Resumo de Sociologia - Materialismo Dialético

Conceito para compreensão dos processos sociais


O materialismo dialético é um conceito desenvolvido pelos sociólogos e filósofos Karl Marx e Friedrich Engels. A partir dele, é possível desenvolver análises acerca das relações estabelecidas entre grupos de indivíduos e suas conexões com os processos de mudanças sociais. Esse conceito foi desenvolvido tendo como base as contribuições do filósofo grego Platão e do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel acerca de dialética. 
O conceito de materialismo dialético integra o conjunto de ideias apresentadas pelo marxismo e influencia a realização de estudos, e a produção acadêmica nos campos da sociologia e da filosofia. Continue a leitura deste artigo e descubra as origens, o que defende e de que modo esse conceito tem sido operacionalizado nesses campos de estudos. 

As origens do materialismo dialético 


O conceito de materialismo dialético foi desenvolvido por Marx e Engels para pensar as relações sociais no contexto da sociedade capitalista. Contudo, eles não foram os primeiros a refletir acerca da dialética. Pelo contrário, a contribuição dada por esses pensadores parte de uma crítica às ideias apresentadas por Platão e Hegel. A proposta de dialética que Platão ajudou a difundir defende a existência de uma hierarquia nas formas de pensamento. 
Desse modo, a dialética de Platão afirma que o conhecimento inferior, o conhecimento sensível, deve ser abandonado em benefício do conhecimento inteligível. Já na dialética do idealismo alemão apresentada por Hegel, a construção do conhecimento se dá a partir de um processo relacional e de contraposição que envolve três etapas. 
É apresentada uma tese, ao que se responde como uma antítese (afirmação que contrapõe a primeira) e a partir do diálogo entre essas duas ideias surge a síntese, que apresenta um conhecimento novo. Esse esquema tese - antítese - síntese também pode ser sintetizado como totalidade - contradição - mudança
Ao propor o conceito de materialismo dialético, Marx se contrapõe ao idealismo de Hegel e centra sua análise nas condições materiais expressas nas relações humanas. Ou seja, sua proposta foge do âmbito da abstração e pauta a realidade vivida pelos grupos sociais no contexto do capitalismo. 
Diferente de Hegel, Marx entende que os seres humanos não podem ser pensados a partir da abstração, do idealismo. Ele defende que somos formados a partir das relações sociais. Por isso, sua proposta de dialética analisa a matéria a fim de entender os fenômenos sociais e naturais

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O que propõe o materialismo dialético 


A partir da ideia de materialismo dialético, entende-se que a história é produzida a partir das relações humanas. Desse modo, ela deve ser analisada como um processo dinâmico e transitório. Sendo assim, as configurações sociais encontradas em determinado contexto histórico são passíveis de sofrer alterações, desde que haja mobilização por parte dos sujeitos. 
A principal análise marxista com base no materialismo dialético diz respeito à luta de classes necessária para a construção de uma sociedade justa e plenamente igualitária. De acordo com essa avaliação, a classe burguesa seria o equivalente à tese hegeliana ou a totalidade; o proletariado, por sua vez, corresponderia à antítese ou contradição. A mudança resultante das relações entre esses grupos seria uma sociedade sem classes, o comunismo. 

As três leis fundamentais do materialismo dialético 


A partir dos princípios fundamentais do materialismo dialético, Friedrich Engels elabora as três leis fundamentais da teoria. Essa sistematização está presente no livro “Dialética da Natureza”, uma obra inacabada na qual ele aplica alguns conceitos do pensamento marxista a diversas áreas do conhecimento. 
A primeira dessas leis é a lei da transformação. Ela é elaborada a partir do princípio de mudança qualitativa, que prega a existência de transformações sociais em diferentes ritmos e espaços temporais. A lei que ele origina afirma que as grandes transformações são resultados dos processos originados por pequenas mudanças em grandes quantidades. 
A lei da unidade e da interpretação dos contrários foi desenvolvida com base no princípio da contradição universal. Esse princípio afirma que os agentes que compõem a realidade estão envolvidos em um processo contínuo e simultâneo de união e oposição. A lei construída a partir dele reafirma esse caráter contraditório da realidade. 
Por fim, temos a lei da negação. Ela estipula o processo de produção do conhecimento como sendo proveniente da relação dialética composta pela tríade: tese, antítese e síntese. Nesse sistema, a construção de uma informação nova se dá pela negação da totalidade a partir da apresentação de uma ideia contrária.

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