Conheça as contribuições dessa instituição para o pensamento moderno
A Escola de Frankfurt foi uma das instituições mais importantes para pensar a cultura e a sociedade. Ela surgiu no início do século XX e seus pensadores desenvolveram reflexões filosóficas e sociológicas que orientam a realização de estudos e de reflexões críticas até os dias de hoje. A escola era formada por pensadores marxistas do Instituto para Pesquisa Social, vinculado à Universidade de Frankfurt, na Alemanha.
A Teoria Crítica e o conceito de Indústria Cultural estão entre as principais contribuições oferecidas pelos teóricos da Escola de Frankfurt. A primeira recebe esse nome porque apresenta uma postura crítica à construção cartesiana do pensamento presente nas teorias positivas e também pela leitura crítica que ela propõe ao pensamento de Karl Marx. A Indústria Cultural diz respeito à padronização de produtos da cultura.
As implicações do contexto histórico no pensamento da Escola de Frankfurt
O contexto histórico em que surge a Escola de Frankfurt coincide com marcos acontecimentos importantes da história mundial. No início do século XX, nos 1920, acontece a Primeira Guerra Mundial e, ao final da década, o mundo irá sucumbir à crise de 1929. Nesse período, as discussões em torno da implementação de regimes socialistas ganhavam força, ainda que houvesse diferentes perspectivas acerca de como deveria ser feito.
Uma das perspectivas era a defendida pelos intelectuais que, mais tarde, iriam integrar a Escola de Frankurt. Para eles, era importante que as ideias de Marx foram implementadas tendo em vista o cenário observado no século XX. Essa foi uma das questões discutidas no Primeira Semana de Trabalho Marxista, que resultou na criação do Instituto de Pesquisa Social.
O contexto de mudanças tecnológicas e reconfiguração social vivido durante o período de surgimento da Escola de Frankfurt também contribuiu para que os filósofos questionassem as ideias apresentadas pelos iluministas. Os frankfurtianos colocaram em xeque a ideia de que o avanço moral da sociedade caminharia lado a lado com o avanço científico que deveria ser compartilhado pela escolarização.
Essa perspectiva era defendida por iluministas, como Voltaire, Montesquieu, Diderot e D’Allambert. E estava presente no pensamento positivista, que prega a ideia de que o avanço social somente acontece com a criação e disseminação científica, que possibilitaria a reorganização social tendo como foco o desenvolvimento europeu, em especial o francês.
A experiência da Primeira Guerra Mundial e a perseguição nazista são os, principais, fatos que evidenciam para os filósofos frankfurtianos como o pensamento Iluminista e do Positivismo estavam equivocados. Nesse sentido, é importante ressaltar que os pensadores da Escola de Frankfurt eram judeus e em decorrência da ascensão do nazismo, o Instituto de Pesquisa Social foi transferido para Genebra e Paris. Em seguida, mudou para Nova Iorque e só voltou à Frankfurt em 1953.
O conceito de Industria Cultural é uma das grandes contribuições dada pela Escola de Frankfurt. Ele denuncia a existência de uma lógica de produção padronizada, como a existente nos contextos industriais de fabricação seriada, no fazer artístico e cultural. Esse fenômeno teria se tornado possível em virtude das mudanças ocorridas nas formas de trabalho e pela emergência dos meios de comunicação.
Os pensadores da Escola de Franfurt
Como já foi dito anteriormente, a Escola de Frankfurt era formada por pensadores marxistas. Desse modo, as reflexões produzidas por eles apresentam uma visão do sistema capitalista. Em seus trabalhos é possível observar a denúncia das formas de dominação presentes na política, economia, cultura e psicologia da sociedade moderna. Entre os nomes mais importantes estão:
- Max Horkheimer (1895-1973) - era filósofo e sociólogo. Junto com Adorno, desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, presente no livro "A Dialética do Esclarecimento";
- Theodor W. Adorno (1903-1969) - foi filósofo, sociólogo e músico. Autor dos livros "Dialética Negativa", "A Ideia de História Natural" e defensor da educação como forma de emancipação do sujeito;
- Herbert Marcuse (1898-1979) - seus estudos se dedicam a apontar as relações entre capitalismo e sexualidade, bem como as questões envolvendo raça e exclusão social;
- Friedrich Pollock (1894-1970) - foi cofundador do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt. Seus trabalhos mais proeminentes estudam as relações entre capitalismo e Estado;
- Erich Fromm (1900-1980) - suas reflexões utilizam bases do pensamento marxista aliadas a elementos da psicanálise. Em seus trabalhos, ele analisa as relações sociais, a família e outras elementos que interferem na formação da pessoa;
- Jürgen Habermas – esse pensador, ainda vivo, faz parte da segunda geração da Escola de Frankfurt. Seus trabalhos analisam as relações entre ética e política.