Resumo de Geografia - Geografia Cultural

Geografia Cultural

A geografia cultural surgiu no final do século XIX e baseia-se no estudo de fenômenos culturais da terra, como religião, artes, modelos de linguagem e economia, ou seja, apoia-se na análise das manifestações de uma determinada organização social.

Inicialmente a geografia cultural era uma vertente da geografia humana. A partir dos anos 70, torna-se independente e passa a compreender as relações entre o homem e seu meio.

O foco de estudo da geografia cultural abrange várias áreas. Entre os assuntos observados por este campo estão: globalização, americanização, hegemonia cultural estudo das paisagens culturais e a geopolítica dos países.

Geografia Cultural: globalização

A globalização é o processo de integração econômica, política, social e cultural entre as nações do mundo. É caracterizada pela quebra ou diminuição das fronteiras econômicas e imigratórias.

A globalização começa no século XV – quando os países europeus partiram em busca de novos territórios e riquezas – e se estende até o final do século XX, com o fim da Segunda Guerra Mundial.

Além disso, após a queda da extinta União Soviética, alguns países assumiram o liberalismo e o capitalismo como forma de gestão e estrutura econômica, nascendo assim o neoliberalismo – nova economia política que impulsionou o sistema de globalização.

Esse sistema apoia-se nos seguintes características:

  • União do mercado financeiro mundial;
  • Desenvolvimento tecnológico e dos meios de comunicação;
  • Avanço da concorrência e livre mercado;
  • Surgimento de blocos econômicos;
  • Valorização da mão de obra especializada;
  • Crescimento e propagação da internet;
  • Privatização de empresas públicas;

A globalização tornou-se mais um mecanismo de dominação, pois certos modelos de consumo padronizam o estilo de vida e acabam eliminando traços culturais das regiões que se adequam aos seus métodos.

Geografia Cultural: americanização

Por causa da sua estrutura econômica, os Estados Unidos exerce grande influência no cenário financeiro internacional e acaba manipulando a abertura econômica dos países subdesenvolvidos ou emergentes.

Por outro lado, mantém ferrenhas políticas de proteção das fronteiras, controlando à entrada de produtos estrangeiros através das taxas alfandegárias.

Os EUA também é uma potência militar. Desde a segunda grande guerra inúmeros investimentos foram feitos nas forças armadas, inclusive na época de Guerra Fria (EUA x União Soviética).

Com o passar dos anos o poder armamentista americano cresceu cada vez mais. Nas Guerras do Iraque, Afeganistão, Paquistão e Síria, por exemplo, eles investiram mais de 2 trilhões de dólares, além da convocação de 1,5 milhão de militares.

No quesito cultural, os EUA difundiram sua cultura por quase todos os países. De cada dez marcas comerciais de grande sucesso, sete são americanas. O Mc Donald’s, rede de fast food que está presente em 119 países, é outro exemplo dos efeitos dessa superpotência no mundo.

Os meios de comunicação, incluindo canais de TV, séries e filmes, são vistos como um dos principais motivadores da americanização em massa.

Hegemonia Cultural

Do ponto de vista dos estudos da geografia cultural, a hegemonia é um certo tipo de controle ideológico, social, econômico e cultural de uma classe social ou país diante do outro.

A definição de hegemonia cultural baseia-se na relação entre Estado, sociedade civil, os meios de produção, as conjunturas políticas e jurídicas das sociedades. O papel da indústria e da cultura de massa também fazem parte dessa vertente.

O conceito também é aplicado nas discussões sobre o papel da mídia nas organizações modernas, especialmente sobre o poder de formar opiniões e direcionar para os métodos ideias de vida e interpretações da realidade.

Paisagem Cultural

A paisagem cultural é resultado das relações firmadas entre os indivíduos e o meio ambiente. São sistemas sociais e culturais construídos de acordo com a natureza e as atividades humanas.  

Porém, é comum associar a paisagem cultural com a paisagem humanizada (modificada), mesmo sendo concepções diferentes da geografia cultural.

A paisagem cultural é determinada pelas interações específicas (espirituais) de um determinado local que a caracteriza como singular. Isso está diretamente ligado à identidade cultural do seu povo.

Por outro lado, a paisagem humanizada corresponde as espaços que sofreram grandes transformações na sua configuração física, como nos locais que são construídos prédios, comércios e indústrias.

Sendo assim, a paisagem cultural é uma vertente da paisagem humanizada que apresenta propriedades especiais. A paisagem cultural de uma cidade pode refletir os aspectos históricos e espirituais dos seus habitantes. As igrejas, museus e monumentos são exemplos desse tipo de ligação.

No Brasil, o conjunto arquitetônico e natural da Ilha da Boa viagem, localizado na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como uma paisagem cultural, além do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, criado por Oscar Niemeyer.  

Curiosidades

  • O sertão nordestino é uma das principais paisagens culturais do Brasil.
  • O profissional que estuda paisagens, áreas ou ecologia cultural é reconhecido como geógrafo cultural.
  • Um dos principais precursores da Geografia Cultural no mundo é o geógrafo americano Carl Sauer.