A Gravidez na Adolescência consiste na gravidez de uma adolescente – pessoa que está no processo de transformação da fase infantil para a fase adulta. A causa primordial para possibilitar o acontecimento da gravidez é o primeiro período menstrual da menina, que geralmente costuma ocorrer próximo aos 12 / 15 anos.
Essa idade pode variar de acordo com fatores como etnia e peso. Atualmente, a média de idade para a primeira menstruação tem diminuído bastante. Segundo especialistas, é possível que esse fato esteja ligado à nutrição das crianças atuais.
Gravidez na Adolescência
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o período da adolescência na vida de uma pessoa vai dos 10 aos 19 anos de idade.
Mas, cada país tem uma regra específica em relação à idade em que seus cidadãos passam a ser considerados adultos.
Ainda segundo o órgão, uma gravidez nesta esta faixa etária é considerada precoce e abrange fatores que vão além dos problemas físicos. A gravidez na adolescência vem entrelaçada com problemas emocionais, sentimentais, psicológicos, sociais
e muitos outros.
Uma menina entre 12 e 16 anos geralmente não está preparada emocionalmente e mentalmente para cuidar de um bebê, tampouco de uma família.
Quando se trata do organismo da adolescente, pode-se dizer que nessa idade ela começa a se preparar para dar seguimento a uma gestação. Isto considerando que a partir da primeira menstruação a maturidade sexual já está estabelecida.
Contudo, em muitos casos, rapazes e moças nesta fase não assumem compromisso sério, e quando ocorre a gravidez inesperada um dos dois acaba abandonando a relação.
No caso da gravidez precoce é necessário entender que esse não é um problema individual das meninas. Apesar dos meninos não possuírem condições biológicas para engravidar, o fato é que um filho é concebido pelos dois e ambos terão suas vidas transformadas por inteiro.
Para diminuir o número de gravidez na adolescência, uma alternativa apontada por especialistas é a parceria entre a família e escola. Quando caminham juntas no intuito de promover ações e explicações sobre a educação sexual, diminui-se não apenas a possibilidade de uma gestação precoce, mas também o índice de DST – Doença Sexualmente Transmissível.
Pré-natal
É de fundamental importância que, quando for detectada a gravidez de uma adolescente, se inicie logo o pré-natal. Além disso, ela deve receber apoio familiar e de seu contexto social, auxílio e acompanhamento psicológico e de obstetrícia adequados para essa circunstância de fecundidade precoce.
O pré-natal envolve atendimento médico, psicológico, social e odontológico
.
Existem também atividades em grupos de gestantes, acompanhantes, aleitamento materno e para os cuidados necessários com os bebês na primeira fase da infância. Essa ação reforça o autocuidado e ajuda a desenvolver a criatividade na solução dos problemas enfrentados pelas mães adolescentes.
É importante ter um atendimento humanizado e de qualidade, tanto durante o pré-natal quanto no parto e no puerpério – período que sucede o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições de antes da gestação. Isso ajuda a diminuir possíveis agravos no seguimento da gravidez na adolescência, já que o corpo e o psicológico da mãe ainda estão em processo de amadurecimento.
A adolescente precisa ser informada sobre as mudanças previstas com a chegada de um bebê e ter seus direitos garantidos, como: ter um acompanhante de sua preferência durante a gestação, no trabalho de parto, no parto e no pós-parto. Esses direitos são garantidos de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Lei nº 11.108.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) deve conduzir a assistência pré-natal da adolescente que não for considerada gestante de alto risco, realizar todos os procedimentos da rotina de consultas do pré-natal e também fazer a solicitação de exames, imunizações e procedimentos técnicos
.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, as adolescentes grávidas têm à disposição assistência médica e psicológica em toda rede pública do país. Ainda segundo o órgão, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece consultas, exames e acompanhamento à adolescente antes, durante e depois da gestação.
Riscos e Consequências
A gravidez na adolescência é apontada como gestação de alto risco. Além das dificuldades e inquietações que acomete a mãe, a gravidez nessa faixa etária pode provocar consequências econômicas, emocionais e sociais para a saúde física e mental da mãe e da criança.
Exemplos:
- Depressão durante a gravidez e pós-parto;
- Evasão escolar;
- Maior possibilidade de aborto natural e espontâneo;
- Maior possibilidade de baixo peso e comprimento do bebê (menos de 2,5 kg e 45 cm);
- Maior possibilidade de má-formação do feto;
- Maior possibilidade de parto cesárea;
- Maior possibilidade de parto prematuro (menos de 37 semanas);
- Maiores problemas de desenvolvimento;
- Mortalidade infantil;
- Mortalidade materna;
- Muitos riscos à saúde como ruptura do colo do útero;
- Pré-eclâmpsia e eclampsia.
Métodos Contraceptivos
Buscar informações adequadas e corretas, conhecer o próprio corpo antes de começar a atividade sexual e o mais importante, não atropelar as fases da vida, saber que para tudo existe o momento certo e seguro, são as melhores formas de evitar a gravidez na adolescência.
Existem vários métodos anticoncepcionais e contraceptivos que podem evitar uma gravidez precoce e/ou indesejada. Confira:
- Preservativo (camisinha) masculino e feminino
- Diafragma
- Espermicidas
- Tabelinha
- Muco
- Temperatura
- Coito interrompido
- Pílulas anticoncepcionais
- Injeções
- Implantes
- Adesivos
- Dispositivo Intrauterino (DIU) – não adequado para adolescentes
Vale salientar a importância de procurar o médico especialista, antes de iniciar a vida sexual, para realizar todos os cuidados necessários e também verificar qual o método contraceptivo é mais indicado para cada situação específica.