Resumo de Biologia - Arqueobactérias

Arqueobactérias é o nome usado para definir um grupo de seres vivos procariontes e primitivos, que atualmente é mais conhecido pelo termo Archaea. O grupo é constituído por cerca de 20 espécies, cuja maioria vive em ambientes extremos e praticamente inóspitos.

As arqueobactérias se assemelham com as bactérias, mas a principal diferença entre ambas tem relação com  a genética. A separação desse outro grupo foi feita em 1970, quando Carl Woese, um microbiólogo norte-americano percebeu as suas diferenças.

O especialista chamou os grupos de Archaebacteria e Eubacteria. O primeiro foi chamado de “archaea“, que em grego quer dizer “antigo”, devido a natureza dessas espécies serem mais antigas do que das bactérias; o segundo de “eu”, que significa “verdadeiro”.

Mais tarde, os nomes foram mudados para "bactéria" e "archaea", pois o microbiólogo descobriu diferenças nos indivíduos.

Alguns exemplos de archaeabactérias são a vibrio cholerae, a bordetella pertussis, a treponema pallidum e a mycobacterium leprae, todas causadoras de doenças em seres vivos.

A descoberta

Atualmente, as arqueobactérias são conhecidas como Archaeas ou, em português, Arqueias. As primeiras espécies desses seres vivos a serem estudadas foram o grupo das metanógenas. Os estudos começaram em 1776, durante o processo de metanogênese, no lago Maior, na Itália, quando se percebeu um borbulho do “ar combustível”.

Anos depois, em 1882, notou-se que era produzido metano no intestino de alguns animais em decorrência da presença de microrganismos. Em 1936, H. A. Barker conseguiu projetar um meio de cultivo para que os metanógenos se desenvolvessem. Com isso foram descobertos microrganismos, chamados de Methanococcus e Methanosarcina.

Já as primeiras arqueobactérias extremófilas foram descobertas em ambientes quentes por Thomas D. Brock em 1970 e 1972. Os estudos, feitos na Universidade de Wiscosin, nos Estados Unidos, descobriram a Thermoplasma e a Sulfolobus.

Em 1977, as diferenças entre as bactérias e as arqueobactérias foram percebidas. Foi proposto que esses seres fossem classificados como um super-reino, recebendo o nome de Archaebacteria. No ano seguinte, o Manuel de Bergey categoriza a classe como filo, dando o nome de Mendosicutes.

Em 1984, o reino Monera, que reúne todos os organismos vivos, procariontes e unicelulares, foi dividido em quatro grupos. As archeobactérias ficaram no grupo Mendosicutes.

Estima-se que as arqueobactérias tenham cerca de 3,5 milhões de anos. Esse cálculo foi feito em possíveis fósseis do grupo encontrados. Segundo Carl Woese, esse grupo pode ter sido derivado de algum tipo de organismo ancestral antigo.

Reino das arqueobactérias

O reino das arqueobactérias é formado por vários filos, sendo os principais os seguintes: Korarchaeota, Crenarchaeota, Euryarchaeota, Nanoarchaeota, Thaumarchaeota, Aigarchaeota e Lokiarchaeota. Vamos conhecer um pouco sobre essas divisões.

Korarchaeota

O filo chamado de korarchaeota é conhecido principalmente pela sequência genética de ácido ribonucleico ribossômico, ou ARNr, 16S. As amostras foram encontradas em fontes hidrotermais do Parque Yellowstone, locais de alta temperatura.

Acredita-se que essa espécie possa ter a origem mais antiga. Mas, acredita-se ainda que o filo korarchaeota pode ser um organismo que sofreu mutação rápida.

Crenarchaeota

O filo crenarchaeota abrange as arqueobactérias termófilas e hipertermófilas. Ao lado dos euryarchaeotas, esse é um dos maiores filos do grupo das arqueobactérias.

O filo pode ser chamado ainda de eócitos, eocyta ou crenarchaea. Os principais exemplos de seres dessa espécie são o sulfolobus acidocaldarius e sulfolobus solfataricus.

Euryarchaeota

O filo euryarchaeota é composto por formas termofílicas aeróbicas e anaeróbicas, halofílicas e metanogênicas. A principal diferença desse filo para os outros integrantes do grupo é a sequência do RNAr.

Nanoarchaeota

O filo nanoarchaeota foi criado apenas para uma espécie de arqueobactérias cuja origem ou parentescos são incertos. A espécie, chamada de nanoarchaeum equitans, foi descoberta em 2002.

Uma curiosidade sobre essa espécie, é que a sequência do seu ácido ribonucleico ribossômico 16S não é detectável com as formas tradicionais. Os primeiros testes mostram que essa espécie é muito próxima da aqueia, ou arqueobactérias.

Mas comparando as sequências, percebe-se que existem muitas diferenças. Por conta disso, a espécie ganhou o seu próprio filo dentro da categoria, que recebeu o nome de nanoarchaeota.

Thaumarchaeota

O thaumarchaeota é um filo composto, basicamente, por organismos mesofílicos. Esse filo compõe importantes ciclos geobioquímicos, como por exemplo, o ciclo do nitrogênio. O nome vem da expressão em grego “thaumas“, que quer dizer “maravilha”.

Aigarqueota

O filo aigarqueota, ou Aigarchaeota, é um filo das arqueobactérias que tem como principal representante o caldiarchaeum subterraneum. O nome do filo vem do grego “avgí“, que significa “aurora” ou “amanhecer”.

Ainda não se sabe exatamente se os integrantes desse grupo são realmente um filo novo ou um filo que faz parte do thamarmareal, conhecido também como grupo marinho I, um outro filo do reino das arqueobactérias.

Lokiarchaeota

O filo chamado de lokiarchaeota é um filo da arqueia que abrange o antigo grupo chamado Grupo Bêntico Marinho (MBG-B), ou ainda Deep Sea Archeal Group (DSAG). Descoberto em fontes hidrotermais na Cordilheira de Knipovich, no Oceano Ártico, o filo foi classificado após análises filogenéticas, ou seja, analise da evolução da espécie.