Resumo de Português - Fonologia

Fonologia

A palavra fonologia tem origem grega (do grego “phonos” significa voz, emissão de som e “logia” significa “palavra”) e é a parte da linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, além de sua função no sistema de comunicação, organização e classificação.

Seu principal objeto de estudo são os fonemas (menor unidade sonora das palavras). É através da combinação de cada um desses sons que são criadas todas as palavras.

Fonologia x Fonética

A área da fonologia se assemelha e está relacionada com a fonética, porém as duas têm objetivos de estudo diferentes.

A fonética analisa a característica física da produção e da percepção dos sons da fala (chamados de fones). Já a fonologia preocupa-se com a forma como os sons se organizam no contexto de uma língua, considerando as unidades capazes de distinguir significados, que são os chamados fonemas.

A fonética se volta para os aspectos físicos dos sons da fala das pessoas, a exemplo da pronúncia, de que forma ele é escutado e falado, também observa quais são os órgãos envolvidos e quais suas funções na produção do som. Pode-se dizer, de forma mais simples, que a fonética se empenha para o que é falado e escutado, ao passo que a fonologia se concentra no estudo do que vai ser escrito, na representação gráfica dos sons.

A fonética estuda o aparelho fonador que é o conjunto de órgãos responsáveis pela fonação humana, são eles:

  • Pulmões
  • Traqueia
  • Laringe
  • Lábios
  • Dentes
  • Alvéolos
  • Palato duro
  • Palato mole
  • Parede rinofaríngea
  • Ápice da língua
  • Raiz da língua
  • Nariz
  • Movimentos dos lábios e da língua
  • Pontos de articulação
  • Obstrução do ar
  • Vibração das cortas vocais

Além disso, a fonética investiga as particularidades físicas dos sons que possibilitam a sua articulação e recepção auditiva, bem como examina e descreve os sons da fala (fones) como partes isoladas, com base em qualidades acústicas e perceptivas, em sua realização concreta.

A fonologia, por sua vez, estuda a estrutura e fragmentos silábicos, como acentuação e entonação, por exemplo. Ela considera as variações sonoras que podem interferir na compreensão da mensagem.

Fonema

Fonema é o menor fragmento sonoro que tem a capacidade de estabelecer uma diferença de significado entre as palavras. Cada parte sonora faz referência a uma imagem acústica que guardamos de cada um deles.

O fonema é constituído por essa imagem acústica, o significante. Ele é o conjunto de fonemas que ao se juntar com o significado compõe o que é conhecido por signo.

Vale lembrar que fonema não é o mesmo que letra, visto que fonema é uma unidade sonora realizada na fala, enquanto que a letra é apenas a representação gráfica do fonema.

Exemplo de análises fonológicas

  • pato e bato: são pares mínimos com [p] e [b] como sons diferentes. As duas primeiras sílabas promovem sons diferentes.
  • pato: / ‘ pato / = a primeira sílaba é tônica (indicada pelo ‘).
  • tosta: / toS ‘ taR / = a segunda sílaba é tônica (indicada pelo ‘).

Classificação dos Fonemas

Os fonemas são classificados em: vogais, semivogais e consoantes.

Vogais

São fonemas sonoros que produzem uma corrente de ar que passa pela boca, cumprindo o papel núcleo das sílabas. As vogais são classificadas conforme a posição da boca – se aberta ou entreaberta-, de acordo com o tom e à zona de articulação.

No tocante à posição da boca, as vogais podem ser orais – quando o ar sai somente pela boca, nasais – quando o ar sai pela boca e fossas nasais, átonas – vogais pronunciadas com menor intensidade, e tônicas – vogais faladas com mais intensidade.

Em relação ao tom as vogais podem ser abertas (pó), fechadas (mês), além das reduzidas, que geralmente aparecem ao final das palavras. Com relação à zona de articulação, que é a região da boca onde as vogais são pronunciadas, as vogais podem ser anteriores ou palatais. Nesse caso a língua eleva-se em direção ao céu da boca – palato duro.

Semivogais

Embora as vogais contem como fonemas isso não é via de regra. Algumas vezes os fonemas “u” e “I” não constituem vogais, eles aparecem apoiados em uma vogal, formando uma sílaba. Neste contexto, esses fonemas são designados semivogais. Diferente das vogais, as semivogais não executam o papel de núcleo silábico.

Consoantes

Neste caso, na elaboração das consoantes, a corrente de ar se depara com obstáculos que ao passar pela boca resulta em “ruídos” (não agem como núcleos silábicos). Apenas formam sílaba quando apoiadas em uma vogal.

Sílabas tônicas

Quando um ou mais fonemas são pronunciados pela mesma pessoa diz-se que formam uma sílaba. Os fonemas que formam as sílabas das palavras da língua portuguesa são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Além disso, as sílabas podem ser classificadas em:

  • Monossílabas (quando há apenas uma sílaba);
  • Dissílabas (quando há duas sílabas);
  • Trissílabas (quando há três sílabas);
  • Polissílabas (quando há mais de três sílabas).

Classificação das sílabas tônicas

De acordo com a posição da sílaba tônica, na fonologia, as palavras podem ser classificadas em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

Oxítonas

É quando a última sílaba é sílaba tônica, ou seja, aquela que é pronunciada com mais força. As sílabas restantes da palavra são átonas, logo, são pronunciadas com menor intensidade.

Exemplos: am’or’, cant’ar’, melh’or’.

Paroxítonas

É quando a palavra cujo acento tônico encontra-se na sua penúltima sílaba. Também podem ser chamadas de palavras graves. Normalmente não são acentuadas e representam a maioria das palavras da língua portuguesa.

Exemplos: a’mi’go, paran’oi’a, can’as’ço.

Proparoxítonas

É quando a palavra tem a antepenúltima sílaba como sílaba tônica, logo, a sua antepenúltima sílaba é aquela que é pronunciada com mais força.

Exemplos: mate’má’tica, ‘plás’tico, paralelepípedo.

Regras de divisão silábica

A divisão silábica deve ser feita através da soletração, uma vez que apresente o som total das letras que formam uma sílaba. Usa-se o hífen para fazer a separação das sílabas. Existem algumas regras para fazer essa divisão. É preciso compreender, todavia, quando alguns grupos consonantais e vocálicos se separam e quando ficam na mesma sílaba. São eles:

  • Ao dividir as sílabas nunca separe ditongos, tritongos, dígrafos ‘lh’, ‘nh’, ‘ch’, ‘qu’, ‘gu’, encontros consonantais puros ‘bl’, ‘cl’, ‘gl’, ‘pl’, ‘fl’, ‘br’, ‘cr’, ‘dr’, ‘gr’, ‘pr’, ‘tr’, ‘fr’,’ vr’, grupos consonantais iniciais ‘os’, ‘mn’, ‘pn’, ‘gn’ etc.
  • Separam-se, ficando em sílabas diferentes hiatos, dígrafos ‘rr’, ‘ss’, ‘sc’, ‘sç’, ‘xc’, ‘xs’, encontros consonantais disjuntos ‘advogado’ = ad-vo-ga-do, ‘afta’ = af-ta, ‘alface’ = al-fa-ce, divisão silábica de palavras com hífen ‘guarda- – chuva’, ‘vende- -se’.

Classificação dos encontros fonéticos

  • Os encontros vocálicos são: ditongo (duas vogais na mesma sílaba), hiato (2 vogais estão juntas porém em sílabas vizinhas) e tritongo (grupo de três vogais em uma única sílaba). Nestes casos, portanto, é o encontro imediato de vogais na mesma sílaba.
  • Os encontros consonantais são a sequência de duas ou mais consoantes em uma palavra, sem a existência de uma vogal intermediária. Ocorrem, geralmente, na mesma sílaba ou em sílabas diferentes.

Exemplos de encontros consonantais:

  • acto
  • flor
  • frio
  • magnético
  • pedra
  • planície
  • psicanálise
  • ritmo
  • vidraça