Resumo de Biologia - Dislexia

A dislexia do desenvolvimento é um distúrbio específico de aprendizagem. Trata-se de um transtorno genético e hereditário, causado por uma alteração cromossômica hereditária e sua origem é neurobiológica

É definida pela dificuldade no reconhecimento exato e/ou fluente da palavra, na capacidade de leitura e de soletração. Os disléxicos podem apresentar problemas também na área de ciências exatas. Os sintomas são mais visíveis na fase de alfabetização.

Essa dificuldade geralmente é resultados de uma carência no elemento fonológico da linguagem. Tem caráter genético e não está associada ao déficit de inteligência.

O vocábulo dislexia tem origem no grego e formado pelas palavras: dis que significa “distúrbio” ou “difícil” mais lexis que significa “palavra”.

Causas 

O problema pode ser causado por distúrbios neurológicos que acabam afetando o processo fonológico, por conta das mutações em áreas específicas do cérebro. Estudiosos acreditam que a causa é genética e ambiental.

O distúrbio pode estar associado também com a produção exagerada de testosterona pela mãe durante a gestação.

Tipos 

Os tipos mais comuns do transtorno são:

  • Dislexia auditiva – Acontece por causa da carência de percepção dos sons, que pode provocar dificuldade com a fala.
  • Dislexia visual – Quando existe dificuldade em diferenciar os lados direito e esquerdo, erros na leitura por causa da má visualização das palavras.
  • Dislexia mista – União de dois ou mais tipos do transtorno. Dificuldades auditivas e visuais ao mesmo tempo.
  • Dislexia diseidética – Dificuldade na percepção visual, na percepção gestáltica, na análise e síntese de fonemas.
  • Dislexia disfonética – Dificuldades e percepção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais e nas percepções da sucessão e da duração.

Sintomas 

A dislexia possui sintomas variados que diferem de acordo com os níveis de gravidade, e ficam mais claros durante a alfabetização. O primeiro indício do distúrbio é a dificuldade em conectar a palavra escrita ao som da fala.

Crianças disléxicas demoram mais para aprender a ler, quando aprendem não conseguem ler em voz alta com fluência e não conseguem interpretar o que acabou de ler. Há também a escrita espelhada que é o hábito de escrever as palavras de trás para frente.

As dificuldades mais comuns são:

  • Atraso na coordenação motora e na fala ou fala prejudicada;
  • Baixa autoestima;
  • Confundir letras ou palavras que soam parecidas;
  • Problemas de coordenação motora, organização temporal e espacial;
  • Dificuldade para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia);
  • Dificuldade em copiar de livros ou de lousa;
  • Dificuldade em manusear mapas, consultar dicionários, fazer pesquisas e decorar informações;
  • Dificuldade para estudar;
  • Dispersão intensa;
  • Falta de atenção;
  • Não consegue identificar fonemas, associar às letras e reconhecer rimas e aliterações;
  • Dificuldade para interpretar e compreender textos;
  • Não associa letras e sons;
  • Regras ortográficas: acréscimo, erro, inversão, omissão ou troca de letras e sílabas (disgrafia).

Disléxicos x Não-disléxicos

Quem não tem dislexia usa as três áreas do cérebro quando lê: a primeira identifica as letras, a segunda provoca o entendimento do significado da palavra e a terceira executa todas as informações. As duas primeiras áreas são menos ativas nos disléxicos.

As pessoas disléxicas possuem o lado direito do cérebro mais ativo e desenvolvido, e a parte frontal é obrigada a trabalhar mais. Pode causar mau funcionamento do cérebro; atraso no amadurecimento do sistema nervoso central; falha na comunicação entre os neurônios, dificultando as funções de coordenação; perturbações no parto ou início da vida podem indicar o transtorno.

Por outro lado, os disléxicos têm facilidade em conteúdos ligados às artes, criatividade, esporte, mecânica e solução de problemas. 

Tratamento 

O tratamento do disléxico envolve profissionais especialistas de áreas como: fonoaudiologia, pedagogia, neurologia, neuropsicologia, psicologia, psicopedagogia e terapias ocupacionais. Além desses profissionais, a parceria entre família e escola pode ajudar muito o portador do transtorno a superar suas dificuldades e consequências.

É possível identificar o problema em crianças a partir dos cincos anos de idade. Caso haja ocorrências na família, essa possibilidade aumenta consideravelmente. O tratamento é multidisciplinar onde o sujeito desenvolve habilidades básicas importantes para um processo de aprendizado efetivo.

Ainda não há cura para o transtorno da dislexia, mas o tratamento tem bastante êxito. É importante ressaltar a necessidade de desenvolver métodos adequados de ensino para o disléxico, apesar disso não ocasionar a cura, pode abreviar o grau dos sintomas. Existem duas formas de alfabetizar aplicando o tratamento do distúrbio:

  • Método fônico – é uma ferramenta que deve usada em crianças mais novas, no período de alfabetização. 
  • Método multissensorial – realizado com crianças mais velhas que apresentem histórico de dificuldade escolar.