Resumo de Biologia - Embriologia

Embriologia humana

Embriologia é o campo da Biologia que estuda o processo de desenvolvimento dos embriões que dão origem aos seres vivos, desde a fecundação até a formação do ser, analisando todas essas etapas.

A necessidade de compreender de que maneira os indivíduos se desenvolvem a partir do ato sexual data de muitos anos antes de Cristo, com Aristóteles. A evolução desses estudos tem grande importância para a vida humana, principalmente na área da obstetrícia.

Atualmente, os obstetras se utilizam dessas informações para identificar o desenvolvimento normal de um feto ou as causas de possíveis anomalias, permitindo assim que o bebê tenha mais chances de nascer sadio.

História

Aristóteles foi um dos pioneiros nos estudos da embriologia ao defender a Teoria da Epigênese. A partir das observações de um embrião de galinha, por exemplo, ele percebeu que o animal gradualmente adquiriu forma.

Aristóteles concluiu, então, que o organismo não estava formado no ovo fertilizado, mas crescia progressivamente a partir de alterações ocorridas durante o processo de desenvolvimento do embrião.

Caspar Fredriech Wolff retomou esse conceito no século XVIII, também por meio de uma análise mais avançada dos embriões de galinha, e reafirmou que o corpo de um organismo tem estágios de desenvolvimento. Ele é considerado o “Pai da Embriologia”, ainda que não tenha sido o primeiro a chegar a essa constatação.

Anos depois, o surgimento da microscopia no século XIX possibilitou que muitos biólogos examinassem o embrião e percebessem as mudanças nas suas diferentes fases, o que comprovou o conceito da Epigênese.

Áreas de estudo da Embriologia

Todo o processo de desenvolvimento embrionário, desde a fecundação à formação do zigoto e de todos os órgãos são analisados pela embriologia, tanto de seres humanos, como animais e vegetais. Dessa forma, ela é dividida em:

  • Embriologia Humana: estuda esse processo nos embriões humanos, identificando anomalias e malformações.
  • Embriologia Comparada: analisa embriões de diferentes espécies animais.
  • Embriologia Vegetal: estuda os estágios de formação das plantas.

Desenvolvimento dos embriões humanos

O desenvolvimento de um embrião humano passa por diversas etapas. São elas: fecundação, segmentação, gastrulação e organogênese.

Fecundação

É o processo que acontece quando gametas (células responsáveis pela reprodução) femininos e masculinos encontram-se. Nesse momento, o espermatozoide penetra o óvulo e os núcleos dos gametas se fundem e formam o zigoto.

Segmentação

Após a fecundação inicia-se o processo de segmentação ou clivagem, que são as repetidas divisões do zigoto que geram um aumento no número de células.

Na primeira divisão, o zigoto se divide em duas células conhecidas como blastômeros; na sequência separam-se em quatro blastômeros, oito, e assim sucessivamente. Em aproximadamente uma semana, quando chega no estágio denominado blastocisto, se fixa na parede uterina.

Gastrulação

Nessa etapa, além do aumento no número de células, o embrião também apresenta aumento no seu volume total. Os três folhetos embrionários ou germinativos – camadas de células que dão origem aos tecidos e órgãos – são formados. São eles: ectoderma, mesoderma e endoderma.

Organogênese

Essa é a última fase do desenvolvimento do embrião, quando ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos. Nessa fase ocorre a neurulação, com a formação do tubo neural, quando o embrião recebe o nome de nêurula.

Por volta do 56º dia ou oitava semana de gestação, a organogênese termina. O embrião mede cerca de 3cm de comprimento. A partir da nona semana, o ser vivo em formação passa a ser chamado de feto.

O nascimento ocorre, em média, durante a 38ª semana de gestação.

Importância da embriologia

No início desse texto foi citada a importância da embriologia para a humanidade. Minimizar os riscos que ocorrem durante a gestação, compreender o que leva ao surgimento de doenças congênitas são apenas algumas delas.

Os muitos mecanismos para criação de ovos fertilizados in vitro, por exemplo, tem realizado o sonho de muitas melhores que enfrentam dificuldades para engravidar em se tornarem mães.

Esse tratamento de reprodução humana consiste na realização da fecundação do ovo com o espermatozoide. O processo requer o cultivo em laboratório, que possibilita a observação do desenvolvimento adequado dos embriões e posteriormente a transferência ao útero materno.

Outra maneira é através da inseminação artificial, quando uma amostra de esperma é inserida no útero da mulher de forma a aumentar a chance de fecundação.

O estudo de células-tronco embrionárias é mais um dos importantes benefícios da embriologia. Elas são encontradas nos embriões, aproximadamente cinco dias após a fecundação, e são chamadas pluripotentes por sua capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta.

Muitas pesquisas ainda estão em andamento, mas especialistas acreditam que as células-tronco poderão ser utilizadas para o tratamento de diversas doenças, como leucemia, epilepsia, Alzheimer e Parkinson.

Portanto, a embriologia é fundamental para o desenvolvimento da vida humana nos mais diversos aspectos, tanto na identificação de possíveis anomalias de embriões em formação, como na possibilidade de gerar vida por meio da fertilização e a probabilidade de curar doenças que prejudicam a qualidade das pessoas afetadas.