Resumo de História - Ku Klux Klan

Ku Klux Klan, também conhecida pela abreviação KKK é uma organização separatista, que tem a raça branca pura como algo supremo.

A KKK já foi considerada uma organização terrorista, e apesar de ter ideais separatistas, racistas e antissemitas ainda existe. Um grupo com características fascistas e com ideais semelhantes ao nazismo.  

A Klan nasceu nos Estados Unidos da América, após a guerra que uniu os estados do norte e sul, a chamada Guerra de Secessão. A KKK faz parte da história contemporânea como um grupo que promove pensamentos semelhantes ao fascismo.  O grupo teve três fases:

  • Primeira-fase: 1865-1870, não se sabe quantos indivíduos faziam parte. A ideologia era supremacia branca, eram justiceiros e faziam o terrorismo cristão;
  • Segunda-fase: 1915-1944, teve entre 3 e 6 milhões de participantes. Eles tinham como foco o nacionalismo branco, o nativismo, o anticatolicismo e o antissemitismo;
  • Terceira-fase: 1946, contam-se entre 5 e 8 mil participantes. A ideologia era ser contra o comunismo e homossexuais, mantendo uma raiz semelhante ao nazismo e promovendo a antimiscigenação.

História da Ku Klux Klan

Primeira fase

A Guerra de Secessão foi um momento de grande virada na história da América. O país que era dividido geograficamente e ideologicamente em países do norte e países do sul passou a ser um novamente e passou a reintegrar os ex-escravos, ou seja, negros começavam, ou tentavam, ser vistos como cidadãos americanos.

Para a alta classe de brancos era um retrocesso aceitar negros como pessoas livres. De igual forma eles não aceitavam que era de religião fora do cristianismo protestante.

Os soldados derrotados na guerra resolveram se reunir em um clube no Tennesse. Era uma organização secreta, chamada de Ku Klux Klan, que estava disposta a intimidar negros afim de garantir a supremacia branca.

O nome tem origem na palavra grega Kyklos, que significa círculo, daí surgem os dois primeiros termos Ku Klux. E Klan, seria uma variação de clã, que além de ser referência ao nome dos grupos familiares antigos, tem sonoridade parecida com a do tiro de um rifle.

Como aconteceram muitos ataques no Sul dos EUA, através de uma lei federal que considerou a organização como terrorista, o grupo foi caçado e deixou de existir.

Nesse primeiro momento eles usam lençóis e mascaras, capuz, roupas diferentes com teor assustador, assim podiam assustar e esconder a identidade.

Segunda fase

Ressurgiram usando a conhecida roupa branca, já estavam mais espalhados pelo país, e atacavam principalmente nas áreas urbanas.

Nesse momento a Ku Klux Klan se levantou contra os católicos e judeus, uma vez que eram de raiz religiosa protestante.

Eles eram característicos por fazerem desfiles em massa e por praticarem rituais de queima de cruzes.

Para combater essa nova forma de união, ficou proibido usar máscaras nos Estados Unidos, com exceção do dia de todos os santos e do carnaval. Assim ficou mais difícil de se juntarem e praticarem o terror e aos poucos os membros foram deixando a organização. 

Terceira e atual fase

O retorno da Ku Klux Klan aconteceu aos poucos, e hoje ainda existe, com menos pessoas, mas com mais ideais e a mesma, ou até maior, truculência e intolerância.

Além da conhecida busca separatista em relação aos negros, católicos, judeus e homossexuais, eles também não se agradam com prostitutas, médicos charlatões e são xenófobos.

Eles acreditam muito no sangue puro anglo-saxão bem como na raça nórdica. A KKK de hoje simpatiza muito com ideais neonazistas (que cresce na Alemanha atual).

“Eu fiz parte da Ku Klux Klan” – Stetson Kennedy

Um dos grandes motivos da decadência real da KKK foi Stetson Kennedy e seu livro “Eu fiz parte da Ku Klux Klan”, que revelou segredos da organização secreta.

Stetson entrou para o grupo como infiltrado, e ao sair publicou um livro mostrando mais do que já era visto e entendido como terrorista e separatista. Ele é um jornalista, folclorista, ativista dos direitos humanos e igualdade racial.

Stetson Kennedy estava cansado de lutar contra a KKK e não ser ouvido, por não ter provas consistentes. Um dia teve a oportunidade de entrar para Klan e assim fez. Como homem branco, não foi difícil de aceitarem ele.

Em seu livro, Stetson conta desde como alguém é introduzido e aceito na Ku Kux Klan, até seus códigos secretos, ritos de queimar a cruz, músicas, lemas e tudo mais que eles tinham de secreto.

Depois de seu período como participante, recrutando todas as provas necessárias, ele conseguiu chamar atenção indo até o congresso, na capital Washington, vestido com sua roupa da KKK.

Todos que passaram por ele ficaram muito assustados ao ver um membro da Klan no congresso. Veja o relato de Stetson, em entrevista ao site da revista Vice:

“Fomos até a sede do Congresso, e eu entrei usando o meu traje e carregando uma maleta tão lotada de provas que mal conseguia fechá-la — estava transbordando de papéis. Quando bati na porta, as secretárias começaram a gritar e saíram correndo. Eu me sentei e comecei a folhear os meus papéis. Um sujeito entreabriu a porta da sala ao lado, deu uma olhada e fechou rapidinho. Seis policiais do Capitólio apareceram e eu fui detido. Fiquei muito honrado por terem mandado seis deles. Me levaram para o porão e, depois que eu me expliquei, o tenente me mandou tirar meu traje e nunca mais aparecer ali vestido daquele jeito. Isso foi o máximo que consegui com o Congresso, mas consegui chamar a atenção do público.”

Depois das revelações a organização Ku Klux Klan nunca mais foi a mesma. Mas ainda possui seus participantes e simpatizantes.

Infiltrado na Klan

Stetson Kennedy não foi o único a infiltrar-se na Ku Kux Klan. Ron Stallworth também esteve por lá, e o mais interessante dessa história é que ele era o único policial negro em seu departamento e fez parte da maior organização racista das Américas.

A história real que virou livro e posteriormente filme (Infiltrado na Klan, ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado, em 2019), conta uma das histórias do policial que trabalhava disfarçado.

Veja o trailer do filme Infiltrado na Klan. E continue lendo sobre a história do infiltrado.

Os policiais do Colorado encabeçaram uma investigação sobre Klan, e Ron Stallworth mandou uma carta para a organização pedindo para entrar, mas assinou o pedido com seu nome verdadeiro.

A KKK retornou para ele por telefone, ele atendeu e viu que ia dar certo, mas precisava pensar em algo, então enviou um colega branco que usaria o seu nome.

Desse jeito ele se infiltrou, foi membro participante e descobriu diversas ações criminosas da organização naquele lugar.

Ron Stallworth foi perguntado se em algum momento chegou a simpatizar com ideias da Ku Kux Klan e ele respondeu o seguinte:

“Não havia nenhuma simpatia. Meu único arrependimento é que nunca pude revelar quem eu era e o que estava fazendo para envergonhá-los e mostrar os idiotas que eles eram. Tive de manter o segredo. O prazer que tive foi que os fiz de trouxas e eles nunca souberam. Tenho uma satisfação nessa dualidade. Eles são um bando de racistas idiotas.”