Resumo de Biologia - Microcefalia

A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro de uma criança possuem um tamanho menor que o normal para a idade, influenciando assim o seu desenvolvimento mental.

Em outras palavras, ela é uma condição clínica definido por um perímetro cefálico abaixo de 33 centímetros quando uma criança nasce, sendo ela de uma gravidez a termo, que é a definição de uma gestação que durou a partir de 39 semanas.

O diagnóstico da microcefalia é feito logo no início da vida, normalmente realizado após o nascimento do bebê, através da medição do perímetro cefálico.

Alguns dos problemas sofridos por crianças com microcefalia é a deficiência no desenvolvimento, que pode ser acompanhado de epilepsia, paralisia cerebral, problema de visão e audição, entre outros.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 90% das microcefalias são associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso.

Tratamentos, quando realizados desde os primeiros anos, podem melhorar o desenvolvimento e qualidade de vida da criança.

Causas da microcefalia

Além das questões genéticas, algumas das causas da microcefalia são:

  • Malformações do sistema nervoso central;
  • Diminuição do oxigênio para o cérebro fetal durante a gravidez;
  • Exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos na gravidez;
  • Desnutrição grave na gestação;
  • Rubéola congênita na gravidez;
  • Toxoplasmose congênita na gravidez;
  • Infecção congênita por citomegalovírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, além das causas citadas acima, o zika vírus também possui relação nos casos de microcefalia, principalmente em relação ao surto que ocorreu em 2015 na região nordeste do Brasil.

Esse vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a febre chikungunya.

Em setembro de 2016, foi publicada na revista científica Cell Host & Microbe uma pesquisa que explica que o zika vírus tem relação com os casos de microcefalia que afetam o país. Segundo análise, o vírus seria responsável por atacar células cerebrais do feto, também conhecidas como células progenitoras neurais.

Essas células são fundamentais para o crescimento dos ossos, bem como da cartilagem do crânio. Sendo assim, por isso, há uma má-formação nos crânios em bebês cujas mães tenham sido infectadas pelo vírus da zika durante a gravidez.

Além disso, em novembro de 2016, especialistas analisaram que os problemas causados pela microcefalia, através do zika vírus, podem acontecer após o nascimento. A exemplo disso, algumas crianças que nasceram com Síndrome de Zika Congênita identificadas em exames, mas sem apresentarem alterações no tamanho do crânio, começaram a apresentar a microcefalia gradativamente após um longo período.

Segundo a Organização de Saúde, outras análises precisam ser feitas para esclarecer dúvidas acerca da transmissão desse agente, bem como a sua atuação e o período de maior vulnerabilidade para a gestante. De acordo com análises iniciais, o maior risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

Diagnóstico

Como foi dito anteriormente, na maioria dos casos, o diagnóstico deve ser feito no período de até 24 horas após o nascimento. Esse é o momento ideal para o diagnóstico de possíveis anomalias congênitas.

Importante destacar que a microcefalia também pode ser diagnosticada através do pré-natal. Porém, somente o especialista que acompanha a gestação da paciente pode indicar o melhor método e exame mais indicado.

Após o nascimento, normalmente, o bebê é submetido a exames físicos, neurológicos, de imagens, bem como medição do perímetro cefálico.

Tratamento

Ainda não há um tratamento direcionado para a microcefalia. Porém, ações e acompanhamentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que contribuem para o melhor desenvolvimento da criança.

Os bebês que apresentam essa má-formação precisam ser incluídos no Programa de Estimulação Precoce, que atende crianças do nascimento aos 3 anos e 11 meses de idade e busca estimular o desenvolvimento nas áreas cognitiva, motora, emocional e de fala e linguagem, com atendimentos de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia familiar.

O exercício precoce tem a função de elevar ao máximo o potencial de cada criança, atrelando o crescimento físico, bem como o amadurecimento neurológico e do comportamento como um todo.

Recomendação para as gestantes

O Ministério da Saúde destaca que as grávidas realizem o pré-natal e todos os exames fundamentais para essa fase, além de comunicarem aos especialistas qualquer alteração fora do comum durante a gravidez. Além disso, é imprescindível que não façam uso de medicamentos sem prescrição do profissional de saúde.

Uma outra dica importante é reforçar as medidas de proteção contra o mosquito Aedes aegypi através de uso de repelentes específicos para o período gestacional, além de ser fundamental a utilização de roupas de manga compridas e se apropriar de todas as medidas necessárias para evitar o contato com o mosquito.