação Artística - Pop Art

Pop Art foi uma manifestação artística que surgiu na década de 1950 nos Estados Unidos e na Inglaterra. Essa denominação, que é uma abreviatura de Popular Art, foi dada pelo crítico inglês Lawrence Alloway para caracterizar a arte que estava sendo criada naquele período, principalmente na publicidade, nos cartazes, revistas industrializadas e também no desenho industrial.

Apesar de significar arte popular, o Pop Art nada tinha a ver com as manifestações artísticas produzidas pelas camadas populares da sociedade. Era uma interpretação dos artistas sobre a cultura até então considerada popular, além de ter sido uma reação ao Expressionismo que predominou entre 1940 e 1950.

Dessa forma, os artistas se utilizavam de figuras e elementos populares para retratar de maneira irônica a sociedade consumista que começava a se formar naquela época.

A influência desse movimento pode ser percebida até os dias atuais, desde propagandas, quadrinhos, cartuns, grafismos até moda e design.

História

O grupo de artistas ingleses Independent Group (IG), fundado em 1952 no Instituto de Arte Contemporânea em Londres, é considerado o precursor do Pop Art.

Formado pelos artistas Laurence Alloway, Eduardo Paolozzi, Richard Hamilton, Reyner Banham e Smithson, utilizavam-se dos novos meios de produção gráfica para produzir uma forma de arte que atingisse as grandes massas.

Após a exibição “This is Tomorrow”, em Londres, onde o artista Richard Hamilton apresentou a colagem “O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes” (tradução) em 1956, considerada uma das primeiras obras do Pop Art, o grupo se dissolveu, mas muitos artistas continuaram adotando as características desse movimento artístico.

Já nos Estados Unidos, os artistas iniciaram os trabalhos do movimento Pop Art isoladamente. Em 1963, duas exposições foram realizadas, “Arte 1963: novo vocabulário” e “Os novos realistas”, com obras elaboradas a partir de material publicitário.

Os principais nomes foram Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, Tom Wesselmann, além de Robert Rauschenberg, Jasper Johns, entre outros.

Características

A principal característica do Pop Art era o uso de imagens inspiradas da cultura popular nas fotografias, anúncios publicitários, desenhos de revistas, histórias em quadrinhos, latas de refrigerante, embalagens de alimento, entre outros objetos que serviam de base para a criação artística.

Vale destacar ainda o uso de cores vivas e inusitadas e a técnica de repetir várias vezes um mesmo objeto com cores diferentes, muitas vezes com um toque irônico. Outras características eram:

  • Utilização de materiais como poliéster, látex e tinha acrílica que produziam cores puras e brilhantes inspiradas na indústria e objetos de consumo;
  • Mistura de objetos reais com pintura na composição da obra;
  • Colagem como técnica de movimento;
  • As principais temáticas utilizadas nas obras eram a fama, sociedade de consumo, industrialização e sexualidade;
  • Muitas obras apresentavam pessoas de destaque da sociedade da época;
  • Utilizavam os principais meios de satisfação visual das pessoas, como histórias em quadrinho, revistas, campanhas publicitárias e comerciais de TV.

Pop Art no Brasil

Em território brasileiro, o Pop Art ganhou força na década de 1960, em meio à Ditadura Militar no Brasil, e por conta disso tornou-se um importante instrumento de crítica. Os artistas brasileiros utilizavam-se da técnica e forma do Pop Art em outros países para expressar a insatisfação com ao censura instalada pelo Regime Militar.

Materiais reutilizados em conteúdos impressos criticavam duramente a violência da ditadura militar, bem como os problemas sociais enfrentados naquele período.

Uma exposição que marcou essa época foi a “Opinião 65” realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com a participação de 17 artistas brasileiros e 13 estrangeiros. Com um caráter pluralista, a mostra buscava dar voz à juventude que, pela primeira vez na história, assumia um importante papel nos acontecimentos.

Principais artistas no Brasil e no mundo

São considerados os principais expoentes do pop art:

Andy Warhol (1927-1987): um dos artistas mais conhecidos no Pop Art, utilizava-se de retratos de ídolos do cinema e música popular como Marilyn Monroe e Elvis Presley em suas obras por considerá-las impessoais e vazias, apesar da ascensão social. Por meio da técnica de serigrafia, criticava também o consumo em massa com imagens de latas de sopa Campbell, automóveis, garrafas de Coca-Cola, entre outros.

Robert Rauschenberg (1925-2008): norte-americano, fez parte também no movimento expressionista até aderir ao Pop Art, com pinturas combinadas com garrafas de Coca-Cola, além de embalagens de produtos industrializados. A partir de 1962, adotou a técnica da serigrafia com aplicação de imagens a telas grandes juntamente com pinceladas de tinta. Foi reconhecido internacionalmente na Bienal de Veneza de 1964.

Tom Wesselmann (1931-2004): esse artista norte-americano se interessou pelo desenho durante o cumprimento do serviço militar, inicialmente com caricaturas e bandas desenhadas que representavam sátiras da vida militar. Estudou interpretação de fotografia aérea, quando passou a utilizar outros temas, e após o serviço militar, ingressou no curso de artes e passou a realizar tiras em quadrinhos para diversos jornais.

Roy Lichtenstein (1923-1997): usava as histórias em quadrinhos como tema principal das suas obras por meio de óleo e tinta acrílica, reproduzindo a mão os procedimentos gráficos também dos anúncios comerciais. Também utilizou a técnica pontilista, bem como cores brilhantes, planas e limitadas, combinando arte comercial com abstração.

Jasper Johns (1930): utilizando-se de temas como mapas, bandeiras, letras e números, esse pintor norte-americano usada uma técnica denominada encaustica, que consiste em diluir a tinta em cera quente. Passa a dar relevo aos seus quadros a partir de 1958, colocando objetos reais, como latas e escovas.

Romero Brito (1963): entre os brasileiros, este é um dos que conquistou reconhecimento internacional por meio do seu trabalho, com obras em muitas galerias do Brasil e do mundo. Suas pinturas possuem cores vibrantes e traços remarcados, além de muitas formas geométricas.

Antonio Dias (1944): participou da mostra “Opinião 65”, que foi um marco do Pop Art no Brasil durante o regime militar, utilizando-se da estética do movimento nos Estados Unidos. Posteriormente recebeu diversos prêmios, além de ter sido nomeado diretor do Instituto de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Claudio Tozzi (1944): esse brasileiro teve um papel importante no Pop Art brasileiro ao reinventar as técnicas de reprodução fotográfica além dos recursos usados nas imagens publicitárias. Sua obra “Guevara vivo ou morto” ficou exposta em Brasília em 1968 e quase foi destruída em um atentado realizado por um grupo de extrema direita.