A Esfinge de Gizé, ou Grande Esfinge de Gizé, está localizada ao norte do Egito, na margem oeste do Rio Nilo, próximo à cidade do Cairo. É uma estátua com corpo de leão e cabeça de humano.
O Egito é famoso por conta das suas estátuas gigantes, mas, situada no planalto de Gizé, a esfinge é uma das maiores estátuas do mundo, construída em uma única pedra.
Estima-se que ela foi construída no terceiro milênio antes de Cristo pelos antigos egípcios e pelo faraó Quéfren. Pesquisadores, a partir de estudos sobre o calcário do local, apontam que a estátua pode ser ainda mais antiga, de pelo menos 10 mil anos antes de Jesus Cristo.
A Esfinge faz parte da Necrópole de Gizé, um sítio arqueológico que abriga, além da estátua, três complexos de pirâmides e outras áreas históricas das civilizações do Egito Antigo.
A Grande Pirâmide Gizé, ou Pirâmide de Quéops, está entre As Sete Maravilhas do Mundo Antigo, sendo a única dentre as sete a ainda estar de pé. Já todo o Complexo de Gizé está entre As Sete Maravilhas do Mundo Moderno, recebendo o título de “Maravilha Honorária“.
História da Esfinge de Gizé
Com 73,5 metros de comprimento (aproximadamente a extensão de um campo de futebol), 19,3 metros de largura e 20,22m de altura, a Esfinge de Gizé é a maior estátua feita em monólito do mundo.
A grande esfinge é uma das maiores representantes dos mistérios do antigo Egito. Ela é composta por patas gigantes que se projetam para a frente, uma calda em forma de chicote e um corpo enorme em posição de ataque. Apesar do corpo animal, a estátua tem uma cabeça humana com o tamanho aproximado de uma casa.
A história do Egito é cercada pela construção de diversas esfinges, mas a Esfinge de Gizé foi uma das primeiras e a maior já construída.
Segundo a história egípcia, os leões simbolizam o poder do faraó. Daí a ideia de construir uma estátua com o corpo de leão. Mas a Esfinge de Gizé também é metade humana, já que possui a cabeça de um homem.
Os antigos egípcios costumavam representar os seus deuses dessa maneira. Metade animal, metade humano. Porém, nessas esculturas, os deuses possuem a cabeça de animal e o corpo de humano. Na esfinge acontece o contrário.
Nota-se que a cabeça da esfinge é a cabeça de um faraó, já que ela usa o “neme”, um adorno que os faraós usavam na cabeça, que caiam em duas tiras sobre os ombros e se prendia sobre a nuca, amarrado em formato de trança. Isso faz com que a Esfinge de Gizé seja a representação tanto de um deus, como de um faraó.
Pesquisadores apontam que a Esfinge de Gizé foi construída da seguinte maneira. Foi escavado um poço em formado de ferradura, deixando no centro um grande bloco, onde a esfinge foi entalhada. Sendo assim, tudo começou com uma possível rocha enorme, localizada no planalto de Gizé.
Atualmente a esfinge possui uma tonalidade de areia, mas, de acordo com os estudos, ela pode ter sido colorida no passado. Ainda é possível encontrar traços de tinta azul na face da esfinge, próximo à orelha, quando vista de muito perto. Acredita-se que a sua face era vermelha, e o pano sobre a cabeça era amarelo e azul.
A Grande Esfinge e as Pirâmides do Egito, ajudaram a construir o que o Egito é e representa hoje para a arquitetura mundial.
Curiosidades sobre a Esfinge de Gizé
- A sua cabeça é voltada para o nascente. Os egípcios acreditavam que, assim como o sol, eles também renasceriam.
- Só a boca da esfinge mede 2 metros e 30 centímetros. O nariz mede aproximadamente um metro e 70 centímetros, e as orelhas um metro e 32 centímetros.
- Entre as patas do leão, encontra-se uma inscrição com um sonho, tido pelo faraó Tutmósis. No sonho, ele ouvia a voz da esfinge, que teve o corpo enterrado pelas areias do deserto, ficando apenas com a cabeça para fora. Segundo o sonho, a esfinge pedia para ser desenterrada, e quem o fizesse viraria um grande rei. Tutmósis, portanto, só conseguiu desenterrar as patas da estátua.
- Os egípcios usavam a palavra “sehesep-ankh” para identificar a esfinge. A tradução é algo como “imagem viva”.
- Dentro da esfinge foram encontradas diversas múmias. Os egípcios acreditavam que os faraós eram eternos, e, sendo assim, conservavam os seus corpos com a técnica da mumificação, deixando-os dentro de grandes monumentos.
- Até Dom Pedro II e a Família Real Portuguesa fizeram uma visita à Esfinge de Gizé, em 1871.
O complexo de Gizé
Complexo de Gizé é como ficou conhecido o sítio arqueológico onde está a esfinge. O complexo está situado há cerca de 20 quilômetros do Cairo, a capital do Egito.
Nele também se encontram a Grande Pirâmide, ou Pirâmide de Quéops, como ficou conhecida, a Pirâmide de Quéfren, e a menor delas, a Pirâmide de Miquerinos.
Além de integrar as litas de Maravilhas do Mundo, o Complexo de Gizé é considerado também como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas (Unesco).
O mistério sobre o nariz da esfinge
Existem muitas versões para o desaparecimento do nariz da Esfinge de Gizé.
Uma das teorias que mais é contada é a de que Napoleão, líder militar da Revolução Francesa, e o seu exército, foram os responsáveis pela destruição. De acordo com as histórias, eles usaram canhões, quando invadiram o Egito em 1798.
Outra versão é a de que a milícia turco-egípcia, que comandava o país na época, foi a responsável pelo ato de destruição.
Essas versões foram desmentidas após o surgimento de um desenho feito em 1737 pelo arquiteto Dane Frederic Louis Norden, que já mostrava a esfinge sem o seu nariz.
Também existe a versão de que o muçulmano Sa’im al-Dahr, em 1378 antes de Cristo, se revoltou com a quantidade de oferendas que eram colocadas no monumento, e destruiu o seu nariz.
Outra possibilidade é a de que os cristãos coptas, que tem a mesma origem dos antigos egípcios, tinham retirado o nariz usando barras de metal e cinzéis, baseados na crença de que, como forma de castigo e de fácil reconhecimento, os ladrões deveriam ter o seu nariz retirado. Só não se sabe porque fariam isso com estátuas.
A relação do povo egípcio com os faraós
A civilização egípcia tinha a crença de que os faraós representavam a comunicação entre os humanos e os deuses e, por conta disso, eram seres sagrados. Para eles, após a morte, o espírito permanecia no corpo, por isso os corpos dos faraós deveriam ser guardados.
Eles criaram então o processo de mumificação desses corpos, que eram tratados com óleo e enrolados com faixas que faziam com que eles não se desgastassem com o tempo.
Esses corpos eram guardados dentro das pirâmides, e por isso elas são consideradas tão sagradas para o povo egípcio.