A Arara Azul é uma ave da família dos psitacídeos como as araras, maritacas, papagaios e periquitos. Ela vive nos biomas da Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal, e também é conhecida como arara-jacinto, araraúna, arara-preta e araruna.
São três espécies diferente de araras azuis: a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) e a arara-azul-de-lear (Anodorhychuns leari), ambas estão ameaçadas de extinção, e a arara-azul-pequena (Anodorhychuns glaucus), já classificada como extinta.
Arara Azul
A palavra “arara” é originada do tupi “a’rara” e “jacinto”, refere-se à flor homônima que possui a coloração azul. As palavras “araraúna” e “araruna” são originadas do tupi “a’rara una”, que significa “arara preta” ou “arara escura”.
A arara azul habita três áreas brasileiras e em parte da Bolívia. Ela exibe uma plumagem azul-cobalto, com a pele nua amarela em volta dos olhos, nas pálpebras e uma faixa também amarela na base da mandíbula.
As penas da cauda e das asas, na parte inferior, são de cor preta. Já o bico da ave é curvo, forte e preto. Tem um tamanho tão exagerado que parece ser maior que o crânio, por isso o animal é especialista em quebrar sementes. Já a língua é carnosa, preta e com linhas amarelas nas laterais.
A arara azul pode atingir até cerca de um metro de comprimento e pesar entre 1,2 e 1,7 quilos
. Quando a ave está em liberdade, se alimenta de frutos das palmeiras como o urucuri, o inajá e o coco-de-espinho.
Essa espécie tem uma expectativa de vida na natureza de cerca de 50 anos e alcança a maturidade aos três. Costuma se reproduzir entre os meses de novembro a janeiro, põem de um a quatro ovos e a incubação dura em média trinta dias.
As aves filhotes passam até 105 dias no ninho, sendo cuidados pelos pais até o momento do primeiro voo chegar. O convívio com a família dura até um ano e meio, quando os filhotes começam a ficar independentes.
A venda da arara azul é proibida pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção
, mas é muito comercializada ilegalmente.
Características
- Nome científico: Anodorhynchus hyacinthinus.
- Habita em 11 estados brasileiros:
Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo, Tocantins. É encontrada também na Bolívia e Paraguai
. - É comum em ambientes florestais e de formações savânicas.
- Existe rivalidade com as outras espécies por causa das cavidades naturais.
- As araras fazem cavidades nos troncos das árvores para fazer seus ninhos ou os constroem em falhas de paredões rochosos.
- Os ninhos são forrados com lascas arrancadas das árvores.
- Está na lista das espécies que estão ameaçadas de extinção.
- É a maior ave entre os psitacídeos (periquitos, papagaios, maritacas e araras).
- Chega a medir um metro de comprimento da ponta do bico até a cauda.
- Pode pesar até 1,7 kg. Os filhotes pesam cerca de 30 gramas e medem uma média de 82 milímetros.
Alimentação
- As araras se alimentam de castanhas extraídas dos cocos de duas espécies de palmeiras.
Acuri, babaçu, bocaiúva, buriti, catolé, gueroba, inajá, licuri, macaúba, piaçava e tucum, são os tipos de alimentos dessa espécie
. - Elas pegam as sementes do acuri do chão quando são ruminados por gados ou outros animais silvestres. Já a semente da bocaiúva comem diretamente do cacho. Mas, é mais comum se alimentarem no solo e em bandos por medida de proteção.
- A capacidade de ingerir esse tipo de alimento está ligada à força e resistência que a ave possui no bico, que a possibilita a quebra com facilidade.
Comportamento
- São aves sociais que vivem em pares ou em bandos. É difícil encontrá-las vivendo sozinhas.
Os bandos possuem cerca de 10 a 30 aves
. - Ao entardecer, eles se reúnem em bandos para dormir nas árvores.
- Os casais são monogâmicos e compartilham as atividades de cuidar dos filhotes e do ninho.
- As araras azuis são aves consideradas sedentárias, pois somente realizam voos de pequenas distâncias, geralmente para alimentação e reprodução.
Extinção
A arara-azul é uma espécie ainda ameaçada de extinção por causa da baixa natalidade, falta de cavidades para reprodução e também da destruição do habitat natural em virtude da coleta de ovos e filhotes para o tráfico.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), a arara azul continua classificada como animal vulnerável. Isso se deve ao fato da redução populacional da espécie, por causa da caça para o comércio ilegal, sem falar na perda do habitat natural, muita das vezes provocado pelo crescimento da agricultura, pecuária e das cidades.