Resumo de Sociologia - Cultura de Massa

Cultura de massa e indústria cultural

Uma crítica a produção cultural industrial

A cultura de massa também está inserida na cultura em geral. A produção cultural humana refere-se a um conjunto de manifestações artísticas, costumes, tradições, hábitos, religião, e outras expressões que caracterizam uma sociedade, grupo de pessoas, tribos. Dentro desse contexto, a cultura foi criada com vários objetivos, como: provocar sensações, sentimentos, difundir arte, criar novos conceitos estéticos e tantos outros. Porém, o século XX, marcado por transformações em quase todas as áreas, principalmente nos meios de comunicação, “criou” um novo modelo de produzir arte. 
A produção cultural da qual estamos falando é a da indústria do entretenimento. Ela não tem uma finalidade em si mesma, mas serve a interesses políticos e mercadológicos. A esse fenômeno chamamos cultura de massa. Diferente da cultura erudita ou popular, a cultura de massa não se utiliza da arte para produzir sensações ou mesmo reflexão no espectador, mas serve como um produto. 
Foram os pensadores da teoria crítica e da indústria cultural que observaram o que esse movimento estava produzindo. Theodor Adorno e Max Horkheimer, ambos filósofos e sociólogos da Escola de Frankfurt constataram que a produção cultural industrial servia apenas para garantir que as necessidades do capitalismo fossem atendidas, ou seja, seu objetivo era o de fazer o espectador consumir o produto propagado por ela. Segundo eles, os produtos da cultura de massa (seja no meio musical, na televisão ou cinema) se assemelhavam à mercadorias. 


Como a cultura de massa influência o consumo


O século XX foi marcado não só pela popularização dos meios de comunicação de massa, mas também pelo consumo de produtos em larga escala. Pensando em como agradar o espectador médio e também quais alternativas podiam ser utilizadas para influenciá-lo, várias pesquisas foram desenvolvidas na área da comunicação, psicologia, administração e sociologia.

Elas serviram para entender como era a relação entre as mídias e o público, como o espectador recebia a mensagem, como atrair e manter a atenção das pessoas, a fim de dominá-las. Essas pesquisas também demonstravam que as pessoas ficavam mais propícias a comprar produtos que de alguma forma apareciam em seus programas favoritos, nas novelas.

Assim, em meio a programação do rádio, TV, shows, os patrocinadores que financiavam a produção, inseriam seus produtos e em troca, o espectador se sentia tentado a comprar o que foi anunciado. As pesquisas desenvolvidas sobre a Indústria Cultural foram feitas há um tempo bem significativo, mas essa uma teoria válida até os dias de hoje. É muito comum ver que as pessoas se sentem influenciadas e acabam comprando objetos só porque eles aparecerem em uma novela ou filme.

De repente, se a atriz ou personagem da sua série favorita aparece usando uma linha de maquiagem, esse produto pode se tornar seu objeto de desejo. Os comerciais também são utilizados com o mesmo objetivo. Um carro, um alimento, bolsa, um tipo de vinho ou qualquer peça que aparece durante o intervalo do jogo ou de um programa é usado para atrair o consumidor.

Às vezes os anúncios podem surgir de forma bem sútil e às vezes de modo bastante sedutor. Durante um período, os filmes de produção Hollywoodiana glamourizavam o uso do cigarro. Atrizes e atores apareciam fumando nos filmes de forma bem elegante. A influência foi tão grande que esse hábito se tornou bastante comum nos Estados Unidos sendo, inclusive, um símbolo de sofisticação.

Com os refrigerantes e as cervejas aconteceu a mesma coisa. Presentes principalmente nos comerciais, as marcas investem em anúncios bem feitos que vendem não só o produto, mas a ideia. Geralmente, os comerciais de refrigerante estão associados à mensagens de amizade, refresco e alegria. Já os anúncios de cerveja focam na paixão e sedução,por exemplo. E esses mecanismos são bem articulados pensando apenas em vender!

A crítica de Adorno e Horkheimer sobre a cultura de massa é justamente essa. A indústria de bens e a indústria cultural se juntaram para vender um padrão de vida. O capitalismo encontrou na cultura de massa um meio de espalhar seus ideais. Esse é um tipo de cultura que fomenta a lógica do consumo exagerado e que mantém o espectador inerte ao domínio consumista e também ao modelo socioeconômico vigente.