A poliomielite é uma doença causada por vírus, no qual o poliovírus (sorotipo 1,2,3) é o principal causador. Ela é contraída através do contato direto com as secreções expelidas pela boca (muco e catarro) ou fezes de pessoas infectadas.
A poliomielite também é chamada de paralisia infantil, mas, apesar disso, a doença atinge tanto crianças quanto adultos, podendo ou não provocar a paralisia. Isso porque existem dois tipos da doença: a poliomielite paralítica e a poliomielite não-paralítica, que explicaremos mais à frente.
Como o vírus da poliomielite age no corpo?
Quando a pessoa é infectada, o vírus entra no organismo por meio da boca e nariz, multiplicando-se na garganta e trato intestinal. A partir daí, o vírus atinge a corrente sanguínea, podendo chegar ao cérebro e, quando isso acontece, a infecção ataca o sistema nervoso.
Nesses casos, o vírus da poliomielite destrói os neurônios motores e provoca a paralisia dos membros inferiores. Além disso, pode levar à morte caso as células nervosas que controlam os músculos respiratórios e de deglutição sejam infectados.
Transmissão
Além do contato direto com as pessoas infectadas, o poliovírus pode ser transmitido através de água e alimentos contaminados, no entanto, por ser muito contagiosa, também pode ser contraída pelo ar, principalmente por pessoas que convivem com portadores do vírus.
A pessoa infectada com o vírus da poliomielite é capaz de transmiti-la algumas semanas após a infecção, visto que o tempo de incubação, ou seja, o prazo entre a contaminação e o aparecimento dos primeiros sintomas pode variar de 5 a 35 dias.
Tipos de poliomielite
Como foi mencionado, a poliomielite pode ser classificada em dois tipos. Veja a diferença entre cada uma delas.
Poliomielite paralítica
Apesar de ser o tipo mais raro, esse é o caso mais grave da doença, chamada também de poliomielite abortiva, ou de outros nomes conforme a região do corpo afetada, podendo ser a medula espinhal, o tronco cerebral ou os dois.
Os sintomas iniciais da poliomielite paralítica incluem febre e dor de cabeça, parecidos com o tipo não-paralítico da doença, entretanto, os sintomas mais característicos começam a aparecer com uma semana, que são: perda de reflexos, dores musculares graves, fraqueza, ou membros soltos e flácidos.
Além disso, a pólio paralítica pode provocar a paralisia muscular temporária ou permanente do indivíduo infectado, assim como causar incapacidades e deformidades nos tornozelos, pés e quadris.
Algumas dessas deformidades podem ser corrigidas com cirurgia, entretanto, em países menos desenvolvidos, onde a infecção pelo vírus é mais comum, as crianças que sobrevivem a poliomielite podem passar a vida convivendo com deficiências.
Poliomielite não-paralítica
A pólio não-paralítica, por outro lado, é o tipo mais comum, já que a maior parte das pessoas que foram infectadas pelo vírus apresentaram os sinais dela
. Nesse tipo, pode acontecer da pessoa não apresentar nenhum sintoma, mas quando eles aparecem são similares aos da gripe, incluindo dor de garganta, febre e dor de cabeça.
Já os sintomas mais graves incluem: vômitos, fadiga, dor nas costas, fraqueza muscular, rigidez dos membros superiores e inferiores, e, em casos mais raros, sintomas de meningite. Eles duram em média de um a dez dias.
Sintomas
O sintoma mais grave da poliomielite é a paralisia ou, quando ataca as células nervosas, a morte. Porém, na maioria das vezes, a doença passa despercebida, seja por não apresentar sintomas ou por apresentar sinais parecidos com gripe e outras doenças virais moderadas.
No entanto, existem alguns sintomas que podem aparecer depois de muitos anos (uma média de 35) que a pessoa foi infectada pelo vírus. Esses sintomas são chamados de Síndrome pós-pólio e englobam:
- Atrofia muscular;
- Dor nas articulações;
- Dificuldade para deglutir ou respirar;
- Depressão ou oscilações de humor;
- Distúrbios respiratórios relacionados ao sono, a exemplo da apneia do sono;
- Exaustão;
- Intolerância ao frio;
- Problemas cognitivos, como dificuldades de memória e concentração;
- Fraqueza muscular progressiva.
Prevenção e tratamento
A forma mais eficaz de se proteger contra a poliomielite é através da vacina
. Ela é produzida a partir de vírus vivos atenuados em cultura de células derivadas, em especial de tecido renal de macacos da espécie Cercopthecos aethiops.
Existem dois tipos de vacina contra a poliomielite. Uma é a VPO-Sabin (vacina de gotinha), que deve ser aplicada aos 2,4,6, e 15 meses de idade, sendo que até completar 5 anos a criança deve receber doses de reforço anualmente. Essa vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e protege contra os três tipos de poliovírus (I, II e III).
O segundo tipo da vacina é a VIP ou Salk, indicada para pessoas com baixa imunidade, expostas ao vírus, ou que viajarão para regiões onde o vírus ainda é ativo. Ela é administrada por via intramuscular.
Com a vacinação obrigatória das crianças, a pólio foi praticamente erradicada de alguns países, a exemplo do Brasil, porém ainda continua ativo em países menos desenvolvidos, como Ásia e África.
Não há um tratamento especifico para a poliomielite além da vacina de prevenção, contudo, alguns cuidados podem ser tomados para evitar complicações e diminuir a mortalidade, como: repouso absoluto nos primeiro dias; tratamento sintomático da dor, febre, problemas urinários e intestinais; mudança frequente da posição do paciente na cama; acompanhamento ortopédico e fisioterápico.