Resumo de Antropologia - Identidade Cultural

Essência da cultura de um povo

Todas as sociedades possuem uma identidade cultural, essa marca refere-se a todos os elementos identitários de um grupo, ou seja, tudo aquilo que o simboliza ou o caracteriza. Dificilmente, os grupos sociais possuem apenas uma identidade cultural específica, até porque, assim como a cultura, a identidade pode apresentar transformações, se desenvolver, tudo isso pode depender do contexto.

Além disso, as sociedades têm encontrado cada vez mais dificuldades em manter sua identidade cultural, por causa de um fenômeno conhecido como globalização, que é responsável por inserir um padrão hegemônico de cultura, especificamente a cultura norte-americana. 

Embora o conceito de identidade cultural seja mais recente, a ideia, portanto, sempre existiu. Segundo os registros históricos, desde a antiguidade as pessoas se dividiam em grupos sociais e se organizavam para realizar tarefas e compartilhar informações.
Foi justamente a partir da interação e compartilhamento entre os seres humanos que surgiram um conjunto de hábitos e tradições. A essas características, passadas de geração em geração denomina-se cultura.
A partir das vivências desenvolvidas com aqueles que partilham dos mesmos hábitos culturais, os indivíduos vão se desenvolvendo no ambiente social, e adquirindo o sentimento de pertencimento. Aos poucos, esse sentimento se transforma na sua identidade, ou seja, aquilo que é utilizado para identificar, torná-lo diferente dos demais.
Dessa forma, pode-se afirmar que existem diversas identidades culturais no mundo, e ainda, cada agrupamento social, pode ter sua própria identidade cultural. No Brasil, por exemplo, além da identidade brasileira, as pessoas podem ter uma identidade nordestina, nortista, sulista. 



O que define a Identidade Cultural


O termo identidade refere-se, historicamente, a algo que é. Os estudos sobre a Identidade Cultural parte de duas áreas das ciências humanas, a sociologia e a antropologia. O conceito foi desenvolvido para demarcar a cultura a qual um indivíduo pertence, ou seja, quais são suas crenças, hábitos, preferências, tradições, entre outros.

Já no campo da filosofia, a palavra ganha mais uma definição, a identidade se torna a essência. Dessa forma, tudo o que é considerado como “essência” ou essencial para a cultura, é a sua identidade. Além dos aspectos que o unem enquanto povo, tudo aquilo que é produzido por ele compõe sua identidade, ou seja, sua produção científica, artística, cultural, gastronômica, religiosa, todos esses elementos tendem a formar sua criação identitária. 
A identidade cultural de uma sociedade ou grupo é tão forte que raramente as pessoas conseguem dissociá-las de seus grupos. Temos como exemplo a cultura hip hop. Logo quando surgiu, durante a década de 1980, era fácil de identificar as pessoas que faziam parte dessa comunidade por conta dos tipos de roupas que eles utilizavam. Da mesma forma, através de artigos antigos conseguimos identificar os povos originários do Brasil e de diversos lugares, porque eles usavam pinturas corporais que indicavam a qual grupo pertenciam. 

Identidade Cultural x Globalização

Com o passar dos anos, o mundo passou por várias transformações que mudaram a lógica de como as coisas são arquitetadas. Um deles foi a globalização. Esse fenômeno que chegou ao ápice século XXI trouxe consigo outro movimento, a hibridização da cultura.


A cultura híbrida, como também é chamada, é um processo no qual culturas diferentes influenciam e sofrem influência de outros lugares. Isso começou quando o capitalismo estadunidense passou a dominar as relações políticas e econômicas.

A cultura norte-americana não só invadiu os países orientais, africanos, da América do Sul, como também foi dominante nesses lugares. Até hoje, os hábitos culturais impostos pelos estadunidenses influenciam a cultura tradicional de outros locais. Isso fica visível quando percebemos o quanto temos adquirido bens materiais por influencia daquilo que vemos nos filmes, séries e novelas. O gosto musical também mudou, até a década de 1960, o comum era consumir a música popular brasileira, artistas regionais, mas após esse período, as músicas estrangeiras tem dominado essa indústria.

Esse fenômeno tem ganhado muito mais força agora com o advento da internet, que conecta pessoas de todos os lugares. A popularização não só dos programas norte-americanos, como de filmes indianos, produções da Argentina, Chile, Bolívia, chegou àqueles que não tinham acesso a essa variedade de programações. Tudo isso tem contribuído e muito para a formação de uma nova identidade cultural, que é híbrida.