O daltonismo é um tipo de deficiência visual em que as pessoas acometidas (daltônicos) não têm a capacidade de reconhecer ou diferenciar algumas cores, principalmente os tons de verde e vermelho.
Na maioria dos casos, a doença é de origem genética e acompanha o indivíduo desde o seu nascimento.
Normalmente, a doença costuma aparecer em homens, pois eles têm mais chances de sofrer alterações nos cromossomos. Quando descoberto no início, existem tratamentos que ajudam a reduzir os sintomas.
Como o daltonismo acontece?
Como foi explicado no tópico anterior, a maioria dos casos de daltonismo ocorrem por herança genética. Quando isso acontece, significa que o bebê sofreu uma alteração em todos os seus cromossomos X, já que a doença está ligada diretamente a esse cromossomo sexual.
Os cromossomos X e Y definem o sexo masculino, enquanto o feminino é determinado por dois cromossomos X, que são herdados dos pais. A mãe sempre será a responsável por fornecer um cromossomo X, já o pai poderá fornecer o X ou Y ao bebê.
Embora seja uma doença recessiva, o daltonismo sempre irá se manifestar em pessoas que tiveram todos os cromossomos X alterados.
Ou seja, para uma mulher ter a doença, ela precisa herdar o cromossomo alterado tanto do pai quanto da mãe, enquanto o homem só precisa herdar o X alterado da mãe.
O daltonismo recebeu esse nome em homenagem ao químico inglês John Dalton, que foi o primeiro a estudar as características da deficiência genética.
Causas
Quando uma pessoa é daltônica, significa que ela sofre com alterações de pigmentos em determinadas células nervosas do olho. Na retina, existem dois tipos de células fotossensoras: os cones e os bastonetes.
Os cones são de três tipos diferentes. Eles são responsáveis pela visão diurna e percepção das cores. Cada um dos cones responde ao comprimento de onda das cores: vermelho, verde, azul e suas variantes.
Já os bastonetes não são sensíveis à diferenciação de cor. Eles funcionam com pouca luz e, por isso, possibilitam melhor visão noturna e periférica, produzindo imagens em preto e branco com todas as suas gradações.
No entanto, a causa do daltonismo ocorre devido a uma alteração no pigmento dos cones ou em razão da ausência dessas células.
Mesmo que apenas um pigmento esteja faltando, a pessoa pode apresentar problemas para identificar diversas cores, tonalidades e brilho.
O daltonismo somente pode ser causado por um dos tipos de mutações gênicas, que ocorre no cromossomo X. Porém algumas deficiências visuais, como o glaucoma ou a degeneração macular, podem causar confusão na percepção das cores.
Além delas, outras doenças, como diabetes, doenças de Alzheimer e Parkinson, leucemia e anemia falciforme contribuem para essa alteração.
Tipos de daltonismo
Esse tipo de deficiência visual é dividida em três principais tipos:
- Protanopia:
esse é o tipo mais comum de daltonismo
, a sua principal característica é a diminuição ou ausência do pigmento vermelho, sensível às ondas de comprimento longo. No lugar do vermelho, enxerga tons de marrom, verde ou cinza, mas pode variar de acordo com a quantidade de pigmentos que o objeto possui. - Deuteranopia: a pessoa com deuteranopia tem grande dificuldade para enxergar a cor verde, pois existe a ausência ou diminuição dos cones verdes sensíveis às ondas de comprimento médio. Na falta deles, o daltônico enxerga em tons de marrom;
- Tritanopia: nessa classificação, o daltônico sente dificuldade para enxergar e distinguir os tons de azul e amarelo. Ele não perde totalmente a noção do azul, mas o enxerga em tonalidades diferentes. Já a cor amarela vira um tom de rosa-claro. Além disso, a pessoa com tritanopia não enxergam a cor laranja.
Diagnóstico
Para identificar a doença existem três exames que permitem não apenas o diagnóstico, como determina o grau de comprometimento na percepção das cores. Eles são: o anomaloscópio de Nagelan, as lãs de Holmgren e o teste de cores de Ishihara.
Este último é mais conhecido. Ele utiliza cartões com uma grande quantidade de pontos coloridos e no centro contém uma letra ou um número. Nesse teste, o número só será identificado por pessoas que não são daltônicas.
Para as crianças não alfabetizadas foi elaborado um teste que usa cartões com desenhos e figuras geométricas no centro, sendo mais fáceis de serem reconhecidos.
Na figura abaixo você verá o teste de cores de Ishihara. Se enxergar o número 3, provavelmente não é daltônico.
Tratamento
Apesar dos constantes avanços na medicina, o daltonismo ainda não possui um tratamento que promova a cura definitiva da doença.
Por conta disso, o recurso que não corrige o daltonismo, mas melhora um pouco o contraste é a utilização de lentes de óculos com filtro de cor.
Todavia, quando o daltonismo não é uma herança genética e sim uma condição adquirida, ela pode regredir ou estabilizar desde que a causa da disfunção seja combatida e a pessoa tenha um bom resultado no tratamento.