Resumo de Biologia - Erisipela

A erisipela é uma doença causada pela bactéria Estreptococo beta-hemolítico, do grupo A. Ela provoca a infecção do tecido celular subcutâneo, ou seja, a gordura que está abaixo da pele, com grande envolvimento dos vasos linfáticos. Por esse motivo, também é chamada de linfangite.

Normalmente, sua causa está relacionada a condições que servem como “porta de entrada” para as bactérias. Tais condições podem ser: a picada de um inseto, feridas ou cortes na pele, rachaduras nos pés e até mesmo a manipulação inadequada das unhas.

Quando essas lesões acontecem, as bactérias penetram na pele, espalhando-se com grande velocidade até atingir as camadas subcutâneas inferiores. A erisipela atinge mais a perna, entretanto, a infecção pode aparecer na face ou nos membros superiores.

Apesar de pouco conhecida, os especialistas explicam que a doença fica mais recorrente no outono, época em que a temperatura cai e a umidade diminui, o que favorece a proliferação de agentes infecciosos. Contudo, para isso acontecer é necessário que haja algum tipo de ferida na pele.

No vídeo abaixo, confira maiores explicações sobre essa doença e suas formas de tratamento.

Causas da erisipela

Como foi dito, a erisipela é causada principalmente pela bactéria Estreptococo, do grupo A, mas também pode acontecer de ser causada pela bactéria Haemophilus influenzae, tipo B. Existe alguns fatores de risco que, somados às portas de entrada, aumentam as chances de aparecimento da lesão. São eles:

  • Pé de atleta (frieiras);
  • Insuficiência venosa;
  • Tendência a varizes;
  • Ferimentos constantes nos pés;
  • Pacientes com diabetes não compensada;
  • Pessoas que sofrem com a obesidade;
  • Pessoas com a imunidade afetada por tratamento com o uso de drogas imunossupressoras e quimioterapia.

A erisipela pode acometer tanto as crianças como os adultos, porém, é mais comum que os adultos desenvolvam a doença devido aos fatores de risco apresentados.

Sintomas

Entre os sintomas característicos da erisipela, os mais comuns são:

  • Vermelhidão;
  • Dores;
  • Inchaço (edema).

Além destes, os sintomas podem vir acompanhados de febre alta, calafrios, mal-estar, náuseas e vômitos, desânimo, bolhas de conteúdo amarelado, aumento progressivo da lesão e, em alguns casos, aumento dos gânglios linfáticos da virilha.

Na maioria das vezes, o quadro tem início súbito e, ao contrário da celulite infecciosa, na erisipela o aparecimento de adenomegalia inflamatória é muito comum, pois a doença apresenta bordas bem demarcadas e elevadas.

Em casos mais graves, pode acontecer a formação de bolhas que, se não cuidadas, evoluem para um quadro de infecção generalizada, bem como evoluir para outras doenças como a trombose e a elefantíase.

Tratamento

A erisipela é uma das doenças causadas por bactérias, portanto, quando diagnosticada e rapidamente  tratada com o antibiótico adequado, é possível que a doença seja curada sem maiores complicações. Sendo assim, o tratamento precisa acontecer imediatamente.

Na fase inicial da doença, o tratamento deve ser feito com o uso de antibióticos orais, como a penicilina procaína ou cristalina, que são os mais usados. Porém, de acordo com a resistência da bactéria, outros antibióticos poderão ser usados.

Além disso, é importante que o paciente da doença tenha repouso e realize a elevação do membro afetado por pelo menos duas semanas, a fim de evitar recidivas. As pessoas com risco de tromboembolia venosa podem necessitar de anticoagulantes.

Outra recomendação a ser seguida é que o paciente resfrie o inchaço e aplique envoltórios antissépticos úmidos no local. A cirurgia só será indicada em casos bem graves, resultados de complicações como a necrose, abscessos ou gangrena, na qual há tecido desvitalizado que precisa ser retirado.

Alguns pacientes com quadros recorrentes de doença, na maioria das vezes, precisam aprender a conviver com a doença, por isso, é indicado seguir algumas orientações, como:

  • Fazer exercícios físicos regularmente;
  • Utilizar antibióticos profiláticos a cada 21 dias com penicilina benzatina;
  • Usar meias de compressão diariamente, a fim de garantir a hidratação da pele;
  • Adotar uma dieta saudável, com alimentos nutritivos e sem álcool para manter o peso controlado.

Vale ressaltar que pacientes com diabetes, portadores de patologias cardíacas ou que tenham insuficiência renal, necessitam de cuidados mais específicos. Pessoas idosas e crianças devem ter atenção redobrada com a recuperação, uma vez que a imunidade delas costuma ser mais baixa.

Como prevenir a erisipela?

A melhor maneira de prevenir a erisipela é tratar os ferimentos de forma adequada e evitar as “portas de entrada” (ferimentos, micoses, cortes, traumas, picadas). Diante disso, o paciente deve ainda:

  • Higienizar corretamente as feridas;
  • Ter atitudes que reduzam a insuficiência linfática e venosa;
  • Manter o controle da diabetes;
  • Manter bem enxuto o espaço entre os dedos dos pés para evitar a proliferação de fungos, pois elas provocam lesões por onde a bactéria da erisipela pode penetrar.

Nos casos de pacientes já contaminados pela doença, é necessário fazer a descolonização da pele e, em casos recorrentes, aplicar a penicilina benzatina intramuscular a cada 21 dias.