Resumo de Português - Figuras de pensamento

As figuras de pensamento tem o objetivo de deixar a comunicação mais expressiva. Ela está no campo da semântica, o estudo do significado. Em outras palavras, a semântica se preocupa com a relação entre o que é dito e o que é representado, qual seu sentido literal ou figurado.

Geralmente as figuras de pensamento são utilizadas como um meio para modificar o sentido original da palavra, elas funcionam com uma significação simbólica.

As figuras de pensamento mais conhecidas são: antítese, apóstrofe, paradoxo, ironia, hipérbole, gradação, eufemismo, e personificação, também chamada de prosopopeia.

Conhecendo as figuras de pensamento

Ironia

A ironia é conhecida por demonstrar o contrário das palavras e expressões que são utilizadas. 

Para saber se aquela ideia expressada está no campo da ironia, é importante que o interlocutor esteja atento ao contexto em que o diálogo está acontecendo.

Por exemplo, o verão é conhecido como uma estação de alta temperatura e ondas de calor. Se alguém diz: “está tão frio que estou quase congelando” quando na verdade a temperatura está em 45º, com certeza essa pessoa está sendo irônica.

Mas se o contexto da situação fosse ignorado, talvez não estivesse tão simples assim. Apenas quem está incluído na conversa conseguiria interpretar da forma correta o que se quis dizer.  Quem não soubesse que a temperatura estava alta, talvez acreditasse que essa pessoa estava congelando de verdade.

Veja mais exemplos:

“Você fez uma ótima prova! Teve a nota mais baixa da turma.”

“Meu computador está ótimo, travando o tempo inteiro.”

Antítese

A antítese é conhecida pela oposição que faz entre duas ideias, mas esses conceitos não se anulam.

A antítese cria um jogo de palavras contrárias que expressam sentimentos, emoções e sensações. Ela é muito utilizada em contextos literários.

Por exemplo: “Tenho com João, uma relação de amor e ódio.”

Amor e ódio são duas palavras opostas mas elas não se eliminam. É como se fosse possível ter os dois sentimentos ao mesmo tempo.

“Márcia está entre a vida e a morte.”

Vida e morte são antônimos. Um é contrário do outro. Mas nesse caso eles não se anulam, apenas dão ênfase à situação.

Paradoxo

Da mesma forma que a antítese, o paradoxo, também chamado de oxímoro, faz a associação utilizando termos contraditórios. A principal diferença entre eles é que, na antítese, duas ideias opostas têm uma relação.

Já no paradoxo, a mesma ideia se apresenta em contradição. Palavras contrárias se associam a um mesmo pensamento.

O paradoxo é uma das figuras de pensamento utilizadas para dar mais expressão ao texto, só que utiliza um jeito incoerente.

Vamos observar o paradoxo através desse parágrafo retirado do soneto de Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

Através desse soneto, Camões está tentando expressar o quão contraditório pode ser o amor. Esse sentimento “amor” é associado a várias palavras que são contrárias.

Eufemismo

No eufemismo ocorre a troca de palavras e expressões em lugar de outras. Essa é uma das figuras de pensamento utilizadas para amenizar as situações, ou suavizar mensagens. As expressões são substituídas por palavras mais sutis.

Por exemplo: se a palavra pode causar um efeito ruim, impactante ou indesejado, até palavras de baixo calão, o eufemismo se encarrega de substituí-la.

“Deus tomou Maria para si” – Tomou para si substituiu a palavra “morreu”.

A palavra “morrer” também é substituída por “passou dessa para melhor.”

“A empregabilidade no Brasil passa por uma desaceleração” – Desaceleração está substituindo decadência no mercado de trabalho.

Hipérbole

A hipérbole é uma das figuras de pensamento que expressa o exagero. Ela praticamente faz oposição ao eufemismo. Enquanto uma quer amenizar, a outra intensifica.

É através do exagero, que a hipérbole enfatiza a mensagem do texto.

São exemplos:

“Já liguei para minha mãe um milhão de vezes e até agora ela não atendeu.”

 É claro que você pode ligar para uma pessoa várias vezes até seus dedos doerem, mas “um milhão de vezes” é exagero!

“Estou morrendo de frio”

Essa frase é muito utilizada quando o frio está intenso. De fato, as pessoas podem morrer por causa do frio, mas esse não é o caso aqui. O “morrer de frio” na frase só é utilizado para enfatizar a situação.

Apóstrofe

Dentre as figuras de pensamento, a apóstrofe é uma das mais fáceis de ser identificada. Ela é a figura que invoca. Ela grita, fala, se expressa através do seu chamado. Para não ter dúvida de que se trata de uma apóstrofe, procure pelo vocativo.

Para não restar dúvidas, vamos entender um pouco de vocativo primeiro e depois voltar a apóstrofe.

O vocativo é um termo que não possui relação com nenhum outro na oração. Não pertence ao sujeito nem ao predicado da frase, é utilizado apenas para chamar o ouvinte.

Vamos observar com o exemplo:

“Crianças, vamos para a e escola.” – a palavra “crianças” é o meu vocativo, pois é a ele que me dirijo.

O vocativo também pode vir acompanhado com interjeição: ó! Olá!

Agora vamos para o exemplo de apóstrofe na oração do Pai Nosso, descrita no Evangelho de Mateus.

Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.

No versículo acima, o nome de Deus está sendo invocado.

Gradação ou clímax

A gradação é uma das figuras de pensamento que apresentam hierarquia, podendo ser na ordem crescente ou decrescente.

Por exemplo: Thaís acordou, tomou banho, preparou o café, se alimentou e saiu. Esse é um tipo de gradação, ordem crescente. Ela parte de um ponto até chegar ao clímax.

Quando ela é decrescente, é chamada de “anticlímax”. Por exemplo: “a fruta amadureceu, secou e apodreceu.”

Prosopopeia ou Personificação

A personificação está na categoria das figuras de pensamento que dão a seres irracionais e objetos inanimados, ações e qualidades que são do ser humano.

Por exemplo:

“As ondas do mar cantam para nós.”
(As ondas estão praticando a ação de cantar).

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