Resumo de Filosofia - Filosofia Cristã

Conheça os princípios e principais nomes dessa doutrina filosófica


O termo filosofia cristã diz respeito a uma corrente do pensamento filosófico que tenta conciliar razão e fé na produção de conhecimento sobre o mundo. Essa doutrina filosófica teve os padres cristãos como principais filósofos. Eles tentavam explicar a existência divina através da ciência. E, paralelo a isso, instrumentalizavam o processo de evangelização, convertendo os chamados pagãos à doutrina cristã.
O surgimento da filosofia cristã coincide com a dissolução do Império Romano. Nesse contexto, além da estrutura política e de governo, foram dissolvidas as próprias instituições e, com isso, os centros onde aconteciam a difusão da cultura também foram desagregados. É a partir desse momento que entram em ação os primeiros filósofos considerados cristãos, cuja produção intelectual filosófica baseia-se nos dogmas do cristianismo sem questioná-los.

O que prega a filosofia cristã?


Com a dissolução do Império Romano, os representantes da filosofia cristã vão tentar estabelecer uma relação harmônica entre a estrutura racional de pensamento deixada como herança greco-romana e o pensamento cristão. Nesse contexto, ao mesmo tempo em que eles partem da fé como instrumento para compreensão da realidade, a própria fé serve como mecanismo de limitação aos questionamentos que poderiam ser empreendidos na busca de conhecimento. 
Desse modo, a fé age como uma faca de dois gumes e estabelece uma relação paradoxal e limitadora dentro da filosofia cristã. A verdade dos dogmas são admitidas, mas não questionadas. Elas servem apenas como instrumentos de qualificação da argumentação racional para as evidências da explicação de Deus. Contudo, para os filósofos cristãos a concepção acerca da fé nesse contexto era de que ela atuava como definidora das metas a serem alcançadas, ao mesmo tempo em que evitava a ocorrência de falhas no processo de investigação
Apesar da existência dessa estrutura central no pensamento expresso pela filosofia cristã, é possível identificar conflitos relacionados à hierarquização entre razão e fé dentro dessa corrente filosófica. Esses conflitos são refletidos na existência de, ao menos, três correntes distintivas das concepções filosóficas existentes. São elas: 
(1) Expressa pela máxima “Creio porque absurdo”, essa corrente congrega os pensadores que acreditavam na impossibilidade de conciliar fé e razão. Por esse motivo, os filósofos que integram essa corrente adotam uma perspectiva de subjugação da razão em detrimento da exaltação da fé; 
(2) Na segunda corrente, encontramos os filósofos otimistas acerca da possibilidade de conciliar fé e razão. Contudo, a razão ainda aparece subordinada à fé. “Creio para compreender” é a máxima que os representa;
(3) Por fim, temos os pensadores que reconhecem a impossibilidade de conciliar a crença dogmática e a produção racional de conhecimento e, por assim entender, defendem que ambas devem ser tratadas de maneira isolada. Desse modo, cada uma teria seu campo próprio. Esses filósofos são representados pela máxima “Compreender para crer”. 




As principais doutrinas 
O pensamento estruturado pelos padres cristãos insere, na filosofia, conceitos e ideias intrínsecas ao cristianismo, a exemplo do criacionismo como explicação para criação do mundo; as ideias de pecado original, possibilidade de ressureição dos mortos e juízo final; e a Santíssima Trindade (pai, filho e Espírito Santo) como formas de expressão de Deus. Também são doutrinas da filosofia cristã: 
  • A concepção de que a perfeição humana deve ser alcançada através da completa entrega à Providência Divina; 
  • A separação entre Deus e o mundo material; 
  • A crença na existência de divindade no humano, que se localiza na alma; 
  • A fé na Providência Divina como controladora de todos os processos. 

Os filósofos cristãos 


Os primeiros e principais nomes da filosofia cristã são São Paulo, São João, Santo Ambrósio, Santo Eusébio e Santo Agostinho. É com as pregações de Paulo de Tarso (São Paulo) que tem início a estruturação dessa doutrina filosófica. Ele defendia que os ensinamentos deixados por Jesus Cristo deveriam ser compartilhados com todas as pessoas, não somente com os Judeus. Seu argumento era o de que Deus havia criado os homens à sua imagem e semelhança, logo todos estavam inseridos nos propósitos da fé cristã. 
As pregações feitas pelo apóstolo recebem o nome de Epístola Paulinas e compõem os livros do Novo Testamento que levam o seu nome. Na Idade Média, têm destaque os nomes de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O primeiro apresenta a ideia de que existe uma instância no indivíduo em que reside a consciência moral e o livre arbítrio. O segundo é o autor da obra “Suma Teológica”, onde organiza os princípios que regem a teologia cristã. 

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