Resumo de Português - Cacofonia

Cacofonia é um vício de linguagem muito comum na Língua Portuguesa, especialmente na linguagem coloquial, em uma conversa informal.

Contudo, a cacofonia deve ser evitada em situações em que é requerido o uso da linguagem formal como na produção de textos, entrevistas de emprego e apresentações em público.

Quando se trata da produção de textos, o estudante deve ter um cuidado maior na hora de escrever. Por exemplo, concursos e vestibulares, como ENEM, tem como avaliação a Redação.

Desta forma, fazer sentenças em que há presença de cacofonia nos textos, a banca examinadora conta como ponto negativo na avaliação. Por isso que é necessário ter maior atenção nas provas de vestibulares e concursos.

O que é a cacofonia

De origem grega “kakophónía”, a cacofonia significa “aquilo que soa mal”.

Também chamado de cacófato ou cacófaton, a cacofonia é a formação de expressões (as vezes até obscenas) que tem sonoridade desagradável provocada pela junção de duas palavras ou sílabas.

Geralmente, a cacofonia ocorre pela junção das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de uma outra palavra.

Essa união forma outra palavra com sonoridade desagradável causando incomodo ao ouvido, e até provocando sentido ambíguos que comprometem o real significado da sentença.

Exemplos:

  1. O nosso hino é muito elegante. / A junção de “sso” com “hino”, remete a palavra “suíno”.
  2. Custa um real por cada limão. / A união de “por” com “cada”, remete a palavra “porcada”.
  3. Desde então, ela não fez isso. / A junção de “de” com “então”, remete a palavra “dentão”.
  4. Ela tinha olhos verdes e claros. / A união de “la” com “tinha”, remete a palavra “latinha”.
  5. Eu amo ela mais que tudo nesse mundo. / A união de “mo” com “ela”, remete a palavra “moela”.
  6. Ela passou batom na boca dela. / A união de “ca” com “dela”, remente ao animal “cadela”.
  7. Uma mão lava a outra. / A junção de “ma” com “mão”, remete a fruta “mamão”.
  8. Há, alma minha! / A união de “ma” com “minha”, remete a palavra “maminha”.
  9. Eles tentaram fazer na vez passada. / A junção de “vez” com “pa”, remete a palavra “vespa”.
  10. O irmão colocou a culpa nela. / A união de “pa” com “nela”, remete a palavra “panela”.
  11. Meu coração por ti gela. / A junção de “ti” com “gela”, remete a palavra “tigela”.
  12. De um povo heroico o brado retumbante. / A união de “co” com “bra”, remete ao animal “cobra”.

Esses são apenas alguns dos exemplos causados pela cacofonia. Perceba o incomodo sonoro que é causado quando ocorre esse fenômeno.

Quanto ao sentido, na pronúncia, a cacofonia pode causar mais confusão. Pois na escrita é possível perceber pela grafia, mas na sonoridade pode ocorrer confusão na compreensão da mensagem, deixando-a incompreensível para aquele que ouve.

Veja agora como esses exemplos podem ficar, sem o efeito da cacofonia.

  1. O hino nacional é muito elegante.
  2. Cada limão custa um real.
  3. Desde aquele dia, ela não fez isso.
  4. Os olhos dela eram verdes e claros.
  5. Eu a amo mais que tudo no mundo.
  6. Ela passou batom na boca.
  7. A mão lava a outra mão.
  8. Há, minha alma!
  9. Na última vez, eles tentaram fazer.
  10. O irmão a culpou.
  11. O meu coração gela por ti.

Observação: perceba que em alguns exemplos quando a cacofonia é retirada, pode soar estranho, mas é uma maneira de evitar a cacofonia.

Por isso que vale ressaltar que o objetivo deste artigo é fazer com que a cacofonia seja identificada e evitada quando se trata da linguagem formal.

Visto que a cacofonia também é usada de forma consciente como um recurso, por exemplo na literatura. Como mostra o exemplo 8 que é uma expressão retirada de um soneto de Luís de Camões.

Vício de linguagem

Vícios de linguagem são palavras ou construções que se desviam das normas gramaticais. Esses desvios podem provocar a incompreensão do discurso e da comunicação humana.

Geralmente, os vícios de linguagem ocorrem pela falta de conhecimento das normas cultas ou por descuido do emissor.

Contudo, como mencionado antes quanto a cacofonia, os vícios de linguagem podem ser utilizados de forma intencional, desde a literatura a música.

Os vícios de linguagem mais comuns da Língua Portuguesa são:

Barbarismo

É um vício que ocorre em erros de grafia, morfologia, semântica e até na pronúncia.

Exemplos:

  • Adevogado por advogado.
  • Cidadãos por cidadões.
  • Obteram por obtiveram.
  • Pública por publica.
  • Pneu por peneu.
  • Pousar por posar.

Estrangeirismo

É o uso de palavras estrangeiras incorporadas ao vocabulário da Língua Portuguesa.

O estrangeirismo pode ocorrer por incorporação de palavras que não há equivalentes no português, mas também com o uso dela, ao invés de uma que já existe na língua.

Exemplos:

  • Upgrande, ao invés de atualização.
  • Show, ao invés de apresentação.
  • Menu, ao invés de cardápio.
  • Delivery, ao invés de entrega em domicilio.
  • Drink, ao invés de bebida ou drinque.
  • Stress, ao invés de estresse.

Solecismo

É o erro que ocorre quanto as regras de concordância, regência e colocação. Ou seja, erros gramaticais.

Exemplos:

  • Fazem cinco anos que não nos vemos. / O correto é faz.
  • Acabou os brigadeiros. / O correto é acabaram.
  • Ele havia despedido-se de todos. / O correto é se despedido.

Pleonasmo

Pleonasmo é a repetição desnecessária de informações presentes no conteúdo de uma frase.

Exemplos:

  • Sair para fora.
  • Entrar para dentro.
  • Outra alternativa.
  • Encarar de frente.

Ambiguidade

A ambiguidade se trata da duplicidade de sentidos que uma frase pode ter. Isto é, a possibilidade de duplo sentido na interpretação.

Exemplos:

  • Carla encontrou seu namorado correndo na rua. / Que estava correndo? Carla ou o namorado?
  • A irmã de Carlos entrou com sua mochila na casa. / De quem era a mochila? Da irmã ou de Carlos?

Outros vícios de linguagem

  • Eco: repetição de palavras que rimam.
  • Hiato: repetição de vogais.
  • Colisão: repetição de consoantes.
  • Neologismo: criação de novas palavras.
  • Plebeísmo: uso de palavras de baixo calão.
  • Arcaísmo: uso de expressões em desuso.
  • Gerundismo: uso exagerado do gerúndio.
  • Obscuridade: falta de clareza no texto.