Resumo de História - Plano Real

O Plano Real foi uma estratégia econômica desenvolvida, em 1993, durante o governo do presidente Itamar Franco cujo o intuito era conter os avanços da inflação, que chegou a atingir o seu limite máximo em apenas 12 meses, ficando superior a 2.000%.

A inflação era algo que acabava com o poder de compra dos brasileiros e a instituição do Plano Real foi importante nesse sentido, já que ajudou a estabilizar a situação financeira do país, devolvendo o poder de compra aos cidadãos.

Mas, antes de saber as principais características desse plano e de que forma ele foi instituído, é fundamental entender o conceito de inflação, já que esse termo é bastante usado na área econômica. A inflação serve para indicar o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços em um sistema econômico.

Além disso, os números da inflação geralmente são representados por uma porcentagem (%), que servem para indicar a variação dos preços de todos os produtos ofertados no mercado.

Uma vez que a inflação representa o aumento persistente dos preços, significa dizer que quanto maior for o índice da inflação, menor será o poder de compra da moeda. Com o intuito de equilibrar essa situação é que o plano econômico foi desenvolvido.

Contexto histórico

Como mencionado, a instituição do Plano Real aconteceu durante o governo de Itamar Franco, vice presidente de Fernando Collor de Mello, que assumiu a presidência após Collor ter sofrido um impeachment.

Itamar desenvolveu o Plano Real com a intenção de restabelecer a economia do país, que não ia muito bem, pois no ano em que assumiu, 1993, a inflação havia chegado no seu valor máximo, o equivalente a 6.800 %.

Antes do Plano Real ser instituído, em julho de 1994, outras medidas haviam sido tomadas na tentativa de aumentar o poder de compra dos cidadãos ou apenas conter o aumento dos produtos.

A primeira foi o Plano Cruzado criadopelo presidente José Sarney em 1986, cujo o objetivo principal era desinchar a inflação, já que após a Ditadura Militar no Brasil a dívida externa do país havia aumentado muito.

Além disso, o governo gastava mais do que arrecadava e o dinheiro público estava sendo usado de forma errada em obras superfaturadas. O Plano Cruzado ainda promoveu a substituição da moeda “cruzado” pelo “cruzeiro”.

Outra medida adotada por Sarney foi o congelamento de salários e de preços pelo período de um ano, ou seja, até que a inflação fosse equilibrada, o que não ocorreu, pois ela continuava aumentando e a economia ia perdendo lucro.

Percebendo que o primeiro plano não havia gerado resultados, Sarney então resolveu criar um segundo, o chamado Plano Bresser, instituído em 1987.  O objetivo era continuar com o congelamento dos preços, só que agora as correções seriam feitas a cada 90 dias, acompanhadas de redução salarial.

No início, o plano conseguiu cumprir com o objetivo, mas, logo em seguida, foi derrubado pela inflação. Diante dessa situação, um terceiro plano foi criado em 1989, o chamado Plano Verão.

A proposta do terceiro plano era a mesma do primeiro e segundo: reter a inflação. Assim, esse plano continuou congelando os preços e colocou mais uma moeda em circulação: o cruzado novo, que substituiu o cruzado.

Assim como os outros, o terceiro plano também deu errado. Então, no momento que assumiu o poder, em 1990, Fernando Collor colocou o "Plano Collor" em prática. Um das atitudes tomada pelo presidente para conter a inflamação foi o confisco da poupança, que, inclusive, desagradou a maioria dos brasileiros.

Nesse período, a moeda foi substituída novamente, o congelamento de preços e salários continuavam, a inflação não conseguia se manter estabilizada e a insatisfação do povo só aumentava. A sequência desses fatos resultaram no impeachment de Collor, em setembro de 1992.

Foi a partir desse momento que Itamar Franco assumiu a presidência e começou a desenhar um novo plano econômico para o Brasil: o Plano Real.

Ainda tem dúvidas? O vídeo a seguir propõe um resumo sobre o tema:

Características do plano real

Para instituir o Plano Real no Brasil, Itamar Franco convocou Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda. Assim, o plano foi elaborado, mas só foi instituído em 1994. Nesse mesmo ano ocorreu a troca de moeda, no qual o cruzeiro real substitui o cruzeiro.

Durante essa fase, o governo estabeleceu algumas metas, entre elas: o equilíbrio de contas públicas, o aumento de receitas e a diminuição de despesas. Para isso, houve o aumento de impostos e a contenção dos gastos públicos (ajuste fiscal), acompanhados pelo aumento das taxas de juros e pelo corte de repasses inconstitucionais aos estados e municípios.

Outra atitude adotada pelo Plano Real foi a implantação da Unidade Real de Valor (URV)A unidade funcionava como uma espécie de moeda virtual atrelada a cotação do dólar comercial no dia anterior.

Na prática, a compra dos produtos acontecia da seguinte forma: os preços nas prateleiras eram marcado com o valor da URV, entretanto, quando a pessoa efetuava o pagamento no caixa esse valor era convertido para a moeda circulante da época,  o cruzeiro real.

Nesse caso, a igualdade entre o cruzeiro real e a URV era atualizada todos os dias por meio de uma nota oficial emitida pelo Banco Central (BACEN), que depois era encaminhada para a mídia.

Para uma melhor compreensão imagine que em uma determinada data o preço do quilo do feijão estivesse marcado como 1 URV. Porém, no momento que chegasse ao caixa, o consumidor pagaria por este feijão o equivalente a CR$ 895,03, caso essa fosse a comparação entre as duas moedas naquele dia.

Outra mudança causada pelo Plano Real foi o lançamento da moeda real em substituição ao cruzeiro real, o que contribuiu positivamente para a economia brasileira. Ao contrário das outras trocas de moeda, essa foi avisada previamente a população. A troca foi oficializada no dia 1° de julho de 1994.

Resultados

Ao todo, o Plano Real durou de 1994 a 2002, período que finalmente o país conseguiu conter a inflação e estabilizar a economia. A fim de evitar que a inflação continuasse subindo absurdamente, o Banco Central elaborou, em 1999, metas para que não ultrapasse um teto. Desde então, a inflação tem girado em torno de 5% ao ano.